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sexta-feira, 20 de março de 2009

Graciliano Ramos morreu nesta data em 1953. Foi um dos maiores brasileiros do seu tempo.

20 de março de 1953 — A arte do Mestre Graça

Jornal do Brasil: homenagem a Graciliano Ramos
O escritor e jornalista Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo, no sertão de Alagoas, em 1892. Passou a infância em Buíque (PE), e em Viçosa (AL). Em 1910 foi morar com a família em Palmeira dos Índios (AL), onde foi eleito prefeito da cidade em 1928. Renunciou ao cargo em 1930 e mudou-se para Maceió. Os relatórios que escreveu como prefeito chamaram a atenção do editor Augusto Schmidt, que o incentivou a publicar o seu primeiro livro,Caetés. Em seguida veio São Bernardo (1934), que foi adaptado para o cinema por Leon Hirszman.
Angústia foi lançado em 1936, ano em que o autor foi preso pelo governo Vargas, sob suspeita de participação na Intentona Comunista. Graciliano foi demitido do emprego na Imprensa Oficial e preso. Em seguida foi levado para Recife de onde embarcou para o Rio de Janeiro junto com outros 115 detidos. Passou pelo Pavilhão dos Primários da Casa de Detenção, pelo Presídio da Ilha Grande, e retornou à Casa de Detenção. Os sofrimentos pelos quais passou na prisão foram relatados em Memórias do Cárcere, lançado em 1953, ano de sua morte. Graciliano foi solto em 1937 e transferiu-se para o Rio, onde continuou a escrever outros romances, contos e livros infantis. Um ano depois lançou Vidas Secas, sua a obra mais famosa, que conta a saga de retirantes nordestinos.
Mestre Graça, como era chamado pelos amigos, explicava que escrevia sobre as experiências que viveu: "Só conseguimos deitar no papel os nossos sentimentos, a nossa vida. Arte é sangue, é carne. Além disso não há nada. As nossas personagens são pedaços de nós mesmos, só podemos expor o que somos". Em 1939, foi nomeado inspetor Federal do Ensino Secundário. Em 1945, ingressou no Partido Comunista Brasileiro e fez uma viagem para a ex-URSS, que foi registrada no livro Viagem. Ao retornar caiu gravemente doente e morreu em 1953.

A cadela Baleia em Cannes
Vidas Secas foi adaptado em 1963 para o cinema por Nelson Pereira dos Santos. O filme representou o Brasil no Festival de Cannes e conquistou diversos prêmios internacionais. 
Baleia, a vira-lata da história de Graciliano Ramos, foi o destaque do elenco. A cena do sacrifício da cadela de tão realista gerou protestos de associações de proteção aos animais, que acusaram o cineasta de assassinar a vira-lata. A polêmica só terminou quando uma companhia de aviação ofereceu uma passagem para que a cadela fosse a Cannes. Baleia foi recebida como celebridade e tornou-se a grande vedete do festival.

  

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