13 DE SETEMBRO DE 2025 ||| SÁBADO ||| DIA DA CACHAÇA |||

Bem vindo

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O Dia Nacional da Cachaça ou simplesmente Dia da Cachaça é celebrado em 13 de setembro. Esta é uma bebida com uma carga simbólica muito grande para a cultura e identidade brasileira. Trata-se de uma das bebidas destiladas de maior consumo a nível mundial. A criação do Dia Nacional da Cachaça foi uma iniciativa do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), instituída em junho de 2009. Ainda existe um projeto de lei do deputado Valdir Colatto e que foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, em outubro de 2010, com o objetivo de oficializar a data. Pinga História da Data: O dia 13 de setembro foi escolhido em homenagem a data em que a cachaça passou a ser oficialmente liberada para a fabricação e venda no Brasil, em 13 de setembro de 1661. Esta legalização, no entanto, só foi possível após uma revolta popular contra as imposições da Coroa portuguesa, conhecida como "Revolta da Cachaça", ocorrida no Rio de Janeiro. Até então, a Coroa portuguesa impedia a produção da cachaça no país, pois o seu objetivo era substituir esta bebida pela bagaceira, uma aguardente típica de Portugal.


François, Duque de La Rochefoucauld (Paris, 15 de setembro de 1613 – Paris, 17 de março de 1680) foi um moralista francês, François 6.º, príncipe de Marcillac e, mais tarde, duque de La Rochefoucauld, nasceu em Paris a 15 de setembro de 1613 e morreu na mesma cidade na noite de 16 para 17 de março de 1680. São de Rochefoucauld as famosas frases: "O orgulho é igual em todos os homens (ricos ou pobres), só diferem os meios e as maneiras de mostrá-los"; e "A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude". (https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ois_de_La_Rochefoucauld)

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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Ainda há esperança - O bilhete do garoto Benício.


Início este rápido post com o título "Ainda há Esperança" referindo-me à matéria publicada ontem (27/9/2020) na Folha de São Paulo, que está copiada abaixo.

Resumindo: uma criança - Benício - andando de bicicleta na rua de sua casa esbarrou em um automóvel estacionado próximo. Arranhou levemente o veículo, avisou ao pai e preocupado, deixou por iniciativa própria, um bilhete (imagem acima) para o proprietário pedindo desculpas e se comprometendo a pagar o prejuízo.

O dono do carro ficou tão surpreso quanto encantado com o gesto que postou o bilhete nas redes sociais. Viralizou instantaneamente. O garoto foi entrevistado por redes de televisão e vários vídeos foram postados no YouTube. 

Faço o registro aqui, na Oficina de Gerência, para ressaltar, primeiro a educação exemplar do jovem Benício. Parabenizar os pais e a família. Não se educa uma criança com esse perfil se o ambiente em que vive e convive não enaltecer a honestidade, a boa educação e os valores humanos que formam os cidadãos de bem. 

Em segundo lugar, externar a minha alegria - que imagino seja a de todos que tomem conhecimento do episódio - por saber que existem crianças (Benício tem 7 anos) com esse senso de humildade e respeito pelos direitos das outras pessoas.

Por trás da atitude do Benício - que deveria ser amplamente divulgada, para além das redes sociais, onde pudesse ser conhecida de crianças como ele - quero chamar a atenção da esperança que ela evoca.

Bilhete de criança de 7 anos que caiu de bicicleta e riscou veículo  viraliza - TNH1Em um mundo tão violento, onde assistimos nos noticiários tantas e repetidas atitudes de baixa extração, principalmente em crianças e jovens, a conduta desse menino é uma lufada de bons ventos de esperança. 

A sensação é de que é possível sim! É viável se pensar que podemos investir, para valer, na educação das crianças e obter frutos que nos tragam tanto orgulho quanto o gesto do garoto Benício. 

Devemos fazer uma reflexão sobre as razões que o comportamento do menino de 7 anos deixou-nos todos de boca aberta. Algo que deveria ser o comum das coisas, virou um fato extraordinário. Por quê? É nisso que devemos, todos, nos concentrar.

Essa é a mensagem que quero deixar no blog.

 Para ilustrar este post coloquei o facsimile da matéria publicada na Folha de São Paulo e um vídeo do YouTube com a reportagem sobre a atitude do garoto.






terça-feira, 21 de outubro de 2008

Arrogância, vaidade ou despreparo?


Esta foto-reportagem - revista Veja de 8 de outubro - ocorreu no auge da crise econômica nos EUA. Quem acompanhou lembra que, na 1ª votação na câmara de deputados federais daquele país, um grupo de deputados do Partido Republicano (de George Bush) que estava acertado em votar a favor do "Bailout" (pacote de empréstimo - U$ 700 bi - aos bancos) não o fez e "melou" o acordo. O ato derrubou as bolsas do mundo inteiro e provocou um cataclismo na economia internacional.

Quem foi apontada como responsável pela lambança? Exatamente! Nancy Pelosi (Partido Democrata) que é a presidente da câmara de representantes norte-americana, ou seja, o segundo nível de poder no país mais poderoso do mundo. O que fez Nancy Pelosi? Por favor, leia o texto na imagem para saber. Não é o foco do meu post e nem do blog.

Chamo a atenção para um tema, recorrente na Oficina de Gerência, ilustrado com a atitude e a decisão da deputada norte-americana. Como não quero perder a oportunidade de abordar o assunto, mesmo após duas semanas, coloco, neste post, a imagem da revista Veja (com o texto) para ilustrar que, mesmo nos níveis mais altos do poder existem pessoas que, apesar de ocuparem funções importantes e até fundamentais nas suas corporações não estão preparadas para exercê-las. Atingiram os seus limites de incompetência segundo o Princípio de Peter

O caso de Nancy Pelosi é apenas o último conhecido. São inumeráveis e contínuos os exemplos. Querem ver o mais gritante? Ele mesmo! George W. Busch é uma unanimidade mundial quando se fala de incompetência e despreparo. Sairá do cargo, mais dominante do planeta, menor (muito menor) do que entrou. Como é possível? Dissertar sobre as razões é tema para um livro (e daqueles "parrudos"). O que eu quero frisar aqui é o fato em si. Nancy Pelosi mostrou-se despreparada para ocupar a cadeira onde está sentada.

No mundo corporativo vemos isto acontecer continuamente. Olhe à sua volta. Na sua própria corporação devem existir alguns casos de chefes ou gerentes que, visivelmente, são "menores que as funções que ocupam". Estas pessoas são (muito) perigosas para as empresas ou instituições às quais pertençam. Normalmente suas fraquezas e deficiências ocorrem nos momentos mais cruciais quando, estes comandantes têm que decidir sobre assuntos fundamentais e estratégicos de suas empresas quando ocorrem as decisões erradas ou são determinadas as ordens equivocadas. É tiro no pé, com certeza; e de quebra fica escancarada a incompetência de quem comanda e a conseqüente perda de confiança por parte dos colaboradores. Este tipo de crédito é imediatamente recolhido pelos subordinados e colocado "na prateleira" para o próximo comandante.

Pense nisso quando for convidado para assumir funções de comando. Quaisquer funções. Faça uma avaliação, muito sincera, sobre suas competências. Seja absolutamente crítico com você mesmo. Se tiver fortes dúvidas sobre sua capacidade de "tocar" o negócio é melhor que não aceite, mesmo que seja "aquele" emprego. Se insistir e der errado (normalmente dá) você poderá encerrar (ainda no início) sua carreira, como gestor.

Se você for um daqueles candidatos aos postos de chefia e liderança na sua corporação, cuidado! Não apresse e nem queime etapas nas suas aspirações. Antes de dar azo aos sonhos procure preparar-se para eles. Estude, observe, treine-se e principalmente exercite suas aptidões e habilidades para os mistérios da liderança e do comando. Trocando em miúdos, não aceite cargos que estejam acima de seus talentos, por mais atrativos que sejam. Pode acreditar que são "cantos de sereias". Você será seduzido e depois será, literalmente, tragado por elas.

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quinta-feira, 24 de abril de 2008

Mais um punido por cumprir o dever...


( Clique na imagem do texto para ir direto à coluna da nota publicada)
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Por favor, leiam a nota que está na imagem retirada do site do jornalistra Cláudio Humberto (clique no logotipo para ir à página). Foi publicada ontem (23/abril). Denuncia um comportamento e uma atitude que são muito comuns nas instituições públicas. Principalmente se estiverem "aparelhadas", como se diz na gíria corporativa. E atencão, por "aparelhada" não entendam que estou criticando a administração do atual governo. Em todos os governos esta "praga" existe e prolifera se lhe for dado espaço.

No nosso caso nem vou me estender no comentario. Deixo a nota como convite e provocação para os visitantes e leitores comentar. Quero, apenas, atestar que, o que está na nota é verdade - pelo menos na forma - principalmente porque o este jornalista dificilmente "paga mico" com suas notícias.

Eu mesmo já presenciei este tipo de fato ocorrer muitas vezes. Normalmente nos escalões mais baixos, no chamado "baixo clero" dá administração pública onde o "poder do porteiro" paira no ar como oxigênio (leiam o post Cuidado com o "Poder do Porteiro" que publiquei logo nos primeiros dias de "vida" do blog.) . Neste caso o peixe foi grande. Um coronel, há cinco anos no cargo? Devia estar incomodando muita gente e provavelmente era remanescente de grupo corporativo anterior à equipe que está, atualmente, na direção da casa.

O que isto representa? É certo? É errado? Consequências? Deixo com os leitores. A minha opinião - pelo menos para os frequentadores do blog - já é conhecida.

Amigos, aos comentários, por favor.

PS: Para quem não conseguir ler o texto na imagem coloquei-o, integralmente, abaixo:

23/04/2008 0:00

"Eficiência punidaChefe da segurança há cinco anos, o coronel Seixas Marques do Exército se preparou e frustrou a tentativa da invasão do MST à sede do BNDES, sexta (18). Porraloucas do próprio banco o pressionaram a “negociar a ocupação”, mas ele não cedeu. Resultado: perdeu o cargo."

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quinta-feira, 17 de abril de 2008

ANAC, o "velho" confronto entre interesses técnicos e políticos

17/04/2008 0:00
Brigas provocam crise na Anac
"Nova crise no setor aéreo: o brigadeiro Allemander Jesus Pereira Filho, um dos poucos que entendem do assunto na diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil, ameaça renunciar. Técnico rigoroso, ele é sempre voto vencido (4x1) nas decisões da Anac. O brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, levou o caso ao presidente Lula, ignorando o ministro Nelson Jobim (Defesa). A Anac nega a crise."
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A nota acima foi publicada hoje na coluna que o jornalista Cláudio Humberto publica diariamente, na internet e em diversos jornais do país.
Porque a estou postando aqui? Vejamos.
Uma das tags mais densas do blog é a Exemplos da Realidade. Este marcador agrega os artigos onde procuro traçar paralelas entre situações reais, noticiadas na mídia, que acontecem nos órgãos de governo ou mesmo nas empresas privadas, e o mundo corporativo do lado de cá, do nosso dia a dia. O objetivo é comentá-las e passar um pouco da experiência que disponibilizo no galpão da Oficina de Gerência...
Este caso da ANAC é típico do serviço público. Sua origem é a composição de diretorias mesclada por indicações políticas de várias origens. Certamente cada m dos diretores da ANAC deve ser ligado a um partido ou grupo político. Examinem os ingredientes desse coquetel de alta combustão. Rivalidades pessoais dos dirigentes alimentadas pelos seus respectivos egos (inflados pela posição política de quem os haja indicado) misturadas com os interesses (alguns inconfessáveis) político-regionais dos grupos em disputa. Obviamente esse "mix" não permite que ocorra um clima de harmonia e sinergia para, no caso do exemplo, se conduzir (entenda-se bem conduzir) uma instituição de gestão complexa como é a ANAC.
Nesses períodos a empresa não progride e não avança mesmo! Brigas e discussões entre diretores sempre se refletem em climas de hostilidade entre as equipes e assessorias respectivas. Transforma a empresa numa praça de guerra com intrigas, armadilhas, traições e uma tremenda perda de energia corporativa.
Se o Cláudio Humberto informou, é porque está ocorrendo essa "troca de chumbo grosso" na diretoria da ANAC. Por conta disso, posso especular sobre a iminência de nova crise no setor aéreo. É simples. Se a ANAC está afundada em uma "batalha campal" entre seus diretores, quem está cuidando da aviação civil?
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quarta-feira, 16 de abril de 2008

Exemplo de gestor menor que a função.



Não deixarei passar a oportunidade de exibir aos frequentadores da Oficina de Gerência mais um exemplo dos enormes prejuízos que um gerente despreparado pode causar à sua corporação.
Esse episódio do Diretor Geral da ANP é uma confirmação de como gerentes, sem a competência necessária para efetivo exercício das funções a eles designadas, podem causar prejuízos reais quando não se comportam de acordo com as posições que ocupam.
Vejamos, abaixo, o texto que copiei do site Estadão.com sobre as, já folclóricas, declarações do dirigente: .
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"RIO - O diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, afirmou nesta segunda-feira, 14, que a área chamada "Pão de Açúcar" localizada na Bacia de Santos, pode acumular até cinco vezes o volume de petróleo encontrado pela Petrobras em Tupi. Segundo ele, informações preliminares das empresas concessionárias que estão operando na área indicam que este volume poderia chegar até 33 bilhões de barris de óleo recuperáveis."
Veja também:
Petrobras dispara com notícia sobre descoberta. É hora de comprar?
Acompanhe online a cotação das ações da Petrobras
Descoberta de Tupi aumenta reservas de petróleo e gás do País em 50%
A história e os números da Petrobras
A maior jazida de petróleo do País
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Para se ter uma idéia da confusão em que a maior autoridade do assunto petróleo, no Brasil - o Diretor Geral da Agencia Nacional do Petróleo - colocou a maior empresa petrolífera da América Latina, a Petrobrás, entre neste link e navegue pelas notícias das conquências do ato despropositado. Uma simples frase, motivada claramente pela vaidade e pelo despreparo daquele gestor.
Quem vai pagar os prejuízos de sua ação ou investigar suas motivações? É secundário. Já foi feito e pior, sem garantia de que não se repetirá.
Tenho certeza de que os altos dirigentes do Governo Federal devem estar de "cabelo em pé" pela "proeza" do diretor da agência. Entretanto, pelo que se lê do noticiário dizem que não podem fazer nada contra o gestor incompetente. Será?
Lembro que, no ano passado por muito menos (ou quase) o Diretor-Geral na ANAC (lembram-se?) foi pressionado, por conta da crise aérea, a pedir demissão do cargo com toda a sua diretoria, pelo Ministro da Defesa. Bom, isso não é da nossa conta.
Quero apenas ressaltar o risco de se colocar amigos ou "indicados de amigos" em funções importantes e de caracterização eminentemente técnicas. Não pensem que isso acontece só no serviço público. Não! Na iniciativa privada é muito comum, também. As consequências são as mesmas. Dou-lhes um exemplo: a quebra da Transbrasil. Outro? A falência da VASP e da Varig. Isso só para ficar no segmento das empresas aéreas. Todas quebraram por falta de gestão profissional, dirigidas por parentes do primeiro dono ou amigos dos conselheiros etc.
Este tipo de atitude por parte de quem comanda é perniciosa e deve ser reprimida com todas as forças. Fora os amadores e os incompetentes! Não permitam, se estiverem em posição de bancar a reação, que sua empresa, seu departamento ou mesmo seu clube, sua escola ou o que seja, venham a ser dirigidas por "amigos do rei". Os resultados serão tão mais perniciosos quanto mais importante for o cargo que "ele" vier a ocupar.
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domingo, 6 de abril de 2008

O exemplo de Felipe Massa, na Fórmula 1


"A vitória no GP do Bahrein de Fórmula 1 é motivo de alívio para Felipe Massa.
Ele fez questão de deixar claro, na entrevista coletiva logo depois da corrida, que sua principal preocupação era não errar. E apostar na força de sua Ferrari para vencer." (continue a ler a matéria do Estadão, clicando aqui).
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"Massa saiu da corrida por falta de aderência na curva
Piloto não considera que tenha errado na curva seis e novamente diz acreditar em melhores dias no próximo GP. Massa lamenta após a saída da corridaSEPANG - O motivo do abandono de
Felipe Massa, da Ferrari, no Grande Prêmio da Malásia de Fórmula 1, neste domingo, foi a falta de aderência do carro na saída da curva seis, quando o piloto brasileiro fazia a curva. Ele saltou e o piloto, na queda após o salto, não tinha como fazer a curva seguinte, indo atolar na caixa de areia." (Clique aqui para ler a íntegra da matéria)
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Embora satisfeito (e muito) com a vitória de Felipe Massa na corrida de Formula 1 realizada hoje, em Bahrein, o que quero destacar neste post é a reação psicológica do piloto brasileiro entre a sua derrota na corrida anterior - na Malásia - e a vitória de hoje. Veja as fotos entre os dois momentos e se interessar, leia as matérias nos links indicados.
Qual o destaque especial, se a vida dos pilotos é essa mesmo? Vítórias, derrotas, erros, pressões... Ganham numa corrida, perdem na outra e vida que segue...
..... O que poucos sabem - exceto os aficcionados da velocidade - é que Felipe Massa teve a sua competência fortemente contestada, no mundo corporativo da Formula 1 por conta do erro cometido na Malásia que o retirou da prova quando estava na segunda posição.
..... As mídias especializadas do mundo inteiro noticiaram que ele era um "piloto perdedor" (pecado mortal para estes jovens que arriscam suas vidas para diversão de multidões) e que seu contrato com a Ferrari não seria renovado. Aqui mesmo no Brasil, as "viúvas" de Ayrton Senna e Nelson Piquet já trataram de o comparar ao Rubens Barrichelo (considerado o modelo de um piloto sem "punch" de vencedor). Ou seja, o jovem Massa nas duas últimas semanas, foi colocado no "inferno astral".
..... Não tivesse a têmpera de um vencedor, o piloto brasileiro, certamente teria sucumbido às pressões. No mundo corporativo em que ele opera, a competência profissional e a coragem pessoal são conceitos sagrados. O conjunto que compõe a "dignitas" (conceito da Antiga Roma) de cada um deles. É um mundo onde as disputas de egos estão sempre prevalecendo e isso é uma regra do jogo.
..... Assim, quero destacar essa capacidade de superação do Felipe Massa que o manteve confiante quando todos, à sua volta, começavam a duvidar dele. Lembra-me um trecho do clássico poema "Se" ("If") de Rudyard Kipling onde ele diz: "Se és capaz de manter a tua calma quando todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;Se és capaz de crer em ti quando estão todos duvidando, e para esses no entanto achar uma desculpa;"
..... A vitória de hoje, de ponta a ponta, não deixou margem a dúvidas. O brasileiro está no panteão dos vencedores e principalmente, mostrou-se um Homem, tal como cantam os poetas e filósofos.
..... No "nosso mundo corporativo", das disputas por cargos, prestígio e poder, também se repetem as mesmas circunstâncias. Somos postos à prova a qualquer momento; duvidam da nossa competência por qualquer falha pontual e ameaçam "romper nosso contrato" se não conquistamos "vitórias" freqüentes.
..... Quantos de nós podemos - e às vezes faltam até as oportunidades - "estufar o peito" e mostrar que somos vencedores? Mostrar que sabemos superar as desconfianças que recaiam, eventualmente, sobre nós? Não conheço estatísticas sobre isso, mas não são muitos, infelizmente.
..... Baseado na minha experiência estou convicto que só existem duas formas para se atingir a superação: a auto-confiança, advinda do conhecimento e do preparo profissional e a capacidade de trabalho, oriunda da disciplina e da determinação.
..... Parece subjetivo? E é mesmo! Mas esta, talvez, seja a máxima competência de qualquer profissional: a capacidade de conhecer, entender, conviver e manejar com os valores subjetivos que cercam a vida de cada um de nós.
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Leia um pouco mais sobre Felipe Massa nos links abaixo:
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sexta-feira, 28 de março de 2008

Erro de liderança em dois atos (Parte 2)

Vamos retomar o estudo do nosso "case" sobre a "demissão" e a "readmissão" do Deputado Federal Alberto Fraga no cargo de Secretário de Transportes do GDF. Quem não conhece os antecedentes é só "linkar" em Erro de liderança em dois atos (Parte 1) para se atualizar.
Como "dever de casa", naquele post, deixei as seguintes questões, para "esquentar" o exame do caso:

(Imagem do artista Dan Tero da GettyImages)

Especular sobre quais os erros cometidos?

Quem os terá cometido?

Houve acertos?

Quais as previsões sobre os desdobramentos do episódio?

O caso está encerrado?

Abaixo listo os itens da minha análise. Concordem ou discordem. Complementem-na ou censurem-na, mas recomendo, aos jovens executivos ou estudantes que aproveitem o caso real para se manifestar nos comentários e refletir sobre o que fariam se estivessem em qualquer dos papeis desta "ópera bufa".

  1. A origem da crise: o Governador José Roberto Arruda errou ao não prevenir o seu secretário e presumido "homem de confiança" sobre a decisão de exonerar o Cmte. Geral da Polícia Militar, amigo e afilhado político daquele seu auxiliar direto. Afinal de contas foi o secretário Fraga quem o indicou para o importante cargo. Em consequência, O Governador diminuiu o "status percebido" do seu auxiliar mais poderoso (até então) e o desmereceu perante sua corporação (Polícia Militar). Para quem está na arena do jogo político sabe-se que nada disso é feito sem premeditação. A intenção do Governador foi clara.
  2. Obviamente o Secretário Fraga cometeu um outro grave erro de avaliação ao pedir a exoneração intempestivamente. Não se mostrou com o equilíbrio suficiente para exercer função estratégica no primeiro círculo de um poder executivo. Um Secretário de Estado é um "ministro" no nível da unidade federativa, tem responsabilidades políticas, programáticas e gerenciais bem determinadas. Não pode, por qualquer aborrecimento político ou pessoal, pedir para abandonar o barco. É uma atitude que compromete a maturidade gerencial de qualquer executivo.
  3. Todavia, já que preferiu ficar ao lado da sua corporação e romper os compromissos com o governo ao qual servia, teria que ter sustentado sua decisão. Apesar do gesto precipitado, ele estava mais de acordo com sua imagem de "coronel" da PM, esquentado e leal aos amigos do que o retorno - rápido e fagueiro - às delicias do cargo.
  4. Ao aceitar o retorno à função, simplesmente passou uma borracha em tudo que disse e fez dias antes quando se demitiu (?????). Qual o líder que age com essa... oscilação e ainda mantém sua liderança? Não conheço nenhuma história que confirme isto.
  5. Quaisquer que sejam os argumentos e justificativas - não revelados - do deputado para o seu retorno ao governo e certamente devem ter sido muitos e convincentes, o que vale para a opinião pública é o que é público. Pode ser redundante, mas é a verdade.
  6. O Governador, por seu turno errou, novamente, ao promover a volta do seu ex-novo-auxiliar. Não mais terá a seu lado o Secretário de Estado, decidido e entrosado que estava brilhando na equipe antes da crise. Recebe agora um executivo com enorme desgaste e enfraquecido na sua imagem. A rigor, o secretário que volta ao cargo não é mais o mesmo que estava no governo. Volta menor do que a função que deixara dias antes.
  7. O caso está encerrado? Respondo: negativo! Longe de finalizado, está apenas começando. Estou seguro de que voltarei a postar no blog contando as crises, que serão geradas pela "nova presença" do Cel. Alberto Fraga na Secretaria de Transportes.

Lembrando antigos preceitos das minhas leituras e seminários de "Análise Transacional", diria que os dois personagens - Governador e seu Secretário - entraram na "dança" de um dos famosos "Jogos da Vida", que Eric Berne consagrou nas décadas de 50 e 60 do século passado com seus estudos, ainda plenamente aplicáveis. E esse tipo de "jogo" - em função dos temperamentos dos envolvidos - só tem um desfecho possível que é o rompimento final.

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PS - Além de acompanhar a carreira do Deputado Alberto Fraga há alguns anos, votei nele nas três últimas eleições que participou. Revelo isso para - de alguma forma - não dar a impressão de má vontade política com o Secretário de Transportes na análise, técnica, que faço no blog, sobre o case da sua demissão/readmissão.


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quinta-feira, 27 de março de 2008

Erro de liderança em dois atos (Parte 1)

Introdução: para os visitantes do blog que não residem em Brasília faz-se necessário dar uma explicação sobre o "case" que vou descrever, analisar e comentar a seguir.
Dias atrás, o Secretário de Transportes do GDF (Governo do Distrito Federal), Deputado Federal Alberto Fraga demitiu-se - com estardalhaço - do seu cargo. Estava realizando um bom trabalho e tinha uma ótima aceitação junto à opinião pública.
Conhecido pelo seu temperamento impetuoso é respeitado, na sua corporação, por sua coragem pessoal e política. É um militar típico da carreira da Polícia Militar tendo alcançado, com brilhantismo profissional, o posto de coronel. Tem como seu maior feito haver liderado, como deputado federal, a campanha nacional do "não", no plebiscito a favor do desarmamento no Brasil. Saiu vitorioso e capitalizou. Foi o deputado mais votado do DF (salvo engano)
O motivo para seu pedido de demissão (carregado de mágoa) foi a exoneração sumária, determinada pelo Governador José R. Arruda e sem aviso prévio a ele, Alberto Fraga, do Comandante Geral da Polícia Militar (seu amigo e indicado, por ele, ao cargo), porque o Ministério Público o denunciou por acobertar policiais acusados de crimes militares.
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1º ATO
Antes de mais nada, vejam o vídeo da notícia que anunciou o pedido de demissão do Coronel Fraga:
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Um resumo do noticiário que saiu nos jornais:
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"O secretário de Transportes, Alberto Fraga, confirmou nesta quinta-feira seu pedido de demissão. Ele entregou carta ao vice-governador Paulo Octávio pedindo exoneração do cargo. Os dois deram a notícia em uma entrevista coletiva à imprensa na Secretaria de Transportes. Alberto Fraga, que é tenente-coronel da reserva da Polícia Militar, deixou claro que o motivo de sua saída foi o afastamento do coronel Antônio José Serra Freixo do comando da PM, anunciado pelo governador José Roberto Arruda nesta terça-feira..."
"Alberto Fraga afirmou não que não se reuniu com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, antes de tomar a decisão de deixar o cargo. Ele começou o anúncio do pedido de demissão agradecendo o governador pela oportunidade, mas não escondeu a insatisfação com a decisão de troca do comando da PM. Arruda estava em uma solenidade no momento do pedido de demissão, e disse à imprensa que não comentaria o assunto."
Se você clicar aqui verá uma matéria integral sobre o pedido de demissão do secretário.
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2º ATO

(abaixo matéria do Correio Braziliense assinada por Lilian Taman)
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"Uma carta de demissão para duas de reconciliação o resultado é que o deputado federal Alberto Fraga (DEM) continuará à frente da Secretaria de Transportes do Governo do Distrito Federal. Ha duas semanas, ele se desentendeu com o governador Jose Roberto Arruda (DEM) e formalizou sua saída do Executivo em um documento entregue ao vice-governador, Paulo Octavio. Mas Fraga voltou atrás. Ontem, confirmou oficialmente que ficará no cargo.
De terno e gravata, rodeado de assessores e reposicionado na cadeira de secretario no Centro Administrativo de Taguatinga, Fraga admitiu ao Correio que decidiu permanecer no posto a pedido de Arruda, por pressão do partido e em favor do milionário programa Brasília Integrada - uma serie de ações de infra-estrutura que promete melhorar muito o sistema viário da capital. "Todos sabem da minha boa relação com o governador e do projeto que construímos juntos, Um deles é o de finalizar o programa de recuperação do transporte na cidade", afirmou.
A crise que gerou a demissão temporária de Fraga, no entanto, nada teve a ver com o programa de transporte para a cidade. Foi em função da demissão do chefe da Policia Militar do DF, o coronel Antonio Serra. Ha 14 dias, Arruda decidiu despedir Serra com base em denúncias formuladas pelo Ministério Publico, que acusou o ex-comandante de proteger policiais criminosos. Serra fora indicado por Fraga, que também e egresso na PM - e coronel reformado.
0 Secretário de Transportes não gostou da forma como o apadrinhado foi mandado embora. Minutos depois de ser informado pelo governador da substituição na PM, Fraga anunciou sua saída do cargo. Alegou solidariedade ao colega coronel.
Sem indícios da irritação de quando pediu demissão, Fraga avaliou ontem que foi "intempestivo" e que o governador Arruda acertou ao não ceder. "Eu faria o mesmo se estivesse no lugar dele", concordou. De posse da carta em que Arruda protocolou a intenção do governo em mante-lo no GDF, Fraga avalia que não sai desmoralizado do epis6dio. "Se haveria motivo para desmoralização se ninguém me quisesse no governo, mas não é o que parece", acredita."

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Deixo aos leitores, por enquanto, um "dever de casa". Especular sobre este estudo de caso. Para não deixar o post muito longo farei meu comentário amanhã, em novo texto (parte 2). Neste episódio, que identifico como "Exemplos da Realidade" aqui no blog, procuro analisar os erros e acertos das decisões tomadas pelas nossas figuras públicas ou da iniciativa privada. Este caso do Secretário de Transportes do Distrito Federal é rico em pontos para análise. Quais os erros cometidos? Por quem? E os acertos? Quais as previsões sobre os desdobramentos do episódio? Está encerrado? Podem especular à vontade porque as respostas são muitas. Até o post da segunda parte.
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Governo Lula demite ministra dos cartões corporativos.

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O Governo do Presidente Lula agiu corretamente, com um pouco de atraso é verdade, mas acertou ao promover a exoneração da Ministra Matilde Ribeiro da Secretaria Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial.











Em termos de Administração Pública não há como sustentar um auxiliar de primeiro escalão que está sendo investigado pelos órgãos de controle do próprio governo. Esta regra serve para governo e iniciativa privada.











Vejo (ao vivo), a agora a ex-ministra, em entrevista coletiva, visivelmente constrangida ao ser "obrigada" a dizer que houve um erro e está "pagando" por ele. Mas não admitiu que "ela", como Ministra de Estado, errou. Responsabilizou dois assessores - devidamente demitidos, é claro - e disse que "se soubesse que era errado usar cartão corporativo da forma descuidada como o fez, não o teria feito". Para citar uma expressão muito usada pelos maus administradores "foi induzida a erro". Ora bolas!






Se alguém indicado para ser ministro precisa de assessores para lhe ensinar que dinheiro público não se gasta em free-shops, reuniões em bares e carros alugados, à disposição o dia todo, resta a nós, pobres contribuintes, pensar o que? E a ex-ministra ainda fez um papelão. Deixou no ar que a mídia deu destaque ao caso dela por preconceito racial (???). Ou seja, não entendeu nada de nada...








Os próximos da lista - que também poderão "pedir demissão" (leia-se convidados a se demitirem) pelo mesmo motivo - são os ministros Altemir Gregolin, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca e Orlando Silva de Jesus Júnior, dos Esportes. Estão sendo investigados. Pelo menos até agora não se tem notícia que ninguém da assessoria do ministro Orlando tenha sido demitido porque não avisou à Sua Excelência que ele não devia usar dinheiro do contribuinte para comprar... tapioca.










Há muito que analisar e refletir sobre o comportamento administrativo e gerencial da ex-Ministra. Não vou faze-lo agora por considerar inoportuno. Deixo na expectativa, entretanto, a reflexão sobre o despreparo daqueles que ocupam altas funções nos governos (e as menores também). Este é um tema que não deixarei escapar na Oficina de Gerência.










Em qualquer uma das esferas - federal, estadual, municipal - e dos três poderes, há, por parte de autoridades em funções executivas - com as exceções de sempre - um absoluto descaso com o uso do dinheiro público. Estas pessoas sempre se justificam com argumentos subjetivos e inconsistentes, quando flagrados ante as despesas fora do contexto ético e do interesse público.










São muitos os casos que, frequentemente, espoucam nos relatórios dos Tribunais de Contas da União e dos Estados e não vêm à luz da publicidade porque envolvem cargos de menos visibilidade do que um Ministro de Estado. Em todos eles alguns pontos comuns:














  1. Normalmente os envolvidos não são funcionários de carreira nos órgãos onde estão trabalhando; ou então são assessores trazidos pelos títulares das funções superiores ou ainda, funcionários "cedidos" por outros órgãos e indicados pela via do "QI".




  2. São pessoas com pouca experiência no exercício de cargos com poder de ordenar despesas. Facilmente ficam empolgados e se deixam envolver pelo velho, mas sempre verdadeiro provérbio do "quem nunca comeu melado quando come se lambuza".




  3. Dos casos que conheci e conheço, todos os "gastadores inconsequentes do dinheiro público" tinham um traço de personalidade comum. A arrogância e a prepotência no exercício da suas funções. Normalmente sabem tudo, conhecem tudo e não admitem restrições ou reparos dos assessores. Aliás, só se cercam dos sempre presentes "aspones" que não corrigem ou sequer orientam seus chefes sobre as questões éticas dos seus cargos.

No caso da ministra e seus assessores eu diria que ela "se deixou, docemente, ser induzida ao erro". Ficaria melhor colocado.

Acho que ontem mesmo o Governo Federal corrigiu - na característica habitual de todos os governos de praticar a "administração espasmódica" - os erros absurdos do uso dos tais cartões corporativos, mas o exemplo da ex-ministra Matilde Ribeiro vai servir para criar uma "bolha de retração" no comportamento abusivo, dos executivos do governo, com as verbas públicas. Pelo menos durante algum tempo eles vão deixar as "barbas de molho". Esperamos todos que assim seja... Apesar do Governo Federal ter acertado em retirar a ministra da cena política podem aguardar que essa história ainda está longe de acabar.

Por tudo isso a sociedade apoiará ainda mais o Presidente se ele completar o ciclo das investigações e demissões. Com as medidas ele está privilegiando fortemente os bons princípios da administração e da gerência no seu governo.


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PS -Se estiver interessado no assunto leia mais sobre a ex-ministra aqui e aqui e sobre o Ministro da Pesca e Aquicultura, aqui .




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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O outro lado da moeda: corporativismo negativo.




Em relação ao post que coloquei na segunda feira (14) - Administração Pública: O Efeito Tuma - onde publiquei uma reportagem da revista Veja quero aproveitar para tocar tema que coloquei no título deste post, "O outro lado da moeda: corporativismo negativo".
Nas investigações subsequentes que estão sendo feitas a respeito da denúncia que a Veja publicou, saiu a notícia que a diretora do órgão citado, o DRCI - Carolina Yumi - estava criando problemas, corporativos, de relacionamento para o seu novo chefe, Secretário Romeu Tuma Júnior, conforme reportagem que está hoje em vários jornais. Ao final do post coloquei o link da "Folha on line" de hoje, que fala do assunto.




A menção que faço sobre o corporativismo negativo está implícito no texto da Folha e mais explicito ainda na mátéria do Correio Braziliense de hoje (folha 4). Pelo que está dito, a diretora não estava respeitando o novo secretário e sonegava informações básicas para quem, como ele, está assumindo um novo cargo executivo. Este é um problema comum nas trocas de comando em órgãos de governos, principalmente na esfera federal.




Pessoalmente, no curso da minha carreira, algumas vezes fui vítima desse tipo de corporativismo. É constrangedor e revoltante. Quem fica ligado - nos cargos de confiança principalmente - à administração que saiu não aceita plenamente a nova chefia e começa a criar problemas de toda ordem. Sempre silenciosos, camuflados; sempre sob o manto da formalidade, mas sempre mal intencionados e anti-profissionais.




Não duvido que o novo secretário tenha sofrido este "ataque corporativo" da diretora que estava lá, ligada à administração anterior. O pior é que estas pessoas não pedem exoneração dos seus cargos. Ficam "pregados" nas suas cadeiras, usufruindo das gratificações e passam a boicotar e trair o novo chefe com a maior desfaçatez.




Por isto faço este reparo ao meu post anterior, sem no entanto retirar nenhum dos argumentos que defendo contra as indicações políticas sem qualificação técnica. Este exemplo do corporativismo covarde que está sendo desnudado no DRCI, só vem confirmar a ineficácia da ocupação de cargos por esta via.




Para finalizar dou uma indicação: estamos prestes a assistir um novo capítulo desta eterna série. Vamos acompanhar o caso da provável nomeação do Senador Edison Lobão para ser o novo Ministro das Minas e Energia.
Ali também vamos ver alguns episódios da reação corporativa contra a indicação política que, no caso do Senador Lobão, nem pode ser taxada de não qualificada. Afinal de contas o currículo do Senador está recheado de funções executivas, como jornalista (foi chefe do departamento jornalístico da Rede Globo no Distrito Federal e como político (foi Governador do Maranhão entre 1991 e 1994). Mas mesmo assim a corporação vai reagir pesadamente, como reagiu e continua, no caso de Furnas e da Infraero. As notícias não aparecem nos jornais mas o caldeirão continua fervendo nestes órgãos.


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sábado, 15 de dezembro de 2007

A Batalha da CPMF Pelo Prisma da Administração.

O episódio da “Batalha da CPMF” travada pelo Governo do Presidente Lula com os Senadores é um “case” que merece ser estudado à luz dos princípios da alta gerência.

Imaginemos o seguinte cenário:
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"Um grupo empresarial que chamaremos de GOV LTDA. precisa renovar o contrato que tem com outra empresa que chamaremos CONG & CIA. Este contrato é de capital importância para o crescimento do GOV. Sem ele a empresa perderá mais de 20 bilhões de dólares das suas receitas, já incluídas no orçamento para 2008. Imaginem o custo desta perda se ela ocorrer.


Há um detalhe importante. A CONG é uma holding composta de duas corporações bem diferentes. De um lado o grupo da CAM S/A, que opera no varejo e é cliente especial do GOV. Tem um número muito grande de acionistas que vivem brigando entre si, mas o GOV tem a maioria como aliada de sua política empresarial. De outro lado o grupo do SEN S/A, que é bem mais antigo e composto de menos integrantes no seu grupo de acionistas. São experientes e muito poderosos nos seus negócios. São extremamente vaidosos e já vem dificultando as coisas para a GOV já de algum tempo.


Prevê-se um grau de dificuldades muito grande na aprovação por parte da SEN S/A porque entre seus acionistas há um número expressivo que é contra a renovação do contrato da CPMF. Não gostam do estilo gerencial do presidente do GOV. Ele não lhes dá a importância que eles acham que são merecedores.


O presidente da GOV LTDA. é um empresário vitorioso e muito poderoso. Não está acostumado a ser contrariado nas suas diretrizes. Fala grosso e ameaça. Determinou a seus diretores, encarregados da negociação, que não façam concessões a nenhuma das duas corporações da CONG. Quer o contrato da CPMF renovado da forma que ele idealizou e não tem conversa. O contrato tem prazo fatal para se encerrar em 31 de dezembro e restam poucos dias para se resolver tudo.
Ficou muito tempo sendo analisado pela CAM S/A. Ali, a GOV tem muitos simpatizantes e consegue aprovar o que quer e como quer.
O contrato é aprovado, mas o GOV perdeu um tempo precioso ou o fez propositadamente? Terá sido uma tática para não dar muito prazo ao pessoal da SEN e assim exercer uma pressão pelo fator tempo?

Para negociar com os acionistas da SEN S/A o pessoal da GOV traçou uma estratégia que depende muito das influências que os presidentes das companhias conhecidas como ESTADOS LTDA. sempre exerceram sobre os acionistas do grupo SEN S/A. O presidente da GOV acha que não terá problemas para aprovar a renovação do contrato da CPMF entre os acionistas do SEN porque os presidentes do grupo ESTADOS são clientes preferenciais da GOV e diretamente beneficiários do produto CPMF. Eles têm todo interesse em que o contrato seja renovado rapidamente. A tática é colocada em ação e os representantes da ESTADOS S/A farão com que a SEN entenda o problema e aprove o contrato apesar da oposição de uns poucos que estão esbravejando. Sempre foi assim. Porque agora seria diferente?


Vamos seguir com o cenário. Depois de negociações extremamente tensas e com todos os tipos de voltas e reviravoltas a renovação está por um fio. O presidente do grupo GOV tenta a última cartada, no undécimo minuto, aceitando tudo que a SEN S/A estava exigindo e que antes ele mesmo negara. Não há mais tempo. As pontes foram queimadas, tudo dá errado e o contrato não é renovado. Perda total."

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O que aconteceu? Onde foi que errou o presidente da GOV? Porque não refez sua estratégia a tempo? Por que praticou a "marcha da insensatez". Por que tantos erros?

Há um fascinante conjunto de fatores que podem ser analisados, confrontados, debatidos e, principalmente, aprendidos com este “case” da CPMF.


No dia-a-dia das corporações este cenário é muito mais comum do que se imagina. É, meramente, uma questão de escala. Decisões erradas, estratégias equivocadas, surtos de arrogância ocorrem tanto na alta direção quanto nos departamentos e estruturas de terceiro escalão. Acontece até nas nossas vidas pessoais.

Acredito que o ponto chave dos erros cometidos pelo presidente da GOV foi o de adotar uma estratégia confiante demais. Foi arrogante na pretensão de não negociar. Cometeu o erro que é o mais destacado por Sun Tzu, na "Arte da Guerra": subestimar as forças do oponente. Foi derrotado e pior, colocado em constrangimento ao propor, no último minuto e sem sucesso, condições que ele mesmo recusara, demonstrando a fragilidade de sua aparementemente convicta posição. Um blefe que foi pago e descoberto.


Deixo para os visitantes da Oficina de Gerência a proposta para que o caso seja estudado e discutido sob esse prisma. Sem o envolvimento das questões políticas.

O que você faria se fosse o presidente do grupo GOV Ltda.?
Se conseguirem fazer isto vão aprender muito.

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quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Mau exemplo de corporativismo.

Não posso deixar passar em branco este exemplo (acesse o link abaixo) para demonstrar de forma flagrante a força do corporativismo negativo dentro de uma organização.
Os membros do Colégio de Procuradores do Ministério Público de São Paulo declararam que o promotor que matou a tiros o jovem Diego Mendes de 20 anos poderia continuar como guardião da lei (como os próprios promotores se auto-intitulam).
Tendo uma ficha corrida que já o colocava sob suspeita para exercer a tão nobre função, o promotor Thales Ferri Schoedl foi mantido no quadro do MP de São Paulo e poderá continuar operando em nome da Lei e da Ordem. Há explicação lógica? Respondo: há sim. Não é lógica, mas explica. A justificativa dos procuradores tem um único nome: corporativismo.
Este tema está na minha pauta de assuntos futuros, todavia não poderia deixar de registrar o fato para que os visitantes do blog possam refletir sobre tema tão controverso. Imaginem o malefício que a decisão causará na imagem pública do MP de São Paulo. Assim mesmo os membros do colegiado não tiveram a coragem de decidir como deveriam. O próprio placar já diz tudo: 16 a favor do mau corporativismo e 15 a favor da instituição. Uma derrota para a boa gerência.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Bernardinho versus Ricardinho: de que lado você está?

No universo das corporações, casos como este não são raros. Ricardinho foi "demitido", sumariamente, da seleção brasileira de voleibol pelo seu técnico Bernardinho. Até ai nada demais não fosse Ricardinho o melhor jogador do mundo e o capitão da equipe treinada pelo Bernardinho.
Reduzindo o episódio ao mundo real seria algo como você, diretor, gerente, chefe ou líder, demitir o seu melhor funcionário. Você, presidente da sua empresa, demitiria o diretor que lhe dá maiores e melhores resultados? O que leva uma liderança como a do Bernardinho abrir mão da sua estrela mais destacada? Você faria o mesmo?
Feito como foi noticiado, o corte, certamente já estava planejado há muito tempo pelo Bernardinho e sua comissão técnica. Deve ter conversado muito para conseguir apoio com alguns líderes da equipe. Poucos, os mais maduros, como se viu pelas declarações (ou falta delas). Esperou terminar a Liga Mundial, conquistada brilhantemente pelo time e com Ricardinho se destacando, como sempre, sendo considerado o melhor jogador do mundo.
Escolheu o momento da apresentação do time para os Jogos Pan-americanos e foi criada uma situação, planejada ou não, de constrangimento e humilhação para a grande estrela. Exemplo duro para os demais. Por quê? Vamos analisar.
Primeiramente o Bernardinho. É o líder mais bem sucedido na sua área de atuação há muitos anos. Dispensa apresentação. Do outro lado Ricardinho. Atleta brilhante, considerado um fora de série na sua especialidade. Líder entre os seus iguais e capitão da equipe. Porque se desentenderam? Questões de premiações, reclamações de alojamentos ou coisas semelhantes não quebrariam um contrato psicológico tão lucrativo para ambas as partes. Vamos continuar especulando...
O tipo de liderança que o Bernardinho exerce mantém seus comandados no limite da competência. É um comando à “manu militari”. Os resultados comprovam que seu sistema é vencedor. Para isto ele tem de contar com atletas extremamente disciplinados, obedientes e sem questionamentos à sua liderança. Vive em estado de guerra permanente e exige isso dos seus... "ninjas" (???). Ele conseguiu tornar real o sonho almejado por qualquer líder ou gerente: fez de um grupo, uma equipe.
Por outro lado, Ricardinho, reserva na origem da formação do grupo e levado ao time titular por Bernardinho (apesar do seu talento a decisão de guindá-lo ao grupo titular foi do técnico e isso conta). À medida que o atleta amadurecia tecnicamente o que era um componente da equipe foi saindo da órbita do líder e tornou-se um incômodo para o equilíbrio mantido com severa autoridade. Por excesso de autoconfiança, Ricardinho acreditou demasiadamente na sua qualidade e foi contaminado pelo vírus da arrogância e da vaidade pessoal (conclusão minha, por análise de notícias e declarações) que se instalou no seu comportamento.
Simples assim. Foi isto que determinou a separação. Um comandante com o estilo de Bernardinho não admite (e nem poderia...) questionamentos fora da faixa autorizada. Ricardinho acreditou que era maior que seu técnico e que estava acima dos companheiros. Considerou-se indispensável. Começou a questioná-lo em público ou pelos “corredores”, aparentemente (e ai está um enorme erro de avaliação do subordinado) sob os auspícios e incentivos dos seus companheiros. O atleta, subordinado, acreditou nessa fantasia e passou da linha de fronteira.
A arrogância corporativa não conhece limites e é sempre retro-alimentada. Ela cega as mentes mais inteligentes e não permite que as circunstâncias sejam avaliadas corretamente. É uma espiral crescente de energia negativa. Uma marcha da insensatez. O Ricardinho exagerou na dose em algum momento e o seu comandante tomou a decisão de demitir sua maior estrela . Ricardinho deu a chance ao faltar no dia certo da convocação do pan e sequer ter conversado com o técnico (olha a arrogância ai...). Foi a gota d’água e o técnico bateu o martelo. Aproveitou para passar uma mensagem aos seus atletas. A velha mensagem do ninguém é insubstituível e quem manda aqui sou eu. Ponto.
Terá sido uma decisão dificílima e de alto risco. Agravada ainda porque um dos substitutos é o seu próprio filho. Mas, fiel ao seu estilo, decidiu pelo que achou melhor para a manutenção dos resultados positivos. E já conseguiu ganhar a primeira com a medalha pan-americana.
A recente entrevista do Ricardinho só comprova que ele está realmente “contaminado” e não aprendeu nada com o episódio. A atitude só reforçou a decisão do Bernardinho e tanto é assim que os ex-companheiros de seleção partiram em defesa do técnico.
O que vai acontecer? Fácil. Ricardinho está fora do grupo. Fechou a porta definitivamente. A arrogância não o deixará pedir desculpas e ele vai ser esquecido. Fará falta, mas a equipe subsistirá. Mesmo que os resultados não venham a ocorrer – o que será difícil porque o time tem novas lideranças e vai querer provar que Ricardinho está errado – Bernardinho não voltará atrás.
Tudo isto, com todos os detalhe, acontece a todo o momento nas corporações. É só substituir os personagens. Para ficar em um só episodio poderia citar a questão dos controladores de vôo e as lideranças da Aeronáutica.O que aconteceu ali não foi um surto de arrogância de quem se achava maior que os seus comandantes?
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