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PENSAMENTO E AUTOR

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quarta-feira, 27 de março de 2024

Venha conhecer a composição do PIB brasileiro.

 


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Não resisti, após conhecer o artigo abaixo, publicado pela Folha de São Paulo, em sua edição de 4 de março passado, de compartilhá-lo com os leitores do blog. 

Sei que o tema - PIB - é indigesto e até desinteressante para muitos. No entanto, a didática e a organização que os autores deram ao texto tornaram-no compreensível.

Além disso, acredito que o tema do PIB, que tanto nos é apresentado pelas mídias, deve ser compreendido pelo maior número possível de brasileiros. Assim, não hesitei em trazê-lo para a Oficina de Gerência. 

Como assinante do jornal, procurei fazer a transcrição da matéria com os devidos créditos à Folha e aos autores. 

A colocação do texto, com gráficos explicativos, foi um grande desafio para mim; no entanto, para quem desejar ler o original, deixei o link para isso.

As imagens ilustrativas que estão presentes no post não estão no texto original e foram adicionadas para amenizar um pouco a complexidade do tema, sem causar danos ao seu conteúdo.

O texto é, aparentemente, longo e, para quem se interessar pelo tema, aconselho que o leia fazendo pausas para compreender as figuras e nivelá-las com as explicações correspondentes. Na verdade, a matéria da Folha é quase uma aula.

Boa Leitura e bom proveito

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Clique aqui e visite o Website da Folha

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Como é composto o PIB

Indicador mostra quem produz e como produtos e serviços são consumidos

(Eduardo Cucolo e Simon Ducroquet)

Produtos, serviços, aluguéis, serviços públicos, impostos e até contrabando. Esses são alguns dos componentes do PIB (Produto Interno Bruto), calculado pelo IBGE, de acordo com padrões internacionais, com objetivo de medir a produção de bens e serviços no país em determinado período.

Ele mostra quem produz, quem consome e a renda gerada a partir dessa produção. O crescimento do PIB (descontada a inflação) é usualmente chamado de crescimento econômico. O PIB trimestral é apresentado pela ótica da oferta (o que é produzido) e da demanda (como esses produtos são consumidos).

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O quadrado abaixo representa os R$ 9,6 trilhões produzidos pelo país durante 12 meses (de outubro de 2021 a setembro de 2022), ou seja, o PIB de quatro trimestres. Esse valor pode ser dividido, do ponto de vista da oferta, pelo valor adicionado por setores


O principal setor da economia são os serviços, com peso relevante de atividades imobiliárias, comércio, setor público e das 12 atividades que compõem o grupo outros serviços, como alojamento, alimentação, educação e saúde privados, cultura e esporte.  


Entre os serviços, um dos principais componentes são as atividades imobiliárias, com participação de 7,8% no PIB (mais que a agropecuária). Mas somente 30% representa os valores pagos por inquilinos a proprietários. Os outros 70% são os aluguéis imputados: o IBGE considera que imóveis residenciais e comerciais próprios geram serviços de habitação para seus proprietários e que isso tem um valor, que é parte do PIB*.


O segundo maior setor é a indústria, com participação de 20,5% do PIB. A indústria de transformação (fabricação de alimentos, têxteis, máquinas, automóveis etc.) representa mais da metade do setor. A outra metade se divide em três partes, com destaque maior para o segmento extrativo (como petróleo e mineração) no período mais recente


No PIB trimestral, o valor adicionado pela indústria da construção é composto, basicamente, pela remuneração dos trabalhadores (formais e informais) do setor, e não pelo valor das obras. Os dados são revistos após a divulgação da pesquisa anual com as empresas do setor. A maior parte do que é produzido pela construção aparece como investimento, quando se olha a ótica da demanda.


O valor adicionado pela agropecuária corresponde a 6,6% do PIB. O dado é apurado a partir de pesquisas do próprio IBGE para agricultura, pecuária, produção florestal e pesca e aquicultura. Não inclui todo o agronegócio, representado também, por exemplo, pela indústria de alimentos.


Ao valor adicionado pelos três setores é somado o imposto sobre a produção, que é parte do preço do produto e, portanto, compõe o PIB no valor de 14,2 %.


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Outra forma de ver o PIB é do ponto de vista da demanda, ou seja, o destino do que foi produzido. Nesse caso, trata-se da soma da despesa de consumo de bens e serviços das famílias e do governo, da parcela destinada ao investimento e das exportações, descontadas as importações*.


O investimento público e privado, também chamado de Formação Bruta de Capital Fixo, corresponde aos produtos fabricados em um ano e que serão utilizados no processo produtivo nos anos posteriores. O investimento tem por finalidade aumentar a capacidade produtiva do país.


A construção responde por quase metade do investimento, dividida de forma praticamente igual entre residências e outras obras. Máquinas e equipamentos também têm participação relevante. O restante são produtos de propriedade intelectual e outros ativos, como equipamentos bélicos e recursos biológicos. O setor privado responde por 84% do indicador; o governo (nas três esferas), por 11%; e as estatais, por 5%*.


A despesa de consumo do governo não corresponde ao gasto público total, mas ao custo dos serviços oferecidos por União, estados e municípios, como insumos e salários de servidores. Não inclui investimento, nem transferência de renda (que aparece no consumo das famílias).*


O índice para educação pública é calculado pela variação do número de matrículas. Para a saúde pública, utiliza-se o tempo de internação, segundo valores por tipo de diagnóstico, e a produção ambulatorial, de acordo com o custo por procedimento.


A despesa de consumo das famílias corresponde a 63% do PIB. O cálculo considera, inicialmente, um crescimento proporcional à oferta (valor da produção mais importações). O volume é ajustado com base no consumo retratado nas pesquisas do IBGE.


Parte da produção nacional é exportada.


Parte do investimento e do consumo de famílias e governo são produtos e serviços importados, que não foram produzidos no Brasil e fazem parte do PIB de outro país. É necessário subtrair o valor das importações para que o PIB da ótica da demanda seja igual ao PIB da ótica da oferta*


Parte do investimento e do consumo de famílias e governo são produtos e serviços importados, que não foram produzidos no Brasil e fazem parte do PIB de outro país. É necessário subtrair o valor das importações para que o PIB da ótica da demanda seja igual ao PIB da ótica da oferta*


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O cálculo do PIB da ótica da produção utiliza o conceito de valor adicionado. Para se chegar a esse número, são descontados os insumos e as margens de comércio e transporte, para evitar dupla contagem (o insumo de um setor e a margem de um produto é a produção de outro). Os impostos também são computados separadamente

O PIB trimestral é divulgado cerca de 60 dias após o fim do período e apresenta as óticas da oferta e demanda. O resultado do 4º trimestre traz um dado preliminar do ano fechado. O PIB anual definitivo é apresentado quase 24 meses após o fim do ano (o de 2022 será conhecido em novembro de 2024) e traz também a ótica da renda (soma das remunerações do trabalho e capital, que mostram como cada parte se apropriou da riqueza gerada)

O “PIB informal” também é captado pelas estatísticas do IBGE, a partir de pesquisas junto a empresas (formais ou não) e trabalhadores (registrados ou não). Há também estimativas sobre contrabando. Dados sobre atividades ilícitas (drogas e prostituição, basicamente) não são computados. Alguns países trabalham nessas estatísticas, com resultados ainda incipientes e que chegaram a valores inferiores a 1% do PIB


O PIB trimestral é calculado pela equipe de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE. O PIB anual, aquele divulgado após quase 24 meses, pela equipe de Contas Nacionais anuais. Nos dois casos, são utilizados dados e pesquisas realizadas pelas equipes responsáveis por outros indicadores, além de dados de outras fontes do setor público e privado

A variação do PIB se refere a volume. É uma variação real (descontada inflação). O volume, que é diferente da quantidade de bens produzidos, considera que cada produto tem um peso diferente, de acordo com sua relevância

Até 1986, o PIB era calculado pela Fundação Getulio Vargas. Em dezembro daquele ano, a responsabilidade passou para o IBGE. Desde então, foram feitas mudanças metodológicas de acordo com recomendações das Nações Unidas


*Todos os dados se referem ao período de outubro/2021 a setembro/2022, exceto o detalhamento das atividades imobiliárias, do investimento e do consumo do governo, que não é divulgado no PIB trimestral, somente no anual. Nesse caso, utilizou-se o último dado disponível, do ano de 2020. Para se chegar ao PIB da ótica da demanda é necessário ainda acrescentar a variação de estoques, de valor inferior a 0,5% do PIB no período.

Fontes: Entrevistas com Claudia Dionísio e Amanda Tavares, da equipe de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE. Relatórios Metodológicos de Contas Nacionais Trimestrais e do Sistema de Contas Nacionais Brasil 2010. Dados divulgados pelo IBGE das contas nacionais de 2020 e do 3º trimestre de 2022, além de tabelas de séries históricas disponibilizados pelo instituto.

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Como prometido no post, para quem seja assinante da Folha e queira ler o artigo em sua forma original é só clicar aqui.

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domingo, 24 de março de 2024

Crise no Vasco, com demissão de Alexandre Mattos, é um "case" de Gerência Suicida.

 

Este post não trata de futebol, mas sim de ética.

A "surpreendente" demissão pelo Vasco da Gama, de Alexandre Mattos - badalado profissional especializado em trabalhar nos valorizados bastidores dos grandes clubes de futebol - foi e continua sendo notícia de peso no jornalismo esportivo e geral.

Coloquei "surpreendente" entre aspas, porque para mim não houve surpresa nenhuma. Já havia antecipado isso no meu último post (clique aqui). Um autêntico caso de "Gerência Suicida".

Vou explicar, como gestor experiente, o que ocorreu nessa "ópera burlesca" e amadorista de dirigentes despreparados; vítimas da própria arrogância e do egocentrismo.

Primeiramente, é necessário, para se compreender qualquer tipo de gestão/administração, definir, conhecer e respeitar os espaços de poder que devem coexistir em equilíbrio no organograma da empresa. 

Cada função diretiva tem seu espaço de poder inerente a cada e qualquer organização. No Vasco, estes espaços estão circunscritos às funções da SAF, cuja composição das ações está em 70% com a 777 Partner's e 30% com o clube Vasco. Claramente uma relação leonina a favor do investidor. As razões para isso são conhecidas.

Vamos nos ater ao espaço da 777, que é a dona da SAF. Com 30%, o clube apita pouco, como está se vendo. E vamos ignorá-lo aqui. Dentro da SAF temos três grandes espaços de poder:  

  • O CEO é o chefe da empresa, que controla as áreas de futebol, finanças, recursos humanos, gerência de escritórios, área jurídica e comunicação;  

  • A diretoria de futebol, subordinada ao CEO, é a mais importante porque o futebol é o principal negócio da SAF;

  • A comissão técnica do futebol, liderada pelo técnico, é o outro espaço importante. Em tese seria subordinado ao diretor de futebol, mas não é assim que funciona nos grandes clubes.


E aí começam as dificuldades percebidas. Vamos a elas.

A SAF contrata Alexandre Mattos para o cargo. Um personagem conceituado no seu mercado, pelos seus bons resultados nos clubes anteriores. Um "star" na sua profissão.

Foi festejadíssimo pelos vascaínos que depositaram nele as esperanças de grandes contratações e por conseguinte, grandes vitórias e conquistas, aliás, prometidas pela alta direção da investidora, 777 Partner's.

Mas o que viu foi um fiasco, com um orçamento considerado suficiente (clique aqui). Alexandre Mattos foi às compras e aí se deram os desencontros entre os espaços de poder. 

Lúcio Barbosa, Alexandre Mattos e Ramon Dias são os desastrados personagens  desse caso. Lúcio Barbosa (CEO) e Alexandre Mattos (diretor) esqueceram-se de que o Ramon Diaz (técnico do time) teria que ter uma voz forte e ativa nas contratações para o elenco. Não aconteceu. Consideraram-no um componente menor no time, o contrariaram e o descartaram nas decisões mais importantes.

Qual a realidade nos clubes? O técnico é quem responde, "com a vida", diretamente junto à galera, pelos resultados do futebol. Ele é o cara que será cobrado pela inflamada e apaixonada torcida vascaína. Ao que se pode depreender das notícias, Alexandre Mattos não respeitou o espaço do Ramon Diaz e nem o do Lúcio Barbosa.

O diretor de futebol amparou-se na sua própria fama e tomou decisões que não estavam em conformidade com o técnico; e invadiu o espaço de Ramon Diaz. Este, por sua vez, também sustentado por seu apoio junto à torcida, passou a dar entrevistas desgastantes para o diretor. Isso tudo sob as vistas complacentes do CEO Lúcio Barbosa, que não agiu a tempo.

Deu no que deu. No primeiro grande tropeço - derrota para o Nova Iguaçu e desclassificação da final do campeonato - alguém foi responsabilizado.

Alexandre Mattos deixou, claramente, vazar detalhes confidenciais de suas atividades como diretor e mais, não assumiu isso imediatamente a sua falta. Envolveu, maldosamente, um jornalista respeitado  e foi denunciado.

Como se diz popularmente, "deu ruim" para ele. Foi demitido e, julgo, merecidamente. Todos os personagens - CEO, treinador e diretor - estão envolvidos no conflito, mas o diretor foi o principal responsável pela crise. 

Agiu mal, desrespeitou o CEO, invadiu o campo do técnico, foi desleal, não seguiu os limites do seu contrato e deixou-se levar pela vaidade; mostrou-se um amador, alguém que não sabe trabalhar em grupo. Faltou com a ética e sobrou vaidade. É o que penso.

Se estendermos o exemplo para as organizações no mundo corporativo, teremos uma compreensão das causas que, em muitos casos, são responsáveis pelo surgimento de crises. 

sexta-feira, 22 de março de 2024

Um século em 10 minutos


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Imagine você ter no seu arquivo um resumo da história do mundo, em vídeo, nos últimos 100 anos em pouco mais que 10 minutos. Pois é isso que está colocado neste post.

Quem o produziu (Donolinio Studio) teve uma maravilhosa ideia e muito trabalho para compilar as imagens. Colocar trechos da história dos eventos contidos em cem anos da humanidade não é tarefa para qualquer um.

O vídeo com imagens, quase todas autênticas, recordam as grandes tragédias, inúmeras guerras e algumas conquistas da Humanidade.

O período coberto está entre 1914 e 2017 (97 anos) e – para quem gosta de história, notícias e tem a curiosidade da cultura universal, o vídeo é um banquete.

Texto que retirei de um blog (Open Culture) na apresentação do vídeo em sua página: 

“Ao escrever história, você sempre se depara com a pergunta: quais fatos e eventos farão parte do seu relato histórico e quais serão deixados de fora? 

No que diz respeito a esse vídeo viral produzido pelo Donolinio Studio, o que vale a pena? Europa. América. Homens. É uma longa lista de depravações: guerra, perversão, desastre natural, bombas atômicas, crise social, crise financeira, genocídio e assassinato, tudo com uma trilha sonora dramática de Hans Zimmer. 

O que fica de fora? Qualquer coisa que aparentemente faça a vida valer a pena e, com algumas pequenas exceções, realizações humanas. E, sim, África e América Latina também - exceto pela primeira Copa do Mundo disputada no Uruguai.

Por falar em conquistas humanas e omissões históricas, gostaríamos de prestar homenagem a Martin Luther King Jr. em seu aniversário, destacando dois dos memoráveis ​​discursos de MLK - seu crescente discurso "Eu tenho um sonho" apresentado em agosto de 1963, e depois rápido ansioso para seu presciente discurso Estive no topo da montanha, proferido apenas um dia antes de ser assassinado em abril de 1968.”

Destaques que estão lembrados em rápidas imagens no vídeo: 1ª Guerra Mundial, A pandemia da Gripe Espanhola, Mussolini e Hitler, Mao Tse Tung e Ghandi, 2ª Guerra Mundial, Dia D, Guerra do Vietnã, Assassinato do Kennedy, Queda do Muro de Berlin, 11 de setembro, Tsunami e Katrina, Chernobyl...

Alguns acontecimentos tão importantes quanto,  foram deixados de lado. No entanto, a quantidade de história mundial é tanta, que o criador do vídeo incidiu, sobretudo, nos grandes eventos políticos, desportivos e nos avanços tecnológicos.

Vamos assistir o vídeo?
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Clique no link indicado na tela do vídeo e será direcionado para o YouTube



terça-feira, 19 de março de 2024

SAF Vasco da Gama/ 777 Partners não veio para ganhar campeonatos.

 

SAF do Vasco não é de ganhar campeonatos

Esperei passar o domingo da vergonha após a derrota e desclassificação para o Nova Iguaçu. Deixei passar a 2ª feira, triste com o amargor do chororô e da revolta na torcida, expressada pelos excelentes canais de "influencers" vascaínos no YouTube: "Na Torcida Vascaínos" do Leonardo, "Canal do Gigante Vasco" do Lucas, "Fanático Vascaíno" do Fábio, "Atenção Vascaínos!" do Emerson e "Mundo Ed" do Edmundo, entre outros.

Só hoje, terça-feira (dia 19), cabeça fria, resolvi encarar e escrever sobre essa crise que o Vasco passa com sua imensa e sofrida torcida. Busquei um qualificativo para expressar o sentimento coletivo dos milhões de admiradores do Gigante da Colina: Frustração

Não é só raiva, não é exasperação, não é, também, só indignação. É um pouco disso tudo, mas é principalmente, frustração. Pensávamos, nós torcedores, que não sofreríamos mais as dores dos últimos anos culminando com a falta de confiança da era Barbieri/Carlos Brackman.

Mas eis que vem o time, diante da confiança de 60 mil vascaínos lotando o Maracanã, e vergonhosamente - como se fora um agrupamento de descomprometidos burocratas - perde para um aguerrido e voluntarioso Nova Iguaçu que, além da vitória, deu uma aula de como jogar futebol coletivo, eficiente e eficaz. Com garra, com gana e com vontade de vencer; um grande time, vestido de um clube pequeno.    


Não vou comentar o jogo em si e nem a atuação do time. Isso fica com as dezenas de comentaristas e influencers vascaínos no YouTube. Vou procurar comentar nesse post as razões - na minha opinião - do porque o Vasco andou para trás, desde a "Guerra da (Des)Classificação" na temporada passada.

Sim! Isso mesmo! Andou para trás! Como escrevo (sendo torcedor) para os vascaínos que prestigiam essas postagens, não preciso explicar muito, por que conhecem, afirmo que o Vasco, hoje, é um time pior do que aquele que se classificou, a duras penas, no Brasileirão 2023

Em meio à patética "festa do alívio geral", por não haver caído para a 2ª divisão, ficando na penúltima posição (15ª) da tabela de classificação, os então dirigentes do clube fizeram juras e se comprometeram que a torcida não passaria mais por um vexame semelhante.

E então, o que se viu? Vasco se classificando, na bacia das almas, para as semifinais do medíocre campeonato carioca e perdendo a presença na final, para o Nova Iguaçu. Uau!

Faço aqui um parêntese, vejo a torcida vascaína fazendo pouco desse time do Nova Iguaçu. Está errado quem assim pensa. O Nova Iguaçu, domingo, ganhou do Vasco com autoridade e jogando um futebol de 1ª divisão. Foi o Vasco quem se apresentou como um time de segunda classe e perdeu merecidamente. 

Foi ridículo o técnico Ramon Diaz abrir sua coletiva pós-jogo dizendo que "estava orgulhoso do seu time (!)". Aquilo foi um tapa na cara da torcida. Desrespeitoso, isso sim!

Enganar a torcida não é o caminho certo para um pedido de desculpas. Nem vou citar os erros de escalação do time. Teria que se explicar sobre as presenças de Rojas, Praxedes e Medel de volante. Virou Professor Pardal!

Devo registrar, e estão neste blog - busque entre os muitos textos que escrevi na tag "Vasco da Gama" (clique aqui) - diversos posts que chamaram a atenção sobre a 777 Partner's não ser uma empresa com DNA de administrar clubes campeões ou de grandes torcidas. Falei isso aqui várias vezes. 

O que isto quer dizer? Que a torcida foi enganada. 

A SAF, que administra o futebol do Vasco da Gama, não está acostumada a disputar campeonatos para ganhá-los. O negócio deles é gerenciar seus clubes para obter lucros com as vendas de jogadores, após valorizá-los dentro de seus elencos. O Vasco caiu numa arapuca.

É uma questão de negócios. Não foi à toa que a "777" se apressou na venda do Andrey, do Gabriel Pec e do Marlon Gomes. Também não é sem fundamento que resiste, como tem feito para contratar jogadores acima dos 26/27 anos. Trouxe Payet (37) e Medel (36), ano passado, apenas ao custo dos seus altos salários, no desespero da desclassificação iminente.

Algumas daquelas contratações absurdas do Vasco no início da temporada 2023 (técnico Barbieri, Robson Bambu, De Lucca, Praxedes, Capasso, Carabajal) foram frutos dessa "política" e quase levaram o Vasco para o brejo.

Na hora de formar o prometido plantel de sucessos para 2024, foi festejadíssima a chegada do chefão, o célebre Alexandre Matos, para dirigir o carrossel dos novos jogadores na "janela de contratações".

Qual foi o resultado? 

Adson, David, João Victor, Mateus Carvalho, Robert Rojas, Clayton Silva, Galdames, Sforza e Keiller. Nove atletas e nenhum protagonista. Todos, para compor elenco. E mesmo assim - segundo consta - investiu mais de 110 milhões de reais nesse pacote.

O caso do Sforza é bem característico. Não foi um jogador pedido pelo Ramon Diaz, mas foi comprado à sua revelia. Por quê? É uma aposta da 777 para fazer negócio. Jovem, promissor, boa figura e bom de bola. Mas o técnico não põe para jogar. Explique isso.

Com isso, a torcida quer o quê? As estrelas do time são as mesmas do ano passado: Payet, Medel, Piton e Léo Jardim. Perdemos Gabriel Pec e Marlon Gomes para os cofres da SAF e ficamos com Adson, Clayton Silva e David. Repito, querem o quê?

Vai mudar? Eu digo que não. A SAF 777/Vasco não está sintonizada com o sonho da torcida. A vascainada vai berrar, reclamar e chiar, mas a 777 não vai dar bola. 

Repito, vamos passar 2024 entre altos e baixos e nos conformarmos - se muito - com um lugarzinho na Copa Sul-Americana. E com muita luta. Se alguém pensa que a 777 está preocupada com a derrota do Vasco para o Nova Iguaçu, tire o cavalo da chuva. 

Alexandre Mattos, Lúcio Barbosa, Ramon Diaz e seu staff sabem disso perfeitamente. É a regra e a política empresarial da 777 Partners. Ela faz isso em todos os seus clubes administrados. Por que seria diferente no Vasco?

Ao final da temporada 2024, e talvez até antes disso, vende uns três jogadores que se destacaram, entre eles, certamente, o Piton, Léo Jardim e Juan Sforza, e fatura um lucro certo e parte para a temporada 2025. Alguém duvida disso?

O futebol apresentado pelos jogadores nos últimos jogos reflete esse estado de espírito. Os atletas sabem disso tudo, entendem tudo e esse estado reflete o desempenho do time. 

Para mim, a liderança do Ramon Diaz já está desgastada. Não é mais o "feiticeiro" que comandou o Vasco na não desclassificação. A escalação dele no último jogo refletiu isso. Perdeu-se no vestiário. 

Por tudo que a gente já viu nessa vida de torcedor veterano, posso dizer que há uma crise - ainda pequena, mas há - na intimidade do futebol da SAF/Vasco da Gama. 

O presidente do Vasco, Pedrinho (Pedro Victor da Silva), e sua diretoria estão quietos e calados. Mãos amarradas. Não há como fazer nada para a 777 mudar de postura. Há um contrato, leonino, para defender os interesses da investidora, assinado pelo Vasco. A relação de comando é de 70% para a SAF e 30% para o clube.

Não consegui, por estranho que pareça, na internet, qual o prazo total do contrato da SAF com o Vasco da Gama. Acho até que não tem prazo. O Vasco vendeu 70% das ações e pronto. A realidade hoje: a 777 é dona da SAF. Repito, o contrato da 777 com o Vasco é uma arapuca. O futuro vai revelar.

"Descobri" um canal vascaíno, no YouTube, que se apresenta como oposição à SAF Vasco e à fajuta 777. Recomendo aos vascaínos, vale a pena. 
Clique aqui ou no no link abaixo:
  •  https://www.youtube.com/@peganageral3692.