Resiliência(física) é a capacidade de um material voltar ao seu estado normal depois de ter sofrido tensão. A psicologia tomou essa imagem emprestada da física, definindo resiliência como a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, etc. - sem entrar em surto psicológico.
No entanto, Job (2003) que em sua tese de pós graduação para a FGV intitulada "Os sentidos do trabalho e a importância da resiliência nas organizações"argumenta que o conceito trata de uma atitude de tomada de decisão quando alguém se depara com um contexto de entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. Para quem se interessar pelo tema vale a pena deter-se e ler o trabalho citado.
Tais conquistas, face essas decisões, propiciam forças em quem tem de decidir para enfrentar a adversidade. Assim entendido, pode-se considerar que "a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano, condições para enfrentar e superar problemas e adversidades." [texto retirado da Wikipédia]
Tenho algumas resistências em adotar conceitos "emprestados" de outros campos do conhecimento para servirem de apoio às "novas" ideias abraçadas por pesquisadores, autores de livros corporativos, consultores e palestrantes. E cada vez elas aparecem mais no universo corporativo. Eu as denomino de "nomes novos para conceitos velhos". A conceituação de "resiliência" não foge à regra, mas nesse caso eu a aceito bem, pois a comparação é bem colocada.
Veja ao lado uma definição de resiliência que extrai do trabalho de Fernando Job citado acima.
Tudo (ou quase) colocado na mesa, a nova caracterização para resiliência foi assim aceita, assumida e aplicada pelas empresas no mundo corporativo. Sendo uma característica de indivíduos fatalmente a resiliência é considerada uma particularidade pessoal e por consequência também passa a ser um atributo corporativo.
Émais ou menos assim: um profissional será tanto mais resiliente quanto mais experiencias estressantes tiver enfrentado e superado. A cada nova experiencia adversa superada ele ficará mais resistente e preparado para enfrentá-las. Esse personagem armazenará energias e vivências para cada vez mais saber comportar-se e equilibrar suas reações em meio às transformações e crises que venham ocorrer em sua carreira no futuro. Com as empresas seria a mesma situação. Ao conjunto dessas "camadas superpostas" de sobrevivência e sucesso da-se o nome de resiliência. Alguma similaridade com alguns conceitos como "veterano", "tarimbado", "duro na queda"... Vamos em frente.
Por consequência pode-se concluir que uma empresa ao conseguir reunir um grupo de empregados resilientes, principalmente em cargos de chefia, terá mais resiliência e assim estará melhor preparada para mudanças e enfrentamento de crises futuras. Simples assim? Nem tanto...
Na verdade há um exercito de estudiosos na área comportamental pesquisando a respeito dessa “habilidade” de empregados e empregadores conseguirem “armazenar” energias pela superação de situações estressantes e ameaçadoras em seus ambientes profissionais.
Com esse fundamento é logico que todos querem ser “resilientes”; ou então trabalhar em empresas com a marca da resiliência. Há muito que se conhecer sobre o assunto. Por enquanto trago-lhes esse artigo publicado no site da HSM dedicado à “Produtividade”.
Oartigo em si traz alguns bons conceitos, mas no final se perde um pouco em definições comuns e no estilo autoajuda. Vale a pena a leitura para quem esteja curioso de saber se é ou não um... Resiliente.
Este post foi originalmente publicado em 21/05/2011. Resolvi atualizá-lo pela qualidade do tema e pelo número de acessos que recebeu desde a sua primeira aparição no blog. Realmente é um tema instigante.
Tempo dos resilientes
Mais do que ser competente, eficiente e eficaz, antever os problemas e ser proativo, hoje o diferencial do profissional é ser resiliente. Veja a razão e aprenda como desenvolver esta característica na vida pessoal e profissional
Quase sempre me pego entre os encantos e devaneios do mundo de hoje, porém, nem sempre chego a uma conclusão. Ainda assim, tenho a convicção da grande dificuldade que o ser humano contemporâneo tem em lidar com suas frustrações.
Como sempre digo, pensar os problemas e as dificuldades tem sido uma tarefa fácil aos pensadores. No entanto, acredito na busca das soluções por meio da resiliência – uma difícil estratégia de equilíbrio.
A resiliência é um termo advindo da física e traz em sua essência a ideia de que uma estrutura elástica tem a capacidade de ser deformada ou esticada, voltando sempre a sua forma original. Para nós psicólogos, esta é a grande habilidade que o ser humano deve ter para administração de situações de conflitos e crises nos dias de hoje.
Alguém resiliente é capaz de passar por grandes momentos de dificuldade, tais como: traumas, situações estressantes, conflitos e crises dos mais diferentes tipos. O resiliente consegue sair destas situações positivamente transformado, como se tivesse atravessado o “inferno” e retornado de lá melhor estruturado.
É impressionante a quantidade de situações frustrantes e de conflitos que conseguimos administrar. Ser competente, eficiente e eficaz, antever os problemas e ser proativo são apenas algumas das características que, atualmente, são fundamentais para que sejamos bons profissionais. Mas, o que realmente tem sido um diferencial é a capacidade de resiliência que uma pessoa pode ter.
Mas talvez a complexidade em ser resiliente esteja nos elementos que a estruturam, muito mais do que na ação em si. Uma das principais características do resiliente é quanto a sua auto-estima, a qual não privilegia suas capacidades, mas a compreensão de suas limitações, fazendo com que exista um equilíbrio das forças, aliado a satisfação de suas próprias cobranças pessoais.
O desequilíbrio entre auto-estima e cobrança pessoal pode ser o grande desencadeador de conflitos, ou em alguns casos, até de patologias do psiquismo. Possivelmente a melhor estratégia para alcançar este equilíbrio seja a busca pela flexibilidade, não frente aos comportamentos do outro, mas sim a sua própria forma de agir no mundo.
Compreendendo isto como um fato, o passo seguinte é estabelecer relações humanas mais favoráveis, onde o dar e receber se torne natural e não apenas uma obrigação social ou mesmo uma estratégia formalizada.
Ao entendermos que lidamos com pessoas e não com processos ou procedimentos, internalizamos outras possibilidades, as quais nos dão acesso a uma maior gama de ações na solução dos conflitos.
Buscar um pensamento independente é a próxima instância após percebermos a ampliação do universo no qual estamos inseridos. Ao pensarmos em um contexto profissional, a quantidade de variáveis que surgirão ao adequarmos nossas relações humanas nos criará novos papéis e possibilidades, que se não nos permitirmos pensar, toda ação irá por terra.
Confira abaixo algumas dicas para se manter resiliente:
Esta imagem não está no artigo original
*Mantenha a mente aberta.
*Não se esqueça de
manter o bom humor, pois este ingrediente é o diferencial dos vencedores. Quem
alimenta o ódio e o rancor, além de não alcançar seus objetivos, corre o risco
de adoecer precocemente.
*Busque perceber o tempo todo seus próprios
sentimentos, pois desta maneira não será pego de surpresa por momentos
incontroláveis.
*Aproveite e esteja atendo aos sentimentos das pessoas a sua
volta, pois esta poderá ser sua “arma secreta” para evitar conflitos.
*Mantenha-se
sempre compromissado com a vida, vivendo plenamente seus planos e objetivos,
podendo ressignificá-los a qualquer tempo, ou seja, refazer seus projetos.
Por fim acredito em três princípios básicos para a vida, os quais também servem aos resilientes:
Priorize-se – você em 1º lugar pode fazer bem ao mundo todo!
Recomece sempre – você sempre pode reescrever a sua própria história.
Nunca desista – sempre há uma saída.
Autor- Maurício Figueiredo (Psicólogo e Pedagogo, pós-graduado em Luto. Consultor em Recursos Humanos. Psicólogo do Centro de Apoio Social da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Diretor do Instituto Atena de Psicologia Aplicada - http://www.mauriciofigueiredo.blogspot.com/)
Como ilustração, para melhor entender esse conceito que com certeza ainda vai ser exigido como competência e envolver todos os profissionais no futuro, assista a seguir uma entrevista do autor do artigo ao site da HSM no YouTube. É bem interessante e ilustrativa.
Diz um eterno brocardo que uma imagem
vale por mil palavras. Concordo 100% com ele.
Recentemente me deparei com um
desses mini vídeos que circulam aos montes nas redes sociais.
Divertido, como deve ser. Entretanto ao vê-lo tive um insight que resolvi
trazer para o blog.
Assistam o vídeo antes de
continuarmos.
Vamos lá então. O que lhe ocorre
quando procura entender o vídeo como um storyboard?
O primeiro golfista ao deparar-se com o
crocodilo se assusta e pula fora, para uma distância segura. Está correto.
Reação natural perante uma situação de risco e inusitada. Não deixe de observar
a calma do carregador de tacos que o acompanha. Deve conhecer o jacaré de longa
data.
O segundo golfista vem calmamente, deve
ter avistado a fera de longe, e se aproxima com toda a naturalidade, dá um
peteleco na cauda do crocodilo e ele é que, assustado e em fuga, dá um
pulo para dentro da água, seu habitat.
São duas cenas diferentes, mas aparentemente
no mesmo PGA Tour. E acho que é o mesmo jacaré também. O
que sugere essa diferença de atitudes entre os dois golfistas?
Podem, ser extraídas desse curto vídeo
um número sem fim de interpretações. Só uma delas me interessa. Vamos lá?
O primeiro golfista é inexperiente em
situações inesperadas e bizarras como aquela. Por certo não esperava um
jacaré num torneio de golfe e deve ter visto um pela primeira vez.
O segundo golfista, pelo contrário, demonstra
ser experiente e com certeza já havia cruzado com aquele animal algumas
vezes em torneios anteriores e nas mesmas circunstâncias.
O golfista estava muito à vontade. Sabia, e já
deve ter feito o mesmo muitas vezes, que bastava um peteleco na sua cauda
para ele se assustar e voltar para a água. E assim o fez sem sequer mudar
de curso na sua caminhada.
Vamos analisar? O ponto que quero
destacar é a diferença que a experiência faz, quando duas pessoas enfrentam, em
condições semelhantes, circunstâncias atípicas, singulares e excepcionais em
suas trajetórias.
Traga a historinha para uma situação
real e podemos criar o seguinte cenário:
dois executivos, com o mesmo currículo, são
instados para resolver um difícil problema em suas corporações e lhes são
determinados prazos e condições de trabalho iguais. Perder o prazo
significa perder o contrato.
Findo o prazo um dos executivos apresenta a
solução completa e o outro não conseguiu chegar ao resultado que se
esperava de sua formação e currículo dentro da empresa.
Onde estava a diferença? Exatamente no
traquejo de quem chegou à solução primeiro. Sobrava nele a experiência
extracurricular, a bagagem para enfrentar situações de pressão e risco
envolvidos
O outro, embora com um currículo técnico e
acadêmico tão bom quanto, não tivera a oportunidade, por exemplo, de
trabalhar em atividades várias enquanto estudante e viver experiências
paralelas à vida profissional.
É assim que se forma o volume da experiência
que vamos construindo ao longo de nossas vidas e carreiras.
Pretende subir na carreira? Assumir as
próximas "caixinhas de cima"? Melhorar sua posição na
hierarquia? Aceitou ótima proposta para mudar de empresa? Ou seja, vai
crescer profissionalmente mudando de ares? É com você mesmo que quero conversar.
Para quem deseja e projeta enfrentar a ascensão na
carreira e enfrentar a Fórmula 1 das corridas corporativas, tenho algumas
dicas.
Antes devo dizer que tenho certa experiência
nesse jogo. Coloco a modéstia de lado para dizer que fiz minha carreira
galgando postos por promoções e méritos, sempre buscando crescer nas
diversas corporações onde trabalhei. Veja meu perfil no
LinkedIn clicando aqui .
Assim sendo, gostaria de passar-lhes aquelas dicas
que prometi acima:
Avalie, apurando todas as informações possíveis
sobre o seu novo destino, se vale à pena e como conseguir o apoio do novo grupo
que vai recebê-lo. Procure saber sobre o nível de comportamento; às vezes pode
estar tão baixo (corrupção, insubordinação, desleixo) que não vale o
sacrifício. É melhor pular fora e declinar da proposta. Ou seja não caia
no canto das sereias.
Se achar
que compensa "enfrentar" a corporação (partindo do princípio de que
ela é saudável) assuma a função e então não se movimente com muita agitação no
início da sua gestão. Não modifique layouts, mesas e divisórias. E, se
possível, nem as secretárias. Adapte-se primeiro ao ambiente que encontrar.
Você terá muito tempo para cuidar destas “miçangas” e "enfeites dos
pequenos poderes"...
Nos
primeiros dias deixe o ritmo antigo fluir. Seja muito mais um espectador do que
um ator. Não se dê a conhecer facilmente, não tenha e nem faça
"confidentes". Eles se transformarão em "clientes" e lhe
“venderão” aos colegas; e depois será difícil desatendê-los.
Estude
muito e tudo a respeito da sua nova função. Pergunte muito e queira saber
tudo, do tipo Quem? Quando? Onde? Por quê? Como? Só depois de haver mapeado a
sua nova "selva" arrisque-se a explorá-la mais profundamente.
Surpreenda
sempre com suas atitudes e decisões. Não se deixe ser previsível. Seus novos
comandados procurarão sempre descobrir um padrão de comportamento em você.
Se o
grupo lhe “conceder” o “certificado” de líder (sim, isso mesmo! ser líder é ser
portador de um "certificado" concedido pelos liderados) finalmente
chegará o momento de colocar sua marca pessoal nas operações do setor. Não
perca essa oportunidade. Aja rápido. É uma zona de transição que passa como um
bólido à sua frente. É neste ponto que você fará as modificações que julgar
necessárias e escolherá seus “colaboradores de confiança”.
A
propósito, assista o vídeo abaixo com a consultora, palestrante, Youtuber e
autora de livros Maria Fernanda Amaral que
aponta, nos seus conceitos, "As 5 Regras de Ouro Para Subir na Carreira
Não descuide um só dia de manter a pressão no ponto
certo para conseguir a produtividade exigível. Aquela história de “matar um
leão por dia” é verdadeira. Escolha o "leão do dia" e concentre-se
nele. Se você não “matar o leão de hoje” ele vai persegui-lo para lhe
devorar amanhã; e já serão dois para matar... Imagine o que ocorrerá quando
você não der conta de matar todos os leões que se acumularam nos dias
anteriores!
Embora seja importante, não valorize muito o
"dar exemplos pessoais" de pequenos comportamentos e valores dos
tipos: chegar antes de todos e sair depois; ser rigorosamente pontual; ser
intolerante com pequenos erros e coisas que tais.
É mais importante você desenvolver seu trabalho e se
fazer respeitar por seu estilo pessoal de convivência e definir com
clareza os seus níveis e critérios de exigências nas relações profissionais e
nos resultados. Seja verdadeiro, sem truques e maquiagens.
Respeite profundamente todos os
seus subordinados, Sejam de que níveis da hierarquia forem. Goste deles,
escute-os sempre com atenção e se interesse pelos seus problemas. Da mesma
forma não fuja dos problemas. Eles são a grande alavanca que movimenta sua
ascensão em qualquer setor da vida profissional e pessoal
Esteja atento à "radio-corredor", mas não
valorize além da conta as informações que recebe dessas... "fontes".
Procure saber as origens mais importantes das "notícias" e fique de
olho nelas. Os executivos de alto nível são vítimas naturais das fake news. Quanto
menos você se importar com o "noticiário" ele
terá menor impacto. Não o despreze, mas não o valorize.
Finalmente, lembre-se sempre que lealdade é via de
mão dupla. Não a reclame se não pode retribuí-la no mesmo nível. Também não
exija performance de quem não tenha capacidade de cumpri-la. Lembre-se da
famosa frase de Vinicius de Moraes: "Não peça muito a ninguém, porque
ninguém tem muito para dar".
Para
colocá-lo nas posições de destaque são muitos os padrinhos, mas depois que você
estiver lá dentro da jaula, sozinho com as feras, não vai aparecer ninguém para
ajudá-lo. Será você e suas circunstâncias, como disse Ortega e y Gasset