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sábado, 18 de outubro de 2014

É assédio moral? Denuncie!


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Escrever contra o assédio moral, motivacional, sexual ou qualquer que seja o tipo que se queira "classificar" me motiva muito. Talvez por ter sido vítima de assédio moral em determinado momento de minha carreira reajo de forma especialmente indignada quando tenho notícia de assédios nos ambientes de trabalho dos quais faça parte.
Tenho vários posts aqui no blog sobre o tema, mas não resisto a trazer mais um. A título de informação reavivo aqui a memória dos leitores sobre os tipos de assédios
  • Assédio moral é mais amplo que os outros e é especificamente relativo ao trabalho, onde o superior hierárquico tortura psicologicamente o empregado ou permite que o façam.
  • Assédio psicológico como um comportamento persistente, ofensivo, abusivo, intimidatório, malicioso ou insultuoso, abuso de poder ou sanções injustas, que fazem com que o agredido se sinta preocupado, ameaçado, humilhado ou vulnerável, minando a sua autoconfiança e provocando-lhe stress. É usado como sinônimo de assédio moral.
  • Assédio sexual é um tipo de coerção de caráter sexual praticada geralmente por uma pessoa em posição hierárquica superior em relação a um subordinado, pois nem sempre o assédio é empregador - empregado, o contrário também pode acontecer, normalmente em local de trabalho ou ambiente acadêmico. O assédio sexual caracteriza-se por alguma ameaça, insinuação de ameaça ou hostilidade contra o subordinado, com fundamento em sexismo. 
Pandemia não é desculpa para assédio moral: denuncie! - SindSaúde Paraná
Só conheço uma forma de reagir ao assédio - seja ele qual for - que é a denúncia; aberta e desabrida, corajosa e mais que nunca, determinada. O assediador é um covarde por natureza. Ele se esconde ou atrás da autoridade ou da intimidação psicológica contra sua vítima. A denúncia sempre o surpreende. Se for um flagrante com testemunha melhor ainda, mas expor o comportamento doentio dessa pessoa é a coisa certa a fazer.
Por onde andei como dirigente de equipes e empresas nunca tolerei o assédio, seja ele de qualquer tipo. Sempre joguei muito duro ao saber de algum caso. Mesmo que não conseguisse provas para abrir um processo me bastava comprovar o comportamento da pessoa, com os colegas e muitas vezes com os próprios assediados que o cara era imediatamente afastado do ambiente e colocado na lista negra. Se pudesse demiti-lo o fazia sem nenhum remorso. Nunca cometi uma injustiça.
Voltei ao tema para trazer ao blog um excelente artigo do jornalista André Cabette Fábio sobre essa praga dos assédios. Foi publicado no último dia 12 na Folha de São Paulo - Caderno dos Classificados. Vale a pena ser lido


Motivação ou assédio? 

Deixar de se envolver em treinamentos constrangedores causa receio, mas empresa não pode exigir participação nesses eventos

de  ANDRÉ CABETTE FÁBIO

Andar sobre brasas, levar borrifadas de água na cara e doses de sal grosso no corpo ou até dançar "Eguinha Pocotó". Todos esses métodos já foram usados por empresas brasileiras para motivar seus funcionários e fazer com que eles vendessem mais. Além de fatalmente acabarem na Justiça, essas práticas têm eficácia questionável.
"Muitas empresas importam modismos dos Estados Unidos sem uma atitude crítica. Essa cultura competitiva é bem típica dos americanos", diz Denize Dutra, que coordena o MBA de recursos humanos da FGV-SP.

Recentemente, a distribuidora de medicamentos Santa Cruz teve recurso negado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), que a condenou a indenizar Grimaldo Lucas de Souza, 43, em R$ 50 mil por fazê-lo andar descalço sobre brasas em uma ação motivacional em 2006. 

Souza, que era gerente comercial em Belo Horizonte, conta que 150 pessoas participaram da atividade, entre elas uma funcionária com uma prótese de perna. 

O objetivo da ação era mostrar que os funcionários eram capazes de tudo se tivessem motivação para o trabalho. 

http://f.i.uol.com.br/folha/classificados/images/14284229.jpeg "Eu pensava: se eu não for, serei demitido? Vou virar o cara que puxou a equipe para baixo? Vou
virar piada?", afirma. Procurada, a empresa não comentou o caso. 

De acordo com André Camargo, coordenador de pós-graduação em direito do Insper, as empresas não devem obrigar os funcionários a participar de ações que julgam desagradáveis e têm que deixar isso claro para eles. 

"A pessoa é levada a participar de muitas atividades porque há um discurso subliminar de que quem não participa não é proativo e não tem iniciativa", avalia Dutra
.

DÁ RESULTADO?
 

Para Leni Hidalgo, que leciona sobre liderança no Insper, esse tipo de prática molda o comportamento via punição, mas não motiva --ou seja, pode até funcionar por causa da pressão exercida sobre o funcionário. 

Para motivar uma pessoa, é preciso que ela se identifique com a razão de ser da companhia, que pode ser inovação, atuação global ou sustentabilidade, por exemplo. 

Lourdes Scalabrin, diretora estratégica do Grupo Empreza, que trabalha com seleção e treinamento, defende a motivação diária, com reuniões de equipe que façam com que o funcionário se sinta reconhecido e seguro. 

"Não adianta só fazer discursos ou dinâmicas", afirma JB Vilhena, presidente do Instituto MVC, uma consultoria em relações humanas. 

Campanhas e concursos pontuais servem para resultados rápidos sobre equipes de vendas, por exemplo. "Viagens, bônus ou mesmo reconhecimento em rankings ou com uma carta do presidente para os que vendem mais não custam muito, mas motivam", afirma Scalabrin. 

Vilhena, do MVC, diz que o enfoque em competição está ultrapassado. Ele defende treinamentos que promovam a ação em grupo. 

"Há uma proposta em que a equipe organiza um jantar compartilhado. No final, é preciso conversar sobre como o trabalho em grupo dá resultados melhores", diz. 


ASSÉDIO MOTIVACIONAL
 

Se valorizar os melhores pode motivar a equipe, apontar quem tem os piores resultados pode ter o efeito contrário e abre espaço para processos na Justiça, pondera Scalabrin, do Grupo Empreza. 

http://f.i.uol.com.br/folha/classificados/images/14284231.jpeg
A operadora de telemarketing Fernanda Ribeiro, 35, trabalhou de 2008 a 2010 vendendo jazigos por telefone. 

"Na hora em que o gerente ia embora, ele apontava quem não tinha vendido e tocava a música da novela Escrava Isaura'. Era um clima muito forçado", lembra. 

O mesmo chefe borrifava água e fazia os funcionários dançarem quando vendiam pouco. Daniel Gonçalves, advogado de Ribeiro, afirma que ela recebeu R$ 3.900 por danos morais da empresa.
Um caso de que ganhou repercussão nacional é o do grito motivacional do Walmart. Dezenas de funcionários processaram a empresa alegando terem sido coagidos a cantar e dançar.

A rede informa que o grito busca descontrair e que a participação é opcional. 
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Recomendações que os dirigentes de grupos de trabalho das empresas devem buscar cumprir para não exagerar nos seus estilos motivacionais: