13 DE SETEMBRO DE 2025 ||| SÁBADO ||| DIA DA CACHAÇA |||

Bem vindo

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O Dia Nacional da Cachaça ou simplesmente Dia da Cachaça é celebrado em 13 de setembro. Esta é uma bebida com uma carga simbólica muito grande para a cultura e identidade brasileira. Trata-se de uma das bebidas destiladas de maior consumo a nível mundial. A criação do Dia Nacional da Cachaça foi uma iniciativa do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), instituída em junho de 2009. Ainda existe um projeto de lei do deputado Valdir Colatto e que foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, em outubro de 2010, com o objetivo de oficializar a data. Pinga História da Data: O dia 13 de setembro foi escolhido em homenagem a data em que a cachaça passou a ser oficialmente liberada para a fabricação e venda no Brasil, em 13 de setembro de 1661. Esta legalização, no entanto, só foi possível após uma revolta popular contra as imposições da Coroa portuguesa, conhecida como "Revolta da Cachaça", ocorrida no Rio de Janeiro. Até então, a Coroa portuguesa impedia a produção da cachaça no país, pois o seu objetivo era substituir esta bebida pela bagaceira, uma aguardente típica de Portugal.


François, Duque de La Rochefoucauld (Paris, 15 de setembro de 1613 – Paris, 17 de março de 1680) foi um moralista francês, François 6.º, príncipe de Marcillac e, mais tarde, duque de La Rochefoucauld, nasceu em Paris a 15 de setembro de 1613 e morreu na mesma cidade na noite de 16 para 17 de março de 1680. São de Rochefoucauld as famosas frases: "O orgulho é igual em todos os homens (ricos ou pobres), só diferem os meios e as maneiras de mostrá-los"; e "A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude". (https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ois_de_La_Rochefoucauld)

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Mostrando postagens com marcador Artigos de Stephen Kanitz. Mostrar todas as postagens
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sábado, 19 de setembro de 2009

Você está despedido! (Stephen Kanitz)


Quero registrar que o professor Kanitz escreveu este artigo em 2001. Depois que o ler você vai entender porque estou começando meu texto de apresentação com esta observação.
Outro dia fiz um post falando do mesmo assunto (sem, obviamente, o brilho da escrita de um profissional como Stephen Kanitz). Clique e releia-o no link Demissão. Não é necessario ser gerente para fazer isto...
Não estou sendo repetitivo ao trazer este texto para o blog, todavia mais uma vez venho falar sobre demissão de empregados. Seja pelo lado do empregador ou pelo do empregado acho que quanto mais conversarmos a respeito mais proximo chegaremos, todos nós, no ponto de equilibro para entendermos este fenomeno  - o das demissões - que, não por coincidência, aparece sempre nas franjas das crises economicas.
Kanitz tem muita experiencia nos assuntos da administração privada. Neste artigo ele nos passa um excelente visão sobre o ato e principalmente os efeitos da demissão. Recomendo fortemente que todos os leiam e principalmente quem esteja exercendo função de comando pois a circunstância da demissão de subordinados está sempre rondando, presente como uma sombra.


[clique sobre o logotipo e visite o site de Stephen Kanitz]


Você está despedido!

"Você é diretor de uma indústria de geladeiras. O mercado vai de vento em popa e a diretoria decidiu duplicar o tamanho da fábrica. No meio da construção, os economistas americanos prevêem uma recessão, com grande alarde na imprensa. A diretoria da empresa, já com um fluxo de caixa apertado, decide, pelo sim, pelo não, economizar 20 milhões de dólares. Sua missão é determinar onde e como realizar esse corte nas despesas.
Esse é o resumo de um dos muitos estudos de caso que tive para resolver no mestrado de administração, que me marcou e merece ser relatado. O professor chamou um colega ao lado para começar a discussão. O primeiro tem sempre a obrigação de trazer à tona as questões mais relevantes, apontar as variáveis críticas, separar o joio do trigo e apresentar um início de solução.
"Antes de mais nada, eu mandaria embora 620 funcionários não essenciais, economizando 12 200 000 dólares. Postergaria, por seis meses os gastos com propaganda, porque nossa marca é muito forte. Cancelaria nossos programas de treinamento por um ano, já que estaremos em compasso de espera. Finalmente, cortaria 95% de nossos projetos sociais, afinal nossa sobrevivência vem em primeiro lugar". É exatamente isso que as empresas brasileiras estão fazendo neste momento, muitas até premiadas por sua "responsabilidade social".
Terminada a exposição, o professor se dirigiu ao meu colega e disse:
-Levante-se e saia da sala.
-Desculpe, professor, eu não entendi - disse John, meio aflito.
-Eu disse para sair desta sala e nunca mais voltar. Eu disse: PARA FORA! Nunca mais ponha os pés aqui em Harvard.
Ficamos todos boquiabertos e com os cabelos em pé.
Nem um suspiro. Meu colega começou a soluçar e, cabisbaixo, se preparou para deixar a sala. O silêncio era sepulcral.
Quando estava prestes a sair, o professor fez seu último comentário:
-Agora vocês sabem o que é ser despedido. Ser despedido sem mostrar nenhuma deficiência ou incompetência, mas simplesmente porque um bando de prima-donas em Washington meteu medo em todo mundo. Nunca mais na vida despeçam funcionários como primeira opção. Despedir gente é sempre a última alternativa.
Aquela aula foi uma lição e tanto. É fácil despedir 620 funcionários como se fossem simples linhas de uma planilha eletrônica, sem ter de olhar cara a cara para as pessoas demitidas. É fácil sair nos jornais prevendo o fim da economia ou aumentar as taxas de juros para 25% quando não é você quem tem de despedir milhares de funcionários nem pagar pelas conseqüências. Economistas, pelo jeito, nunca chegam a estudar casos como esse nos cursos de política monetária.
Se você decidiu reduzir seus gastos familiares "só para se garantir", também estará despedindo pessoas e gerando uma recessão. Se todas as empresas e famílias cortarem seus gastos a cada previsão de crise, criaremos crises de fato, com mais desemprego e mais recessão. A solução para crises é reservas e poupança, poupança previamente acumulada.
O correto é poupar e fazer reservas públicas e privadas, nos anos de vacas gordas para não ter de despedir pessoas nem reduzir gastos nos anos de vacas magras, conselho milenar. Poupar e fazer caixa no meio da crise é dar um tiro no pé. Demitir funcionários contratados a dedo, talentos do presente e do futuro, é suicídio.
Se todos constituíssem reservas, inclusive o governo, ninguém precisaria ficar apavorado, e manteríamos o padrão de vida, sem cortar despesas. Se a crise for maior que as reservas, aí não terá jeito, a não ser apertar o cinto, sem esquecer aquela memorável lição: na hora de reduzir custos, os seres humanos vêm em último lugar."

 
Stephen Kanitz
Artigo Publicado na Revista Veja, edição 1726, ano 34, nº45, 14 de Novembro de 2001. 

bleeding black rose

sábado, 7 de março de 2009

O Brasil Que Dá Certo (Stephen Kanitz) - IPEA cria indicador de Otimismo/Pessimismo.

Quando resolvi divulgar o blog de Stephen Kanitz, na Oficina de Gerencia, não tive duvidas sobre a qualidade da minha decisão (leia Stephen Kanitz inaugura seu blog.).


"O Brasil Que Dá Certo" está sendo o sucesso que se esperava quando uma personalidade como Kanitz resolve expandir as fronteiras do seu talento como consultor respeitado e colunista acreditado.


Nas transcrições das matérias do seu blog vou fazer, doravante, diferente da maneira como estava conduzindo as postagens. Ao invés de colocar cada artigo a cada dia, irei reproduzir os que considerar apropriados para o estilo da Oficina de Gerencia no sistema que chamo de "posts móveis". É como produzo os posts das "10 notícias mais destacadas da Revista Época" e a Capa da Folha de São Paulo".

Os leitores que estiverem interessados em explorar melhor o "Brasil Que Dá Certo" poderão navegar pelo site acessando os links que serão naturalmente disponibilizados na transcrição das matérias como é a praxis na Oficina de Gerencia.

Agora vamos ler as matérias que selecionei para este post(tem muito mais lá no blog dele). Conheçam um pouco mais daqueles assuntos de economia que os "entendidos" discutem em nossa presença e ficamos ouvindo, calados para não falar bobagem. Lendo o "Brasil Que Dá Certo" você vai participar e entrar no "clube". Vamos lá?


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1. A principal Boa Notícia da Semana é que o Indicador Antecedente de Atividade Econômica apresentou resultado positivo pelo segundo mês seguido. Trata-se de uma estatística do Conference Board que busca antecipar como será a economia americana nos próximos meses. É um bom indício de reversão das expectativas, que todo economista moderno sabe serem essenciais para gerar novamente um clima de confiança!
2. O ritmo de demissões no Brasil está em queda (ver post aqui). As demissões em janeiro não passaram de 0,38%: ou seja, numa empresa com 1000 funcionários, 3 foram demitidos
3. A GM irá investir um bilhão de dólares no Brasil! A importância desse investimento dispensa explicações. A Volvo (muito embora numa escala bem menor) também vai colocar mais dinheiro por aqui.
4. Nosso sistema bancário e de crédito continua saudável, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos. Por aqui, os Bancos apresentam lucro!


A maioria dos comentaristas econômicos na internet está prevendo um corte de 1% até 1,5% na taxa de juros na próxima reunião do Copon, o que, para a maioria da população, significa muito pouco, nada que nos faça voltar às compras ou sair da renda fixa.
Na realidade, os juros deverão cair entre 17% a 20%. Repetimos: 20%. Imaginem que diferença seria se as manchetes noticiassem esta enorme queda na taxa de juros, que passará de 6% de juro real para 4,75% de juro real -- ao ano!
Façam vocês a conta: dividam 11,25% - 5% de inflação por 9,75% - 5% de inflação. A redução nos juros será de fantásticos 20%, o suficiente para mudar as decisões de investimentos de qualquer um.
Anotem na sua agenda de quinta-feira para conferir quantas manchetes e comentaristas econômicos irão noticiar em primeira página que os juros caíram 20% NUMA ÚNICO REUNIÃO DO COPON!
Estamos esperando isso há 30 anos -- "COPON REDUZ JURO REAL EM 20%, A MAIOR QUEDA EM 50 ANOS".
Se você conhece um jornalista, tente o convencê-lo até quarta-feira a ler o Brasil Que Dá Certo, para ele entender o que é juro real. Leiam o meu livro O Brasil Que Dá Certo, capítulo 1, aí em cima na Barra e Navegação.
Esta é a noticia que todo investidor de bolsa está esperando há 50 anos. (Juro passará a ser 1/4 do que as empresas lucram por ano, o que, a rigor, deveria elevar a Bolsa em 400%, não fosse esse catastrofismo todo.)
Se a inflação cair, o juro sobe, mas isso é uma outra história, para um outro post.


Abaixo, algumas previsões acerca do crescimento do PIB brasileiro em 2009:

  • Banco Central: 3,2%
  • Confederação Nacional das Indústrias: 2,3%
  • Boletim Focus, com 150 analistas brasileiros: 1,5%
  • Banco Bradesco: 1,5%
  • Unibanco: 0,3%
  • Morgan Stanley: 0%.

Vamos pegar a última previsão de 0%. Isso significa que metade dos setores do Brasil irá crescer em 2009, e que 50% dos setores irão cair, dos quais automóveis, exportações e construção civil são fortes candidatos. Os demais setores irão crescer!

Essas estimativas de crescimento lidas diariamente levam muito leitor desavisado em administração e economia a pensar que seu setor irá crescer somente 1,5% ou 0% em 2009.

Quem quiser uma má noticia, lá vai: mesmo crescendo 1,5% em 2009, isso significará que 45% dos setores brasileiros terão queda de vendas, irão despedir pessoal, e você poderá perder o seu emprego. Isso acontece mesmo quando a economia cresce 8% ao ano: sempre haverá chance de alguém sair perdendo emprego.


O Ipea criou um Indicador de Otimismo-Pessimismo, pesquisando mensalmente as 115 entidades empresariais que representam 80% do PIB.

As questões são respondidas numa escala de +100 até - 100.

Entre -60 a -100: Pessimismo, prevendo sério agravamento
Entre - 60 a -20: situação Adversa, acreditando em piora
Entre + 20 e -20: Apreensão
Entre + 20 e 60: Confiança, mas esperando baixo crescimento
Entre + 60 e +100: Otimismo, esperando crescimento.

É uma pesquisa subjetiva, respondida não por empresas, e sim por funcionários de entidades empresariais. Estão respondendo para o Governo, ou seja, não querem nunca transparecer que tudo está bem, porque isto significa menos benesses e menos auxílio governamental

Ou seja, a tendência desta pesquisa é sempre ser mais pessimista do que ela realmente é: "quem não chora não mama".

Mas eu não descartaria essa pesquisa só por isso, porque o importante aqui é medir mudança e variação, mesmo que todos estejam "exagerando" para baixo.

A boa notícia, é que nenhum setor se mostrou Pessimista, apesar de todas as notícias pessimistas destes últimos 5 meses.

Vamos acompanhar aqui mensalmente. Dêem uma olhada (ver Ipea)

Apesar de termos recuperado o mercado de automóveis, e o setor exportação ter-se beneficiado da alta do câmbio, março será crítico para se estabelecer um clima de tranqüilidade na Economia Brasileira.

1. A safra de balanços começa em março. E, conhecendo a mentalidade dos diretores financeiros, eles irão provisionar tudo que podem, isto é, postergar lucros que poderiam aparecer em 2009 para aparecerem em 2010.

O raciocínio é que, se o ano de 2009 está perdido em termos de bolsa, melhor deixar os lucros para 2010. Tudo isso é legal, dentro dos limites da lei, e, por isso, é discreto: pode abaixar o lucro em 10% este ano para aumentá-lo em 10% no ano que vem -- uma diferença de 20% ano a ano. Portanto, não se assustem com as notícias de piora nos resultados das empresas: parte desta piora é somente contábil.

2. As notícias de piora de 10% em fevereiro já estão pipocando. Já dá para ler gente falando que "consultas ao SPC caem em fevereiro" (sem alertar que fevereiro tem 10% a menos de dias de produção).

3. Eliana Cardoso, da FGV, afirma à Agência Estado: "Recuperação global pode levar de 3 a 15 anos. Teremos desemprego e a situação dos bancos não será resolvida do dia para a noite". Os dados científicos desta previsão não foram divulgados; portanto, não dá para avaliar a profundidade desta previsão. O que sabemos é que à medida que o Banco Central americano não consegue resolver a sua crise, economistas de fora do poder, e que gostariam de ajudar seus colegas no poder, ficam mais frustados e pessimistas, como neste caso.

Portanto, o pessimismo irá aumentar lá fora, e, como sempre ocorre no Brasil, viveremos na corda bamba, na iminência do caos importado, quando poderíamos ter mantido a calma -- e não termos nos desesperado.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Aprenda Economia com Stephen Kanitz no sei blog "O Brasil Que Dá Certo"

Desnecessário dizer que o blog de Stephen Kanitz é um sucesso na blogosfera e na internet. Foi uma ótima ideia, a minha, de iniciar desde o primeiro momento a sua postagem na Oficina de Gerencia.
Neste post estou aproveitando apenas uma das tags que ele apresenta no seu blog. Tem o título de "Aprenda Economia" e eu aproveitei para repassar aos leitores da Oficina . É um autentico curso de economia ministrado por um dos mais conceituados professores do mundo universitário brasileiro.
Os posts abaixo, em número de tres, são os primeiros que o professor Kanitz publicou no seu blog:
  • Entenda a Crise
  • Definição de Recessão
  • Vamos definir crise corretamente
Eles estão reproduzidos na íntegra e constituem um primor de textos conjugados para mostrar a nós, leigos, que economia não se traduz apenas falando (ou escrevendo) o economês. Os textos são imperdíveis para aqueles que como eu não gostam de ser "enrolados" pelos tecnicismos acadêmicos. Mãos à obra!

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Aprenda Economia com Stephen Kanitz

Aprenda Economia: Entenda Esta Crise (março 05, 2009)

Quem não entender contabilidade não vai entender muita coisa que acontece no mundo. Faça um curso simples, para melhorar suas finanças e compreensão do que acontece em economia.

Infelizmente, muitos economistas, jornalistas, advogados e sociólogos têm muita dificuldade nesta área e fazem enormes confusões.

Os grandes prejuízos dos bancos significam que, do outro lado, alguém teve lucro. Não há um debito sem um crédito correspondente.

O sistema continua com o mesmo volume de grana, só que mudou de mão. Está havendo muita chamada de margem e ajuste diário, que é simplesmente "troca de mão".

As perdas da Bolsa não são perdas de fato, porque os valores de bolsa NÃO SÃO contábeis, são avaliações momentâneas de mercado. Só serão Contábeis se você vender ou comprar. E, mesmo assim, o que você pagou outro recebeu.

Quem conhece contabilidade vai dizer que eu estou simplificando. De fato, mas só para dizer o seguinte:

Na realidade, o que está acontecendo é que uma enorme massa de dinheiro está simplesmente trocando de mão. Os investidores estão se tornando conservadores, trocando renda variável por renda fixa. O governo está simplesmente financiando esta troca. Não há um prejuízo inerente, somente um desequilíbrio entre esses dois grupos.

O dinheiro está sumindo dos investidores e indo para os conservadores -- às vezes as mesmas pessoas, que mudaram de opinião. De especuladores muitas vezes alavancados (com dinheiro dos conservadores), para a turma do "não queremos risco" e que só aplica em renda fixa e títulos do tesouro.

Exagerando um pouco, o dinheiro está indo da mão dos que acreditam e arriscam no futuro para os alarmados e covardes que não acreditam em nada a não ser o juro que irão receber.

Quanto mais pânico for disseminado, mais os que acreditam no futuro se retraem -- e os conservadores se tornam ainda mais conservadores. Por isso, esta crise não termina e vai piorando cada vez mais. Criou-se um sistema de auto-alimentação para o conservadorismo, o pânico e a covardia.

A crise americana e européia somente terminará se for restabelecida a confiança no futuro, transformando-se a turma da renda fixa em aplicadores de renda variável. Uma queda de -1,4% no PIB não deveria ter feito as bolsas caírem 50%. Só que mais de 50% dos americanos não acreditam mais no futuro e, lamento dizer, isso pode facilmente contagiar o Brasil, mesmo sem estarmos sem problema algum.

Aprenda Economia: Definição de Recessão (fevereiro 24, 2009)

A palavra recessão, como um bicho papão, assusta a todas as pessoas leigas em economia. Ela vem associada a desemprego em massa, falência de bancos, 1929 etc. Portanto, o termo precisa ser usado com muita responsabilidade para não gerar pânico desnecessariamente.

Recessão é definida nos manuais como sendo dois trimestres seguidos de queda no PIB (ver aqui). Não é uma definição muito científica, porque não há nada de mágico no número 2 nem no período de um trimestre. Por que não 97 dias, ou 3.1614 trimestres?

Nem a magnitude da recessão entra para defini-la: quedas de -1,5% ou -20% são consideradas igualmente recessivas.

Uma economia pode iniciar o ano com -1%, mais -1%, terminar o terceiro trimestre com +2% e o quarto trimestre com +4%. Com isso, o ano será considerado um ano de Recessão.

Mas numa economia "bem" administrada, em que através de políticas públicas as pessoas são incentivadas a poupar 15 a 18% do que ganham, uma recessão de 2% por dois trimestres não chegaria a ser uma crise -- nem problema. A queda nos salários poderia ser de até 15% a 18% NO ANO, e o consumo das famílias ficaria EXATAMENTE igual, as empresas venderiam EXATAMENTE o que vendiam. Não haveria necessidade de demissões, a não ser num setor.

O que iria para o espaço seriam as poupanças adicionais. Mas por que poupar numa recessão? E, com a falta de poupança por um ano, haveria falta de investimento, o que comprometeria a economia NO FUTURO -- mas não no presente. O setor de equipamentos seria o único de sofreria.

Mulheres sobrecarregadas deixam de ir ao cabeleireiro, ou postergam para o sábado e domingo. Homens sobrecarregados deixam de fazer os seus exercícios matinais, comprometendo a saúde futura. Mas isso sempre dá para corrigir quando a crise terminar.

Portanto, uma recessão de até 16% por ano pode não ser uma crise, nem deveria ser associada a todos os malefícios que normalmente a ela estão associados. Em 1929, não havia este nível de poupança: as empresas e o governo não eram bem administrados, não havia sistemas gerenciais e contábeis computadorizados que davam a posição de tudo quase instantaneamente.

Usem, portanto, o termo Recessão com cuidado: observem primeiro a taxa de poupança do país, e jamais digam "apertem os cintos" numa recessão, porque o que precisa ser estimulado é justamente o contrário: os gastos.

Artigo: Vamos Definir Crise Corretamente (fevereiro 15, 2009)

O termo "Crise" é definido como um acúmulo de problemas simultâneos que nos impede de raciocinar. Por exemplo, quando passamos por uma crise de nervos e surgem tantos problemas que mal conseguimos parar para pensar: damos voltas como baratas tontas. Normalmente, diante de um quadro desses se pede calma e sangue frio para poder identificar os problemas e estabelecer prioridades.

Crises globais ocorrem, por sua vez, quando países têm tantos problemas que não conseguem administrá-los. É o que ocorre hoje nos Estados Unidos, onde os dirigentes, economistas e banqueiros estão dando voltas como baratas tontas. Definitivamente, isso não é o que ocorre no Brasil. Muito pelo contrário: identificamos nossos problemas a tempo, implementamos soluções imediatas. Por exemplo, o caso da indústria de automóveis quando identificamos a queda nas vendas, fizemos a isenção do IPI e a produção em janeiro aumentou 92%: fim de crise no setor.

Muitos criticaram minha declaração na Globo News de que a crise acabou no Brasil. Os dados, no entanto, estão aí: não temos subprime, bancos falindo, cartões de crédito estourando, CDOS e CDS despencando.

Por isso, eu acredito que usar o termo "crise", no Brasil, é uma irresponsabilidade social muito séria. Temos sim, alguns problemas localizados em exportação e habitação, em parte causados por nós mesmos. E estes, ainda por cima, estão sob controle, o que não ocorre nos Estados Unidos.

Daqui para frente, quem usar a expressão "crise global" comete outro erro. Não é global, justamente porque o Brasil não está em crise.

Lula estava certo quando disse que tudo não passaria de uma marola e que tiraríamos de letra. Tanto é que a Bolsa já subiu 40% depois da chegada da “crise”. Já estamos a caminho de uma rápida recuperação. Pena que você se deixou levar pelo pânico.

O governo Obama é que já das sinais de andar feito barata tonta, sem saber o que fazer. E Ben Bernanke, mais ainda...

Nosso governo está fazendo tudo com rapidez, transmitindo confiança, ajudando pontualmente quem precisa. Isso porque não temos uma crise generalizada que nos impeça de raciocinar e priorizar as ações necessárias. Aguardem minha análise de fim de mês, intitulada: Brasil 9 X 0 Estados Unidos e Europa.



Brazil: The Emerging Economic Boom 1995-2005


Stephen C Kanitz: O Brasil que dá certo: O novo ciclo de crescimento, 1994-2005

Stephen Kanitz: Brazil: The Emerging Economic Boom 1995-2005

Outros Blogs e Sit
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Stephen Kanitz inaugura seu blog.

Finalmente o brilhante conferencista Stephen Kanitz inaugurou o seu blog "O Brasil que Dá certo".
Não tenho a mínima dúvida em afirmar que é um facho de luz, intenso, na blogosfera brasileira e um grau a mais na inteligência da corporação blogueira.
Stephen Kanitz dispensa apresentação. Para quem lê a revista Veja e acompanha seus textos concordará comigo. Seus artigos são sempre muito bem recebidos (e lidos) pelos milhares de leitores daquele acreditado órgão da midia brasileira.
Coloquei um logotipo do blog, editado com uma foto de Kanitz que passarei a usar para identificar os posts que doravante, planejo divulgar com seus artigos. Recomendo às pessoas interessadas em se manterem bem informadas e estarem atualizadas com as coisas positivas do Brasil que não deixem de frequentar o blog "O Brasil Que Dá Certo".
Leiam abaixo a introdução de Stephen Kanitz ao novo blog e os primeiros posts publicados. Chamo a atenção para o de título "Vai faltar carro em 2009".
Sucesso ao novo blog e que Stephen Kanitz faça jus às expectativas que dele esperamos.



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"Introdução

Bem-vindos ao Brasil Que Dá Certo!

Há mais de cinco anos, leitores e estudantes vêm insistindo para que eu criasse um blog. Resisti até agora porque um artigo mensal na Veja já me dava muito trabalho. Imagine um blog diário!

Mas a crise econômica de 2008 me mostrou as responsabilidades de um formador de opinião: deve fazer-se presente no debate público de modo freqüente e atuante.

Desde setembro, quando as percepções de que a economia norte-americana entraria em colapso começaram a ganha corpo, assistimos a uma avalanche de notícias e análises econômicas marcadas por um tom alarmista e, por que não?, irresponsável. Veja este gráfico do Google Trends, em que se descreve o uso da palavra "crise" no Brasil. Veja o salto dado em setembro de 2008, época em que o país crescia a 6,8%:

Trends

O pânico que tomou conta da imprensa não lhe permite dar o devido destaque a uma série de fatos positivos da economia brasileira.

Por exemplo, quem se lembra da notícia, de 03 de janeiro, de que o Brasil bateu recorde histórico das exportações, mesmo a um câmbio pouco competitivo de R$ 1,70? Ou ainda: de que, em 27 de janeiro, o FMI previu que a economia brasileira irá (mesmo que de maneira modesta) CRESCER em 2009?

Esse mesmo alarmismo faz com que, algumas vezes, notícias positivas sejam lidas ou interpretadas como negativas. Exemplos: em entrevista ao Estadão (03.12.2008), Affonso Celso Pastore prevê que, a despeito da desaceleração das atividades econômicas, o crescimento do PIB brasileiro deve ficar entre 2,0 e 2,5%. Mas qual foi a chamada de capa? “Pastore já vê sinais de recessão”.

Na tentativa de fazermos um contraponto a essa maré de pessimismo, divulgaremos aqui as boas notícias e as boas iniciativas do Brasil Que Dá Certo. Assim, este blog será uma continuação do livro que publiquei em 1994, que teve 35 reimpressões e me rendeu um Premio Jabuti. Não iremos promover o catastrofismo alarmista, mas tampouco embarcaremos num otimismo irresponsável. Buscaremos, sim, fazer uma análise realista. Iremos nos concentrar nas boas noticias simplesmente porque as más notícias não precisam ser reproduzidas - elas já têm amplo espaço.

Se você tem uma boa (ou má) notícia que não está sendo divulgada, envie para blog@kanitz.com.br. Daremos a ela o devido destaque.

Como não teremos boas notícias todos os dias, os posts não serão diários. Registrar-se num RSS seria a opção conveniente para aqueles que desejam acompanhar o blog.

Na próxima vez que você achar que o mundo ou o Brasil irá acabar, visite este novo blog e obtenha uma análise mais equilibrada. Blogs morrem com muita facilidade: portanto, ajudem a divulgar este aqui para que a crise econômica não nos conduza a um pânico paralisante: ela deve ser tão-somente uma oportunidade de reflexão e de reconstrução da sociedade.

Criarei vários blogs ao longo de 2009: um para cada um dos assuntos que normalmente escrevo. Não acredito que todos irão querer saber de todas as minhas opiniões. Dentre eles, está o “Betting On Brazil”, que será O Brasil Que Dá Certo em inglês, com a finalidade de divulgar o que acontece de bom neste país - e, assim, reduzir a taxa de risco que pagamos à toa. Ajudem a divulgá-lo entre seus amigos no exterior.

O primeiro blog em português será este aqui: O Brasil Que Dá Certo. Peço que se cadastrem pelos RSS ou por outras formas a que vocês estão mais acostumados. Quem não tem um RSS pode se cadastrar simplesmente colocando o seu e-mail.

Não se decepcionem com um texto muito menos elaborado e cuidado como aqueles a que estão acostumados na Veja. E lembrem-se: eu ainda estou aprendendo! "

Stephen Kanitz

Superávit Novamente Na Balança Comercial!!

As primeiras semanas de fevereiro mostram uma enorme reversão no último setor em que tínhamos problemas: a balança comercial.

O Ministério do Desenvolvimento informa que voltamos a ter um superávit comercial, isto é, que estamos EXPORTANDO MAIS DO QUE IMPORTANDO.

As exportações ainda não se recuperaram da queda de 2008 -- e nem irão, já que a Crise Americana deverá continuar por muito tempo.

Exportações significam EMPREGO, mas não consumo nacional. Produzimos mas não levamos, algo que se pode discutir nas salas de aula à vontade.

Nas importações, nós usufruímos dos bens produzidos por outros países, o que, se você for consumista, como são os americanos, é bom. Se você é um trabalhador brasileiro, isto é ruim.

A volta do superávit comercial é mais um indicador de que saímos muito rapidamente do fundo poço, como previ no Programa do Boris Casoy, em novembro de 2008.

Dois meses de sofrimento não é exatamente o fim do mundo.


Vai Faltar CARRO em 2009!

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Depois de a produção em janeiro crescer 92%, as primeiras duas semanas de fevereiro apontam alta de 15%. Repito: 15%.

A indústria automobilística brasileira parece ter tomado a decisão mais infeliz de sua historia ao dar ouvidos aos seus consultores de tendências.

A Renault já cancelou as férias coletivas.

O que ninguém está percebendo é que essas vendas, facilitadas, de fato, pela isenção do IPI, estão sendo compradas pelos 70% de brasileiros que declararam ao Datafolha que achavam que não perderiam o emprego em 2009.

Os 30% que acham que irão perder o emprego em 2009 não estão comprando, com ou sem redução do IPI.

Quando estes 30% de consumidores assustados retomarem a confiança de que não serão despedidos, o consumo de carros pode crescer ainda mais 42% (100 dividido por 70).

Ou seja, vai faltar carro em 2009.

Folha Online - Dinheiro - Venda de automóveis aponta recuperação e cresce 7% em fevereiro - 17/02/2009.

"alta de 15,56% na comparação com o mesmo período de janeiro deste ano"


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