Quem nunca experimentou aqueles momentos, às vezes por alguns dias, de intensa irritação sem saber precisar as razões de tal estado de espirito?
Todos nós, humanos, passamos por estas situações. Assim, surgindo do nada começa a aparecer aquele sentimento de contrariedade com as menores coisas que nos cercam. É um copo d'água que derramou ou o café que sujou aquele documento sobre a mesa. Ou ainda a secretária - pobres secretárias dos irritadiços - que não conseguiu completar aquela ligação (sempre urgente) que você pediu há... 30 segundos.
São situações que examinadas a posteriori podem ser classificadas de ridículas, mas estão sempre presentes em nossas vidas, seja no mundo corporativo, em nossa vida familiar ou social.
São inevitáveis? Muitos dizem que sim, mas alguns estudiosos dizem que elas podem ser... administradas. Será?
O artigo abaixo trata deste tema e faz uma breve análise sobre as causas destes sentimentos tão indesejáveis ao mesmo tempo em que passa algumas dicas para os evitarmos ou administrá-los.
Vale a pena ler o texto.
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Síndrome da Irritabilidade Sem Motivo (SISM)
Você se irrita facilmente? Já contou, diariamente, quantas vezes você se irrita
sem motivo aparente?
Companheiros de trabalho que se irritam diante do mínimo aborrecimento. Chefes
que se irritam porque são contrariados ainda que sutilmente pelos seus subordinados.
Pais que se irritam pela correria e gritaria dos seus filhos, como se
preferissem filhos paraplégicos, surdos-mudos.
Irritamo-nos com os sinais de trânsito, mesmo que eles sejam capazes de salvar
vidas. Esbravejamos quando o motorista da frente vira sem dar sinal. Enfiamos a
mão na buzina logo que o sinal abre se o motorista da frente não arranca
rapidamente seu veículo.
Já cometi vários erros com meus filhos e amigos. Tantas vezes, foram as que me
irritei, quando assistia a determinado programa de TV e eles pediram minha
atenção. Quantas vezes fazemos isso?
Nossos filhos, ansiosos para nos contar as descobertas maravilhosas da vida,
descobertas simples, como a de que os pássaros voam; os cães deitam e rolam; a
minhocas mesmo quando cortadas em várias partes ainda se movimentam; que as
abelhas produzem mel, através do pólen que coletam das flores; e nós, cessando
a criatividade deles, não os ouvimos, preferindo continuar a assistir o
noticiário da TV, a novela, o filme, mesmo estando em jogo a alegria de quem
dizemos amar sem ressalvas.
Nos irritamos com o vendedor que não nos atende adequadamente, mesmo sem
compreender que fora arremessado naquela profissão e ainda não teve a
oportunidade de ser treinado.
Somos acometidos pela irritação quando o pneu do veículo fura e, debaixo de
chuva, temos que substituí-lo, mesmo que bilhões de pessoas sequer tenham
calçados para os pés. Ficamos irritados quando o salário atrasa um único dia,
ainda que milhares aguardem uma vaga por anos.
Aos poucos vamos acumulando pequenas irritabilidades. A todo instante, todo
momento, diariamente, nos irritamos facilmente. Deixamos de contemplar pequenas
belezas. O passeio pelo parque já não é atraente, o abraço do filho quando
chegamos exaustos do trabalho não alenta, o jantar em família, não é praticado.
Ao fim do dia, parecemos cansados, mesmo que não tenhamos feito grandes
esforços físicos. Mas, mentalmente, sufocamos a paciência, a arte de contemplar
pequenas coisas pelo excesso de momentos que nos irritaram, por mais que nenhum
deles fosse merecedor de causa irritação.
Se retornarmos ao capítulo da arquitetura dos pensamentos, reconheceremos o mal
que fazemos a nós mesmos quando nos irritamos, pois todas essas ideias
irritadiças, pensamentos negativos e conclusões sem análises ficarão para
sempre registrados em nossa mente, norteando nossa existência. Como ser
saudável se não nos nutrimos com o pão da compreensão e do entendimento e sim,
comemos o pão amargo da irritação?
A irritabilidade, na verdade, surge da nossa incapacidade de reconhecer o
quanto temos motivos para sermos felizes. Não ousamos brindar o dia que nasce,
os filhos que temos, o emprego que possuímos. À mínima contrariedade, nos
irritamos.
A maioria de nós também é capaz de se irritar pelo que ainda não aconteceu.
Sofremos pelos pensamentos antecipatórios, por mais que 90% das coisas que
imaginemos ser catastróficas, sequer aconteçam, e os 10% das que acontecem, nem
se aproximam das tragédias que imaginávamos que sucederiam.
Irritar-se é aprisionar a alegria, massacrar o prazer de viver. Toda vez que se
irritar à mínima ofensa ou diante de qualquer outro acontecimento, lembre-se de
que está trucidando um valioso período da sua vida, e de muitas outras pessoas.
Se diante de algumas situações, você perceber que irá perder o controle, pare e
pratique a arte de pensar antes de reagir. Nutra seu ser com sabedoria.
Questione-se, por exemplo, assim: “qual será o impacto de minha atitude em
minha e à vida das demais pessoas?” Quase sempre que nos permitimos essa análise,
a ação ou reação que teremos será calidamente menos agressiva.
Não permita que a alegria de viver e a possibilidade de contemplar os pequenos
momentos da vida sejam sobrepostas pela irritabilidade. Transforme seus dias e
o das pessoas que o rodeiam em inesquecíveis e saudáveis instantes.
Quais têm sido suas irritações? Pelo que tem trocado o prazer dos momentos?
Você se permite roubar precisos instantes da sua vida? Qual é a contribuição à
sua existência, toda vez que se deixa furtar pela irritabilidade?
O Magnífico Mestre Jesus, não deixava que a irritação roubasse Sua sabedoria.
Basta que nos lembremos do episódio em que Maria de Magdala estava para ser
apedrejada. Cristo poderia ter dito à multidão: “seus imbecis pecadores, vocês
são todos malfeitores e querem julgar? Quem são vocês para darem sentença?
Irrito-me com as acusações que fazem, pois deviam saber que não se deve julgar,
sobretudo, quando vossos pecados são maiores e em maior número. Malditos”! Mas
não, o intrigante Homem de Nazaré não permitiu se irritar. Pensou por alguns
segundos e revolucionou o pensamento e julgamento dos acusadores de Maria
Madalena, dizendo para que quem não tivesse pecado, que atirasse a primeira
pedra, em outras palavras.
Autor: Professor Sérgio