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PENSAMENTO E AUTOR

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

2013 já chegou! Você já sabe o que fará com ele?


Q
ue beleza! Ano novo já chegou e todo mundo está passando a limpo o ano velho. Adeus 2012. Bom para uns, ruim para outros e mais ou menos para alguns. De qualquer sorte o ano novo sempre é uma grande janela aberta para novas esperanças. É a hora de jogar fora as “ziguiziras”, fazer promessas, planos e renovar energias. É o momento de fazer as novas listas de projetos. Hora de revisar os objetivos alcançados em 2012 e também aqueles que conseguimos atingir. Passar a régua no que ficou para trás e sonhar, planejar, imaginar como será o próximo ano, 2013.  Essa é a magia de todos os anos novos.

T
odavia temos um problema! Quantos sabem fazer o planejamento eficaz do que deseja para cumprir as metas sem medo de ser feliz? Uma prova dessa “incompetência” é que muitos de nós chegamos ao final de ano – como agora, por exemplo - e ao conferirmos nossas listas lá estão eles piscando em vermelho... Os itens dos desejos não cumpridos, dos objetivos não atingidos e dos sonhos não concretizados. Por que será?

É
 o carro que não foi comprado,  os quilos que não emagrecemos, a mudança de emprego que não conseguimos, a viagem que não aconteceu e mais um monte de tópicos que não são mais do que um elenco de pequenas e grandes frustrações de expectativas e desapontamentos. Ah! Mas ai está mais um Ano Novo! E de novo lá vamos fazer nossa "lista de desejos"...

O
 texto abaixo, que copiei do jornal “O Globo”, desde o ano passado foi escrito pela jornalista Isabel Kopschitz e trata exatamente disso. Ensinar como fazer as coisas darem certo para que as metas e escopos projetados transformem-se em realidade.

A
s bases de seu artigo foram entrevistas e conversas com  diversos "coachs" profissionais. Eles são treinados para "encorajar e motivar seus clientes, transmitindo capacidades e técnicas comportamentais, psicológicas e emocionais, fazendo com que aprimorem suas aptidões pessoais e profissionais para obter êxitos nos objetivos previamente estabelecidos".

A
daptando conceitos de coaching e suas ferramentas às expectativas mais comuns dos profissionais a jornalista conseguiu passar uma boa tela onde podem ser vistas as dicas para que cada um faça sua lista de metas profissionais para qualquer ano, inclusive 2013. Vale a leitura. 


 http://www.fantasygif.it/Web%20Design/Linee_divisorie/set55barra.gif


 Especialistas explicam como planejar e cumprir metas profissionais, sem cair nos erros mais comuns

Lista de metas para 2013*
*O título da matéria original refere-se ao ano de 2012, mas eu o adaptei porque como disse antes ela serve para qualquer ano. Preferi fazer a alteração a título de atualização, mas preservei a integridade do texto (leia o original no final do post)

O Globo
Clique e acesse o site
Por Isabel Kopschitz

Publicado:
Muita gente se programa, todo fim de ano, traçando novas metas e objetivos para os 12 meses seguintes. Mas a maioria acaba estabelecendo metas inviáveis para a carreira que, naturalmente, acabam não sendo cumpridas. Para consultores de RH, esse período de festas é ideal para elaborar uma lista de objetivos profissionais para 2012. O primeiro passo, dizem, é planejar. Mas existem vários aspectos aos quais se deve prestar atenção, para que tudo o que foi idealizado não caia no esquecimento.
Segundo Ylana Miller, diretora executiva da Yluminarh Desenvolvimento Profissional, no Rio, os planos para 2012 precisam estar inseridos num projeto maior de carreira:
  •  As decisões táticas de curto e médio prazos devem estar alinhadas às de longo prazo. São essas estratégias que vão te ajudar a trilhar o caminho para o objetivo principal a ser atingido, lá na frente.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVAJFB56tuTExm42EV6KEJB4OHs5e7csVylxPBXhCLhT46oBUNAa4IYSBjwryagF3cg05MZBcqa3l4w0PMXzxV9WhJ0TgGcNSVbrY6EVndEavzoTrvJJr0fW4ZLEl13C8Tp4Tt-uDCI3Y/s1600/alvo.bmpSe a idéia é mudar de emprego, por exemplo, um passo importante é prestar atenção ao envio de currículos para bancos de dados. Ylana alerta que é importante cadastrar o documento apenas em sites de consultorias ou empresas que trabalhem com ética e profissionalismo, para garantir que as informações sobre a vida profissional sejam tratadas com o devido sigilo. Outra questão importante é manter ativas as redes de contatos profissionais, para criar oportunidades de carreira.
  • Para ser lembrado, é importante disseminar sua identidade - diz Ylana. - O final do ano é um bom período para retomar relações que estão defasadas, como ocorre às vezes com antigos colegas, clientes e outros profissionais. Essa época é propícia para expandir os relacionamentos .
Segundo pesquisa realizada pela coach Waleska Farias, cerca de 70% das pessoas que fazem a listinha esquecem suas metas já no primeiro semestre do ano. Para ela, a maioria dos que não têm sucesso no cumprimento das metas comete quatro erros
  1. O primeiro é ter um objetivo sem legitimidade; 
  2. O segundo, ter metas que não são viáveis; 
  3. O terceiro, é a falta de motivação; 
  4. E o quarto, é a perda da crença em si mesmo.
 Ela alerta que o brasileiro não tem hábito de planejar para longo prazo - o que considera um traço cultural.
  • Uma das maiores ‘pedras’ na qual os profissionais tropeçam é a legitimidade dos objetivos. Você só consegue se manter de pé numa carreira quando os objetivos realmente são seus, e não formas de agradar aos outros.
Explica Waleska, -Tive uma cliente que tinha pânico de avião, e precisava viajar no mínimo três vezes por semana. Mas não procurava outro emprego porque seu marido achava o máximo ter uma mulher executiva, que precisava viajar o tempo todo. Ela só se sabotava dentro da empresa, porque na verdade não queria mais estar ali.

Motivação e crença em si mesmo estão interligadas, afirma a coach. A falta de “automotivação”, explica Waleska, acaba fazendo com que muita gente culpe o chefe, o RH da empresa ou qualquer outro agente externo pelo fato de não ter conseguido o que deseja.
"Quando o profissional começa a ‘terceirizar’ suas obrigações, fica ainda mais difícil de chegar aonde quer. O negócio é assumir as responsabilidades pelo que pode fazer para evoluir, e seguir em frente - aconselha. - Mas também não adianta determinar objetivos muito altos e depois ficar desmotivado."
Quem segue nesta linha, diz, acaba perdendo a crença em si mesmo, e fica imobilizado, o que é fatal para que o profissional não consiga avançar na carreira.
É como Shakespeare já disse: as pessoas são o que acreditam ser. Se o próprio profissional não acha que é capaz, ninguém vai conseguir convencê-lo do contrário - ressalta.
Segundo o coach Sandro Pereira, especialista em treinamentos corporativos, ter as metas escritas, em local visível, e lê-las em voz alta com regularidade ajuda a fixar as resoluções na mente e a se motivar para alcançá-las. Pereira explica também que é normal aparecer aquele desânimo nas primeiras semanas, principalmente se a realização do seu sonho for de médio a longo prazos. Nesses casos, ele aconselha que as pessoas tenham paciência consigo mesmas, mas que não desistam:
  • Não se castigue por ter preguiça de continuar investindo sua energia nas metas. Mas nunca deixe que esse sentimento o faça regredir. O êxito nunca virá se não houver total comprometimento.

 Detalhe: As imagens que estão colocadas na matéria não fazem parte do texto original. Foram colocada pelo autor do blog a titulo de ilustração.


domingo, 23 de dezembro de 2012

Contra-gosto ou contragosto? Tire a dúvida.



Para quem gosta de escrever o ato de pesquisar palavras e expressões nos dicionários é comum e habitual. No meu caso estou sempre às voltas com acentos agudos ou circunflexos, hifens e outras dezenas de regras de como se deve escrever.
A aplicação do novo acordo ortográfico de 2009 que entraria em vigo agora no final do ano vai ser adiada para 2016. Os países de língua portuguesa ligados a Portugal ainda resistem muito à utilização do novo acordo. Protestos de intelectuais d'além-mar aparecem a toda hora reclamando que o acordo foi bom só para o Brasil. Será?
Bem, não é a finalidade desse post discutir o acordo ortográfico, mas informar novas dicas para aplicação do próprio. O critério de motivação que utilizo para transcrever as orientações que descubro na internet está ligado diretamente à minha necessidade de conhecer como se escreve o que estou pesquisando. Assim sendo todas as vezes que tenho dúvidas quanto à utilização de um acento ou hífen em uma expressão vou pesquisar e se for interessante coloco-a no blog.
É o caso desse post. Como se deve escrever a expressão "a contragosto"? Devo usar o hífen (contra-gosto) ou não? Tive essa dúvida e aprendi com o texto que estou disponibilizando para vocês a partir do site "Dúvidas de Português" (é só clicar no logotipo para acessá-lo. Leiam e vem porque a palavra certa é sem o hífen. Bom proveito

  •  

 Contragosto ou contra-gosto

Clique no logotipo
A forma correta de escrita da palavra é contragosto. A palavra contra-gosto está errada. Devemos utilizar o substantivo masculino contragosto sempre que nos quisermos referir a alguma coisa feita sem vontade, de modo contrariado.

Contragosto é uma palavra formada a partir de derivação prefixal, ou seja, é acrescentado um prefixo a uma palavra já existente, alterando o sentido da mesma. As palavras que utilizamos atualmente na língua portuguesa têm prefixos de origem grega ou latina. No caso em questão, o prefixo contra- é de origem latina e significa uma negação.

A palavra contragosto é utilizada na locução adverbial a contragosto. Chamamos de locução adverbial duas ou mais palavras que juntas atuam como um advérbio, alterando o sentido do verbo. Neste caso a locução é composta pela preposição a e o substantivo comum masculino contragosto.

Exemplos:
Ele arrumou o quarto a contragosto.
Foi a contragosto que ela pagou aquela multa.

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, que entrou em vigor em janeiro de 2009, se utiliza o hífen quando o prefixo termina com a mesma letra que começa a segunda palavra ou quando a segunda palavra começa com h.
Exemplos: contra-ataque, contra-atacante, contra-habitual,…

Em todas as outras situações, o prefixo é escrito junto à palavra já existente.
Exemplos: contragosto, contraproposta, contragolpe, contrabaixo, contrassenso.
l

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Gorgeta e corrupção estão correlacionadas? Pesquisa da Harvard School diz que sim.



G
osto muito de reproduzir reportagens e matérias de grandes jornais e revistas nacionais. A Veja é a minha preferida entre as revistas porquanto sou assinante da edição impressa  e da digital e isso facilita publicar as matérias escolhidas em forma de imagem, como fiz aqui nesse post. O tema é super diferente e interessante. 
Além das imagens coloquei também o texto que está na matéria da revista Veja para quem esteja interessado em conhecê-la por inteiro. 
Pesquisadores da "Harvard Business School", liderados pelo professor Magnus Thor Torfason, surpreenderam o mundo quando afirmaram existir uma correlação entre o ato simples, costumeiro e consagrado de dar gorjetas com a prática de suborno nas sociedades onde as duas atitudes são mais habituais.
Que coisa! Confesso que fiquei sem saber o que dizer. Depois, lendo a pesquisa cujo título em português é “Aqui vai uma gorjeta: gratificações pró-sociais estão ligadas a corrupção” percebi que os investigadores da Harvard School conseguiram estabelecer uma correlação entre as duas coisas: hábito de dar gorjetas e propensão à corrupção.
No gráfico que está no post esta correlação está bem visível. Não me perguntem como eles chagaram nesses resultados. Quem estiver interessado é só ler a pesquisa inteira que está publicada em inglês no link a seguir (clique aqui).
Quero apenas trazer a informação e provocar a discussão. O que você acha? Faz sentido ligar as duas coisas? Pessoalmente acho que a conclusão é meio forçada.  Não acho razoável alinhar o costume da gorjeta no mesmo nível da corrupção como propensão social.
Porque não correlacionar o "agrado" (é assim que também é chamada a gorjeta em no nordeste) a outros itens do comportamento humano como generosidade, boa vontade e valorização de méritos?
Quando se dá dinheiro para um funcionário de empresa passar alguém na frente de outro ou para levar alguma vantagem isso não pode ser chamado de gorjeta, é propina mesmo. Ao final do post coloquei um lista de países visitados por turistas brasileiros e as relações entre o valor das gorjetas e os serviços prestados.
E você, o que acha disso tudo?
http://images.paraorkut.com/img/katrix/maozinha.gif 
Clique no logo
 

Este é o gráfico que está no trabalho original da Harvard Business School e logo abaixo o mesmo gráfico traduzido na matéria da Veja
http://images.paraorkut.com/img/katrix/maozinha.gif

Coloquei abaixo uma lista com informações sobre gorgetas em vários países  que normalmente estão nos destinos dos brasileiros. Veja abaixo.

País Restaurantes Porteiros Táxis
Argentina 10% $ 1 Somente tarifa.
Austrália 10% só em restaurantes finos $ 2 por mala Arredondar para cima
Bolívia 10% 75 centavos por        mala 10%
Brasil 10 - 15% $ 1 por mala 10%
Canadá 15% $ 1 - $ 2 por mala 10%




Chile 10%, além da taxa de serviço $ 1 por mala Somente tarifa
China 3% nas grandes cidades Total de $ 2 - $ 1 Somente tarifa
Colômbia 10% 75 centavos por mala Somente tarifa
Cuba $ 1 para serviço especial $ 1 para serviço especial $ 1 para serviço especial
Egito 5-10% + taxa de serviço $ 1 por mala Arredondar para cima
Inglaterra 10% se há taxa de serviço $ 1 por mala 15%
França 5-10% $ 1 por mala Arredondar para cima
Alemanha 5-10% $ 1 por mala Arredondar para cima
Grécia 5-10% em adição a uma taxa de serviço $ 1 por mala Arredondar para cima
Israel 12-15%, se há taxa de serviço $ 1 por mala 12-15%
Itália 10% além da taxa de serviço $ 1 por mala Arredondar para cima
Japão Gorjeta é percebida como um insulto Nada Somente tarifa
Paraguai 10% 75 centavos por mala 10%
Peru Até 10% para o serviço especial 75 centavos por mala Somente tarifa
Portugal 10 - 15%, se há taxa de serviço $ 1 por mala Arredondar para cima
África do Sul 10% se há taxa de serviço 50 centavos no total 10%
Espanha 7-10% além da taxa de serviço $ 1 por mala 10%
Turquia Arredondar para cima $ 1 por mala Arredondar para cima
Fonte: Dash Harvard
Arrows gif fileLeia mais em: 
 Os países mais corruptos são os que dão melhores gorjetas - Metamorfose Digital

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Lya Luft escreve sobre a pressão do "politicamente correto" .

Imagem da página na Veja
Lya Luft dispensa apresentação. Não perco oportunidade de reproduzir seus artigos publicados na revista Veja principalmente quando guardam correlação com os temas que abordo na Oficina de Gerência.

Este, abaixo, é um deles. A grande escritora e colunista tem o dom de escrever as coisas que pensamos e não temos uma coluna para expressar.
O tema do artigo que transcrevo é universal. Trata das pressões e patrulhamentos que sofremos para "acompanhar a onda do politicamente correto".

Luft coloca as coisas de modo verdadeiro, corajoso (não poderia ser diferente sendo quem é) e de fácil compreensão. Separei o trechinho abaixo para dar uma idéia do conjunto que está no artigo.
  • [...] "Se sou de uma cor de pele ou outra, mais agitado ou sossegado, gordo ou magro, ativo ou reservado, por que eu teria de mudar quando surge algum esperto querendo dar ordens?" [...]
Se transportarmos o tema para o campo das relações corporativas não mudam as posições. Estamos (quase) sempre nos "escondendo" atrás dos biombos da afinidade, da conformidade, da homogeneidade e uniformidade, da paciência e resignação. É verdade ou não é? Pensem em quantas vezes durante uma jornada de trabalho não conseguimos ser quem somos.

É um texto que nos enriquece, nos leva à reflexão e eu o recomendo aos amigos leitores.


Tanto tenho lido e escutado sobre diferenças, preconceitos, o politicamente correto (detestável na minha opinião, hipócrita e gerador de mais preconceito), que começo a pensar se não devíamos nos livrar das exigências, receitas, códigos, ordens, enquadramentos rigorosos e por vezes cruéis desta nossa cultura atual.
Cultura que propaga liberdade, mas nos veste camisas de força umas sobre as outras, lá vamos nós carregando esse ônus, e achando que somos livres – mas nem sabemos o que queremos.
Não é fácil descobrir quem a gente é: primeiro, estamos sempre mudando. Na essência somos alguém, mas algumas camadas legítimas da nossa alma (psiquê, mente, não me importa) vão se transformando, para melhor ou pior (quem sabe o que é isso?) com o passar do tempo e as circunstâncias.
E as escolhas nossas, claro. Conseguimos ser mais abertos ou nos fechamos mais; ficamos mais lúcidos ou mais alienados; enfrentamos o mundo de peito mais ou menos aberto ou nos anestesiamos com drogas, bebida, remédios; queremos verdadeiros afetos ou deliramos num sexo sem ternura nem parceria; enfim, escolhas ou destino, e alguma coisa muda.
Porém dentro do que de verdade somos, ainda que não sabendo muito bem, poderíamos ser fiéis a nós mesmos. Mas as pressões externas se tornam internas, o diabinho do espírito de manada sopra em nosso ouvido, é isso aí, vai ser da turma, vai fazer isso e aquilo, e ser assim ou assado, e se vestir (ou despir) conforme a moda, e tudo vale o sacrifício.
Porque se botamos a cabeça fora da manada, saindo um pouco que seja do rebanho, aparece alguém pra cortar cabeça, braço ou pernas que ficaram fora do quadro.
Como? Você não foi àquele vernissage, não visitou aquela cidade não viu aquele filme, não frequenta aquela academia, não transa tantas vezes, e daqueles jeitos que hoje são os melhores, não tem aquele vibrador, ou vibrador nenhum, que coisa mais sem graça! Você tem só vinte amigos em uma rede social? Eu tenho mais de mil, em outras muito mais, nunca estou sozinho, tenho um milhão de amigos.
E nos sentimos de fora, nos sentimos pobres, sem jeito, esquisitos até para nós mesmos. Mas, porque motivo, se nos sentimos bem com essas limitações, com nossa pobreza nas redes sociais, se não conhecemos bem Paris, não frequentamos academia, ou não aquela mais chique, não estamos dentro dos padrões, estaríamos errados? Nem aceitamos policiamento da linguagem, imaginem!
Ainda uso a palavra “negro” por exemplo, porque quando começava, burramente, a pensar em “afrodescendente”, me achando ridícula – porque tenho negros muito próximos, e árabes, e para mim são todos apenas pessoas -, me dei conta de que existe uma banda excelente chamada Raça Negra, que os negros batalham pela valorização da negritude  que as cotas nas universidades vão para “negros autodeclarados”.
Isso faz o politicamente correto parecer incorreto. Se sou de uma cor de pele ou outra, mais agitado ou sossegado, gordo ou magro, ativo ou reservado, por que eu teria de mudar quando surge algum esperto querendo dar ordens? Tem gente que se sente à vontade sendo mais fechado, mais tímido, poucos amigos, mas verdadeiros, e aí fica inquieto porque teria de ter cem, ou mil.
Quero deixar claro aqui que nada tenho contra redes sociais, uso alguma vez o Facebook ou outro, mas nem precisei de mil amigos, nem critico quem os tem. Pois sou mais para reservada do que social, coisa minha.
O que me interessa é que a gente tenha consciência de que não são os duzentos ou mil aqueles a quem posso telefonar no meio da noite dizendo “estou mal” e virão correndo me ajudar. O que quero dizer é que é bom, bonito, natural, ser natural: com olhos azuis ou chineses, perfil árabe ou cabelo crespo. É bom, bonito, ser tímido ou extrovertido (desde que educado nos dois casos), até mesmo ser meio esquisito, fechado, contemplativo.
Tudo é positivo se é natural, exceto grosseria, cinismo, hostilidade. E a gente sempre pode melhorar, desde que não seja apenas para ser como os outros querem – e que não seja “do mal”. Aí é chato demais.