19 DE MARÇO DE 2024 – 3ª FEIRA



FRASE DO DIA

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FRASE COM AUTOR

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domingo, 17 de março de 2024

Deshun Wang - resiliência e determinação sem limites. Conheça sua mensagem.

 

Wang Deshun: nascimento20 de agosto de 1936 (idade 87 anos),

Pouco tempo atrás, fiz um curso de Coaching/Mentoring na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e no conteúdo do curso conheci um vídeo que me despertou a curiosidade.

É um vídeo - apresento-o adiante - que traz o texto, interpretado por um personagem, famoso fora do Brasil e até então desconhecido por mim, chamado Deshun Wang. Um chines - hoje com 87 anos - e corpo malhado, parecendo um homem de muitos anos a menos; é impressionante!

Seu vídeo traz uma bela mensagem motivacional que destaca a busca incessante de não reconhecermos nossos limites, seja no tempo, seja na vida cotidiana. Ele próprio se apresenta como o modelo do personagem que o vídeo exalta. 

Assista ao vídeo e conheça Deshun Wang, alguém que qualquer um de nós gostaria de ser.


Wang Deshun : Nunca é Tarde Mensagem Inspiradora
 Legendado


E clique no link a seguir, que traz uma boa matéria sobre este vovô que encanta que o conhece, lembrando que hoje, Deshun Wang está com 87 anos
Finalmente, se seu interesse ainda persistir, assista ao vídeo abaixo, em espanhol, com legendas. Clique sobre o link "Assistir no YouTube", na janela indicada e vá direto.


Wang Deshun (87) Soy MODELO DE PASARELA desde los 80 años y obtuve mi LICENCIA DE PILOTO a los 85


sexta-feira, 15 de março de 2024

Busca de lideranças. O que a empresas procuram?

Primeiramente, é necessário diferenciar “habilidade” de “competência”. Ah! você não sabia que são coisas diferentes? Eu também não. Então, visitemos o site “Significados.com.br”, clicando aqui para ter uma boa informação. Todavia, se quiser uma informação apenas resumida, leia abaixo o trecho do site Educa Brasil, sobre o tema:

  • As Competências são um conjunto de habilidades e conhecimentos relacionados, que podem ser desenvolvidos por meio de treinamentos ou experiências, e possibilitam a atuação efetiva em um trabalho ou situação. Por outro lado, as Habilidades são qualidades que o profissional tem para realizar alguma atividade. São aquelas características que podem ajudar um profissional a desenvolver competências. Ou seja, a competência pode ser aprendida, já a habilidade é inata.

Agora estamos prontos para seguir com o post.

Já é marca, no mercado dos “Headhunters”, que na bússola das entrevistas de empregos, o norte são as “skills”, sejam “hards ou softs”, que as empresas passaram buscar entre os candidatos para suas seleções.

O mundo está mudando rapidamente e novos conceitos estão surgindo para modelar as relações sociais em um mundo que, também, está sendo remodelado e até, modelado com novas formatações.

Um sociólogo e filósofo polonês, Zygmunt Bauman, foi quem se adiantou no tempo e cunhou esse conjunto de coisas que estão em franca mutação, na vida moderna, como sendo a modernidade líquida ou mundo líquido.

  • Escolhi chamar de modernidade líquida a crescente convicção de que a mudança é a única coisa permanente e a incerteza, a única certeza.” (Zygmunt Bauman).

Esta é a frase famosa de Bauman que marcou sua “descoberta”; leia um pequeno resumo desse conceito clicando aqui; para um conhecer mais amplo,  conheça o artigo “Desenvolvimento de carreiras em um mundo liquido”, no site sprintpro.com.br, que começa assim:

"Você já ouviu falar do termo “Modernidade Líquida” do famoso sociólogo Zygmunt Bauman? Esse termo vem ganhando cada vez mais espaço na nossa sociedade porque realmente representa muito das nossas relações. Podemos entendê-lo como uma definição do tempo presente, que aponta para uma sociedade marcada pela liquidez, volatilidade e fluidez.

 

Diferentemente de uma sociedade sólida, com conceitos, estruturas e ideias mais rígidas, inflexíveis, imutáveis e com mais certezas, a sociedade líquida é marcada por muitas mudanças rápidas, imprevisibilidade, flexibilidade, superficialidade, menos comprometimento e menos contato.


Esse conceito pode ser aplicado em diversos contextos, como nas relações sociais, na economia, na política, na educação, na saúde, na cultura... e em especial no mundo do trabalho, da profissão e da carreira, como uma nova forma de se compreender o trabalho e se relacionar com ele, com mudanças cada vez mais constantes e visíveis"

Recomendo fortemente que, essa conceituação, seja muito pesquisada — principalmente pelos profissionais juniores e seniores — que estejam disputando espaços de trabalho nas selvas corporativas do mundo atual. Idem para os profissionais de recursos humanos, embora estes já devam estar se atualizando nessas novas definições. 

É algo, efetivamente, revolucionário!

No artigo abaixo, que trago para a Oficina de Gerência, o conteúdo está dentro dessas novas concepções e significados. Insisto que cada leitor que se interesse pelo assunto, o faça com muita disposição de aprender e pesquisar. 

Pode crer, é algo que está em franco desenvolvimento e fará parte dessa realidade que ganha espaços, rapidamente, na sociedade e será absorvida, por ela, na mesma velocidade.

Clique aqui e visite o Website



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Você sabe o que realmente é preciso  para as empresas o enxergarem como uma liderança eficaz? Habilidades comunicacionais, escuta ativa, saber resolver problemas. A lista de competências não só é extensa, como também exige jogo de cintura.

Diante das mudanças voláteis que acontecem no mundo corporativo, perguntamos a CEOs de empresas brasileiras a qualidade primordial para ser um líder de sucesso.

Qual é o seu palpite? Confira abaixo:

Mônica Hauck, CEO da Sólides, HRTech de tecnologia com foco no setor de recursos humanos

Na visão da CEO da Sólides, Mônica Hauck, um líder preparado é “capaz de formar pessoas melhores que ele”, diz. Além disso, é necessário dominar a arte de desenvolver os liderados e reconhecer as particularidades de cada colaborador, que necessitam de motivações diferentes.

A executiva considera que conhecer pessoas e diversos comportamentos é uma habilidade que chama atenção das empresas. Em algumas situações, segundo Hauck, a liderança pode vir a enfrentar adversidades, como “renunciar às próprias vontades, desejos e ao próprio ego.” Mas não é uma tarefa simples.

Um profissional que detém essa competência consegue compreender os diferentes perfis e as aspirações de seus liderados para incentivar o desenvolvimento do time e atingir os resultados esperados.

Inspiração

Clemente Faria Junior, CEO da Bamaq, empresa de equipamentos industriais, consórcio e automóveis de luxo

A capacidade da liderança de inspirar aqueles que estão ao seu redor no que diz respeito à vida profissional pode gerar clareza e motivação para trazer resultados e fomentar um ambiente de trabalho saudável, considera Clemente Faria Junior, CEO da Bamaq.

Ele acrescenta que o cotidiano no mundo corporativo demanda resiliência, comprometimento e alta mobilização de todo um time.

“Acredito que somente um líder que tem capacidade de inspirar pode construir uma equipe que verdadeiramente veste a camisa da empresa no longo prazo”, avalia.

Espírito empreendedor

Ignacio Sánchez, CEO da Leroy Merlin

“As pessoas precisam ter um desafio, um propósito, um sonho na vida profissional. Um líder inspirador é capaz de ajudá-las a realizar esse sonho e criar condições para que cada um consiga crescer, sem limites”, afirma Sánchez, CEO da Leroy.

Ele avalia que líderes empreendedores motivam os colaboradores. Isso fomenta o crescimento da empresa como um todo.

Coesão e empatia

Thiago Cristofani, diretor-geral da Fani, fábrica de metais

“A habilidade de lidar com problemas com coesão e empatia é a principal característica de liderança que estamos buscando atualmente, principalmente pela influência direta dessa capacidade na condução de uma equipe”, ressalta Thiago Cristofani, diretor-geral da Fani.

O executivo pondera que existem desafios corporativos que exigem uma perspicácia instantânea para solucionar problemas junto com a equipe que lidera. Segundo o diretor, é nessas situações que um gestor transforma os obstáculos em oportunidades para fazer com que o time cresça profissionalmente.

“Nas entrevistas para cargos de liderança aqui na Fani, procuramos observar as experiências trazidas pelos candidatos, se possuem uma abordagem proativa ou alguma solução criativa, além de buscar referências sobre qual era o envolvimento com a equipe”, diz.

No caso de candidatos internos para postos de liderança, Cristofani sinaliza que a lista de priorização começa pelo trabalho feito na empresa, o perfil e as decisões tomadas em situações anteriores.

Protagonismo

Rafaela Stedile, diretora-executiva da Bontempo, fábrica de móveis planejados

“Queremos líderes que consigam entender o impacto que eles têm no negócio e que consigam instigar isso na equipe e que tragam para dentro da empresa uma postura empreendedora”, orienta a executiva.

A empresa está inserida fora dos centros urbanos, em São Marcos, cidade gaúcha com pouco mais de 20 mil habitantes e a 160 quilômetros de Porto Alegre.

Segundo Stedile, a companhia entende que a localização geográfica “nem sempre é atrativa quando se busca um profissional para cargos-chave nesse nível.”

Por isso, busca “potencializar as características por meio de treinamentos, capacitações e outras dinâmicas”, revela.

Visão de negócio

Marcio Muchão, VP de RH do Grupo Prysmian na América Latina, fabricante de fios e cabos elétricos/telecom

A qualidade primordial para ser um bom líder, conforme o executivo Marcio Muchão, é ter uma visão 360º do negócio, a curto, médio e longo prazo.

“Neste aspecto, é fundamental que essa posição conheça como a empresa opera, gera receita, administra e gera caixa, assim como os impactos em ESG”, reforça Muchão.

O VP sugere que a liderança deve estar alinhada com os valores e as metas da empresa, incluindo o entendimento de onde a companhia quer chegar e como (corporação e liderança) pretendem fazer isso junto às suas equipes.

“O Prysmian, por exemplo, tem uma visão clara do seu papel na transformação energética e digital do planeta, de modo que esperamos das nossas lideranças sinergia com a companhia e habilidade para transmitir e engajar os times a gerar valor por meio desse propósito”, diz

Se desejar ler a matéria no site do Estadão é só clicar aqui.

Abaixo, mais 5 links, por ordem de importância, entre as dezenas presentes em consulta que fiz no Google sobre tema (“qual a maior competência que as empresas buscam nas suas lideranças?”). O que isto mostra? 


terça-feira, 12 de março de 2024

Ratocorps... Você conhece muitos deles.


U
so esta imagem ao lado para republicar posts campeões de visualizações aqui no blog.

Eu o li a primeira vez em 1997 (imagine!) quando exercia função de diretor em uma empresa pública. Desde sempre tive o hábito de colecionar artigos de publicações corporativas, em jornais e revistas, para distribuí-las entre meus gerentes e colegas de trabalho mais próximos. Aproveitava-os para criar discussões, firmar estilo e identidade e transmitir mensagens de experiência e vivência, além, claro, de receber feedbacks da equipe.

Esse texto, do consagrado jornalista, consultor e escritor Fábio Steinberg, foi publicado naquele mesmo ano. Eu o havia guardado no "baú de coisas" e ocasionalmente o encontrei anos depois, já com o blog em atividade. Nem imaginei, pelo tempo passado, que o encontrasse na internet, mesmo assim fui lá conferir e o localizei - à época - no site da revista Exame. Hoje ele não mais está disponível no site da revista.

Depois que Steinberg escreveu o artigo - e ele é o criador da expressão "ratocorp" - surgiram vários outros utilizando o mesmo conceito e até a mesma terminologia. (clique aqui). 

Como o artigo é muuuiiito antigo, mas continuava, e continua, tão atual quanto são eternos os "ratocorps" nas corporações, imediatamente resolvi postá-lo na Oficina de Gerência e o tenho republicado de tempos em tempos, sempre atualizado e com "roupa nova" e com muitas novas visualizações e aceitação dos leitores do blog. Confira.

 
A verdade é que essas "figuras", os ratos corporativos, são reais nos ambientes de trabalho. Fazem parte da paisagem e é forçoso conviver com eles. Não há escapatória. Na Administração Pública, está o ambiente propício onde eles proliferam e se multiplicam... como os ratos reais.

Conheçam o artigo que é muito bem escrito; e absolutamente atual, pois os "ratocorps" são personagens que povoam a história universal desde os tempos de antanho. No mundo corporativo, então, vamos encontrá-los sempre nas vizinhanças do poder. É só prestar atenção para descobri-los. 

Boa leitura!

Você conhece os ratocorps?


Eles estão em todas as organizações. São simpáticos, sabem agradar às pessoas... 

Ih, tem um deles roendo uma parte de seu salário bem agora 


👉Autor: Fábio Steinberg* - Revista Exame (1997) e LinkedIn (2015)


Ratos corporativos, ou ratocorps - como a eles poderiam se referir especialistas no assunto -, existem em todas as organizações. São parte inerente do próprio ambiente empresarial, pois nele nascem, crescem e dele se nutrem. Ali historicamente encontram calor, proteção e excelentes condições de desenvolvimento. 

Bem, mas do que mesmo estamos falando? Não adianta procurar uma explicação na melhor (ou pior) literatura de negócios, pois essa espécie não consta oficialmente de nenhum compêndio. O pior é que, neste exato momento, provavelmente existe um desses seres ao seu lado, sem que você sequer se dê conta.
 
Um ratocorp típico é aquele sujeito de inteligência mediana, mas sem chegar a medíocre, que passa na seleção da empresa muito mais pela sua capacidade de repetir chavões e comportamento ambíguo do que pelos seus méritos intelectuais ou criatividade. Ah, sim, domina geralmente o idioma inglês e sabe se portar com discrição - ou seja, fica calado sempre que possível para não dizer bobagem. 

Tímido e assustadiço até ganhar intimidade, suas características físicas peculiares (e principais vantagens competitivas) são os olhos enormes, treinados para tudo observar, e orelhas imensas, com um design perfeito para captar todos os sons e sussurros. A primeira coisa que um ratocorp faz, quando ingressa na empresa, é aprender tudo sobre seus manuais e procedimentos, hábitos e idiossincrasias. Ele sabe que essas serão as futuras armas e ferramentas de trabalho. Intuitivamente, segue com rigor a burocracia e o formalismo, pois assim não corre riscos e garante nunca ser acusado de não cumprir com o seu dever corporativo. 

Enquanto os demais colegas dão sangue e suor à operação, procurando dominar técnicas e colocar em dia o trabalho para o qual foram contratados, o ratocorp gasta energias em coisas bem menos produtivas, mas muito mais efetivas para a sua carreira. Observador atento, dedica-se a descobrir, por exemplo, quem exerce o verdadeiro poder, quais são as agendas ocultas ou os momentos críticos para aparecer à frente dos diretores. Tem a capacidade de ignorar, mas com muita classe, o chefe imediato, pois seu olhar está sempre focado em dois ou, preferencialmente, três níveis hierárquicos acima do seu

PARECE WORKAHOLIC 


Não pense que a voracidade do ratocorp o torna antipático ou mesmo odiado pela maioria dos colegas. Pelo contrário. Ele é geralmente muito charmoso e sabe agradar às pessoas - pois depende disso. Por isso, os seus pares nutrem por ele enorme carinho e admiração, como se fosse um mascote especial. O seu desempenho abaixo da crítica será sempre relevado e jamais visto como má-fé. Afinal, as atitudes que ele vier a adotar estarão sempre ancoradas na funcionalidade, dentro da mais perfeita transparência administrativa. 

Ele parece clonar o comportamento em seu outro colega famoso, o rato Mickey, que, apesar de roedor, é também relações-públicas da Walt Disney e amado pela humanidade há várias gerações. Com o tempo, o ratocorp ganha intimidade com a empresa que o abriga, desde o porteiro até o presidente. Age muito bem nos bastidores, seu verdadeiro hábitat. Depois do expediente, quando se sente mais à vontade, caminha com enorme desenvoltura, embora silenciosamente, por qualquer corredor ou sala da empresa. Fareja quando ainda há gente trabalhando depois da hora, se um escritório está vazio e há quanto tempo

Sabe aparecer à frente da direção nas horas mais importantes e críticas, transmitindo sempre a imagem de um workaholic. Quando a empresa fecha suas portas e a maioria absoluta dos empregados já está em casa, pode finalmente acessar computadores e escaninhos secretos. 


Muitas vezes, nas suas andanças noturnas ou mesmo feriados, abre gavetas que contêm guloseimas estocadas por alguma gorda e gulosa secretária. Nesses casos, o seu instinto fala mais alto. Não tem remorso e come tudo o que encontra. (Agora você já sabe por que tanta comida some das gavetas da sua empresa fora do expediente.) Mas não julgue precipitadamente que ele é um cleptomaníaco ou um ladrãozinho comum. Roubar alimentos não é o seu core business, mas de certa forma um inocente hobby de quem exerce uma atividade tão solitária. Afinal, ele também precisa se divertir um pouco... 

O ratocorp tem objetivos de longo prazo. Entende que, pela própria dinâmica da operação de uma empresa, ninguém sozinho consegue saber tudo ao mesmo tempo. Por isso, precisa se municiar ao máximo de informações privilegiadas para, quando chegar a hora, exercitar plenamente o poder, mas sempre de forma indireta. 

IMUNE A DEMISSÕES


Cedo ou tarde, a oportunidade de ascensão profissional acaba chegando. O diretor da área decide promovê-lo a gerente, após observar pessoalmente a sua indiscutível lealdade e dedicação à organização - principalmente quando comparadas às dos outros colegas. O desempenho do ratocorp, segundo a percepção do diretor, se traduz em uma inesgotável atividade ("ele está sempre trabalhando"), o profundo conhecimento da empresa ("ele sabe na ponta da língua todos os procedimentos") e o impressionante domínio dos negócios ("ele parece adivinhar as nossas estratégias e planos confidenciais"). A partir desse fato, surge o grande divisor de águas da carreira do ratocorp.

Finalmente, ele é formalmente reconhecido como um de seus representantes oficiais. Mas não espere dele um comportamento profissional digno de seu novo cargo. Seja qual for a missão que receber em sua carreira, sempre vai preferir o papel de conselheiro. Para ele, a melhor camuflagem são atividades de staff, a sua verdadeira vocação, atividades essas de quase impossível avaliação. Se algo que ele recomendou der certo, ótimo. Se der errado? Bem, a culpa não foi dele, primeiro porque não era o responsável direto pela execução; depois, porque sua ideia foi muito mal executada. 

O ratocorp é imune a demissões, pois é consenso da empresa que a sua presença é imprescindível. Quando se aposenta, dezenas de anos mais tarde, o faz debaixo de intensos choros e soluços de toda a organização. 

Chega aos mais importantes cargos de assessoria, sempre em funções bem remuneradas de suporte, mas nunca executivas. Isso porque ele não é bobo de aceitar alguma posição que o exponha à luz do dia. Sempre terá uma resposta adequada, baseada em sua modéstia ou filosofia de vida, para declinar convites inconvenientes e perigosos desse tipo. Afinal, ele detesta desafios e riscos. 

Em sua convivência com o Olimpo empresarial, aprende que o exercício do poder é profundamente solitário. Os executivos nunca têm com quem falar de maneira franca, isto é, de igual para igual. A subserviência e a bajulação florescem nesse ambiente - e os poderosos são os primeiros a saber disso. Não é raro dirigentes tomarem importantes decisões baseadas apenas na opinião de secretárias, copeiras ou motoristas - que são os seus mais leais e próximos servidores do dia-a-dia. Por isso, os ratocorps representam a saída honrosa e aceita culturalmente pelo sistema para minimizar a angústia do isolamento da corte empresarial. Enfim, um mal necessário. Se não existissem, precisariam ser inventados. 

PACTO DE SILÊNCIO 


Num processo simbiótico, os parasitas privam da intimidade dos organismos que os abrigam. Há um momento em que explorado e explorador se confundem e passam a depender um do outro. É a famosa síndrome de Tom e Jerry. Você conhece o desenho animado. O legítimo morador da casa passa o tempo inteiro atrás de um ratinho simpático que explora sem qualquer direito a geladeira e a paciência do gato. Mas se o rato Jerry não existisse, não haveria história, e Tom não seria tão famoso assim... 

Pense agora no nosso ratocorp. Coincidência? Dificilmente. E, já que o assunto é mesmo rato, pergunte a qualquer sanitarista de plantão por que todas as cidades do mundo estão infestadas de roedores e ninguém resolve o problema de vez. A resposta, provavelmente, é que há um momento em que colocar veneno demais pode matar, por acidente, outros animais, plantas e até seres humanos. Por isso, os habitantes acabam se acostumando a fazer de conta que não veem os ratos, desde que estes se limitem a atuar em áreas externas e não invadam as suas residências. 

Nas empresas, há um acordo não-verbal muito parecido. Todos os funcionários sabem quem são e onde estão os sanguessugas do sistema. Mas jamais os denunciam. Primeiro, porque não estão ali para delatar. Segundo, porque a empresa não é mesmo deles. Mas esse pacto sinistro de silêncio tem o seu custo. Os empregados talvez não se deem conta, mas todo fim de mês uma parcela invisível de seus salários é abatida para sustentar colegas ratocorps.  


*Fabio Steinberg foi pioneiro, no Brasil, na crítica à vida corporativa. O texto abaixo, publicado originalmente na revista Exame, é um pequeno clássico da rotina que todos enfrentamos nas empresas em que trabalhamos. Nele, Fabio criou um personagem simplesmente inesquecível: o Ratocorp. Clap, clap, clap. De pé.
Formado em Administração e Jornalismo, é consultor em comunicação empresarial. Em seus 35 anos de carreira profissional, destacam-se 18 anos na IBM Brasil, dez dos quais dedicados à área de relações com a imprensa.

É autor dos livros O Maestro (Editora C4 / It Books) e Ficções Reais (editora Campus) e colaborou ainda em A Organização Por Trás do Espelho – Reflexos e Reflexões, de Fela Moscovici (José Olympio Editora). Escreve com frequência artigos publicados na imprensa. Foi responsável por uma coluna durante um ano na revista Exame, onde faz eventualmente resenhas de livros de negócios. Além de consultor, Fábio dedica parte do tempo a conferências sobre comunicação e gerenciamento de crises.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Bill Gates, dicas preciosas a formandos em universidade norteamericana (2023)


Quem não quer conhecer dicas originais de Bill Gates? Dicas que ele passou aos formandos, quando homenageado, no ano passado (2023), pela NAU - Universidade do Norte do Arizona.

Pois elas estão, abaixo, em forma de imagens, numa "Story", que o Estadão publicou recentemente. 

Ao final do post coloquei o link, do Estadão, para quem queira ver a Story no seu formato original; e mais ao fim da postagem, consegui encontrar os vídeos, em inglês original e o com as legendas em português, do discurso desse mito do mundo corporativo, no ano passado.

 👇👇👇


















animated-arrow-image-0113Para conhecer a Story no site do Estadão é só clicar aqui