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sábado, 1 de agosto de 2009

Mulheres e salários nas corporações (Max Gehringer)


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Revista Época
MAX GEHRINGER

Elas vão puxar os salários para baixo

Empresas vão sair no lucro e as mulheres terão benefícios. Mas os homens jovens precisam se preocupar

Por que as mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens no mercado de trabalho? Elas têm. Apenas ganham menos que os homens. Ainda. Os salários femininos estão 35% abaixo da média dos masculinos para funções equivalentes. Mas não é um fenômeno brasileiro.

Na Alemanha e na Inglaterra, a disparidade salarial chega aos 25%. A situação muda quando avaliamos não dados estáticos, mas a evolução da situação. Em 1970, só 18% das brasileiras estavam no mercado de trabalho. Hoje, esse número está perto de 50% e bate os 55% na Grande São Paulo. Nas faculdades, há mais mulheres matriculadas que homens. E um professor de uma universidade paulistana me forneceu um dado revelador: em média, os homens faltam a 17% das aulas. As mulheres, a 4%.

Algo me diz que, aos poucos, as mulheres ocuparão cargos mais altos e os salários vão se igualar, embora não do jeito que gostaríamos. Como elas serão maioria no mercado de trabalho e continuarão aceitando salários menores, puxarão para baixo os salários masculinos de admissão.

Isso será bom para as empresas, porque o custo da mão de obra cairá. Será relativamente bom para as mulheres, porque o salário delas subirá. Ao contrário do que a situação presente parece mostrar, os jovens do sexo masculino é que deveriam estar mais preocupados.

O que se deve alegar para faltar ao trabalho quando vamos a uma entrevista em outra empresa?

“Resolver problemas pessoais.” Olhe para sua própria empresa. A que horas ela entrevista candidatos a emprego? Às 3 da madrugada? Aos domingos? Não. As entrevistas são conduzidas em dias úteis, durante o horário de expediente. E certamente os entrevistadores de sua empresa não perguntam aos candidatos que desculpas eles deram para faltar ao trabalho.

Por outro lado, nas demissões que sua empresa fez no ano passado, os demitidos foram avisados com antecedência? Não creio. A má notícia é dada no momento da demissão. Se as empresas agem conforme seus interesses – e não estão faltando com a ética ao fazê-lo –, elas entendem que os empregados podem agir da mesma maneira em relação a sua carreira.

Há uma vaga de supervisão aberta em meu setor. Não sou candidata, mas meu gerente me perguntou quais de meus colegas, em minha opinião, não reuniam condições para o cargo. E eu dei três nomes. Fiz mal?

Fez muito mal. Se isso vazar, você ficará numa situação bastante desagradável perante seus colegas. A resposta correta seria: “Não tenho condições de avaliar o que a empresa espera de um supervisor, mas tenho certeza de que o senhor, seu gerente, vai tomar a decisão mais correta”. Sinceridade é uma virtude, mas há momentos em que a sabedoria recomenda manter a boca fechada. Esse era um deles.

Ter tido quatro empregos em três anos é ruim para o currículo?

Se você foi dispensado de todos, é péssimo. Se está empregado e pediu a conta três vezes para ganhar mais, já não é tão ruim. Mesmo assim, você estreitou seus horizontes. A maioria das empresas prefere não contratar o “funcionário-pulga”, aquele que tem um histórico de muitos saltos em pouco tempo.


 Divulgação
DICAS DO MAX
Em Clássicos do mundo corporativo, Max ensina a se dar bem no trabalho (Editora Globo, R$ 12,50)

(publicidade voluntária em homenagem ao grande mestre Max Gehringer de quem reproduzo muitos e muitos textos para trazer aos leitores da Oficina de Gerencia)

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