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terça-feira, 8 de março de 2011

John Galliano tanto procurou que achou... Virou maldito em sua corporação.

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http://m.i.uol.com.br/estilo/2011/03/01/john-galliano-apos-desfile-na-semana-de-moda-de-paris-0503201-1298993846967_615x300.jpg

E
ste post foi produzido com muito cuidado pois trata de um assunto que é tabu entre os escritos de jornalistas e... blogueiros também. Refiro-me à "Autodestruição Humana". Obviamente estou aproveitando o momento onde dois grandes ícones entre as celebridades internacionais - Charlie Sheen e John Galliano -  expuseram-se publicamente com comportamentos desatinados que projetam um risco real às suas carreiras construídas ao longo de muito trabalho e talento. 
Permitam-me apresentar uma definição de autodestruição que encontrei na Infopédia e considerei excelente para o tema abordado:
http://www.infopedia.pt/img/site/E0/logo_infopedia2_Einternos.gif
Clique no logotipo e acesse o texto
  • "Entende-se por autodestruição o comportamento ou comportamentos negativos e destrutivos que um indivíduo tem para consigo mesmo.
    Estes comportamentos podem fazer parte de um processo de evolução física marcado por tendências suicidas, tentativas de suicídio ou de automutilação, ou pode fazer parte de comportamentos que arrastam o sujeito para uma morte social, como sejam a perda de autoestima, o isolamento e a solidão auto-infligida, etc.
    Há uma enorme recusa e negação face à sua existência no mundo; o sujeito não investe no mundo, nos outros e, em última análise, em si mesmo. Estes comportamentos podem ser reveladores de uma depressão culpabilizante.
    Estes desejos de morte e o não investimento nos outros podem também levar o indivíduo a cometer homicídios, que podem ser vistos como equivalentes suicidários.
    Em termos psicanalíticos, as condutas de autodestruição podem revelar uma grande atividade e até mesmo ao extravasar dos mecanismos de defesa do sujeito e uma demanda ambivalente de compromisso entre a pulsão agressiva, a culpabilidade e uma necessidade de autopunição."
http://www.scielo.br/img/pt/scielobre.gif
Clique no logotipo e acesse o artigo
  • Outro excelente texto que "descobri" na minha pesquisa foi o artigo intitulado "Autodestruição Humana" (Human Self-Destruction) escrito pelo psicanalista Roosevelt Cassorla e pela médica Elizabeth Smeke ambos professores da UNICAMP. Este é um artigo mais longo (12 paginas) e de cunho academico, mas de fácil compreensão e tem o seguinte resumo descrito pelos proprios autores: "Este estudo analisa a complexidade das situações autodestrutivas, tanto nas suas dimensões social quanto em suas manifestações aparentemente individuais (suicídio, acidentes, homicídio, doença, droga, vício, etc.) O artigo aponta erros na comunicação dessas situações e propõe métodos de estudo mais aprofundado do fenômeno. Fantasias auto-destrutivas são discutidas, especialmente essas feridas relacionadas às perdas,narcisista e autodestruição provocada pela vítima. São levantadas hipóteses sobre fantasias relacionadas a suicídios entre indígenas brasileiros da nação Guarani. Os aspectos acima são apresentados para enfatizar a prevenção em saúde pública."
Se não leram estes dois textos focados recomendo que os leiam novamente e com toda atenção. Para os mais jovens afirmo que acreditem que este conhecimento lhes será de muita utilidade durante suas carreiras corporativas em qualquer dos caminhos para os quais suas vocações lhes direcionarem. Comento os fatos do mundo real.
Fora do planeta das celebridades, o nosso dia-a-dia, seja no trabalho, na familia, ou em sociedade, está repleto de casos semelhantes de personalidades em processos de autodestruição. Basta que olhem com atenção à sua volta e irão perceber muitos dos seus colegas e conhecidos que caminham sobre o fio da navalha desse comportamento. O que os leva a isso? Como explicar que executivos de sucesso, com carreiras consolidadas ou em ascensão enveredem pelos caminhos das drogas, de outros vicios ou da corrupção dos costumes? Quantas vezes somos tentados a adotar comportamentos que podem ser letais para nossas vidas pessoais e profissionais? Acabar com nossas carreiras? Exemplos que chegam ao publico estão às centenas na mídia. E os que não chegam?
O que levou um expoente da alta costura
como John Galliano (clique aqui para perceber a genialidade do estilista), uma celebridade que suportava bilhões de dólares em negocios com sua grife pessoal de reconhecido bom gosto e sofisticação a estar ali, naquele boteco em Paris (veja foto ao lado). Em um ambiente frequentado pelas comunidades de homossexuais e de judeus (olha só onde ele, anti-semita, foi se meter!) bebendo solitário e em flagrante estado de alta embriaguez e depressão?  Talvez até drogado... Quem pode dar essa resposta?
Dizer o que ele disse - "Eu amo Hitler" e "Vocês deviam estar todos mortos" pensando que seus interlocutores eram judeus - tornou-o maldito entre os seres humanos, mas não é o foco da questão que quero trazer aqui O estado da autodestruição de Galliano é o me interessa analisar.
A cena toda é uma moldura de "non sense". Aquele homem ridiculo, bebado feito um gambá e dizendo aquelas asneiras para pessoas que sequer o  devem ter reconhecido no momento... É um perfeito testemunho de quem apesar de ter o mundo aos seus pés procura a autodestruição. Não é necessário ser psicologo, psiquiatra ou psicanalista para enxergar isso. Certamente esse caso será estudado sob esse prisma. Galliano é apenas a celebridade mais recente com o comportamento autodestrutivo. 
Deve ser um anti-semita sim, pois não diria aquelas barbaridades se elas não estivessem plasmadas em seus valores pessoais, mas é o comportamento dele que me espanta. Por que dizer aquelas coisas em publico sabendo que estava cometendo um crime? Esse é o cerne da atitude autodestrutiva. Ele buscou aquela situação e se não fosse ali, naquele desconhecido boteco em Paris seria em outro local e oportunidade qualquer. Não foi a primeira vez que algo semelhante aconteceu com o ex-estilista da Maison Dior.

http://www.bebericando.com.br/wp-content/uploads/2010/12/amy_winehouse.jpg
Outros recentes e conhecidos exemplos dessas personalidades são Amy Winehouse, Britney Spears Charlie Sheen, e Lindsay Lohan entre muitos outros famosos. Entre os antigos (e já mortos) podemos enquadrar de Elvis Presley a Jimmi Hendrix passando por Janis Joplin, Kurt Cobain e Jim Morrison. É muita gente!  
Aqui no Brasil também tivemos (e temos) nossos "autodestrutivos" famosos. O ex-goleiro do Flamengo, Bruno é um deles; o jogador Adriano "Imperador" é outro. Fábio Assunção já andou por perto e Dado Dolabela não por conta de drogas, mas prejudicou sua carreira por comportamento autodestrutivo. E quem não se lembra de Paulo Cesar Caju este ainda vivo e também vitima da sua propria autodestruição?   Entre os casos mais antigos e que já morreram podemos lembrar-nos de Raul Seixas, Cazuza, Tim Maia... E nem vou mencionar casos de políticos e empresarios tão conhecidos de todos.  
Trabalhei em corporações com atividades de alta pressão diaria onde havia uma quantidade enorme de profissionais totalmente entregues aos seus processos de autodestruição. Brilhantes e competentes no desempenho de suas funções, todavia viviam às voltas com os consultorios de psicólogos e psiquiatras para procurar entender o que se passava com eles e tentar a cura. Anônimos trabalhadores e sem uma gota sequer de fama sobre eles, mas tão autodestrutivos quanto qualquer um dos famosos. 
De tudo o que escrevi desejo passar uma conclusão: o processo da autodestruição não é prerrogativa dos famosos, ele está à espreita para se instalar em qualquer um de nós. Pode ser uma patologia, mas também pode ser um desvio de comportamento adquirido. Acreditem, pois eu já vi acontecer.
Para quem queira entender melhor os desdobramentos do caso leia os links abaixo:

    Coloquei abaixo um mix de textos que saíram na midia sobre o caso John Galliano e - não poderia faltar - o vídeo onde ele bêbado, sem conseguir nem falar direito, põe para fora o seu sentimento anti-semita em um bar frequentado por judeus!!!
     clipart graphics
    Clique sobre a imagem para ampliá-la
    Nada vai bem para John Galliano. O estilista, acusado de ter agredido um casal em Paris com declarações antissemitas, agora aparece em um vídeo, divulgado pelo tabloide inglês The Sun, onde afirma amar o ditador Adolf Hitler.
    A filmagem foi feita no café La Perle, palco da polêmica de sexta-feira, 25 de fevereiro, por um grupo de amigos franceses e italianos, mas que não eram judeus. “Pessoas como vocês deveriam estar mortas”, disse o estilista. “Suas mães, seus ancestrais, todos deveriam ir para a câmara de gás.” O homem que filmou Galliano disse ao The Sun: “ele deixou claro que as meninas italianas não eram bem-vindas. Puro racismo”.
    O advogado do estilista, Stephane Zerbib, afirmou à agência AP que não sabia quando o vídeo tinha sido filmado e que “não há comentários sobre isso. O que importa não é o que está na internet, mas sim os testemunhos e relatos”.
    Além disso, o site WWD divulgou que outra queixa de antissemitismo contra o estilista foi feita nesse sábado, 26 de fevereiro, à polícia parisiense. Uma mulher afirmou ter sido vítima de um ataque verbal, também no café La Perle, há algumas semanas.
    Um encontro entre Galliano e o casal que realizou as primeiras acusações está marcado para acontecer nesta segunda-feira, 28 de fevereiro, em uma delegacia de Paris.
    (Assista ao vídeo de John Galliano no site do The Sun ou clique no play do vídeo abaixo)

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