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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Lição de Vida - Dar e Receber.

Esse texto está colocado na internet em poucos sites. Recebi-o por e-mail e imediatamente me apaixonei. Todavia percebi que não estava completo. Tive que pesquisar um pouco para "descobrir" o original. Encontrei-o no site "Bons Fluidos" abrigado no portal da Abril.com (clique no logotipo abaixo para conhece-lo, se lhe interessar).
O artigo tem o titulo de "Uma Estrada de Duas Mãos" com autoria da jornalista Carla Aranha e embora não seja muito conhecido tem uma abordagem interessante na exploração de um tema que faz parte do dia-a-dia de todos nós. Falo do "dar-e-receber". Não o famoso (e lamentável) "toma-lá-dá-cá", mas aquele ato puro e amoroso de entregar algo de seu e receber de outrem. Desde um presente a um elogio. Gentilezas. Gestos...
Gostei muito do texto e por isso achei que valeria a pena reproduzi-lo aqui o blog compartilhando-o com os leitores e amigos. Espero que o leia na íntegra. Asseguro-lhe que não se arrependerá.
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 (clique no logotipo ao lado e visite o site)

Colocar valor em seu trabalho ou aceitar um elogio pelo seu desempenho. Fácil? Nem tanto. Pequenas demonstrações de afeto, de generosidade e de reconhecimento passam pelo exercício de dois verbos: dar e receber. Para começar, receba este texto. Ele é dedicado a você. Texto de Carla Aranha - Fotos de Ana Fassone e  Ilustrações de Laís Dias.
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Uma estrada de duas mãos 
“Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você. Vocês são todos aprendizes, fazedores, professores” (Richard Bach, escritor americano)
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Dar e receber é uma via de mão dupla. A afirmação parece óbvia, mas a verdade é que nos esquecemos dela a todo instante. E isso acontece nas pequenas coisas. Sabe aquele amigo que sempre tem um ombro para as pessoas? Há quanto tempo você não liga para ele? E qual foi a última vez que disse a alguém especial o quanto gosta dele? São pequenas gentilezas que andam em baixa atualmente.
Receber também entra para o quesito das dificuldades diárias: é complicado estabelecer um preço pelo seu trabalho - para os que são autônomos - ou aceitar um elogio e um agradecimento. Afinal, por que nós, brasileiros, que nos consideramos hospitaleiros e afetuosos, temos dificuldade, aqui ou ali, com as relações de troca?
Conseguir exercitar o dar e o receber é a essência da convivência. “A reciprocidade nas relações, em que eu faço e você retribui de alguma maneira, foi um elemento que estruturou a sociedade, portanto é algo fundamental para o homem”, diz a antropóloga Livia Barbosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Nas sociedades antigas, existiam até rituais para enfatizar a importância de saber dar. Alguns deles sobreviveram em lugares como as ilhas Trobiand, na Nova Guiné. Ali, todo ano, um grupo de nativos sai de barco, sem levar mantimentos e roupas, para passar alguns dias na casa de conhecidos que moram em ilhas mais distantes. Eles chegam sem avisar e quem os recebe deve oferecer não só comida, cama e roupas mas também carinho e afeto. Ao ir embora, os hóspedes ainda ganham objetos de grande valor sentimental, como braceletes e colares que pertenceram a pessoas queridas da comunidade. No ano seguinte, quem deu recebe.
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SERÁ QUE EU MEREÇO ISSO?
Receber vem do latim recipere, que originalmente tinha o sentido de “tomar algo que por direito pertence a outro”. “Se eu dei, tenho que receber”, diz o filósofo Jean Bartoli. Não há mal nisso. As relações são feitas de troca. “Você ama e quer ser amado, dá e quer receber. É simples”, diz o psicólogo social Bernardo Jablonski. Mas, se por vezes é difícil dar, receber também pode ser uma arte que nem todos dominam.
A dificuldade em ouvir algo bom a seu respeito ou ganhar uma coisa valiosa pode esconder a baixa auto-estima porque a pessoa não acredita ser merecedora disso. Mas, atenção, a dificuldade em ser elogiado pode esconder, por vezes, um certo grau de arrogância – funciona assim para o elogiado: quem elogia não está a sua altura. Desse jogo ainda não se pode descartar o medo de ter, afinal, que retribuir.
Mas não há como negar: o exercício do receber é necessário. Olhar para dentro de si pode ser uma das maneiras de enxergar qualidades perceptíveis aos outros. É algo para ser feito diariamente, que começa com alguns questionamentos. Não custa se perguntar o motivo de enrubescer e ficar sem palavras quando ouve um elogio. Se alguém disse que você está bonito ou que a sua companhia é agradável, por que acreditar? Não custa lembrar também que, quanto mais você aceita receber, mais terá a dar. “É assim que se formam os ciclos do bem, que fazem a todos mais felizes”, diz a monja Coen, da Comunidade Zen Budista, de São Paulo.
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A MEDIDA DAS COISAS
“Se queres receber, deves primeiro dar: eis o início da inteligência” (Pensamento Taoista)
 
Se existe um dado que caracteriza a sociedade desde a Revolução Industrial, é a mania de mensurar tudo. Inclui-se aí a tendência que temos de querer colocar na balança até o afeto. O quanto o outro me dá e em qual medida eu retribuo. Essa é a questão. Lembre-se das frases ‘Você não está me dando atenção suficiente’ e ‘Será que você me dá o tanto de amor que recebe?’
Bom, a primeira coisa a saber é que estamos numa tremenda armadilha. Não existe um medidor de sentimento, prazer, amor que sirva como referência do que eu recebo e dou em troca.
É um erro comum oferecer gestos de generosidade calculando qual será a contrapartida. “A espontaneidade revela o amor e o cuidado que você tem pelo outro.
Não dá para forçar e enquadrar a emoção”, diz o psicólogo Bernardo Jablonski. Se a relação é desequilibrada, pelo menos diante de seu olhar vale a pena se perguntar por que não está havendo reciprocidade – sim, porque é inegável que todos queremos receber amor. Mas não é necessário medir cada ato ou colocar o outro contra a parede para saber quem está sendo mais ou menos amoroso. “O caminho para o equilíbrio entre dar e receber está dentro de você, e é só olhando para si, com respeito e paciência, que surgirão as respostas”, ensina a monja Coen.
Só é possível dar o que se tem – o amor não brota por si só. Ele precisa de um solo fértil, o que nem sempre acontece: alguns recebem muito cuidado e calor na infância, quando se formam a personalidade e os sentimentos, e outros, nem tanto. Ou seja, antes de impor medidas, perceba que só é possível entregar o que se tem. “Alguns de nós têm dificuldade de amar, o que compromete a capacidade de se doar”, explica a psicoterapeuta Teresa Creusa de Góes Monteiro, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Sobre isso, a monja Coen complementa: “Se precisamos ser lembrados de fazer alguma coisa é porque esse não é um comportamento tão espontâneo”.
É claro que tudo pode ser transformado e cultivado. E é possível, sim, mudar o panorama do desamor porque ninguém está condenado a se sentir devedor para o resto da vida. A psicanálise é uma das técnicas criadas para possibilitar uma revisão do passado e, com base nela, criar as bases para uma nova vida. “A terapia certamente é um dos caminhos para aprender a dar e, assim, ter uma existência mais satisfatória”, diz a psicoterapeuta Teresa Monteiro.
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UMA QUESTÃO DE BIOLOGIA
Dar e receber algo em troca é também uma questão fisiológica. Um recente estudo do brasileiro Jorge Moll, pesquisador do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, ratifica isso. Seu trabalho demonstrou que o ato de fazer o bem ativa uma região do cérebro conhecida como sistema de recompensa. Isso significa que, para o organismo, doar horas de nosso tempo para uma instituição, por exemplo, provoca o mesmo efeito que receber um elogio sincero ou um carinho da pessoa amada. E, diante disso, esperamos sempre que o outro retribua. “Além do mais, a área cerebral envolvida na formação dos laços afetivos também participa desse processo. Criamos vínculos com quem ajudamos”, diz Moll. O pesquisador conta ainda que o movimento de dar e receber é a base de um sentimento bem humano: o amor. E a sensação de felicidade vinda disso é uma natural consequência, que, aliás, garante a nossa sobrevivência.

Como dar o presente certo
• Tente escolher algo que o seu presenteado gostaria de ganhar e não algo que tenha a ver com seus gostos. Ele não se interessa por culinária? Não dê um acessório para a cozinha, por mais bacana que seja.
• Vale observar o momento de vida do outro. Se há uma viagem sendo programada, presenteie com algo que possa ser útil. Ele vai fazer uma trilha? A sugestão é uma bermuda de tecido de secagem rápida.
• Se você não conhece bem o presenteado, pergunte para amigos em comum do que ela gosta. Vale saber que flores ou um vinho sempre agradam.
• Procure avaliar o jeito de ser do outro. É alguém extrovertido ou reservado? Gosta de sair à noite ou adora praia? O presente certo tem muito a ver com o estilo de vida.
• E, finalmente, embale com carinho e escreva um cartão com palavras delicadas. 
 Gentileza e demonstrações de afeto são o melhor de tudo. 

A metáfora da generosidade
Há muito tempo, mais de 2 mil anos atrás, o verbo dar – que vem do latim dare – começou a ser utilizado como metáfora para os atos de generosidade. Foram os antigos romanos que criaram expressões como “dar a mão a alguém” (dare manum alicui) e “dar as costas” (dare terga), segundo o etimologista Deonisio da Silva, vice-reitor da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.

50 MANEIRAS DE SE DOAR UM POUQUINHO POR DIA 
“Ninguém admite aquilo a que não se entrega. Para se entregar ao amor, você deve ser vulnerável a ele” (Felice Leonardo Buscaglia, professor e escritor ítalo-americano)
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• Alegre-se pelo sucesso dos outros
• Faça um trabalho voluntário
• Sorria para um estranho na rua
• Dê uma flor
• Brinque com seus filhos
• Grave um CD e presenteie um amigo
• Não brigue se seu companheiro for dormir mais tarde
• Olhe nos olhos de quem atende você
• Agradeça o presente
• Segure a porta para alguém
• Ajude alguém a carregar as compras
• Ceda o seu lugar
• Retribua um convite
• Dê boas-vindas a um novo colega de trabalho
• Cuide de um bichinho abandonado
• Divida boas notícias
• Dê um beijo
• Empreste um livro
• Dê uma boa risada
• Coloque-se no lugar do outro
• Ouça as histórias da sua avó
• Elogie o outro
• Ligue para um amigo que você não vê há tempos
• Não buzine
• Agradeça a empacotadora do supermercado
• Perdoe-se
• Leia uma história para alguém
• Plante uma árvore
• Seja um ombro amigo para quem precisa
• Segure a porta do elevador para os idosos
• Ofereça carona
• Diga às pessoas queridas o quanto você as ama
• Aceite um elogio
• Recicle o lixo doméstico
• Aplauda um grande espetáculo
• Diga bom-dia às pessoas ao redor
• Cuide de um bichinho abandonado
• Ajude quem está perdido a encontrar o caminho
• Dê um presente feito por você mesmo
• Abra a sua casa para amigos e parentes
• Faça uma canja para alguém que está doente
• Dê passagem no trânsito
• Brigou? Depois faça as pazes
• Admita quando o outro tem razão
• Ofereça um pedaço de bolo a um colega de trabalho
• Mande um e-mail para alguém especial
• Cumprimente quem executou algo bem feito
• Doe seus livros e roupas antigos
• Abrace um amigo
• Não julgue quem pede dinheiro na rua
• Prepare uma festa-surpresa para um amigo


Qual o melhor presente de aniversário que você já ganhou?
Fizemos essa pergunta a alguns leitores...Leiam as respostas:
  • “Aos 15 anos, ganhei do meu pai, metido a comunista, O Capital, livro de Karl Marx. Não consegui esconder a decepção, pois o que queria era uma viagem pra Disney. Porém dentro do livro estavam as passagens da excursão e uma carta linda, falando sobre valores e prêmios. Inesquecível!” FABIANA MARIA MONTANDON
  • “Com certeza uma agenda que, em cada dia, tinha uma foto diferente minha e dos meus amigos.” RAFAEL DEHIRA
  • “Uma amiga não sabia o que dar e resolveu me dar o mundo. Qual não foi minha surpresa ao abrir uma singela caixinha de pedra-sabão e encontrar uma pena, representando o céu, uma concha, o mar, uma semente, a terra, e um pingente em forma de coração representando seu amor.” LILIAN CORDEIRO
  • “Foi de uma funcionária da prefeitura de Ituberá (BA), uma senhora querida que recebia seus proventos no Banco do Brasil, e eu na ocasião era caixa. No dia 20 de maio de 1986, ela chegou com uma sacola de chuchus, chorando e dizendo que gostaria de me dar algo maior e melhor. SÔNIA TEREZINHA FREITAS DA SILVA 

2 comentários:

  1. Fantástico este texto!!!
    Aquilo que doamos,independente o que seja,sendo o melhor de nós,marca por toda vida e abre portas para que o ciclo do bem continue.
    São as coisas mais simples da vida que fazem toda diferença,não há ninguém nesta vida que não tenha o que compartilhar com alguém.

    Abraço

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  2. Caro Anderson,
    Inicialmente registro minha alegria pela tua visita e comentário.
    Como blogueiro que és, sabes bem a satisfação que temos quando um visitante deixa um comentário em nosso blog.
    Realmente o texto reproduzido no blog é fantástico. Simples, direto e verdadeiro. Surpreendi-me quando, ao pesquisar no Google, percebi que não era muito conhecido. Coisas da internet. Textos de muito menos qualidade e impacto tornam-se "best-sellers" na rede...
    Visitei o teu blog e gostei muito. Agradeço teres colocado a "Oficina de Gerencia" na tua lista de blogs indicados. É uma honra.
    Aguardo tuas proximas visitas. Desejo todo sucesso com a (árdua) "carreira de blogueiro".

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Convido você, caro leitor, a se manifestar sobre os assuntos postados na Oficina de Gerência. Sua participação me incentiva e provoca. Obrigado.