23 DE ABRIL DE 2024 – 3ª FEIRA - DIA DE SÃO JORGE E DO ESCOTEIRO DO BRASIL


Clique neste link : https://www.childfundbrasil.org.br/

FRASE DO DIA

FRASE DO DIA

FRASE COM AUTOR

FRASE COM AUTOR

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Executivo certo para momentos de crise (HSM)


Deixo com vocês um conjunto maravilhoso de quatro artigos que transcrevi de um newsletter da HSM dedicada ao tema dos Recursos Humanos.
São quatro artigos em sequencia. Cada um melhor que o outro. Recomendo que leiam com calma, cada dia degustando um deles. Não irão arrepender-se.
No primeiro artigo intitulado "Liderança e apagão de líderes: uma questão de energia" o autor aborda um tema cada vez mais discutido nos meios corporativos qual seja o de que estão faltando lideranças verdadeiras no mundo das empresas. Será?
Leiam um breve trecho do seu texto: 
  • [...] "Um líder deve reconhecer os focos onde se encontra a energia necessária para conduzir sua equipe. Deve promover a consciência de que o comprometimento é o principal elemento para destruir o apagão." [...] 
 
    O titulo do segundo artigo é "Estresse: nem mocinho nem vilão". Neste texto eu aprendi conceitos que desconhecia. Vocês sabem o que são Eustress e Distress?  Ou então "Síndrome de Burnout"? Pois é, nem eu!  Coloquei links direcionados para esclarecê-los. Transcrevo mais um trechinho do artigo só para atiçar a curiosidade; 
  • [...] "A importância de se gerenciar o estresse é evitar que o mesmo, que começa com um desconforto, se agrave e venha a se transformar em casos críticos de ansiedade, depressão e burnout. E como estamos falando de gestão, o primeiro passo é identificar os primeiros sinais de que você está estressado. Isso irá variar de pessoa a pessoa, e o corpo possui diversos sinalizadores de que algo não vai bem: dores de cabeça, dores musculares, mãos frias, indigestão, dentre outros sintomas. " [...]        
Para os outros dois artigos, "Executivo certo para momentos de crise" e ainda "Princípios da Liderança" não farei maiores apresentações. Os proprios títulos já indicam os temas.  
O que deixo registrado é que este post merece ser lido com muita atenção por quem gosta da temática dos recursos humanos (eu adoro esse tipo de leitura). Esses artigos nos deixam atualizados com o pensamento dos consultores mais ativos no mercado e coloca nossos conhecimentos no nível do "estado da arte" com o pensamento e o vocabulário do momento, que é muitas vezes exagerado e forçado no uso de expressões importadas de outros setores como p.e. a expressão "turnaround" (que não era do meu conhecimento), mas que são necessárias ao desenvolvimento profissional de quem atua nos campos da gestão, principalmente de pessoas.
Mãos à obra porque há muito que ler e aprender. Sugiro que copiem os textos e os difundam entre seus amigos, colegas ou subordinados. Podem crer que vão mexer com as cabeças deles.  









Liderança e apagão de líderes: uma questão de energia

Para uma discussão sobre o atual assunto do “apagão” de líderes é muito importante recorrer ao dicionário. Antes de mais nada, vamos pensar no significado da palavra “energia”, já que convoco James Watt para ilustrar minha proposta e também por esta palavra estar ligada diretamente à eletricidade. Segundo o Houaiss, energia é a capacidade que um corpo ou uma substância possui para realizar trabalhos, isto é, um arrojo ou firmeza nos atos para a concepção ou realização de algo. Ora, seria mais do que pertinente começar este texto considerando o seguinte:
  • O apagão de líderes é um problema na captação e direcionamento de energias.
Sigamos com a hipótese. Atualmente, há uma considerável discussão sobre o desaparecimento de bons líderes em qualquer instância da sociedade, desde a atmosfera da organização como a pessoal e a familiar. Entendo “apagão” no mesmo sentido de queda repentina da eletricidade, da energia. De repente, a escuridão da indecisão toma conta dos atos de supostos líderes. 

O Brasil é apontado como um país em desenvolvimento no cenário acadêmico. Mesmo com as grandes reclamações a respeito da qualidade do ensino fundamental e médio, o acesso às universidades tem crescido consideravelmente. Então, o que faz com que em meio a tanto crescimento, a escassez de líderes cause prejuízos ao progresso da sociedade? Estaria nosso sistema de ensino criando líderes irresponsáveis e mal preparados? É o que mostram muitas reportagens sobre o assunto. Mas vamos mudar o foco pessimista para um ponto de vista mais positivo, mais up. 

Obviamente, o resultado acarretado com o apagão de líderes é a infelicidade em reconhecer que muitas oportunidades são perdidas e muitas energias desperdiçadas. Sendo assim, minha proposta é emitir uma mensagem positiva para aqueles que se consideram líderes no mercado atual. Para isto, vou apresentar algumas sugestões que dão caminhos para a possível solução do apagão. 
http://www.noticiasgeek.com.br/wp-content/uploads/2009/05/senna1.JPG
Tem-se discutido que o principal elemento do desaparecimento de líderes é o interesse pessoal de curto prazo desses profissionais. Esses interesses instantâneos e sem planejamento sempre colocam em risco a sustentabilidade de qualquer sistema. Vamos observar este aspecto específico. 

Um apagão nada mais é do que a ruptura brusca do fluxo de energia em um dispositivo. Por exemplo, uma lâmpada queimada representa bem esta impossibilidade de ação efetiva de sua potência. Um funcionário negligente, mal preparado, desconectado da equipe e pessimista pode ser comparado a uma lâmpada queimada. Ou seja, não há uma quantidade necessária de energia fluindo em seus atos para que ele possa brilhar em suas tarefas. 

Warren Bennis, ao pensar o papel da liderança, não desconecta a importância dos seguidores do líder como chave fundamental do funcionamento das ações organizacionais. Para o autor, há também uma responsabilidade da equipe na atuação do líder. Ou seja, energias são cruzadas o tempo todo. São palavras dele: “Nós tendemos a avaliar o líder que age decisivamente, seja de maneira certa ou errada, mas é esperado dos seguidores que se comportem com precaução. Seguidores efetivos adquirem habilidades por (...) causarem mudança sem destruir a organização.” 

O papel do líder, sob este ponto de vista, deve ser o de captar, reativar e direcionar energias, da mesma maneira como James Watt fez com o vapor em suas pesquisas. Memorize bem estas palavras, caro leitor: captar, reativar e direcionar!

Um líder deve reconhecer os focos onde se encontra a energia necessária para conduzir sua equipe. Deve promover a consciência de que o comprometimento é o principal elemento para destruir o apagão. 

Sendo assim, o verdadeiro líder precisa reconhecer que os mecanismos para reativar a energia em sua equipe são cinco, as competências emocionais: 

1. autoconhecimento;
2. autocontrole;
3. automotivação;
4. empatia;
5. habilidades sociais.

Com os elementos acima, um líder pode captar, reativar e direcionar energia em sua equipe. Como vemos em diversos textos de Gestão, a questão de maior interesse é conseguir causar nas pessoas um sentido de comprometimento a longo prazo, seja por questões ambientais que a empresa julga importantes, seja pelo crescimento do patrimônio da organização. 

Liderar é estar a frente, é ocupar a primeira linha de combate com entusiasmo e dedicação. Em outras palavras: é acreditar na energia humana e sustentar a equipe tanto ética quanto moralmente.  

O apagão de líderes pode ser evitado apenas com o sentido construtivo que as cinco competências acima postulam. Será apenas com sua devida utilização que chegaremos a um arrojo ou firmeza em nossos atos, para a concepção ou realização de algo: no nosso caso, a sustentabilidade da organização!

Minoru Ueda (Professor da Fundação Instituto de Administração – FIA-USP. Docente e consultor pelo SENAC. Coautor no livro "Ser Mais Líder", Editora SerMais, 2010. Orientador no Programa de Mentoring, projeto da Associação dos Engenheiros Politécnicos – AEP, em parceria com a POLI-USP e desenvolvido pela FEA-USP. É conferencista na área comportamental. E-mail: ueda@minoruueda.com.br – Blog: http://minoruueda.blogspot.com)




Estresse: nem mocinho nem vilão

.
Você sabia que o Brasil, país conhecido por sua gente alegre, é o segundo do mundo em número de executivos com burnout, o estresse destrutivo? Só “perdemos” para o Japão. É o que revela recente pesquisa da International Stress Management Association. Agora responda com franqueza: você acha que é possível alguém viver sem estresse? 

Pois bem, o estresse faz parte da existência humana, desde os primatas já se convivia com ele, e já que nunca conseguiremos nos desvencilhar do mesmo, é cada vez mais importante encontrar formas de gerenciá-lo, assim como fazemos com outros recursos produtivos, como capital e conhecimento. Sim, estresse pode inclusive dar lucro! Lembre-se de momentos em que você esteve extremamente criativo e produtivo, e você perceberá que o estresse esteve presente, mas equilibrado e sendo bem utilizado. 

Em algum momento da história ele recebeu uma conotação negativa que precisa seriamente ser questionada. Existem tipos de estresse, havendo inclusive as categorizações eustress, o estresse positivo, que impulsiona para a ação, e o distress, o negativo, que paralisa. Primeiramente recorramos ao conceito: estresse é o resultado sentido por um indivíduo, a partir de qualquer desequilíbrio entre os níveis percebidos de desafios e suas competências, também percebidas, para lidar com os mesmos. Outra definição simples, mas efetiva, é a que define estresse como o resultado de desperdício ou falta de competência percebidos para lidar com algum objetivo. 

Geralmente lembramos do estresse causado pelo excesso de trabalho ou falta de recursos para lidar com o mesmo. Mas falta de trabalho ou desperdício de recursos é tão estressante quanto o caso anterior. Sendo assim, a primeira lição para gerenciar o estresse é saber encontrar um caminho do meio em que se equilibrem os desafios aos quais você se dispõe, e o seu grau de competência para assumi-los. Verifique no seu dia a dia se há excesso ou falta de demandas para a sua competência atual, e também se há desperdício ou falta de competências para as suas demandas atuais. Como sou a favor do amadurecimento do ser humano, sugiro fortemente que você desenvolva novas competências para lidar efetivamente com o excesso de demandas existentes, ou então busque demandas mais arrojadas, compatíveis com suas competências desperdiçadas.

A importância de se gerenciar o estresse é evitar que o mesmo, que começa com um desconforto, se agrave e venha a se transformar em casos críticos de ansiedade, depressão e burnout. E como estamos falando de gestão, o primeiro passo é identificar os primeiros sinais de que você está estressado. Isso irá variar de pessoa a pessoa, e o corpo possui diversos sinalizadores de que algo não vai bem: dores de cabeça, dores musculares, mãos frias, indigestão, dentre outros sintomas.
http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:XZTMseWb8lOH7M:http://i468.photobucket.com/albums/rr50/gelzynha/Blog_Imagens/71101531.jpg&t=1
O segundo passo é buscar as causas que estão levando você a perceber o desequilíbrio. Dentre as principais causas geradoras de estresse destacam-se: morte de ente querido, divórcio, mudança de residência, sentença de prisão, doença, casamento, perda do emprego, aposentadoria, e até mesmo a reconciliação com o cônjuge. 

No trabalho, as principais causas de estresse são colegas de trabalho inflexíveis, líderes estressados que não se gerenciam, ser criticado na frente dos colegas, as reuniões desnecessárias e os habituais retrabalhos. Uma importante lição aprendida em relação às causas do estresse é saber o que pode ser alterado por você e o que não pode. Analise o seu grau de autoridade em atuar sobre as mesmas, a perenidade de sua duração e a magnitude deste fator no trabalho. Muitas vezes apenas esta análise já fará com que você se sinta menos estressado.

Segundo as linhas cognitivas da Psicologia, sentimentos são fruto de pensamentos, que por sua vez são conseqüência de percepções. Sendo assim, da próxima vez que tiver sentimentos depressivos, angustiosos e raivosos, analise o que você está pensando, e verificará possibilidades de distorções, geralmente ligadas a generalizações, rótulos e negações. Aristóteles, em “Ética a Nicômaco”, nos deixa uma importante lição:
  • “Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil.”
Outra alavanca para gerenciar o estresse diário é a prática da assertividade, ou seja, a capacidade de fazer uma afirmação sobre algo positivo ou negativo, com absoluta segurança, e pela qual se assume total responsabilidade. Para desenvolver sua assertividade, é fundamental que você esteja com a autoestima em dia, por isso o autoconhecimento, sempre ele, nunca é demais. Uma vez respeitando-se, busque sinceramente respeitar o outro, para então comunicar-se corretamente com ele. Para tornar esta zona de esforço mais confortável, utilize âncoras como a priorização de tarefas, a formação de uma rede solidária que lhe apoie nos momentos críticos, e até mesmo planos de gerenciamento de crises para os casos mais críticos. 

E aí, ficou estressado com este desafio? Sinal de que você pode continuar se desenvolvendo neste tema. Invista na sua qualidade de vida. Você merece ser feliz!

André Dametto (Mestre em Gestão e Inovação (COPPE-UFRJ) com dissertação sobre a questão do equilíbrio pessoal e profissional, engenheiro de Produção (UFRJ), consultor de gestão empresarial, coach certificado pelo Integrated Coaching Institute (EUA) - www.andredametto.com.br)


Executivo certo para momentos de crise
Para superar épocas de turbulência não basta ter um profissional com perfil empreendedor, é necessário um gestor de reestruturação
No cenário brasileiro, a onda de consolidação dos mercados, o aumento da competição interna, a globalização e a rápida ascensão de indústrias mundiais, como a chinesa, trouxeram enormes desafios para as organizações. Sem falar ainda das crises e das “bolhas” que assolam nossas companhias de tempos em tempos.  Ora, quanto mais competitivo o mercado, mais dificuldades as empresas têm para sobreviver em vários setores econômicos. E, para conduzir a empresa durante esses períodos mais críticos, é necessário iniciar um processo de reestruturação (turnaround), quando diversas medidas emergenciais são tomadas, tanto para recuperar a saúde da organização quanto para torná-la mais eficiente e competitiva. 

Para isso, o executivo precisa ter um perfil diferenciado, ou seja, é fundamental que reúna determinadas características importantes para comandar processos desta natureza. Os mais procurados são aqueles que conseguem atuar sob pressão e possuem grande habilidade política. São mais maduros, racionais, acostumados a mudanças, aptos a tomarem decisões difíceis em um curto espaço de tempo, sem terem informações adequadas disponíveis. Diferentemente do perfil de empreendedor, o gestor de reestruturação tem uma postura não apenas pragmática, mas também voltada para processos, alianças com parceiros e fornecedores. O gestor procura aumentar o desempenho do negócio e fortalecer as estruturas organizacionais. Enfim, dar perenidade ao negócio. Em relação ao perfil do empreendedor, a característica que predomina é o de projetar algo novo. Ele traz o sonho de iniciar alguma coisa, de adquirir independência. 

Na verdade, são perfis complementares que podem ser combinados em diferentes proporções, dependendo do estágio em que a empresa se encontra. No início de uma operação, por exemplo, é fundamental que se tenha predominantemente um perfil mais de empreendedor. Alguém com capacidade de criar algo do zero, de assumir riscos, de ser único e independente, sem um foco grande em planejar e organizar. À medida que a empresa cresce, naturalmente, começa a surgir a necessidade de planejar novas ações, de organizar o trabalho dos colaboradores e de criar processos bem definidos. Essa progressividade gera a consciência para melhores práticas de gestão, como o cuidado na retenção e a aquisição de talentos. É justamente nesse momento que a maioria das empresas falha.

Grande parte delas cresce de maneira desorganizada ou, então, cria uma enorme dependência com seu fundador e seu universo de práticas administrativas, como é o caso de empresas de gestão familiar. A partir daí, qualquer turbulência na economia, mudança na regulamentação ou aumento da concorrência impacta fortemente a saúde e a estabilidade desta empresa. É neste momento que o profissional de reestruturação é chamado. Há casos, também, que, em função da demora em pedir auxílio, a situação fica tão crítica que não há mais como salvar a organização, já afundada em passivos e dívidas.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib6bu7dPSrTpEwktCuq-qWbGoGvSjzd7Pi9wewRDuMzyJ_ou2KSVCuttfFvc5_ukScQ41b7nfQ8nUH6yAJuNBF4DiD7NLxl6TCjn0yKpAan6n7Y8yTaG0xqpLRPXpNy-8XhU4afnshlEsg/s320/exalted+lider%5B1%5D.jpg
O profissional de reestruturação, além de forte experiência executiva, deve ter uma capacidade consultiva muito bem desenvolvida para obter sucesso no trabalho. Em uma situação real, a primeira etapa do processo é a fase de avaliação da situação. Faz-se um diagnóstico da situação da companhia, tanto interna quanto mercadológica, depois entra o planejamento das ações que deverão ser tomadas ao longo dos próximos meses. Esta fase é crucial e requer profissionais com boa capacidade analítica e consultiva. 

Vale ressaltar que o uso de metodologias específicas para turnaround é fundamental, tanto na fase de diagnóstico, quanto nas outras fases subsequentes, a fim de maximizar as chances de sucesso do projeto. Uma característica recorrente de alguns projetos de reestruturação é a maneira simplificada de encarar o problema. Muitas vezes são contratados temporariamente  executivos experientes, com vivência em negociações com instituições financeiras, mas que fazem uma abordagem monodimensional, reduzida exclusivamente a questões relativas a negociação de dívidas e ao alongamento dos prazos de pagamentos dos débitos. 

Esse tipo de executivo deixa de lado aspectos relativos à estratégia da empresa, à estrutura e à gestão organizacional. Essa visão foca no reequilíbrio financeiro e ignora os problemas estruturais da empresa que a levaram a uma situação de risco. E, logicamente, esses problemas estruturais, se não resolvidos, vão criar novas ameaças mais à frente. Outra questão que assola um projeto está relacionada ao futuro da organização. Decisões voltadas para resultados a curto prazo, e desalinhadas estrategicamente, podem pôr tudo a perder. O esforço de salvar também significa pensar em manter a empresa lucrativa a longo prazo.

Sob esse aspecto, além das empresas que estão passando por algum tipo de “stress”, temos outras que estão buscando o auxílio de gestores interinos para fazer com que seus negócios cresçam acima da concorrência. Ou obtenham um crescimento expressivo e acelerado em curto espaço de tempo. É uma espécie de turnaround adequado a uma empresa saudável financeiramente, mas que, por algum motivo, tem seu crescimento estagnado ao longo dos últimos anos. Enfim, o trabalho de dar um novo rumo para uma empresa, seja tornando-a mais saudável, rentável, perene ou com crescimento acelerado, passa não somente por um perfil específico, mas também por uma metodologia consolidada e um forte trabalho de equipe.


Miguel Abdo (Diretor da Naxentia, graduado em engenharia mecânica, possui especialização em General Management (Kellogg University), MBA pela Ibmec e extensão em Marketing na ESPM.Especialista em crescimento acelerado, antes de ingressar na Naxentia, foi diretor da Promon, Toshiba, DBA e United Technologies)
 
Principios da Liderança

Ao estudar a vida e as estratégias empresariais de Bill Gates, Walt Disney e Ted Turner, verifiquei sete características que poderiam ser modeladas.  Chamei a essas habilidades de chaves da genialidade empresarial: iniciativa, senso de missão, criatividade, capacidade de comunicação, ação eficaz, energia pessoal e congruência.

Esse estudo, que deu origem ao livro Liderança & Genialidade Empresarial (Editora Planeta), e os de outros autores, que explico a seguir, foram a base para uma nova reflexão a respeito dos princípios da liderança no mercado atual.

O poder da persuasão
Howard Gardner, pesquisador da Universidade de Harvard, examinou as características de grandes líderes como Margareth Thatcher e Jack Welch e escreveu o livro Changing Minds—The Art and Science of Changing Our Own and Other People’s Minds (em português: Mudando Idéias—A Arte e a Ciência de Mudar as Idéias Próprias e as das Outras Pessoas).  Gardner se concentrou na habilidade de comunicação das lideranças.  Ele sugere que os líderes se utilizam de sete recursos fundamentais de persuasão:

1 - Razão: os líderes preferem argumentos racionais e objetivos. Estudam os prós e contras de cada ideia, e o fazem com clareza, para que seus interlocutores compreendam facilmente seu raciocínio.
2 - Pesquisa: reforçam seus pontos de vista com dados objetivos.  Gostam de estatísticas, fatos e outras informações que ajudam a sustentar suas opiniões de forma realista e coerente.
3 - Ressonância: demonstram sensibilidade ao ambiente e ao estado de espírito dos outros, isto é, modelam seu ambiente.  Buscam estabelecer ligações afetivas com seus interlocutores, que, por sua vez, tendem a se identificar com o pensamento do líder.
4 - Redescrição: repetem suas ideias de forma diferente, isto é, sua comunicação é redundante. Usam de dados, metáforas e histórias para passar a mesma mensagem básica de maneiras diferentes.
http://criatividadeaplicada.com/wp-content/uploads/2009/08/Lideran%C3%A7a-inovadora.jpg5 - Recursos e recompensas: enfatizam as vantagens e as recompensas que as mudanças propostas irão trazer.  Pintam um quadro colorido do futuro.
6 - Fatos realistas: sabem fazer uso das lições da história ou tendências macroeconômicas.  A citação de eventos grandiosos tende a influenciar as pessoas.
7 - Resistências: líderes de sucesso conseguem esvaziar as resistências encarando-as de frente e solucionando dúvidas — até mesmo antes de aparecerem.

Inserção feminina: uma revolução no estilo de liderança

O modelo militar, burocrático e autoritário do século 19 foi criado por homens e para os homens.  Porém desde a Segunda Guerra Mundial, o número de mulheres no mercado de trabalho mais do que triplicou.  Estima-se que dois terços dos milhões de novos empregos criados na era da informática estão sendo ocupados por mulheres.

Até 2006, enquanto eu lecionava na universidade, minhas turmas de administração de empresas tinha uma presença feminina de aproximadamente 40%.  É possível que essa porcentagem tenha aumentado de lá para cá. E, em termos de qualidade e compromisso, pude observar que as mulheres, em geral, superavam os resultados obtidos pelos homens.

Para se ter uma ideia do crescimento da força feminina, a circulação da revista Working Woman (Mulher no Trabalho) pulou de 450.000 exemplares, em 1981, para 900.000 em 1988, sobrepujando as tradicionais Fortune, Forbes e Business Week.  A tendência de crescimento da mídia empresarial feminina cresce em todo o mundo e o grau de empreendedorismo feminino está cada dia mais agressivo.  Na América do Norte, as mulheres estão abrindo empresas a um ritmo duas vezes maior que os homens. A mudança da composição do mercado de trabalho, com a presença maciça de mulheres, muda também o estilo de liderança.

Chegou a vez do amor
Observamos que o estilo participativo, baseado em princípios, tem se destacado pelos seus resultados positivos. Textos como Liderança baseada em princípios, de Stephen Covey, e O monge e o executivo, de James Hunter, sugerem que, quanto mais participativo for o líder, melhores serão seus resultados a longo prazo.

Lideranças baseadas em princípios são luzes, não juízes, tornam-se modelos de comportamento e não críticos dos outros. Segundo Covey, essas pessoas guiam suas decisões por princípios aprendidos na natureza, onde só se colhe aquilo que se planta.

De acordo com Hunter, o novo estilo de liderança é baseado no princípio do amor, e pode ser decomposto em nove componentes básicos: paciência (demonstra autocontrole); bondade (oferece atenção, apreciação e incentivo aos liderados); humildade (é autêntico, sem pretensão, sem arrogância); respeito (trata os outros independente da posição que ocupam na empresa, como pessoas importantes); abnegação (sabe como satisfazer as reais necessidades dos outros); perdão (desiste de ressentimento quando prejudicado ou incompreendido); honestidade (age de boa fé); compromisso (exige mais de si do que dos outros); foco no serviço (sabe quando por de lado suas vontades e necessidades, buscando o bem maior da organização ou da comunidade).

Conclusão: os princípios básicos
Ao refletir sobre os meus estudos de liderança e sobre as pesquisas de outros autores tais como Gardner, Covey e Hunter, e ao observar o que está acontecendo no mercado de trabalho, cheguei a três princípios básicos:

- Princípio da congruência: qualquer liderança eficaz começa sempre pela congruência no pensar, falar e agir;

- Princípio da comunicação: o líder eficaz sabe escutar e cultiva ressonância com o seu ambiente, isto é, valoriza o sentimento dos outros e modela a cultura na qual está inserido;

- Princípio do amor: a liderança de resultados é abnegada, isto é, estuda as reais necessidades de seus liderados e da organização e sabe como conciliá-las.

Ômar Souki (Ph.D. em Comunicação pela Universidade de Ohio. Lecionou na State University of New York e foi professor visitante das Universidades do Texas e de Denver, nos Estados Unidos, e de Aston, na Inglaterra. Foi professor de Marketing na Universidade Federal de Minas. É autor de livros sobre liderança, marketing, motivação e espiritualidade)

Esta é uma publicidade voluntária que a Oficina de Gerencia publica como contrapartida por utilizar material extraído do site da HSM



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Convido você, caro leitor, a se manifestar sobre os assuntos postados na Oficina de Gerência. Sua participação me incentiva e provoca. Obrigado.