Segundo dados da Unicef, entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes de 0 a 19 anos foram mortos de forma violenta no Brasil – uma média de 7 mil por ano. Além disso, de 2017 a 2020, 180 mil sofreram violência sexual – aproximadamente 45 mil por ano.

 

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Enxaqueca! Dá para apagar a luz? (Revista Veja)


Parece que o assunto "enxaqueca" está na moda.
Outro dia postei um vídeo da CNN (clique no link) aqui no blog que trazia uma reportagem sobre o flagelo das dores da enxaqueca nas mulheres. Esta semana a Revista Veja apresenta, também, uma matéria sobre enxaqueca.
Considerando que todos nós já sofremos (ou sofreremos) de enxaqueca não custa nada postar a reportagem da Veja e disponibilizar mais informações para quem se interessar. Registro que já sofri dos horrores da enxaqueca. Igualzinho ao que a reportagem descreve. Tinha que me trancar em um quarto escuro com tapaouvidos e "entupido" de analgésicos para fugir das dores atrozes. Não sei como, mas há muitos anos livrei-me da enxaqueca. Entretanto nunca esqueci as dores e das sensações que aqueles momentos me traziam.
Ah! você quer saber como "livrei-me das enxaquecas"? Sinceramente não sei dizer. De repente elas desapareceram para nunca mais voltar. Não fiz nenhum tratamento, inclusive porque nas ultimas crises (acho que foi ai pela metade dos anos 80) eu estava trabalhando em  uma cidade do sertão da Bahia que mal tinha hospital e médico, quanto mais algum "especialista" para conduzir tratamento de enxaqueca. De repente me dei conta que nunca mais tive uma enxaqueca. Direi como o "Chicó" do Auto da Compadecida: - Não sei dizer como foi, só sei que foi assim!


Cientistas americanos descobrem por que a claridade
é um tormento para quem sofre de enxaqueca (por Naiara Magalhães)

Istockphoto



Quando tinha 17 anos de idade, a advogada paulista Sônia Monteiro teve sua primeira crise de enxaqueca. Abalada pela morte de um tio, passou quase uma semana sentindo fortes dores de cabeça, náusea e uma aversão tão intensa à luz que foi obrigada a ficar dois dias em casa, trancada num quarto com as cortinas cerradas. "Era insuportável abrir os olhos em qualquer ambiente que não fosse escuro", lembra. Com o tempo, as crises foram ficando menos espaçadas e mais fortes. Só os sintomas não mudaram: dor lancinante, intenso mal-estar e nenhuma vontade de ver a luz do sol.
Quem sofre de enxaqueca sabe bem como a passagem para um ambiente claro ou a incidência de um raio de luz sobre a retina pode piorar uma crise. O que ninguém sabia até agora era por que isso ocorria. Um estudo americano publicado na semana passada na revista científica inglesa Nature Neuroscience trouxe a resposta para a pergunta. Todas as vezes que alguém olha, por exemplo, para o brilho do sol refletido numa vidraça, o nervo óptico conduz esse estímulo luminoso da retina até o cérebro. O que o estudo mostrou é que, na região do tálamo, neurônios supersensíveis são capazes de reconhecer, ao mesmo tempo, a luz e a dor. No caso de um doente de enxaqueca em crise, portanto, expor-se à claridade é como jogar sal sobre uma ferida. "A luz amplifica a sensação dolorosa", explica o neurologista Caio Grava Simioni, colaborador do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Para conduzirem o estudo, pesquisadores da Universidade Harvard e de Utah investigaram vinte pessoas com deficiência visual que sofriam de enxaqueca. Verificaram que as únicas seis que não tinham a dor de cabeça agravada pela luminosidade eram justamente as que haviam perdido o globo ocular ou que tiveram o nervo óptico comprometido por algum motivo – ou seja, aquelas em que os estímulos visuais não chegavam até o tálamo, uma vez que a comunicação entre a retina e o cérebro havia sido interrompida. Os demais voluntários, quando expostos à luz, tinham a dor de cabeça aumentada em até 3 pontos, numa escala de zero a 10. Ao contrário dos seis completamente cegos, estes eram capazes de detectar a presença ou a ausência de luminosidade, por ter preservadas as células da retina relacionadas à chamada visão primitiva – aquela que, apesar de não servir para identificar cores, formas ou movimentos, é capaz de distinguir claro e escuro.
A partir daí, os estudiosos se puseram a observar em ratos as estruturas do olho e do cérebro relacionadas à visão primitiva. Analisaram também o caminho que os estímulos de dor e luz percorrem. Assim, chegaram à conclusão de que, depois de passarem por estruturas cerebrais ligadas à visão primitiva, os estímulos luminosos encontram os estímulos de dor no tálamo. Essa convergência é que reforça a percepção dolorosa (veja o quadro acima), fazendo com que qualquer raio de luz que incida sobre os olhos de um doente de enxaqueca tenha para ele o efeito de setas perfurantes.
Além de agravar uma crise, a luz também pode funcionar como um gatilho para o seu desencadeamento. Outros conhecidos gatilhos da enxaqueca são o jejum prolongado, a ingestão de chocolate e bebidas alcoólicas, as variações hormonais relacionadas ao ciclo menstrual, a privação ou o excesso de sono e a falta de exercícios físicos. "Das bebidas alcoólicas, o vinho é a mais prejudicial para quem tem a doença", diz o neurologista Mario Peres, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Esses fatores deflagram as crises de dor de cabeça, náusea e irritabilidade, ao atuar em neurônios que, sobretudo por razões genéticas, já são hipersensíveis no caso dos doentes de enxaqueca. Questões emocionais como medo, preocupação excessiva, autocobrança exagerada, stress e depressão podem causar, ainda, as sessões de martírio. Um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo mostrou que, entre pacientes com enxaqueca crônica, 76% têm transtornos de ansiedade e 50% apresentam distúrbios do humor. Apesar de afetar tanta gente – 15% da população adulta brasileira e 11% dos adultos no mundo –, a doença ainda é relativamente desconhecida pela população. Boa parte dos doentes confunde os sintomas do mal com sinais de sinusite, pressão alta, problemas na visão, doenças do fígado e até dor na coluna cervical. Frequentemente, neurologistas precisam lançar mão de um bom arsenal de argumentos para convencer pacientes de que a enxaqueca é uma doença neurológica, que nada tem a ver com esses outros males.
Até agora, não se descobriu a cura para esse distúrbio. Para preveni-lo e controlá-lo, os médicos recomendam a adoção de um estilo de vida saudável – que inclui alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e horários regulares – e, para alguns, o uso de medicamentos, como antidepressivos e anticonvulsivantes. Foi só com o uso de medicamento que a advogada Sônia Monteiro conseguiu se livrar das dores de cabeça que a atormentaram por três décadas. Há um longo caminho a ser percorrido antes que os cientistas consigam decifrar todos os mecanismos da enxaqueca. A descoberta publicada na revista Nature Neuroscience é mais um passo para que 16 milhões de pessoas – o número de doentes no Brasil – possam um dia vir a se livrar desse suplício.

Getty Images e Medical RF/Imageplus/RF 




Um comentário:

  1. Parabens pelo site.
    Gostei muito do site irei freqüentá-lo mais vezes. Sofri muitos anos de enxaqueca, hoje estou livre já vai fazer uns 2 anos, não é propaganda não mas uma dica que eu dou é o site http://cefaleias.com.br/enxaqueca , tem muita informações sobre enxaqueca, ansiedade, depressão, dor de cabeça, e cefaléia em salvas. Dicas sobre tratamento, (http://cefaleias.com.br/blog/tratamento-da-enxaqueca) etc. Espero que gostem da dica e que eu tenha ajudado.

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