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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Quem são os criminosos?


Quem são os criminosos?
(Autor: Herbert Drummond)

O que está acontecendo na corporação da Polícia Militar do Distrito Federal é tão chocante e socialmente repugnante que chega a ser difícil até tecer comentários ou escrever a respeito.
Serei, pois, direto e reto. 
Quando a corporação de policiais militares chega a celebrar as ações de bandidos, assassinos, ladrões e sequestradores a troco de "dar força ao seu movimento de reivindicação salarial" o que deve pensar a sociedade que eles juraram defender? 
Respondo com o título do post, "Quem são os criminosos?".
É o que estão se perguntando os cidadãos de Brasília e de suas cidades circunvizinhas. O crime está à solta, ladrões assaltam livremente e à luz do dia sabendo que a PM não vai aparecer ou vai chegar tarde, assassinos matam e sequer são perseguidos bandidos sequestram e a polícia faz vista grossa, movimenta seus veículos na velocidade das vias por onde trafegam... Esse é o quadro da absurda "operação tartaruga" que está acontecendo da capital do país com sua Policia Militar.
Os comandantes das tropas não tomam posição. Escondem-se dentro dos quartéis e não se vê nenhuma reação contra os "bandidos de farda". Ninguém é punido, não há abertura de inquéritos ou de processos disciplinares, nada. Omissão total contra a "operação tartaruga" que os policiais estão aberta e ostensivamente levando a cabo dentro do Distrito Federal. Se policiais há que são contra o movimento eles não apareceram nas frequentes manifestações que ocorrem nas redes sociais e nas frequências dos rádios da polícia.
Está decretada a falência das lideranças da Segurança Pública na capital do Brasil. Todos deveriam demitir-se. Do governador e seu secretário ao comandante da PM passando pelos seus oficiais todos são responsáveis pelas mortes, crimes e assaltos que estão acontecendo no DF por conta desse despropositado movimento.
Dos policiais diretamente envolvidos no "movimento" pouco há que se dizer. Todos se nivelaram aos criminosos cujo dever deles era combater. Uma verdadeira inversão de valores. Uma marcha da insensatez. É algo assim como se os médicos e enfermeiros ficarem felizes e satisfeitos por ver pessoas morrendo por falta de atendimento enquanto fazem suas greves e operações tartarugas. A PM do DF é a mais bem remunerada do Brasil. A opinião pública de Brasília não demonstra apoio à reivindicação dos policiais porque sabe que é um despropósito. Eles apenas tornaram a população refém de seu movimento. Não há legalidade no que estão fazendo. É uma insensatez.
Protesto de moradores de Brasília pedindo segurança.
E tudo isso sob os olhares complacentes dos seus oficiais. Vi - hoje - uma entrevista do novo comandante da PM (o anterior foi demitido sumariamente por não fazer nada contra a "greve") e ele declarou na TV que estava tudo sob controle e que a PM estava cumprindo seu dever. Do outro lado do vídeo reportagens mostravam mais de 4.000 policiais reunidos na frente da sede do governo do DF com gritos e slogans agressivos dizendo que a "operação tartaruga" continua (???). Enquanto isso todos os índices do crime em Brasília subiram rápida e assustadoramente. Todos.
Mas o pior será o "day after", o dia seguinte à greve. Que confiança terá a sociedade civil na Polícia Militar que a abandonou porque estava insatisfeita com seu salário, que quebrou o juramento de defendê-la e comemorou o aumento da criminalidade como símbolo de "sua força de mobilização"? 
Não tenho dúvidas que o preço a ser pago pela corporação será muito maior do que simplesmente a diminuição do crime quando eles voltarem ao cumprimento do dever. Nada pior do que a quebra da relação de confiança entre a população e sua PM. Relação essa que, diga-se de passagem, já andava esgarçada há muito tempo.
Só espero que as medidas administrativas e disciplinares sejam adotadas pelas lideranças da PM e do governo do DF com vistas a colocar as coisas dentro da lei e da ordem quando os policiais voltarem aos quartéis. As autoridades estão desmoralizadas e devem da maneira mais rápida e eficaz recuperar o crédito da população.

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