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domingo, 16 de maio de 2021

Bruno Covas - Morre um jovem líder politico da futura geração do Brasil

 


Toda morte de um homem público, seja político, artista ou um atleta famoso, é lamentável; mas queiramos ou não, existem gradações.

Quando é um personagem mais antigo que faz sua passagem a opinião pública, de certa maneira, chora a história, o legado e a ausência permanente que aquela morte representa.

Todavia, se é alguém jovem, na flor da idade e com um futuro promissor já delineado, o lamento é diferente.

Assim é o caso da morte de Bruno Covas ocorrida no dia de hoje, 16 de abril de 2021., com 41 anos. Jovem, carismático, vencedor, carreira sólida em ascensão e um futuro que se assegurava, além de meramente prometedor, no mundo político brasileiro.

Nesse espectro político do Brasil, raros são os jovens que podemos apontar como promissores. Poucos, mesmo. Tanto é que nossa política vem sendo conduzida há muito tempo por importantes homens públicos de gerações que remontam à segunda metade da década de 40 (75 anos) e da década de 50 (70 anos). É lenta a transmissão do poder no mundo político.

Bruno Covas era um desses jovens políticos que, como ele, geravam confiança na opinião pública. Por isso o lamento é maior do que o normal, porque ele vem também da morte de uma parte da esperança; esperança que temos para que seja inabalável e preservada as passagens do bastão entre as atuais e futuras gerações dos homens que vão conduzir os destinos do Brasil pelos próximos trinta anos.

Para melhor ilustrar este comentário do blog, transcrevi abaixo um artigo do jornalista e professor titular de Teoria Política da UNESPMarco Aurélio Nogueira, de O Estado de S.Paulo.


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Um vazio a ser superado com o tempo

Marco Aurélio Nogueira*, O Estado de S.Paulo

16 de maio de 2021 | 10h14

A morte do jovem prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), aos 41 anos de idade, tira da política brasileira uma de suas mais promissoras lideranças.

 Advogado, economista, deputado estadual, secretário de Meio Ambiente de São Paulo, presidente do Juventude do PSDB e deputado federal, Bruno foi um militante das boas causas. Neto do ex-governador do estado de São Paulo, Mário Covas, não herdou a personalidade explosiva do avô. Sensível, educado, cordial, sempre disposto a negociar, construiu importante patrimônio político nesse país envolvido em sérias dificuldades. 

É um golpe antes de tudo para sua família, para seu filho Tomás, muito apegado a ele, para os inúmeros amigos e companheiros com quem conviveu em sua curta e intensa vida. 

É um golpe também para a cidade de São Paulo, que o reelegeu para um segundo mandato na Prefeitura em 2018, prêmio por uma gestão meticulosa, sem estardalhaço, ciente de que as realizações precisam ser dosadas para serem viáveis. Pode não ter agradado a todos, mas mereceu o respeito de todos, inclusive dos adversários. O que virá depois dele, com a posse do vice-prefeito Ricardo Nunes (MDB), ainda é uma incógnita, por mais que compromissos de continuidade tenham sido publicamente assumidos.

O vazio deixado por Bruno Covas será sentido de modo particular no PSDB, seu partido, que não atravessa bom momento e não mostra força no jogo político. Bruno queria retomar a orientação original tucana, de perfil social-democrático. Buscava aproximar as alas partidárias que hoje se engalfinham numa luta interna tóxica, contaminada pelas eleições de 2022, a que se dedica intensamente o governador paulista João Doria. 

Bruno Covas fará falta na vanguarda de uma articulação interessada em qualificar o que tem sido chamado de centro democrático, composto com a direita liberal e a esquerda social-democrática, numa frente que se proponha a ser o vetor de uma coalização que mantenha e aprofunde a democratização no País, combinando-a, firmemente, com um reformismo social a cada dia mais indispensável. Fazer com que essa perspectiva ganhe corpo e se viabilize será uma homenagem à memória de Bruno.

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