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terça-feira, 3 de agosto de 2021

Assédio Moral e Sexual de Rogério Caboclo (CBF) não é tão raro assim...



Vou abordar, nesse post, as causas que provocaram o comportamento, repulsivo e abjeto, que o Presidente (afastado) da CBF, Rogério Caboclo, pelo longo assédio moral e sexual contra sua subordinada (secretária) durante mais de um ano. 

Para o meu propósito aqui, não interessam os detalhes da denúncia, que estão sobejamente conhecidos nas diversas mídias disponíveis no Brasil e até no exterior pelo escândalo que gerou (clique aqui)

Quero, sim, aproveitar o fato para chamar a atenção sobre a realidade desse tipo de assédio (moral e sexual) ser muito mais comum no mundo corporativo do que parece.

O assédio do presidente da CBF está diretamente ligado à personalidade doentia e ao despreparo das pessoas para exercer determinados tipos de poder. Elas se caracterizam pela personalidade sociopata dos dirigentes máximos das empresas e organizações que dirigem e pela falta de fiscalização e controles independentes de sua gestão e seus atos, tais como Conselhos de Administração,  Conselhos Fiscais,  Diretorias de Compliance,  Comitês de Ética, Auditorias e Controles Internos.

É o caso da Confederação Brasileira de Futebol (CBF); uma entidade que faturou em 2020 um valor próximo a um bilhão de reais. Um presidente da CBF movimenta algo acima de quinhentos milhões de reais por ano (leia aqui). Vamos convir que são valores dignos de grandes organizações no Brasil e em qualquer lugar.

Além disso, um presidente da CBF comanda e coordena os destinos do esporte mais apaixonante e popular no país e no planeta. Um esporte onde a unidade monetária dos negócios se faz na casa dos milhões de dólares.  Convenhamos que é um poder imenso. Um poder, que todos sabem, é fruto de manobras políticas espúrias ao custo de muitos favores - principalmente financeiros, sociais e políticos -  aos seus eleitores e assessores

Se um poder desse porte cai nas mãos dos pequenos déspotas, pessoas com ambição desmedida que chegam a pensar em si próprios como "pequenos deuses" e cultivam comportamentos arrogantes e plenos de vaidades, o resultado, invariavelmente, não será diferente daquele que caracterizou a conduta de Rogério Caboclo com sua funcionária na CBF.

Esses indivíduos têm tipologias e perfis bem característicos.  Se julgam acima das pessoas comuns, acham que os subordinados e dependentes de seu poder devem se curvar às suas vontades, sejam elas quais forem; e que são "privilegiados" pelo simples fato de estarem respirando o mesmo ar que eles. Autênticos “senhores de escravos”.

Conheci vários executivos assim e convivi com alguns deles - em todos os escalões das organizações às quais pertenciam - que podem ser classificados nesse perfil acima descrito; uns mais, outros menos, conforme o grau de importância dos seus círculos de poder.


Um desses executivos, que mais me chamou a atenção, foi o de um dirigente de empresa da Administração Pública, com o qual convivi e que não conseguia se conter quando em presença de mulheres jovens e atraentes sem respeitar se casadas ou não.  Ele próprio com um casamento de muitos anos e filhas adolescentes.

Era um homem de meia idade (em torno de seus 60 anos), de carreira consolidada na sua corporação e profissional bem sucedido. Eram tão doentias e inconsequentes suas maneiras como assediador, que ele próprio não mais conseguia disfarçá-las. 

Tinha eu uma função especial e tive que intervir pessoalmente em várias situações para conter seus assédios, que eram sempre com mulheres que estavam abaixo de sua autoridade (secretárias, assistentes, auxiliares de serviços diversos...). 

A corporação sabia e eram comentados nos corredores que seus assédios existiam e eram conhecidos, quase públicos, sem pudor; eram comentados à boca pequena, mas não eram denunciados por medo seu poder e arbítrio. Até que uma das assediadas, tal como no caso do presidente da CBF, teve coragem e o denunciou à autoridade acima do seu cargo. A partir daí choveram denúncias e ele foi obrigado a pedir sua demissão. 

A mensagem que quero deixar na Oficina de Gerência é para que aqueles jovens que exerçam quaisquer funções de comando, seja de que escalão hierárquico for, para que tenham muita atenção com o que chamo de "pequenos e podres poderes". Eles são tentadores e traiçoeiros. Estão sempre à espreita das personalidades que flertam com as vaidades e com os gestos e atos de orgulho e arrogância. 

Muito poder tende a fazer com que os seus detentores se blindem da sensatez, do bom senso, da  razão, da sabedoria, da lógica, da prudência, da reflexão, do pudor e da cautela. O Rogério Caboclo renunciou a todos esses conceitos ao fazer o que fez com sua subordinada, uma mulher indefesa e dependente de seu arbítrio. Muito triste


O caso do presidente da CBF diz respeito ao despreparo das pessoas para exercer determinados tipos de poder que se caracterizam pelo personalismo do dirigente máximo e pela falta de fiscalização e controles independentes, tais como Conselhos de Administração,  Conselhos Fiscais,  Diretorias de Compliance, Auditorias e Controles Internos.

É o caso da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que é uma entidade que faturou em 2020 um valor próximo a um bilhão de reais. Um presidente da CBF movimenta algo acima de quinhentos milhões de reais por ano (leia aqui). Vamos convir que são valores dignos de grandes organizações no Brasil.

Além disso, um presidente da CBF comanda e coordena os destinos do esporte mais apaixonante e popular no país e no planeta. Um esporte onde a unidade dos negócios se faz na casa dos milhões de dólares.  Convenhamos que é um poder imenso.

Se um poder desse porte cai nas mãos de pequenos déspotas, pessoas com ambição desmedida que chegam a pensar em si próprios como "pequenos deuses" e cultivam comportamentos arrogantes e plenos de vaidades. O resultado, invariavelmente, não será diferente daquele que caracterizou a conduta de Rogério Caboclo com sua funcionária na CBF.

Esses indivíduos têm tipologias bem características.  Se julgam acima das pessoas comuns, acham que os subordinados e dependentes de seu poder devem se curvar às suas vontades, sejam elas quais forem; e que são "privilegiados" pelo simples fato de estarem respirando o mesmo ar que elas.

Tive o desprazer de conhecer vários executivos assim e convivi com alguns deles em todos os escalões das organizações às quais pertenciam - que podem ser classificados nesse perfil acima descrito; uns mais, outros menos, conforme o grau de importância dos seus círculos de poder.

Um desses executivos, que mais me chamou a atenção, foi o de um dirigente de empresa da Administração Pública que não conseguia se conter quando em presença de mulheres jovens e atraentes, sem respeitar se casadas ou não. 

Era ele um homem de meia idade (em torno de seus 60 anos), de carreira consolidada na sua corporação e profissional bem sucedido. Eram tão doentias e até inconsequentes suas maneiras, que ele próprio não mais conseguia disfarçá-las. 

Pessoalmente tive que intervir em várias situações para conter seus assédios, que eram sempre com mulheres que estavam abaixo de sua autoridade (secretárias, assistentes, serviços diversos...). 

Sabia-se de seus assédios existiam, eram comentados à boca pequena, mas não eram denunciados por medo seu arbítrio. Até que em uma das assediadas, tal como no caso do presidente da CBF, teve coragem e o denunciou à autoridade acima do seu cargo. A partir daí choveram denúncias e ele foi obrigado a pedir sua exoneração. 

A mensagem que quero deixar na Oficina de Gerência é para que aqueles jovens que exerçam quaisquer funções de comando, seja de que escalão hierárquico for, para que tenham muita atenção com o que chamo de "pequenos e podres poderes". Eles são tentadores e traiçoeiros. Estão sempre à espreita das personalidades que flertam com as vaidades, com os gestos e atos de orgulho e arrogância. 

Muito poder tende a fazer com que os seus detentores se blindem da sensatez, do bom senso, da  razão, da sabedoria, da lógica, da prudência, da reflexão, do pudor e da cautela. O Rogério Caboclo renunciou a todos esses conceitos ao fazer o que fez com sua subordinada, uma mulher indefesa e dependente de seu arbítrio. Muito triste.

Coloco abaixo um dos muitos vídeos que estão na internet, com o áudio de uma das denúncias apresentadas contra o presidente da CBF. É de causar asco.


Rogério Caboclo sofreu nova denúncia, dessa vez de assédio moral contra o diretor de Tecnologia da Informação (TI) da CBF. Clique aqui para conhecer a notícia.

2 comentários:

  1. Oi, Herbert!
    Que nojo estou desse homem. Por essas e outras que sempre escolhi trabalhar com mulheres e procuro sempre prestadores de serviço do sexo feminino. Não custa nada prevenir! Infelizmente nem todo mundo tem a chance de escolha e dá de cara com pessoas desse naipe.
    Ele se sente poderoso, além da CBF tem mais de 10 empresas no nome dele, que variam do ramo alimentício ao Direito. É um psicopata! Olha essa matéria
    Ah, o único link que está funcionando é esse último. Você também repetiu o texto.
    Beijinhos,

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    Respostas
    1. Oi Luma, você sempre visitando e prestigiando a Oficina. Como sempre registro é um prazer e uma honra blogueira receber você na minha casa. Sobre o tema, tenho a mesma ojeriza que você por esses psicopatas. Infelizmente os homens, em geral, têm tendências machistas e daí até se tornar um assediador, é um pulo. Trabalhei a vida inteira, por força do ofício, com homens na maioria e posso afirmar isso com a segurança da experiência. Pela mesma experiência, posso também atestar que eles, os abjetos assediadores, estão no mínimo mais reprimidos e enrustidos. Resultado das reações e denúncias das mulheres e da reação da sociedade que os condena majoritariamente. É uma luta permanente.
      Grande abraço para você e sucesso.

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Convido você, caro leitor, a se manifestar sobre os assuntos postados na Oficina de Gerência. Sua participação me incentiva e provoca. Obrigado.