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A famosa pintura que representa o descobrimento do Brasil com o desembarque dos portugueses é chamado "Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500", e foi pintado pelo artista brasileiro Oscar Pereira da Silva. Essa obra, concluída em 1900, retrata o momento histórico em que Pedro Álvares Cabral e sua tripulação chegaram ao território que hoje conhecemos como Porto Seguro, na Bahia. A pintura é considerada uma das representações mais icônicas desse evento histórico e faz parte do acervo do Museu Paulista, também conhecido como Museu do Ipiranga.


Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, farmacêutico, contista e cronista brasileiro, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX. Foi um nome importante na transição da primeira para a segunda geração do modernismo pelos poemas do livro Alguma poesia, e é geralmente identificado com a segunda geração modernista, apesar dele nunca ter se filiado a um projeto literário específico. Ao longo da vida, escreveu poesia intimista, filosófica, política e social, tendo composto também alguns contos e crônicas. Os temas de sua obra são vastos e empreendem desde questões existenciais, como o sentido da vida e da morte, passando por questões cotidianas, familiares e políticas, como o socialismo, dialogando sempre com correntes tradicionais e contemporâneas de sua época (Wikipédia)

terça-feira, 6 de maio de 2014

Workaholic... O falso brilho do sucesso.

Sabe aquele botãozinho do "On"/"Off" ? Você sabe usar o seu?
Páginas e páginas de estudos, pesquisas e livros são escritas todos os anos desde os tempos imemoriais sobre a síndrome dos "workaholics". Em algum momento dos períodos mais badalados da ciência da administração e gerência ser "qualificado" como um "viciado em trabalho" era considerado como mérito no currículo. Eu mesmo conheci um médico que fazia parte da equipe de recrutamento de uma corporação multinacional que tinha a orientação de "descobrir" entre os candidatos aqueles que apresentavam características de ansiedade, perfeccionismo e outras semelhantes àquelas dos trabalhadores compulsivos. A estes era concedido uma espécie de bônus que aumentava suas chances de contratação. Isso foi lá pelos idos de 1975 de acordo com minha memória. Olha o absurdo!
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoOiEM4Rd4eMv_NVnT-uwKPYqXe82HTR6TyvN5McqOJb524okp62wuizxGLxXmjtF5Z-wFyLqV1J9OlKuS3CyNnWhA4IVZyYztvgAMiU-aaC1raGqQ0GbiFx3ptPnIvsCyA2hEtwKvlHOX/s400/ampulheta.jpgNão diria que atualmente essas coisas ainda aconteçam, mas não ficaria surpreendido se aqui e ali ainda existirem algumas empresas "sobreviventes" e adeptas dessa metodologia. O fato é que ainda existem incontáveis seres humanos que simplesmente não conseguem desligar-se do seu universo de trabalho, mesmo nos finais de semana ou quando tiram férias.
Durante muitos anos da minha trajetória de trabalho fui o que pode ser considerado um (quase) perfeito workaholic. Todas as características que identificam uma compulsão eu as possuía (clique aqui para conhecê-las). Havia, entretanto um atenuante. Eu era solteiro  e ocupava a função de engenheiro-chefe de obra em uma cidade que não possuía nem energia elétrica. Dá para entender um pouco dessa  obsessão de só pensar em trabalho e mais nada. Além do mais eu adorava estar ali, naquele momento, realizando o que eu sonhara que era chefiar uma grande obra de engenharia.
Com o passar dos anos tive uma compreensão mais clara das coisas e fui alterando ou melhor atenuando a minha obsessão pelo trabalho.
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Força que impulsiona 
Acho que essa é uma das forças impulsionadoras dos workaholics. Gostar muito do que faz, ter um enorme prazer em realizar suas tarefas a cada dia, desfrutar do sucesso... Sim, acho que uma das causas mais frequentes dessa compulsão é o gosto pelo êxito, pelos resultados alcançados. Na verdade nunca ouvi falar de um workaholic perdedor. Você já ouviu? 
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR6aKz4hz0LXxH8Xct1kgaq8My-DsRTuq0qQKKrc3ckebQ7TNyXKNif2W6mxemKAqPu23jPeaNR4N2ntCnzYHBEDRx0rZ_etTkVtzBFsHRh690QnBqGHcqBOMaTbi9Vbt9XCNJBsHJ2lg/s320/Result_of_STRESS_by_CLEMZ.jpgA questão é que com o passar dos tempos a compulsão leva ao stress e às doenças decorrentes. Livrar-se ou controlar este "vício" é hoje uma das maiores preocupações da medicina do trabalho ai incluindo a psicologia, a psiquiatria e todas as "trias" que se puder imaginar. 
Atualmente um trabalhador consciente, esclarecido e informado - seja o operário comum ou o chefão -  não se deixa mais dominar pela dopamina que está por trás de todas essas sensações de prazer que os viciados em trabalho sentem. Até as corporações estão contribuindo para orientar os potenciais workaholics de seus quadros a procurar terapias de ajuda ou  oferecer alternativas para "desligá-los" da empresa nos seus períodos de férias, fins de semana e feriados.
Volto ao meu caso pessoal para encerrar o post. Hoje - e já faz muito tempo - não sou mais um "viciado em trabalho". Minha "cura" se deu a partir do momento em que consegui perceber que tão importante quanto o trabalho na vida é o tempo que dedicamos à família, aos amigos e aos afazeres fora do trabalho; hobbies, leituras, passeios... 
Uma das coisas que mais me ajudou foi quando ao ser exonerado da minha primeira e importante função de direção percebi que nada daquele dia-a-dia tão estressante, daquele cotidiano de tantas disputas, intrigas e egolatrias tinha valor quando se ficava "desempregado".
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Falso brilho 
As "missões", os sucessos, os "amigos" e colegas, os projetos, os chefes e subordinados, as fofocas do trabalho, os aborrecimentos e as alegrias... Nada disso tem valor quando simplesmente deixamos para trás, de forma definitiva o foco de nossa compulsão pelo trabalho. O valor do trabalho está exatamente no que existe lá, no ambiente corporativo. Fora dali a vida é outra e nada do que venha de lá é valioso do lado de cá, do lado da vida normal.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/imagens/010115111130-pirita.jpg
Pirita, o "Ouro dos Trouxas"
Acho que é por conta desse processo que a compulsão se instala nos workaholics. Eles não vislumbram que o brilho da vida dedicada exclusivamente ao trabalho é falso. Parece-se com o brilho do que os garimpeiros chamam de “ouro dos tolos”. Perdem aquilo que é mais valioso na vida de qualquer um. Família, filhos, netos, amigos, lazer, hobbies...
Tudo isso me lembra duma velha fábula de um homem muito rico, workaholic, que no leito da morte descobriu não nenhuma lembrança que não fossem os seus negócios, suas empresas, seus concorrentes e sua fortuna. Nada disso o deixou feliz ou lhe compensou a falta do amor que nunca cultivou em toda a sua existência dedicada exclusivamente ao trabalho.
Essa é a verdade incontestável que ao fim e ao cabo das jornadas dos viciados em trabalho aparece com todas as suas tenebrosas cores. E não adianta dizer que o processo é temporário, pois quando se instala em nossas vidas é difícil de extrair. Lembrem-se que tudo está diretamente ligado ao sucesso, ao status profissional, aos melhores ganhos financeiros e à melhoria da (falsa) qualidade de vida. Como largar tudo isso?

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