Com este post, estou inaugurando uma seção no blog inspirada nos artigos que a Folha de São Paulo publica semanalmente na sua newsletter FolhaCarreiras.
Os assuntos trazidos pelas jornalistas da Folha, na newsletter, são atuais e versam sobre temas que interessam diretamente àqueles que chamo de "habitantes da selva corporativa". Ah! Ela é aberta aos não assinantes do jornal e coloquei o link para acessá-la ao final do post. Aproveitem e se inscrevam com seus e-mails.
Neste post de estreia, o foco é a relação de gênero nos ambientes de trabalho. O texto é dirigido aos homens, daí o título do post. Além disso, o objetivo é "ensiná-los" a conviver e valorizar a participação das colegas no dia a dia dos escritórios.
Boa leitura e bom proveito.
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O que homens podem fazer pela equidade de gênero? Na edição de hoje, explico como criar verdadeiros aliados de mulheres no ambiente de trabalho. | | GABRIELA BONIN | Jornalista pela USP (Universidade de São Paulo), trabalha na editoria de Newsletter.
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Tema da semana: Acordem, homens |
Março é o mês das mulheres e elas estão cansadas de carregar tantas responsabilidades —inclusive, a de lutar pela equidade de gênero no trabalho.
É por esse motivo que homens precisam se fazer presentes no combate à desigualdade de gênero.
E no mundo do trabalho... "A prática é bem diferente do discurso", diz Janaína Feijó, pesquisadora do FGV IBRE que estuda mercado de trabalho e desigualdades sociais.
↳ Há uma lacuna entre o que os homens dizem acreditar e o que realmente estão fazendo pela mudança.
Então, de que forma os homens podem ser aliados de mulheres no trabalho? Trago algumas dicas:
A flexibilização faz toda a diferença, principalmente para reter mulheres em cargos de liderança, diz Élica Martins, sócia da Grant Thornton Brasil.
↳ Empresas em que os colaboradores trabalham de forma presencial são as únicas em que a percentagem de mulheres em cargos de liderança cai para um valor abaixo da referência global, segundo a "Women in Business 2024", pesquisa realizada pela Grant Thornton.
Se não for possível a jornada flexível, a empresa pode construir isso através do banco de horas, aponta Janaína Feijó. "O ambiente de trabalho precisa permitir que a mulher que é mãe possa amamentar ou sair buscar o filho na escola, se for necessário", explica a pesquisadora.
2. Desafie comportamentos discriminatórios. Há preconceitos e vieses inconscientes que muitas vezes impedem a criação de um ambiente seguro para mulheres, aponta a mentora de carreiras Tamires Teixeira.
Como desafiá-los?
↳ Posicione-se contra piadas e comentários machistas, diz Débora Ribeiro, gerente da Robert Half. Não é somente não reproduzi-las, mas também confrontar colegas ao ouvir alguma fala do tipo. - Quando uma mulher é contratada, exemplifica Ribeiro, os primeiros comentários feitos por homens geralmente são sobre aspectos físicos dela. "Essa objetificação, em 2024, não faz mais sentido."
↳ Não interrompa mulheres durante a fala delas. Esse comportamento tem nome: "manterrupting" (junção das palavras em inglês “man”, homem, e “interrupting”, interrompendo) e pode coibí-las de participar de discussões ou compartilhar ideias.
↳ Não se aproprie de ideias de mulheres. "É muito comum no mercado de trabalho as mulheres trazerem ideias, sugestões, e aí o chefe vender essa ideia e ficar com o mérito somente para ele", explica Ribeiro.
↳ Não explique o óbvio. O "mansplaning" no ambiente de trabalho faz parecer que as mulheres contratadas sabem menos que os homens. "Elas conquistaram aquele espaço e são intelectualmente e tecnicamente tão competentes quanto eles", diz a gerente da Robert Half.
3. Valorize o desenvolvimento delas. Olhe para as mulheres em sua equipe, entenda o que elas precisam e como você pode contribuir para o crescimento delas, indica Tamires Teixeira.
Como líder, você pode promover mentorias e, como colega de trabalho, propor à liderança um programa de desenvolvimento.
"Seja o patrocinador da causa. Levante a voz e passe a defender isso em diferentes ambientes profissionais", complementa Teixeira.
Qual a importância de tudo isso? "Países com homens engajados dentro das organizações garantem mais segurança no ambiente de trabalho", afirma Élica Martins, da Grant Thornton.
E um ambiente seguro permite que mulheres se sintam mais confiantes para falar, dar opiniões e desafiar decisões. Ao alcançar cargos de liderança, elas passam a ser mais verdadeiras e autênticas.
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📺 Uma dica de série para quem quer se engajar na causa: "Machos Alfa", disponível na Netflix.
↳ A comédia conta a história de quatro amigos de meia-idade que tentam se ajustar à nova era de masculinidade em meio ao empoderamento feminino.
↳ "É divertida e pode fazer homens refletirem sobre ações do dia a dia e como reformulá-las para o mundo que estamos vivendo hoje", recomenda Tamires Teixeira.
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