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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Um leão faminto, dois amigos e um par de tênis. Eugen Pfister esclarece essa mistura...


Com satisfação recebi o artigo abaixo, recentemente escrito pelo professor Eugen Pfister. Émérito consultor, nacionalmente conhecido, autor de livros e sócio-diretor da Estação Performance, o professor Pfister prestigia e tem contribuído com o projeto da Oficina de Gerência além de ser um, regular, leitor  do blog (com enorme honra).
Para gáudio da equipe de produção do blog (desculpem a, pequena, pretensão) e benefício dos leitores, ele nos brinda com o texto abaixo.
Sempre atualizados, provocadores e criativos os artigos de Eugen Pfister ensinam pelas mensagens e insigths além de divertirem, pelo bom humor. Este não foge à regra.
E chega de jogar confetes e serpentinas no professor que ele não precisa disso; apenas expresso meu contentamento pela sua lembrança e gentileza. Vamos ao
(ótimo) artigo que é o que interessa.
ºººººººº
O dia em que o leão me ensinou que mais vale ter um plano eficiente que estar motivado
Por Eugen Pfister

"Foi assim. Dois caçadores acordam e percebem que a sua barraca estava sendo rodeada por um leão com cara de poucos amigos e uma fome de faquir após 30 dias de jejum. Um deles decide sair correndo e só se deteve alguns segundos por estranhar que o amigo aparentando calma calçava o tênis.
- “Escuta cara, você nessa calma vai ficar aí amarrando o tênis? Qual é o teu problema”
Enquanto saía desembestado selva adentro ouviu a resposta:
- “Meu caro amigo, o meu problema é ser mais veloz que você, só isso!”.
A historieta enseja várias conclusões. Eis algumas:

  • 1. Um incompetente motivado continua sendo um incompetente.
  • 2. Uma pessoa competente sem um plano eficiente age, naquela situação, igual ao incompetente.
  • 3. Às vezes um plano é mais útil que toda motivação do mundo.
  • 4. Se plano, competência e motivação andarem juntos e simultaneamente, melhor ainda.
Confio que o leitor terá seus insights e enriquecerá o sentido pedagógico do conto. Enquanto isso, permitam-me
 expor meus argumentos. Quer dizer afora os quatro acima citados.
Fosse eu um filósofo argüiria que a motivação não é condição suficiente para o sucesso de uma empreitada. Ela pode ser uma condição necessária. Porém, nem sempre é preciso estar motivado para ser eficaz.
O caçador com tênis teve uma percepção mais elaborada e completa da situação e das possibilidades que ela encerrava. O seu colega só foi dominado pelo instinto de sobrevivência. Talvez raciocinasse que a sua motivação de sair correndo fosse suficiente para minimizar o risco. Quem sabe?
O certo é que avaliou mal as dificuldades de executar seu plano com os pés desprotegidos de tocos de árvores, pedras, espinhos etc. Pelo seu cálculo assumir, a dianteira aumentaria a sua chance de safar-se do perigo.
Ele avaliou que calçado e provisoriamente na dianteira ele potencializava a sua capacidade de sair com vida da terrível situação. Primeiro, porque o amigo distrairia o leão. Segundo, porque com os pés protegidos ele não tardaria em ultrapassar o outro.
Não sei como terminou a aventura, mas sei que sem uma visão objetiva, racional e holística da situação e sem um plano eficiente a adversidade aumenta. Com ambos requisitos, a probabilidade de sermos bem sucedidos aumenta apesar da adversidade.
Também sei que na medida em que a prática (execução) corroborar a teoria (plano) a motivação dispara. É o que chamo de
motivação causada pelo resultado (grifo do blog) que é uma modalidade desprezada pela teoria convencional
Vou repetir: o ideal é que motivação, plano e competência andem juntos. Porém, na vida real não podemos nos dar ao luxo de desdenhar tarefas que nos motivem menos. Uma atitude dessas denota imaturidade e baixo senso de profissionalismo. Digamos que antes a realidade, em seguida o dever e, por último, a sobremesa.
Com a motivação pode acontecer o mesmo. Ela vem em função de uma visão realista da situação que nos faz agir eficazemente. Quanto mais fazemos e quanto mais vitórias (mesmo que pequenas) acumulamos na atividade, mais motivado ficamos.
Então, amigos, um plano na cabeça e mão na massa."
.



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