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presento no blog
mais um aforismo de Baltasar
Gracián, o de número 198 do seu livro "A Arte da Sabedoria
Mundana". Mantendo meu compromisso de transcrever aqui no blog muitos dos
trezentos pensamentos que o teólogo espanhol do século 17 escreveu. Sobre esta
série (até agora, com este, serão três aforismos publicados) escrevi uma
"nota de rodapé" ao final do post a respeito desse meu projeto.
Sobre
o aforismo deste post, como sempre, Gracián aborda um tema provocante. O foco maior está
nas relações que as nações, sociedades e pessoas mantêm com seus filhos mais
ilustres. Chegou a escrever que "As
mães pátrias se comportam como madrastas para com os superiores".
O
aforismo traduz em poucas palavras, estilo que consagrou Gracián, essa atitude
desagradável e preconceituosa com a qual os grupos sociais tratam as pessoas
que a ele pertenceram quando chegam a alcançar o êxito e o sucesso pessoal
dentro do próprio sítio onde nasceu. E sabemos que é assim mesmo.
Os
aforismos nos conduzem às reflexões sobre nossos próprios
pensamentos e valores. Eles não indicam as receitas ou o aconselhamentos de como se deva
proceder em relação aos temas que abordam. Apenas os coloca de maneira genial e
suscita consideração, meditação, ponderação... É sempre um exercício de inteligência ler os aforismo de Baltasar Gracián.
Leia
você mesmo e tire suas conclusões.
Saber Mudar
(Aforismo 198 transcrito do livro
"A Arte da Sabedoria Mundana" de Baltasar Gracián).
Há nações que só alcançam a estima após mudarem de lugar, e
a regra é especialmente válida nas altas posições.
As mães pátrias se comportam como madrastas para com os
superiores.
A inveja encontra solo fértil e reina sobre tudo, lembrando
as imperfeições do início em vez da grandeza alcançada mais tarde.
Um mero alfinete ganhou apreço ao viajar do Velho Mundo para
o Novo, e uma conta de vidro fez as pessoas desprezarem o diamante. (¹)
Tudo o que é estrangeiro goza de estima, seja por ter vindo
de longe, seja porque é visto depois de elaborado e já perfeito.
Alguns foram desprezados em seu próprio cantinho, mas
alcançaram fama mundial. São louvados por sua própria gente porque esta os vê a
distância, e pelos estrangeiros por terem vindo de longe.
A estátua do altar nunca será venerada por alguém que a viu
quando não passava de um tronco de árvore na floresta.
(¹) Alusão à exploração europeia do Novo
Mundo.
Este é mais um aforismo de Baltasar Gracián na sua obra destacada aqui no blog pelo post "Possuir a arte da conversação"
Este aforismo trata - com a ironia refinada de Gracián - as mudanças de valores que ocorreram na Europa à época da exploração do Novo Mundo. A última frase é lapidar. A imagem foi retirada do site novomilenio.inf.br
Este aforismo trata - com a ironia refinada de Gracián - as mudanças de valores que ocorreram na Europa à época da exploração do Novo Mundo. A última frase é lapidar. A imagem foi retirada do site novomilenio.inf.br