Vocês já cogitaram, alguma vez nas suas
vidas, separar os sentimentos das emoções? Qual o significado de um? Qual o do
outro? Aposto que não, isto é, salvo as exceções de praxe.
A pergunta é: qual a importância
disso? Se numa relação qualquer - de ordem social, familiar ou de trabalho que
suscite emoções ou sentimentos - repito, qual a importância de saber se estamos
tratando de sentimentos ou emoções? São capazes de fazer esse exercício?
Certamente chegarão à mesma conclusão que eu. Vamos ter que pensar e pesquisar
muito para responder.
Esta foi a minha conclusão quando me
propus a escrever esse post. Mas vamos à pergunta: qual a importância de saber
essa diferença?
Na minha convicção acho que é algo de
muita importância para quem como nós, membros da humanidade urbana, temos que
nos haver com os conflitos que os relacionamentos e a convivência entre nós, os
seres viventes, são tão comuns que fazem parte de nossas vidas cotidianas.
Quer saber o que dizem os entendidos
sobre a diferença técnica entre emoção e sentimento? Muito fácil! É só procurar
no Google. Coloquei lá "sentimentos e
emoções" e sabem quantos resultados apareceram em menos de um
segundo? Respondo 16.500.000. Se chegar a uma conclusão você tem o QI acima da
média.
Lá estão, sob a forma de diversos
títulos, as explicações sobre o que são sentimentos, o que são emoções e quais
as diferenças entre ambos. Só para não deixar o post vazio dessa distinção
transcrevo uma delas, do insuspeito site do CVV, que achei bastante didática:
- "Geralmente, as pessoas acreditam que
emoção e sentimento são a mesma coisa. Uma espécie de sinônimos. No
dicionário, as duas palavras até encontram significados muito próximos.
Mas, na realidade, são as emoções que dão origem aos sentimentos. Enquanto
as primeiras se referem a uma reação instintiva, uma resposta neural para
os estímulos externos, tal como o choro ou o riso, os sentimentos, em
geral, refletem como a gente se sente frente a uma emoção. São duradouros
e muitas vezes fáceis de esconder. Se um está ligado ao corpo, ao
exterior, o outro faz parte do universo da mente, do interior."
Da minha parte, quando conheci as
discrepâncias entre ambos os conceitos, confesso que tinha imaginado, como diz
o texto, que eram sinônimos. Todavia repito que essa é uma das infindáveis
definições existentes na Internet (Google). Existem outras...
Mas, volto à questão, por que é
importante saber disso? Justifico, na medida em que nos nossos cotidianos
estamos, costumeiramente, lidando com as emoções das pessoas e gerando ou
recebendo as respostas em forma de sentimentos ou mesmo de outras emoções. Esta
realidade sugere que influenciamos, inspiramos, motivamos outras pessoas; ou
somos igualmente sugestionados, induzidos, instigados.
Vejam as duas frases abaixo:
- Não
conseguindo conter o sentimento, chorou as mais verdadeiras
lágrimas.
- A última derrota mexeu com o emocional da
equipe.
Vamos interpretá-las?
As duas frases poderiam estar
interligadas? Sim e não. Na primeira o sentimento (choro) foi provocado por uma
forte emoção - raiva ou alegria por uma vitória ou derrota numa disputa, por
exemplo.

Na segunda frase, certamente alguma
emoção pela derrota da equipe (medo de perder a competição, por exemplo) desestabilizou
o equilíbrio do grupo gerando um conjunto de sentimentos negativos e outras emoções,
que usualmente são identificados como “o emocional das pessoas”.
Na verdade, de tudo que pesquisei posso
concluir que, no geral, os sentimentos são frutos das emoções.
Embora diferentes "tecnicamente" eles estão tão intrinsecamente
ligados que um não vive sem o outro. Um provoca o outro...
Veja o quadro abaixo que transcrevi de
um excelente artigo no site "diferença.com":
Enfim, há tanto para se falar sobre o tema que eu ficaria aqui nesse post durante um tempo enorme e não chegaria a um bom termo de informação para o leitor.
Fato é que o tema merece uma atenção
especial de todos, no caso do blog, preocupação e diligência no trato com as
pessoas do mundo corporativo e pessoal de cada um.
É importante no mundo atual
aprender a administrar as suas emoções e das pessoas com as quais convite. Não
é à toa que o estudo da I.E (Inteligência Emocional) toma corpo nos meios das
organizações, já sendo considerada uma vantajosa habilidade e competência buscada
naqueles que desejam subir na escala das hierarquias
Para ilustrar o meu comentário, como é
costume no blog, agrego um excelente texto do Blog Finsi (espanhol)
O artigo abaixo demonstra as diferenças
entre os dois conceitos e passa informações muito úteis para compreensão das
relações humanas..
A confusão entre
sentimento e emoção
As
emoções são respostas automáticas e os sentimentos são o rótulo de reação
emocional.
Sentimento e
emoção são dois termos que muitas vezes nos levam à confusão. Em muitas
ocasiões, emoção e sentimento são utilizados como sinônimos, ainda que sejam
conceitos qualitativamente diferentes.
Certamente
esta confusão entre os dois termos vem de longo tempo porque ao longo da
história a utilização dos diversos termos emocionais não tem sido clara,
precisa e limitada.
- O
sentimento surge de uma expressão originária do latim "sentire",
que significa pensar, opinar, ou dar-se conta de algo.
- O
conceito de emoção vem do latim "emotio" que
significa "movimento ou impulso."
As emoções
são um conjunto complexo de respostas químicas e neurais que formam um padrão.
São respostas produzidas pelo cérebro provocadas por estímulos.
Os
sentimentos, ao contrário, surgem da avaliação consciente que fazemos da
percepção de nosso estado corporal durante uma resposta emocional. Os
sentimentos são conscientes e as emoções são inconscientes tanto que são
reações automáticas a estímulos. Emoções são produzidas, em linhas gerais, por
estímulos exteriores e interiores (recordações, memórias, pensamentos, lembranças).
Elas geralmente aparecem de repente, inesperadamente, bruscamente,
manifestando-se na expressão corporal.
Assim que
tomamos conhecimento das sensações (alterações) de nosso corpo ao receber esse
estímulo, a emoção se converte em sentimento. Isto é, quando percebemos que o
nosso corpo sofre uma mudança (por exemplo: lindas borboletas voando e nos
tocando) e estamos conscientes disso, rotulamos o que estamos sentindo (a
emoção), neste caso, teríamos um sentimento de surpresa, alegria, prazer,
satisfação...
Alguns
estudiosos das emoções centram a diferenciação entre sentimento e emoção na
duração de cada uma, a emoção tem um tempo menor de registro do que o
sentimento.
As emoções, portanto,
seriam um estado de excitação ou perturbação mais ou menos espontânea e pode
durar desde segundos até algumas horas. As emoções são curtas, mas o sentimento
é longo. Poderíamos dizer que um sentimento é como uma corrente e cada um dos
seus elos são as emoções. As emoções necessitam de um evento que as dispare, o
qual pode ser interno ou externo; se este evento desaparece, normalmente as
emoções que o acompanham também deixam de existir.
As
emoções são específicas e reativas, são respostas automáticas. O sentimento por
outro lado é um componente subjetivo das emoções, é a etiqueta que uma pessoa
coloca em uma emoção.
Os
sentimentos também têm uma duração que é proporcional ao tempo em
que nossa consciência pensa deles. Podemos sentir tristeza, mas somente quando
a nossa mente se concentra em um episódio triste, podemos sentir medo, mas só
quando nos sentimos ameaçados, quando paramos de focar a consciência no tema a
sensação desaparece. É por isso que algumas técnicas de controle de pensamento
em diferentes situações, por exemplo, estresse, ansiedade nos levam a focar o
nosso pensamento a diferentes estímulos para provocar sentimentos diferentes.
Um
dos grandes estudiosos de emoções Richard. S. Lazarus (1991) considera
sentimento e emoção como conceitos inter-relacionados, onde a emoção englobaria
o sentimento de forma que o sentimento seria o componente subjetivo ou
cognitivo das emoções, ou seja, a etiqueta que a pessoa coloca na emoção.
Outro
conceito que também podemos incluir próximo da emoção e do sentimento é o
estado de ânimo. Os estados de ânimo (bravura, coragem, destemor, ousadia) não
são emoções, mas estados psicológicos mais ou menos duráveis e a partir dos
valores que emprestamos e interpretamos os acontecimentos.
São
sentimentos a alegria, a felicidade, a raiva, o enfado, a preocupação, etc., e
são estados de ânimo a euforia, a depressão, a ansiedade, a angústia, a apatia,
etc.