os muitos registros que tenho
(desde 1975) sobre a minha vida corporativa em funções de chefia um deles eu
cultivo com muito cuidado.
Cada apontamento que fiz
tem sua história. São muitos cadernos e anotações. Sempre gostei de escrever
pequenos resumos sobre ''meus cases". Com isso formei uma boa
coleção de registros sobre situações vivenciadas ou conhecidas e tipos de
pessoas que encontrei pelos caminhos corporativos ou de quem ouvi falar.
Frases, pensamentos, jargões,
histórias, tipos de pessoas, coisas pitorescas... Está tudo anotado. Nunca dei
prioridade para organizá-las. Já iniciei a empreitada várias vezes, mas nunca
consegui dar continuidade. Tem coisas que nem lembro mais e outras que jamais
me saíram da memória.
Muitas serviram de balizamento
para minhas experiências pessoais como chefe, comandante e líder. Costumo dizer
que quanto maior for o catálogo das vivências maior será a capacidade de quem
esteja no comando para lidar com situações difíceis.
Entre as anotações que fiz e me
lembro, está uma que sempre foi utilizada por mim e com sucesso. Na verdade são registros de observações
pessoais ao tratar com muitos encarregados de setores (nas obras de engenharia pelas
quais passei) e com os gerentes ou chefes de setores com os quais trabalhei
diretamente depois de me tornar diretor e secretário de ministério nas instituições públicas pelas passei e me enconro atualmente. A partir das anotações, considerações e observações desenvolvi, não um teorema, mas digamos... uma hipótese (coisa de engenheiro).
Essa reflexão me ensinou que
''qualquer setor de serviço dentro de uma estrutura corporativa "tem a cara do
chefe". Dito assim parece algo menor e desimportante. Cara do chefe? Que
diabo é isso? Os leitores devem estar se perguntando. Todavia o que está dito é
que o conjunto das ações comportamentais de determinado agrupamento terá uma prevalência da personalidade de quem a chefia.
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Ora, ora, mas que coisa óbvia! Dirão
os leitores exigentes, mas... cuidado porque não é tão simples assim.
Quando se tem um setor de serviço com um chefe só e um número pequeno de subordinados é fácil
de perceber as coisas. Chefe alegre e bem humorado resulta em ambiente de
serviço idem. O inverso é verdadeiro. Chefe mal humorado, que reclama de
tudo vai gerar um agrupamento com o mesmo temperamento, a mesma ''personalidade corporativa''.
Entretanto se o setor é uma
grande corporação como fica? Vale a mesma hipótese? Respondo que é difícil de analisar e reconhecer o teorema/hipótese devido aos gigantismos dos organogramas.
Uma organização do porte da Apple tinha a cara do Steve Jobs? O Facebook tem o
jeitão do Mark Zuckerberg?
Ou a Microsoft tem a personalidade do Bill Gates? Ou será que o Grupo EBX do Eike Batista tem a sua pessoalidade? E os
governos de cidades, estados e países? Os ministérios? As grandes estatais? Petrobrás, por exemplo? Têm também as ''caras'' dos seus prefeitos,
governadores e presidentes? Dos ministros? Dos seus presidentes? Eu defendo que sim! Aceitem que é o meu direito de livre pensar!
Não conheço
nenhum estudo ou pesquisa que trate do assunto, mas me atrevo a jogar esse... conceito (?) no ar. Aliás seria um ótimo tema para se desenvolver uma tese ou pesquisa acadêmica.
Verdade ou
não as minhas experiências e observações sempre me confirmaram esse fato e
posso dizer que me ajudou muito. Primeiro por mim mesmo que sempre procurei
reforçar essa abordagem nos setores onde trabalhei e poucas vezes não obtive
êxito. Segundo, nas tratativas e negociações que tive com outras corporações
dentro ou fora das organizações por onde passei pude perceber e às vezes
comprovar que de fato o comportamento subjetivo dessas seções de trabalho era
semelhante ao dos seus comandantes.
Sugiro que
pensem nisso e façam suas próprias observações. Não é difícil. Basta conhecer
com um pouco mais de profundidade (e nem precisa ser muito) o setor sob sua análise para detectar os sinais que são normalmente enviados para a atmosfera das
corporações. Se houver entre os leitores alguém que for chefe ou líder de qualquer tipo de estrutura organizacional sugiro que observe se o
ambiente de trabalho do seu time tem certa predominância de suas próprias
características. Se você é, por exemplo, introspectivo ou gosta de uma fofoca;
ou fala mal da diretoria; ou é arrogante e por ai afora... O conjunto de itens que pode ser observado ou identificado é grande, muito grande. Só a dedicação e a experiência poderão dar a segurança de um bom diagnóstico.
Se vocês
desenvolverem as habilidades para conseguir esse tipo de percepção - algo assim
do tipo leitura de linguagem corporal - vão conhecer e poder utilizar uma excelente
ferramenta para o trato dos assuntos corporativos internos e externos aos seus
ambientes de trabalho. Quem conseguir não se arrependerá.
Abaixo coloquei uma série de desenhos que copiei do blog ''Novo em Folha'' tempos atrás (clique no logotipo abaixo) ao descobri-lo no meu baú de antiguidades. Foram eles e o artigo do blog (leiam aqui) que me inspiraram a escrever sobre o tema. As ilustrações apontam dez tipos de chefes com suas respectivas particularidades. Leiam cada uma e certamente encontrarão aquela que predomina no seu... E em vocês mesmos, se forem chefes também. Espero que sejam úteis...