Definir eficácia e eficiência corporativas é um desafio.
(por Herbert Drummond)
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(por Herbert Drummond)
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.......... Eficácia e Eficiência. Qual é mais? Quem é menos? Qual é melhor? Quem é pior?
.......... Para começo de conversa qualquer dicionário que você ler apresentará a ambos como sinônimos embora um seja adjetivo (eficaz) e outro substantivo feminino (eficiência). Contudo, na terminologia dos administradores os conceitos são bastante diferentes. Eficácia está mais relacionada com os resultados e Eficiência com os recursos disponíveis (humanos, financeiros...) .
.......... No primeiro, a pessoa considerada eficaz estará permanentemente preocupada em atingir os objetivos "de qualquer forma". São os "gastadores". Na segunda situação o indivíduo qualificado como eficiente estará mais ávido em utilizar, bem, os recursos disponíveis para atingir os mesmo resultados. São os chefes "unhas de fome". Esta é uma das muitas definições que existem entre os dois conceitos. Quando ocorre a junção equilibrada de características em um mesmo individuo - o que é raro no mundo corporativo - o personagem, necessariamente, vai se destacar entre seus pares.
.......... Normalmente os "eficazes" se notabilizam mais que os "eficientes". Digo sempre que o melhor exemplo de eficácia em estado bruto é o de "James Bond". O famoso agente 007 atinge, sempre, seus objetivos; mesmo que destrua tudo ao seu redor. A diferença é que ele "trabalha" para o governo de "Sua Majestade" que paga os prejuízos milionários causados por sua... eficácia. Todavia se ele trabalhasse para uma empresa privada seria demitido na primeira missão ou levaria seu empregador à falência. Por outro lado se ele fosse apenas um funcionário eficiente do mesmo governo não seria o James Bond que nos empolga nas telas de cinema. Creio que possa ter ficado claro a diferença, como eu a imagino.
.......... Guardadas as proporções assim é, também, na vida real. Ser eficaz é "entregar a mensagem a Garcia". É o chamado "tocador de obras". São os superexecutivos que fazem e acontecem. Mudam as realidades e transformam as empresas; ou as destroem.
Jack Welch, que tirou a GE do buraco em que estava e a devolveu ao mundo das empresas vivas (pelo menos antes da crise atual), é um protótipo de executivo eficaz que alcançou sucesso. Outro exemplo de líder eficaz - sem dúvidas - foi Steve Jobs. Um trator em tudo que se meteu e levou a cabo.
.......... Pelo time dos eficientes - não estou muito seguro quanto ao exemplo - mas acho que Bill Gates pode ser enquadrado no modelito. Pelo menos ele passa essa imagem. Um cara mais comedido, mais cerebral que pensa muito antes de realizar, mas também alcança seus propósitos. Mas não carrega a imagem de uma caldeira em temperatura máxima.
.......... Antes que alguém se antecipe quero dizer que não existe uma classificação entre quem ou o que é melhor, entre os dois predicados, para as corporações. Ambos são virtuosos. Ambos podem ser danosos.
.......... Contratar ou "bancar" executivos mais eficazes ou mais eficientes é uma aposta ou escolha das empresas dependendo do projeto no qual esteja envolvida. Uma firma que só tiver gerentes eficazes certamente entregará todas as suas encomendas aos clientes, mas dificilmente gerará lucros atrativos, pois seus custos serão sempre altos. Por outro lado se todos os seus dirigentes forem eficientes esta empresa provavelmente não irá crescer e correrá altos riscos de ir à falência mesmo com a fama de entregar, pontualmente, seus produtos (da mais alta qualidade) no mercado. Existem mil e um cases conhecidos no mundo corporativo.
.......... Conclusão? Uma diretoria sábia e experiente (vale para um diretor, gerente ou chefe) procurará montar sua equipe com um mix de ambas as espécies corporativas. E terá a sensatez de utilizar-se das características de seus colaboradores de acordo com os objetivos e missões que lhe forem atribuídas.
.......... Pessoalmente, quando exerço função de chefia, procuro sempre classificar os meus gerentes e seus colaboradores entre as gradações de eficaz e eficiente. Feito isso vou procurar utilizar estas características e habilidades de acordo com a prevalência de seus "DNAs".
.......... Um dos erros mais comuns, cometidos pelos dirigentes, é "trocar as bolas de cesto". Nestes casos é prejuízo na certa. Um "eficaz" não sabe trabalhar muito limitado por burocracias e escassez de recursos. Vai se desmotivar ou procurará desvencilhar-se da tarefa de qualquer maneira criando crises ou virando um "bebê chorão" (daquele tipo que vive afirmando quer "falta gente", "faltam recursos", "meu computador está ruim", "as pessoas não trabalham direito" e mais uma lista interminável de "restrições operacionais"). Por outro lado um "eficiente" colocado para realizar trabalhos que demandem prazo, decisões rápidas, talentos para saber calcular e correr riscos além de saber lidar com improvisações será um desastre. Ele não sabe trabalhar em meio ao caos e "sem saber como será o dia de amanhã".
.......... Se você, leitor, estiver ocupando cargo de chefia cuidado com estas "manhas". Você também será avaliado pelos seus superiores como sendo um "eficaz" ou um "eficiente". Não esqueça o que nos ensinou Aristóteles quando disse in medio stat virtus (a virtude está no meio). Desenvolva ou procure desenvolver características pessoais tanto de um quanto de outro atributo e saiba usá-los quando as circunstâncias o exigirem. Traduzindo: seja versátil e flexível (atenção porque, também, não são a mesma coisa). Se conseguir a proeza, em breve será você a escolher os subordinados eficazes e/ou eficientes para trabalhar nas missões sob sua responsabilidade. Boa sorte.
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PS - Para melhor se situar a respeito clique no link a seguir e leia o excelente artigo "Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes" escrito por Jerônimo Mendes em seu próprio site.