19 DE MARÇO DE 2024 – 3ª FEIRA



FRASE DO DIA

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FRASE COM AUTOR

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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Qual o limite de competência de um executivo muito experiente?



Tenho defendido, ao longo de minha trajetória no mundo corporativo, que um administrador preparado tecnicamente e temperado pelas vivências em cargos de chefia ou seja um executivo desses que, de uns tempos para cá, passaram a ser denominados de CEO, Um cara com experiência, perícia, prática, saber e conhecimento sobre a arte do comando tem condições de administrar (quase) qualquer negócio mesmo que não seja um técnico com formação naquela área negocial.

Em tom de blague costumo dizer em palestras e rodas de conversas entre amigos e colaboradores que só existem dois negócios (tem mais, mas uso esses dois como ilustração) que não me sinto em condições de administrar, um hospital ou um hotel. Nem vou explicar porque. 

Curiosamente ainda não havia lido muita coisa que explorasse considerações sobre essa questão de um executivo - com a necessária experiência profissional e de vida vivida - ter competência para ocupar cargos de liderança em variadas competências. 

Frederico Vilar
Passando as vistas pelas páginas de uma antiga edição digital do Estadão encontrei o artigo abaixo, perfeitamente atual, escrito exatamente por um CEO de muita experiência. Ele é o Frederico Vilar, ex-CEO da Neoris Brasil e reconhecido como um profissional de sucesso

O título da matéria é direto, "O Executivo Administra Qualquer Negócio". Chamou-me a atenção imediatamente porque até então não havia lido nada que coincidisse com aquilo que eu defendo há muito tempo. Não tinha conhecimento de nenhum consultor que se dispusesse a afirmar algo semelhante. Tenho cá minhas desconfianças a respeito dessa, digamos... timidez dos consultores, mas prefiro não criar polêmicas.

A matéria que lhes apresento abaixo é uma entrevista com o Frederico Vilar onde ele responde a seis ou sete perguntas sobre sua carreira como administrador de empresas e outras questões relativas à arte de gerenciar, de liderar e comandar. A pergunta que deu título à matéria está no texto: "Como foi ser administrador dessas empresas sem ter formação técnica na área?". Leiam a resposta com a qual concordo inteiramente.
  • "Administrar em alto nível consiste em saber utilizar-se de todos os recursos disponíveis colocados à disposição do administrador. Sejam os recursos humanos, os técnicos, os tecnológicos... Os negócios, de uma forma geral têm a mesma formatação e os objetivos das organizações giram em torno dos mesmos eixos. Lucros, inovações, conquista de mercados, orçamentos, metas... Poderia ficar aqui listando itens quase indefinidamente para sustentar a tese de que um profissional que tenha a vivência de muitas experiências corporativas como executivo é capaz de administrar qualquer negócio mesmo sem ter formação técnica na área. E ai, falando sério, incluo até  hospitais e hotéis."
Acho que já disse aqui mesmo na Oficina de Gerência que, na minha vivência (e opinião, obviamente) para ser um gerente de sucesso são necessárias duas grandes qualidades e talentos:
  1. Gostar de gente - Isto significa interessar-se em lidar com os problemas das pessoas; ouvi-las com atenção e importância; querer compreender e envolver-se com suas personalidades e personalismos. Principalmente respeitar seus espaços mesmo na condição de ser o chefe, o líder, o gerente. Numa palavra, desenvolver o talento da empatia como estilo de vida..
  2. Gostar de resolver problemas – Tem muita gente que foge de problemas e estes jamais serão gerentes e muito menos executivos. Podem até – como diz a conhecida frase de Abraham Lincoln- “enganar algumas pessoas o tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas não pode enganar todas as pessoas o tempo todo.”. É isso ai! Se alguém detesta problemas não aceite convites para ser gerente e muito menos executivo. É a matéria prima que qualquer um que pretenda seguir a carreira de gestor tem de manusear para exercer sua função.
Além disso, aquela imagem do executivo em traje formal e atrás de uma mesa como um maestro regendo sua orquestra não condiz mais com a realidade. Já está posto que o "dress code" de um executivo não está limitado ao estilo conservador.

Dito isso os convido-os a ler a matéria e pensar a respeito. Se alguns dos leitores sonham em ocupar aquela cadeira onde seu chefe está sentado agora e desfrutar das mordomias e do poder que o cargo oferece trate de começar a perceber se tem esses e outros talentos para segurar a barra que é administrar.

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Para facilitar a leitura clique na imagem para ampliá-la ou leia a entrevista no texto abaixo:

O executivo administra qualquer negócio

O português Frederico Vilar, de 45 anos, acredita que uma de suas principais qualidades seja a persistência. Por conta dessa característica, tornou-se, aos 27 anos de idade, diretor de uma empresa lisboeta de TI. Era o início de uma bem-sucedida carreira na área. E desde de 2005 ele comanda o braço brasileiro da Neoris, uma multinacional de TI de origem americana. Segundo o site da empresa, trata-se, também, de uma consultoria global, líder em seus segmentos de atuação. A seguir, trechos da entrevista concedida por telefone de Lisboa.

Quais foram os principais passos de sua trajetória?

Formei-me em administração pelo Instituto Superior ISCTE, em Lisboa. Comecei a trabalhar como vendedor de seguros de capitalização de uma empresa chamada Ocidental de Seguros. Fiquei lá dois anos e meio. Em 1992, entrei na Tecnidata como comercial. Foi lá que fiz minha carreira como executivo e, aos 27 anos, tornei-me diretor. Em 1999, a empresa comprou a brasileira W3 e fui para o Brasil assumir a companhia. Estive à frente dela por cinco anos e acabei por comprá-la. Posteriormente, eu a vendi para a Procwork, atual Sonda Procwork. Fiquei na empresa como vice-presidente de vendas por mais quatro anos. Em 2008, fui convidado a assumir a Neoris no Brasil como CEO e estou lá até agora.

Como foi ser administrador dessas empresas sem ter formação técnica na área?

Eu gostava muito de TI desde pequeno. E quando tive a oportunidade de atuar naquela empresa (a Tecnidata), eu aproveitei logo desde o início. Mas eu penso que as coisas não estão ligadas diretamente. Quando você é um executivo, principalmente um executivo geral, de administração geral, você administra qualquer negócio. Neste caso, fui aprendendo com o próprio negócio. Embora a minha formação já tivesse algumas cadeiras de TI, como programação, o curso, de fato, não prepara executivos para TI. Basicamente, você vai aprendendo ao longo da carreira. E foi isso que me aconteceu.

Quais são e quais foram seus desafios à frente da Neoris?

Bom, eu assumi a empresa em 2008. Era uma companhia muito pequena, com 70 funcionários. E eu, por acaso, ao longo da minha carreira, especializei-me em pegar negócios pequenos e transformá-los em grandes. E o grande desafio, àquela altura, era transformar esta empresa, que tinha muita tecnologia, em uma consultoria. Tínhamos de posicionar a empresa como um competidor de grandes players no Brasil - e isso conseguimos, pois estamos dentro do top 10 das companhias brasileiras do setor - e, principalmente, levar ao mercado um valor agregado que, na minha opinião, estava em falta. Fomos muito bem sucedidos e hoje somos 600 funcionários. O grande desafio agora é estabilizar o negócio e levá-lo a representar, já no começo de 2013, um terço da companhia global. Portanto, isso significa que vamos continuar a crescer muito fortemente nos próximos anos.

O que, do seu aprendizado, aplicou nessa transformação?

Basicamente, o que você precisa ter é foco e um bom departamento comercial. Também deve ter uma boa relação com os clientes e reunir um bom time para poder suportar o crescimento da empresa. Então, aquilo que faz a diferença é conseguir aproveitar as variáveis positivas que a organização tem, como um todo, como uma multinacional. E foi isso que fizemos. Criamos um grupo muito forte e conseguimos levar o nosso valor para o mercado. Agora, do ponto de vista profissional, o importante é dedicação, foco e ter uma relação muito boa com os clientes, não ser uma pessoa de escritório, ser uma pessoa de rua. Ou seja, que esteja permanentemente ligada aos clientes, porque são eles que fazem o nosso crescimento.

Como o senhor se define como profissional?

Basicamente, persistente. Eu sou uma pessoa extremamente persistente, com foco nas equipes, de relações muito fortes com as equipes e de relações muito fortes com os clientes. Considero-me um executivo com muita ligação com o exterior da empresa e persistente nos objetivos a atingir.

São características que o senhor procura quando vai contratar algum colaborador?

Sem dúvida. Há duas, na verdade três coisas que avalio de forma mais cuidadosa nas minhas contratações. A primeira é a capacidade de se adaptar a novos ambientes. Aptidão para crescer dentro de uma organização de frente. A segunda é a capacidade de ser responsável por aquilo que são os seus objetivos, as suas tarefas. Parece uma coisa meio evidente, mas normalmente não é. E a terceira é ter jogo de cintura na relação com os clientes e com o exterior. São as três coisas que normalmente considero como mais importantes. Até mais do que o curso de graduação.

Que conselhos dá aos jovens em início de carreira?

O que eu digo à maior parte dos jovens que começam as suas carreiras é que abracem as causas, que se concentrem na sua função e não tratem as empresas e os trabalhos que têm como mais um trabalho. Que eles os tratem como uma coisa que pertence à sua vida.





Na medida do seu interesse pelo tema, sugiro a leitura dos artigos que estão postados nos links abaixo:
  • https://administradores.com.br/artigos/qual-papel-do-executivo
  • https://www.trabalhosfeitos.com/categoria/qual-o-aspecto-mais-importante-no-papel-de-um-executivo/1703338/0.html

terça-feira, 9 de novembro de 2021

A missão maior daquele que detém a autoridade. Conheça.




Q

uem acompanha a Oficina de Gerência sabe que não escrevo sobre política ou religião objetivando adotar qualquer posicionamento. É cláusula pétrea da "linha editorial" no blog. Porque estou dizendo isso? Porque o texto abaixo foi extraído do famoso livro "O evangelho segundo o espiritismo" de Allan Kardec. E por que o estou colocando aqui? Respondo: porque muito mais do que uma escrita de conteúdo espírita o texto aborda uma questão que tem tudo a ver com o mundo corporativo e obviamente com a vida propriamente dita. É muito sábio e foi escrito, ou melhor, psicografado em 1863 cuja autoria é atribuída ao espírito do Cardeal Morlot.
Ao conhecer o texto não pude resistir em trazê-lo para o blog uma vez que trata das  relações entre superiores e subordinados (que são chamados de inferiores no texto sem que haja qualquer preconceito, apenas uma questão de linguagem na época em que foi escrito).
Destaquei para ilustrar essa breve apresentação do artigo o seguinte trecho:
  • [...] "Quem quer que seja depositário de autoridade, seja qual for a sua extensão, desde a do senhor sobre o seu servo, até a do soberano sobre o seu povo, não deve olvidar que tem almas a seu cargo; que responderá pela boa ou má diretriz que dê aos seus subordinados e que sobre ele recairão as faltas que estes cometam, os vícios a que sejam arrastados em consequência dessa diretriz ou dos maus exemplos, do mesmo modo que colherá os frutos da solicitude que empregar para os conduzir ao bem." [...]


Posso me posicionar a esse respeito com o crédito que tenho junto àqueles que trabalharam comigo e sob meu comando. Sempre foi princípio maior de minha conduta o respeito absoluto aos colaboradores e subordinados. 
Sempre considerei que ao assumir funções de chefia fazia parte dela a responsabilidade inerente de ensinar, apoiar, fazer crescer, orientar, descobrir e despertar competências e tudo que pudesse para transformar os componentes das minhas equipes em seres melhores e em todos os níveis possíveis.
Também como subordinado procurei manter o mesmo nível de procedimentos primando até com certo excesso pela lealdade aos meus iguais e superiores da mesma forma que a exigia dos subordinados. Para mim é na conceituação da lealdade que está centrada toda a riqueza de uma relação de trabalho, de amizade, de amor, de vida.
Por isso recomendo aos amigos leitores que não percam a oportunidade de ler o que está escrito abaixo e refletir muito para aplicar permanentemente os ensinamentos nele contidos adaptando-os às próprias crenças.
Da mesma forma os oriento a copiá-lo para guardar em local onde o possam consultar regularmente e transmiti-lo aos que fazem parte de suas vidas, sejam seus iguais, superiores ou subordinados. 


Cardeal  Morlot

Os Superiores e os Inferiores

A autoridade, tanto quanto a riqueza, é uma delegação de que terá de prestar contas aquele que se ache dela investido. Não julgueis que lhe seja ela conferida para lhe proporcionar o vão prazer de mandar; nem, conforme o supõe a maioria dos potentados da Terra, como um direito, uma propriedade. Deus, aliás, lhes prova constantemente que não é nem uma nem outra coisa, pois que deles a retira quando lhe apraz. Se fosse um privilégio inerente às suas personalidades, seria inalienável. A ninguém cabe dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem seu consentimento. Deus confere a autoridade a título de missão, ou de prova, quando o entende, e a retira quando julga conveniente.

Quem quer que seja depositário de autoridade, seja qual for a sua extensão, desde a do senhor sobre o seu servo, até a do soberano sobre o seu povo, não deve olvidar que tem almas a seu cargo; que responderá pela boa ou má diretriz que dê aos seus subordinados e que sobre ele recairão as faltas que estes cometam, os vícios a que sejam arrastados em consequência dessa diretriz ou dos maus exemplos, do mesmo modo que colherá os frutos da solicitude que empregar para os conduzir ao bem. Todo homem tem na Terra uma missão, grande ou pequena; qualquer que ela seja, sempre lhe é dada para o bem; falseá-la em seu princípio é, pois, falir ao seu desempenho.


Assim como pergunta ao rico: "Que fizeste da riqueza que nas tuas mãos devera ser um manancial a espalhar a fecundidade ao teu derredor", também Deus inquirirá daquele que disponha de alguma autoridade: "Que uso fizeste dessa autoridade? Que males evitaste? Que progresso facultaste? Se te dei subordinados, não foi para que os fizesses escravos da tua vontade, nem instrumentos dóceis aos teus caprichos ou à tua cupidez; fiz-te forte e confiei-te os que eram fracos, para que os amparasses e ajudasses a subir ao meu seio."


O superior, que se ache compenetrado das palavras do Cristo, a nenhum despreza dos que lhe estejam submetidos, porque sabe que as distinções sociais não prevalecem às vistas de Deus. Ensina-lhe o Espiritismo que, se eles hoje lhe obedecem, talvez já lhe tenham dado ordens, ou poderão dar-lhas mais tarde, e que ele então será tratado conforme os haja tratado, quando sobre eles exercia autoridade.


Mas, se o superior tem deveres a cumprir, o inferior, de seu lado, também os tem e não menos sagrados. Se for espírita, sua consciência ainda mais imperiosamente lhe dirá que não pode considerar-se dispensado de cumpri-los, nem mesmo quando o seu chefe deixe de dar cumprimento aos que lhe correm, porquanto sabe muito bem não ser lícito retribuir o mal com o mal e que as faltas de uns não justificam as de outrem. Se a sua posição lhe acarreta sofrimentos, reconhecerá que sem dúvida os mereceu, porque, provavelmente, abusou outrora da autoridade que tinha, cabendo-lhe, portanto, experimentar a seu turno o que fizera sofressem os outros. Se se vê forçado a suportar essa posição, por não encontrar outra melhor, o Espiritismo lhe ensina a resignar-se, como constituindo isso uma prova para a sua humildade, necessária ao seu adiantamento. Sua crença lhe orienta a conduta e o induz a proceder como quereria que seus subordinados procedessem para com ele, caso fosse o chefe. Por isso mesmo, mais escrupuloso se mostra no cumprimento de suas obrigações, pois compreende que toda negligência no trabalho que lhe está determinado redunda em prejuízo para aquele que o remunera e a quem deve ele o seu tempo e os seus esforços. Numa palavra: solicita-o o sentimento do dever, oriundo da sua fé, e a certeza de que todo afastamento do caminho reto implica uma dívida que, cedo ou tarde, terá de pagar. -
François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot. (Paris, 1863.)

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

A busca incessante pelas novas lideranças

O

s leitores mais recentes que pesquisarem sobre textos que abordem os temas da liderança já devem ter observado a profusão de avaliações, conceitos, concepções, juízos, conhecimentos, discernimentos e quantos adjetivos se queira colocar no mesmo agrupamento para se buscar definições sobre a arte de conduzir, de comandar e liderar. Ou seja, sobre a habilidade de ser o "Manda-Chuva", o "Number One", o Maioral.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxUbpybJqGNnV3pS6QpXM0Piok8bKmGAljQ6WG69JGmw4jqSyuz5q5CsXncHOiCleS76r_Gqg_RZYg_NGb2De5liFM9b69vJPc0ZNiulg8HGAkEg7unmSvKlh5Rte1J9S2TzL76FhRcg1L/s400/alp_portuguese_diag1.jpg

Se você, meu caro leitor, clicar no Google buscando "tipos de liderança" vai encontrar nada menos que 28.000.000 de links. Se buscar "liderar" vai encontrar 23.300.000 de links. Pode-se concluir dai que não deve existir nada de novo para ser dito sobre liderança. Todavia o assunto não se esgota. A todo o momento estão sendo publicados livros e mais livros, artigos, ensaios e pesquisas sobre o tópico. Palestrantes surgem aos enxames para falar sobre a "ciência da liderança", "a arte da liderança" e seja o que for "da liderança". E tudo isso tem um mercado consumidor fiel e crescente. E é bom que assim seja.

Pessoalmente considero-me um veterano estudioso, ops! Melhor dizer curioso, sobre o que se publica e se pratica no campo da liderança há muitos anos.

Devo ter começado a me interessar pelo assunto lá pelos idos de 1972 quando - recém-formado e no primeiro emprego - tive que assumir a chefia de uma obra (com cerca de 300 trabalhadores) porque o lugar era tão longe e inóspito (Espinosa-MG e Guanambi-Bahia) que a empresa não encontrou nenhum outro engenheiro experiente para assumir o posto. Entrei naquela do "só tem tu, vai tu mesmo". E fiquei lá esperando.  A obra terminou e o "engenheiro-chefe" nunca chegou... e ganhei 3 anos de experiência em chefia. Essa historia eu ainda vou contar. Ou seja, tive que me virar e como não tinha ninguém para me ensinar busquei na literatura os ensinamentos e a experiência que eu não tinha. De lá para cá só exerci funções de liderança durante treze anos na empresa e mais muitos anos no serviço público.

Com isso quero dizer que tenho uma razoável bagagem de leitura e prática  e há muito tempo não conheço nada de efetivamente novo sobre o assunto. Vejo sim e há muito tempo, uma onda novidadeira de propostas camufladas por muitos títulos e subtítulos para apresentar conceitos antigos sob novos nomes. Salvo uma melhor memória tudo começou com William Edwards Deming e seus 14 passos para a melhoria da qualidade na gestão. Foi uma febre e realmente deu uma sacudida na ciência da administração, mas isso foi na década de 70! Sem desmerecer nenhum trabalho ou pesquisa a grande maioria dessas "novidades" são nomes novos para antigos conceitos de como se comandar bem, com ordem e organização e principalmente com eficácia. Sei que estou exagerando um pouco, mas assumo que seja uma provocação. Um Viva! Para os consultores criativos.



Desviei-me um pouco do tópico que quero abordar no post que é sobre liderança e seus muitos "estilos" ou "tipos". Voltemos a ele. 

Claro que vocês já ouviram falar das diversas faixas de lideranças. Cito as mais conhecidas: participativa, autoritária, democrática, situacional, carismática, paternalista, laissez-faire, autocrática e muitas outras que os “criadores de conceitos” não cansam de propor. Cada autor ou palestrante faz sua classificação pessoal com todo o aparato de explicações e justificativas. Não faço criticas a essa "salada". Pelo contrário! Acho que quanto mais se falar e escrever sobre liderança mais pessoas irão entendê-la e praticá-la nos melhores moldes. É um processo de aperfeiçoamento permanente.

Particularmente tenho, nos últimos tempos, procurado pesquisar sobre o conceito da "Liderança Servidora". Passei a prestar atenção nesse tópico há alguns anos, a partir de uma palestra de James Hunter que assisti em Brasília onde ele abordou os princípios que apresentou no seu famoso livro "O Monge e o Executivo" (que eu sequer havia lido na época). È o que de mais novo percebi, nesses últimos anos, nessa pesquisa eterna e fascinante sobre liderança que todo executivo teima em perseverar. Atualmente, os consultores, óbvio, consideram o conceito de Hunter como ultrapassado. Mas continuo com ele.

De minha parte e acho que todos os lideres, notadamente os mais experientes e com maior quilometragem no exercício da "função" têm seus estilos personalizados e os adotam ao longo das carreiras. De mais a mais aprendi que o estilo da liderança não está e nem poderia estar apartado do estilo do líder. Ninguém que seja pessoalmente autoritário ou autocrata conseguirá adotar um estilo liberal ou democrático. Pode até tentar - como já vi acontecer muitas vezes - mas logo a máscara cairá e ele revelará seu verdadeiro tipo. Olhem à sua volta e vão se surpreender...
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj31TmQRBO5f6FTkYdNSycOY_t3zGVZaf1ZBP-VHYM2WnzXM5PYs8Mf51vJ5pPzkOFkQNDyhoyZXTBL14Daeor3b4WgO9206ehHd9uIG9z0H7XpKMyXiZkIYltBYnrL9N6GMzOm7y3R3Zr7/s1600/33810-Clipart-Illustration-Of-A-Manager-Or-Professor-In-A-Brown-Suit-And-Red-Tie-Gesturing-With-A-Pointer-Stick.jpg

Como podem notar o tema é infinito. Poderia ficar aqui escrevendo parágrafos e mais parágrafos e não chegaria a esgotá-lo, ainda mais considerando a minha pouca experiência, digamos... Acadêmica.

Nossa! A apresentação do artigo abaixo ficou maior que o próprio. Falar sobre liderança é assim mesmo. A gente começa e não quer parar. O texto é da HSM e tece considerações sobre o que pensa o consultor Cesar Souza a respeito dos novos desafios que os lideres têm que enfrentar nos tempos atuais. Gostei do texto. Não traz nada de muito novo, mas as argumentações e a forma didática como o autor (equipe da HSM) coloca seus pontos traduz-se numa leitura positiva para quem queira aprender um pouco mais. (Texto Herbert Drummond-autor do blog)



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Os atributos do novo líder
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 Entre todas as características, ser inspirador é um dos aspectos mais importantes para liderar pessoas. 
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O que se espera dos líderes atuais, para que sejam líderes inspiradores, é que se libertem de mitos enraizados e se fortaleçam com novas competências. Segundo o consultor César Souza, para o líder mudar de patamar e passar a ser um líder inspirador, é necessário, antes de qualquer coisa, se libertar de alguns conceitos que são verdadeiros dogmas. São eles:
  • - A liderança está no cargo:
    • Nem sempre. Muitas vezes, não é preciso ter um cargo para ser um líder.
  • - Todo líder tem carisma:
    • Outro mito. Não adianta ter só simpatia, bom-humor, boa argumentação. Isso é parte, mas não é tudo. Se não houver um propósito, o “brilho no olho” não encanta.
  • - O líder já nasce pronto
    • Não é verdade. Há casos de líderes que foram se formando ao longo do tempo.
  • - Há um perfil ou estilo ideal de liderança: Não existe. Não há um “modelo pronto” de liderança. A maioria dos líderes que são exemplos hoje não se espelhou em ninguém; eles seguiram o que havia dentro de si.
  • - Um líder tem seguidores
    • Para uma causa se espalhar e ganhar representatividade, um líder tem que formar novos líderes, não seguidores. O líder inspirador tem pessoas em torno de si, não atrás de si.
Para César Souza, além de estar atento ao contexto do mundo reconfigurado, conciliar tangíveis e intangíveis, integrar (“construir pontes”), equilibrar curto prazo e longo prazo e ter liderança em todos os níveis, o líder inspirador tem que ter cinco valiosas competências:

1) Construir causas com sua equipe

É fundamental, para ser um líder inspirador, trabalhar em favor de uma causa, ter um propósito, empunhar uma bandeira. Isso dá orgulho e significado à vida das pessoas. “As pessoas não querem apenas ser cobradas para atingir metas. Quando sabemos o porquê de uma ação ou de um projeto, suportamos mais facilmente o ‘como’, porque entendemos”, explica César Souza. E, quando a causa está alinhada com a causa da empresa, tudo se torna mais fácil ainda.

2) Formar outros líderes

Ponto de crucial importância. As pessoas têm que trabalhar em um ambiente que propicie oportunidades de crescimento. Nesse sentido, o líder inspirador deve formar outros líderes, não ter seguidores. Para tanto, deve ter o foco no engajamento.


3) Liderar 360º


Não basta somente liderar a equipe. O líder inspirador tem que ter uma gestão engajada também com parceiros, terceirizados, clientes, fornecedores, comunidades e outros públicos. A gestão deve ser integradora, não se prendendo aos limites das “paredes” da organização.

4) Fazer mais que o combinado

Surpreender pelo resultado contribui para inspirar. Por exemplo: conquistar um cliente difícil; resolver uma pendência espinhosa da comunidade; receber um pagamento com o qual não se contava mais; se relacionar de forma diferente e alcançar resultados diferentes etc.

5) Inspirar pelos valores

Valores como integridade, seriedade e ética, quando aplicados no dia a dia, nos comportamentos e nas atitudes, inspiram mais do qualquer hierarquia. Da mesma forma, não vale seguir os valores dentro da empresa e, em casa ou em outros ambientes, adotar uma postura completamente diferente. O líder tem de ser inspirador “24 horas”.
Para formamos líderes nessas competências, César Souza diz que é necessário que as empresas estruturem uma “Fábrica de Líderes”. Para tanto, tem que dar ênfase nas competências mencionadas, desenvolver líderes em todos os níveis, identificar e engajar os líderes da Geração Y e ter um plano de sucessão – esse, segundo ele, um grande problema nas empresas atualmente.
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