19 DE MARÇO DE 2024 – 3ª FEIRA



FRASE DO DIA

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FRASE COM AUTOR

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terça-feira, 27 de julho de 2021

Cruzeiro Esporte Clube, de Minas, está moribundo.

 


Outro dia estava eu numa live com amigos e alguém, mineiro, trouxe para a roda de conversa a triste situação do Cruzeiro Esporte Clube, a "Raposa Prateada" de Belo Horizonte. Na verdade ele queria fazer uma gozação (cruel) com outro companheiro - cruzeirense doente - que estava no grupo.

Gozação pra lá, gozação pra cá, chegamos à conclusão triste e óbvia: o grandioso clube da "Raposa Prateada" está morrendo à vista de todos. Me ocorreu, então, especular e escrever um artigo sobre as razões pelas quais um gigante como o Cruzeiro Esporte Clube chegou ao fundo do poço (conheça aqui a coleção completa de títulos do Cruzeiro). Abaixo os títulos internacionais e nacionais.



Com sua imensa legião de torcedores, tradições mil e campeão de tudo que haja disputado, a pergunta é: como uma organização do porte do Cruzeiro (veja aqui o que está na Wikipédia sobre o grande clube mineiro) chegou a este ponto onde se encontra?

Primeiro vejamos a atual realidade do Cruzeiro: vive uma luta desesperada contra o rebaixamento da “série B” para “série C” do futebol brasileiro, o que no seu caso significa o ponto mais baixo que um dos maiores clubes esportivos do Brasil e da América do Sul pode chegar. Será o ápice da humilhação.

Como pode ser isso?

Quem ama o futebol – e não estou falando só dos torcedores cruzeirenses – não consegue entender e não se conforma com o drama da camisa azul celeste de Minas Gerais.

Mas tem explicação. E ela se resume a um conceito que é lugar comum na ciência da administração e da gerência: má administração continuada e sem fiscalização.

Não vou citar os nomes dos dirigentes que podem ser responsabilizados pela debacle. Eles são muitos. Um processo desses não acontece de repente. Má gestão no nível de falência não é resultado de um erro localizado e nem de uma pessoa só. Ao contrário, é um encadeamento de decisões erradas, lapsos, desacertos, corrupções e desvios de objetivos.

O Cruzeiro, se fosse um conglomerado privado já deveria estar pedindo falência ou no mínimo uma recuperação judicial. Resiste porque é uma agremiação esportiva com legislação diferenciada.

O processo do Cruzeiro não é nenhuma novidade no ambiente esportivo. No final dos anos 90, a Associação Portuguesa de Desportos, a tradicional Portuguesa ou “Lusa do Canindé” iniciou sua queda. Se manteve aos trancos e barrancos alternando as últimas posições dos campeonatos e torneios que disputou.

A trajetória descendente da Portuguesa foi contínua, caindo da 1ª divisão para a 2ª, depois para a 3ª e finalmente para a 4ª. Tudo isso em três anos. Clique aqui e conheça essa história na matéria “A queda sem fim da Portuguesa”.

(Posições finais na tabela da Série B do campeonato brasileiro após a 14ª rodada)

O Cruzeiro repete o mesmo drama. Caiu em 2019 para a “Série B” do futebol brasileiro e manteve-se em crise profunda não conseguindo voltar à primeira divisão em 2020. Foi o primeiro clube considerado grande a não voltar  a subir no ano seguinte.

Está disputando em 2021, pela segunda vez a “Série B” (o que era, até então, impensável) e o risco de cair para a “Série C” é muito provável. Após quase metade do campeonato de 20 clubes o Cruzeiro está na zona de rebaixamento com menos de 3,5% de aproveitamento (12 pontos em 52 possíveis). Clique aqui e conheça as chances do Cruzeiro. 

Gosto de usar exemplos de gestão (boas e más) das agremiações esportivas, principalmente no futebol profissional. Eles apresentam, em estado puro e público, tudo de bom e de ruim que acontece nas organizações e suas consequências.

No caso do Cruzeiro isso foi escancarado. Negócios mal feitos, dívidas não pagas, salários cronicamente atrasados, crises entre grupos de interesse, denúncias de corrupção em todas as administrações, nepotismos, exploração política da imagem do clube e mais o que couber nesse mesmo repertório de escândalos e vexames (clique aqui para ter uma ideia dos problemas financeiros do Cruzeiro).

Fica triste constatação que as chances de o clube de sequer permanecer na “Série B” são escassas e se cair para a terceira divisão, a imensa “nação cruzeirense” terá de amargar capítulos ainda mais dolorosos para um soerguimento que hoje parece estar em horizonte muito, muito distante.

Rayssa Leal, a "Fadinha do Skate", brilha em vídeo da Nike. Magnífica homenagem...


 

As Olimpíadas trouxeram para o Brasil, logo nas suas primeiras disputas, um novo motivo para o nosso povo sorrir. Falo da Rayssa Leal, a "Fadinha do Skate". 

Assisti todas as apresentações da Rayssa. Em todas elas, era flagrante a "irresponsabilidade" pré-adolescente da menina de 13 anos, fenômeno só por estar ali disputando uma olimpíada.

Enquanto todos ao seu redor mostravam em suas fisionomias a gravidade do  momento olímpico, a Fadinha não estava nem aí. Brincava, dançava, cantarolava e sorria o tempo inteiro.


Essa postura, em uma atleta olímpica, foi conquistando  a mídia internacional. Outros países, o Japão, por exemplo, também tinham atletas pré-adolescentes, que não capturaram as lentes e a atenção dos jornalistas como a Fadinha.

Tudo culminou com a disputa na final do skate feminino pela Rayssa, após a queda das favoritas Pamela Rosa e Letícia Bufoni. Nessa disputa ela continuou no mesmo diapasão. Nem parecia estar numa final olímpica! 


Veio a medalha de prata e levou o Brasil olímpico ao delírio. Seja porque foi magnifica nas provas, seja porque jogou por terra aquela imagem de preocupação fúnebre que sempre cerca os atletas antes das provas, seja porque a sua explosão de criança tomou as telas. O que vimos foi uma menininha de 13 anos correndo, pulando, sorrindo sem saber ao certo para onde ir e o que fazer. Foi lindo de ver e sentir aquela alegria em estado puro.

Mais que tudo, a torcida viu na Raissa a conquista de uma menina, que ainda brinca com bonecas e bichinhos de pelúcia, transformar a vida real em um sonho digno de um filme de Walt Disney. Um filme mágico de fadas e final feliz.


Muito ainda vamos ver e ouvir sobre a Raissa Leal. Filmes e livros serão escritos sobre ela. A sua conquista, na primeira disputa olímpica do skate, está eternizada. E com 13 anos ainda terá muitas disputas pela frente, inclusive em olimpíadas. 

Ainda terá de carregar a maravilhosa imagem da "Fadinha" por algum tempo, mas na próxima olimpíada e deverá estar lá, em Paris, já terá 17 anos...

Coloco abaixo o vídeo que Nike produziu (com mais de 500.000 visualizações, em três dias) e que emociona por conseguir traduzir, em um minuto e meio, o sentimento que acendeu, nos brasileiros de todas as camadas sociais, aquela luz de alegria e esperança de que os sonhos podem ser, sim, realizados.


quarta-feira, 21 de julho de 2021

Falsos amigos vêm com o sucesso profissional.


Verdadeira a frase acima, de Benjamim Franklin

Uma carreira de sucesso tem, a par dos êxitos, das conquistas, do respeito e outras tantas coisas prazerosas, vem também acompanhada de outras desagradáveis como inveja, inimizades, fofocas, traições e outras que tais. Fazem parte do "pacote" de quem se aventura na selva corporativa para exercer liderança e o faz com brilho.

Entre esses lances e contingências ofensivas estão o convívio com os falsos amigos e os riscos da boa fé em se confiar demais em "amigos da onça". Quem, nessa condição, não os teve? Quem não foi atraiçoado por aquele "amigo" tão próximo e tão querido? Posso falar (ou escrever) por experiência própria. Fui vítima de alguns (poucos) falsos amigos. Algumas vezes os descobri antes que me causassem prejuízos maiores, mas em uma delas foi uma traição daquelas que doeu na alma. 

Isso mesmo! Depois de intensa fase de raiva e frustração, por uma deslealdade abominável, consegui "levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima". Tempos depois, com bom humor, escrevi, aqui mesmo na Oficina de Gerência, um artigo que foi muito visitado e elogiado pelos leitores e ao qual dei o título de "Gatos Corporativos", conheçam estes "amorosos" bichanos..." (recomendo a leitura).

Antes de continuar vou listar alguns sinônimos de traição que busquei no excelente site "sinônimos.com.br": deslealdade, falsidade, hipocrisia, perfídia, fingimento, intriga, desonestidade, rasteira, prevaricação, inconfidência, emboscada, cilada, farsa, impostura, tocaia... Que coleção hein?

É isso aí! Os falsos amigos fazem jus a todos esse adjetivos. Todos eles são portadores e passíveis de atos e pensamentos que estão nessa "privilegiada" listagem. O pior de tudo é que não há defesa contra o falso amigo, assim como não existe confiança pela metade. Ou se confia em alguém ou não se confia. O meio termo não existe. E quando vem a traição você é sempre surpreendido. Isso é que dói. A quebra da confiança é mesmo "uma punhalada nas costas.

Todavia existem alguns pressupostos para que se conheça, antes do golpe, um potencial falso amigo. É disto que trata o texto que descobri na internet, no site "A mente é maravilhosa" (os links estão abaixo) e o trouxe para ilustrar o presente post. 

O título é sugestivo: "7 tipos de amigos que devemos reconhecer". Particularmente não gosto muito dos textos que chamo de "receitas de bolo", ou sejam, aqueles que apresentam listas com tipos disso ou daquilo para ilustrar os pontos de vistas dos autores. Nesse caso, eu abri uma exceção. Os leitores farão suas avaliações.

Finalizo avisando, cuidado com os falsos amigos. Seja no ambiente profissional (mais comum) ou no social. Eles são (quase) inevitáveis desde que você esteja no topo, brilhando. Recupero a frase do Benjamim Franklin: "O falso amigo e a sombra  só nos acompanham quando o sol brilha".

7 tipos de amigos falsos que devemos reconhecer

7 tipos de amigos falsos que devemos reconhecer


Existem vários tipos de amigos falsos que são como o lado sombrio da lua. No começo nos deslumbram com seus encantamentos e suas amáveis atenções, mas pouco a pouco vamos percebendo esse outro lado, no qual habitam as cavidades de um caráter interesseiro. 


Essa afetividade árida e desolada que, quase sem percebermos, nos rouba o ânimo. São perfis que, sem dúvida, devemos saber identificar o mais rápido possível, principalmente em prol da nossa saúde emocional. Costuma-se dizer que a amizade é o melhor ingrediente da vida. O amor também é, disso não há dúvidas. Mas o que um bom amigo proporciona transcende, às vezes, os vínculos das relações afetivas e familiares. Assim, esse tecido construído à base de cumplicidades, experiências comuns e de uma confiança intensa é o que nos traz uma fonte de energia eterna e, principalmente, qualidade de vida.

  • “Aqueles que se acham bons e serviçais são os mesmo que, por inveja, desejam todos os males a você."  (Lucca Capiotto) 

No entanto, é inevitável não encontrar, de vez em quando, um desses espécimes tão comuns nos nossos contextos sociais, no qual o interesse e o egoísmo se camuflam sob o revestimento da mais brilhante amizade. E nós caímos, é claro que caímos. Porque na nossa inocência natural sempre pensamos que o propósito principal de toda boa amizade é trazer felicidade, apoio e bem-estar.

Até que finalmente acontece. Surgem as decepções, as pequenas mentiras, os desprezos constantes e as mais impressionantes manipulações. Queiramos ou não, estamos perante um desses tipos de amigos falsos que não vimos chegar, mas que devemos deixar ir o mais rápido possível pelo bem da nossa saúde e da nossa dignidade…



Tipos de amigos falsos


1. Tipos de amigos falsos: o alpinista social

Um dos primeiros tipos de amigos falsos que costumamos encontrar bem cedo na nossa vida é o “alpinista social”. Encontramos esses amigos no ensino fundamental, no ensino médio, na universidade e, certamente, nos ambientes de trabalho.

São aquelas pessoas que constroem laços de amizade com um único objetivo: ganhar posições no contexto social. Assim, é comum que na fase escolar essas pessoas busquem uma aproximação com os alunos mais populares ou com aqueles tiram as melhores notas. Mais tarde, no contexto profissional, não vão hesitar em humilhar e manipular em qualquer situação para ganhar posições.


2. O amigo que está nos bons momentos e some nos ruins

A maioria das pessoas vai se lembrar de algum caso desse tipo de falsa amizade. Falamos de pessoas que sempre estão próximas nos dias de tranquilidade e bem-estar, quando fazem parte de qualquer plano, qualquer festa ou qualquer proposta de última hora. No entanto, quando surge algum problema ou alguma situação na qual agradeceríamos seu apoio e interesse, desaparecem como o vento após fechar uma janela…


3. O buscador de erros, aquele que julga

Se existe uma coisa que caracteriza uma amizade saudável é aquele amigo que procura proporcionar bem-estar em todos os momentos. Isso nos faz sentir coisas boas com sua presença, sentir a segurança de que não seremos julgados nem criticados e de que, após algumas horas com essa pessoa, sairemos melhor do que antes.

No entanto, isso não acontece com os amigos falsos. Com eles é comum voltarmos para casa pior do que estávamos antes. Na verdade, um tipo de amizade falsa muito comum é aquela que tem como passatempo buscar erros, chamar a atenção para cada erro que cometemos e julgar um dia sim e no outro também. Esse tipo de dinâmica cria um desgaste emocional significativo.


Pintura de pessoa com pássaros ao lado

4. O amigo que inveja em silêncio ou descaradamente

Você faz tudo certo”, “Essas coisas não acontecem com você como acontecem comigo”, “Você sempre tem muita sorte”… É esse tipo de frase que os amigos falsos que nos invejam dentro do seu ser costumam repetir.

No entanto, a verdade é que eles têm baixa autoestima, o que os leva a esse tipo de interação pouco saudável para ambas as partes.


5. O que quer que as coisas deem certo para você, mas não melhor do que para ele

Essa característica da falsa amizade é tão curiosa quanto comum ao mesmo tempo. Ela se manifesta do seguinte modo: temos pessoas que nos incentivam a superar a nós mesmos, a conquistar as coisas, mas quando isso acontece, longe de se sentirem felizes por nós, elas se afastam ou se mostram incomodadas.

Por trás desse tipo de situação existe, mais uma vez, uma clara baixa autoestima. Essas pessoas sempre se sentirão mais à vontade conosco enquanto estivermos no mesmo patamar, nas mesmas condições. No entanto, qualquer centelha de sucesso ou de superação as coloca em evidência, as afunda na contradição e no desconforto.


6. O rival disfarçado de “melhor amigo”

Se você comprar um celular, não duvide, um dos seus amigos falsos vai querer comprar um muito melhor. Se você começa a fazer academia, cuidado, ele ou ela também vai começar para superar seus progressos. O objetivo: ser melhor do que você em qualquer coisa que você fizer, em qualquer propósito ou em qualquer conquista.

Esses tipos de amigos falsos agem como inimigos, uma sombra perseguidora e vingativa que vai tentar ser melhor que nós em qualquer âmbito da nossa vida.


Pedaços de mulher

O amigo manipulador é aquele tipo discreto, mas implacável que, quase sem percebermos, prende os fios da marionete para nos manipular de acordo com seu desejo durante algum tempo. Ele vai se utilizar do vitimismo às vezes, outras da chantagem emocional e outras da mentira, além de tantas outras estratégias maquiavélicas para nos ter nas palmas das mãos e, assim, conseguir o que deseja em todos os momentos.

Assim, o tempo que vamos permitir esse tipo de ação do manipulador vai depender do afeto que temos em relação a essa pessoa, do fato de se é um amigo de longa data, um amigo de infância com quem já vivemos tantos momentos… Como acabar com esse vínculo emocional que nos acompanhou por tantos anos? Pode ser difícil, mas poucas coisas são tão destrutivas quanto carregar a influência de alguém que, na verdade, não gosta de nós e quer o nosso mal.

Para concluir, como já pudemos perceber, há muitos tipos de amigos falsos: o que critica, o que trai, o que faz fofocas… Poderíamos descrever inúmeros tipos. No entanto, o mais importante de tudo isso é, além de identificar, saber lidar com essas pessoas.

Às vezes, não é preciso recorrer obrigatoriamente à quebra desse laço. Às vezes, basta deixar as coisas claras, colocar limites e, até mesmo, estimular o crescimento pessoal e a autoestima desse amigo para que ele seja capaz de criar relações mais saudáveis.

Se tiver interesse de ler o artigo no site de origem clique aqui

domingo, 18 de julho de 2021

O que a demissão de Rogério Ceni do Flamengo ensina sobre liderança


No dia da estreia de Rogério Ceni como técnico do Flamengo (11/11/2020), escrevi um post na Oficina de Gerência intitulado "Rogério Ceni será submetido à Fórmula da Liderança".

No artigo eu disse que se Rogério não conseguisse dominar as variáveis da "Formula" (grupo dos jogadores,  situação do clube e ele próprio como líder)  ele não iria demorar muito. A fórmula da liderança é implacável; e não deu outra.  O técnico, ídolo do futebol brasileiro como jogador, foi, como que,  praticamente banido da Gávea.

Por quê? Ficou a pergunta no ar. Na minha avaliação como gestor, Rogério caiu porque não dominou nenhuma das variáveis da fórmula L=f (l, s, g): ele mesmo (líder), o plantel de atletas (grupo) e o ambiente de trabalho (situação). Para mim não foi nenhuma surpresa.

A explicação do Flamengo para a demissão do seu técnico foi  feita através de uma notinha curta e discreta que nem merece ser transcrita aqui porquanto não expressou a verdade dos fatos.  Apenas transmite que ele não foi demitido, foi é “retirado às pressas”.

Rogério saiu do Flamengo com um retrospecto de, em 44 jogos, haver vencido 23, empatado  11 e perdido 10. Nesse breve período conquistou o Brasileirão de 2020, a Supercopa do Brasil 2021 e o Campeonato Carioca de 2021. Ás vésperas da demissão 

Pelo que está aí, não foi por deficiência técnica que o comandante do time foi afastado. O que se sabe é que Rogério foi "detonado" internamente.  Dias antes da sua demissão, em um áudio "vazado", um funcionário de alto escalão administrativo no departamento de futebol do clube, falou cobras e lagartos do Rogério Ceni. Veja abaixo a transcrição de um trecho do áudio: 

[...] "Cara, ele é uma pessoa ruim. Não tem outra definição. É uma pessoa ruim. O cara é perdido, faz m***, critica departamentos. Ele não tem respaldo do pessoal de cima, deixa ele meio perdido aqui. Mas ele está lá há quase um ano já, ele nunca se interessou em sentar-se com o pessoal da análise de desempenho, que são os caras de tática e tal, para ver quais são os processos, o que que faz. Ele nunca se interessou em sentar-se no nosso departamento, virar e falar: "gente, estou precisando de pessoas, de jogadores, de um cara assim, o que vocês têm? Me ajudem"  [...].

Se estiverem interessados em ouvir o áudio inteiro clique aqui . 

Esse foi o estopim da crise. O funcionário foi demitido sumariamente e Rogério, alguns dias depois, de madrugada, em meio a uma campanha de tropeços no Brasileirão e  às imensas reclamações da torcida e de dirigentes do Flamengo. 

Rogério desagradou A todos porque não soube se ajustar ao "ambiente" do clube, o que cá pra nós, é muito, muito complicado para um cara que tem apenas 4 anos de profissão; e trajetória  como técnico, diga-se de passagem, meio tumultuada com demissões no São Paulo e Cruzeiro, apesar do sucesso com o Fortaleza.

Deve ter aprendido que liderança de sucesso não depende apenas de si mesmo.  Foi uma dura lição, mas deve se recuperar porque tem uma base boa e o respaldo (que ajuda muito) de conhecer o meio como grande ídolo que foi do São Paulo

Para completar este comentário, sugiro que leiam o excelente artigo abaixo, que transcrevi do site da revista Exame. Foi o melhor texto que li sobre a demissão do Rogério, analisada à luz dos princípios da liderança e da gestão.  Recomendo que os jovens executivos em princípio de carreira leiam e guardem a boas lições ele evoca.




O que a demissão de Rogério Ceni do Flamengo ensina sobre liderança

Com passagens no comando do próprio São Paulo, Fortaleza e Cruzeiro, Rogério Ceni ainda tem pontos de amadurecimento como líder, na visão de especialista em carreira

Ele foi um sucesso inegável dentro dos campos de futebol, protegendo o gol do time São Paulo. Já na liderança dos times, a excelência de Rogério Ceni não é a mesma. Com cerca de quatro anos de carreira como técnico, o ex-goleiro foi demitido na madrugada deste sábado pelo Flamengo.

Como jogador, ele foi o nome que atuou mais tempo com a camisa do clube paulista, recebeu prêmios de melhor goleiro e estava na seleção brasileira durante a Copa de 2002.

Na madrugada deste sábado, às 2h46, o clube rubro-negro informou que ele estava de fora do comando do time. Informações dos bastidores afirmam que a sexta-feira foi intensa nas reuniões da diretoria rubro-negra, segundo apuração de sites especializados como o Globo Esporte.

Rogério Ceni foi contratado em novembro de 2020 e teve seu contrato encerrado antes de completar um ano. Ele não teria resistido aos resultados ruins do início Brasileirão e ao clima interno ruim.

Com passagens no comando do próprio São Paulo, Fortaleza e Cruzeiro, Rogério Ceni ainda tem pontos de amadurecimento como líder que precisariam acontecer para o sucesso à frente de um time como o Flamengo. Esta é a visão do CEO da consultoria Mappit, Rodrigo Vianna, que também é especialista em carreira e ex-jogador de futebol.

"Essa demissão não aconteceu da noite para o dia. Ela culminou na madrugada, na calada da noite, em virtude de um fato recente que foi o vazamento de um áudio de um profissional da área de gestão da companhia. Como nas empresas, muitos dos processos de saída de CEOs não são da noite para o dia. Fatos foram acontecendo que culminaram numa situação em que não havia mais sustentação da figura do Rogério como líder, mas isso não significa que ele não tinha uma boa relação com os jogadores", explica Rodrigo.

Ao fazer um paralelo com executivos de fora do ramo esportivo, Rodrigo Vianna destaca também que a carreira de Rogerio Ceni como técnico está no início.

"Muitas vezes quando você é diretor de empresa, por exemplo, e tem uma carreira indiscutível, não significa que sendo CEO você vai ter uma carreira tão indiscutível quanto. Isso porque a posição de CEO precisa de aprendizado constante, construção de relação. Não é porque o cara chegou onde chegou que deve achar que pode deixar de aprender", opina. "Quanto mais você cresce, mais importante são as relações e a união das pessoas em prol de um objetivo".

Na visão do especialista em carreira, o papel de um técnico e de um profissional com a posição de um CEO, por exemplo, é de o de reger uma orquestra, criar harmonia entre as posições e fazer alterações quando necessário para corrigir falhas.


Para Rodrigo, a demissão de Ceni provou que não era isso o que vinha acontecendo no Flamengo. Na visão dele, faltou para o ex-goleiro algum amadurecimento e tempo à frente das equipes pelas quais passou antes de abraçar o comando de um time do porte do rubro-negro.

"A gente não pode passar muito rápido por alguns etapas porque senão não nos preparamos. Ele sai do futebol e se torna técnico do São Paulo. Será que naquela época ele já estava preparado para ser técnico? Naquele momento, talvez não. Acho que ele poderia ter passado por outros clubes menores, como ele fez depois, indo para o Fortaleza, onde ele foi muito bem. Ele sai do São Paulo quase demitido, tem um bom resultado no Fortaleza e aí vai para o Cruzeiro".

No caso do clube mineiro, Rodrigo afirma que faltou para o técnico entender que o time estava fraco e acabou sendo demitido pela falta de sintonia com o time. Depois disso, o ex-goleiro volta para o Fortaleza até que surge a oportunidade do Flamengo.

"O Flamengo é um time que vinha muito bem treinado pelo Jorge Jesus. O Rogério chega lá como um cara que eventualmente acha que sabe bastante. Acho que faltou para ele ouvir, para fazer com que o time andasse melhor. Esse é um grande erro que acontece com executivos que chegam a posições de comando também. É preciso envolver envolver as pessoas, fazer as conexões e aí depois tomar as decisões"  (Rodrigo Vianna, CEO da Mappit e especialista em Carreira)

Teria faltado para o técnico, na avaliação de Rodrigo, a capacidade de gerar engajamento em toda a comunidade do clube e senso de pertencimento. Rodrigo ressalta que a falta de comunicação entre o time de gestão e inteligência do Flamengo - responsável por monitorar a performance dos jogadores - foi um dos pontos crucias para a relação ter azedado. Sem uma boa relação entre esse time do clube e o técnico, "não tem como dar certo", na visão de Rodrigo.

sábado, 17 de julho de 2021

Variante Delta: o que sabemos sobre a nova cepa do coronavírus?

Você, certamente, já ouviu falar sobre a "Variante Delta" do Corona Virus, mas conhece, exatamente, todas as informações que precisa saber? Tenho (quase) certeza que a resposta é negativa.

Assista ao vídeo (abaixo) produzido pelo Estadão sobre o que se sabe a respeito da "variante Delta" (antiga cepa da Índia), que já se apresenta preocupante em vários países do planeta, incluindo o Brasil.

Trago esta informação ao blog da Oficina de Gerência por considerar que é de extrema utilidade pública. O vídeo é muito bem produzido e traz a marca do Estadão, que por si só já o credencia pela alta qualidade.






Este vídeo está inserido Na coluna de Fernando Reinach no site do Estadão/Ciência. Se quiser conhecer todo o artigo que tem o título de "Será o final da pandemia? Não temos dados para saber o que ocorre no 2º semestre" clique aqui.


quarta-feira, 14 de julho de 2021

Críticas? Saiba ouvi-las, mas não as troque pela intuição.

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Já lhes aconteceu algumas vezes deixar de assistir determinado filme que lhes tenha chamado a atenção por conta de ter lido uma crítica desfavorável a ele? Se a resposta for negativa considerem-se felizardos ou então não dão muita bola para os conhecidos críticos profissionais.
Ainda outro dia comigo aconteceu que vi o trailer de um filme e resolvi que iria assisti-lo na primeira oportunidade. Como curioso que sou sobre o assunto procurei ler alguma coisa sobre o filme. As críticas eram todas desabonadoras. Perdi a vontade de ver o tal filme, pois não há nada pior do que entrar em um cinema e descobrir que o filme não corresponde à expectativa.

Eis que saí com a família para assistir um filme e o escolhido foi exatamente o tal. Para não ser estraga prazer calei-me e lá fui eu assisti-lo com o máximo da má vontade.  O resultado foi que o filme me agradou demais e recomendei-o a vários amigos.  Depois dessa passei a ter mais cuidados ao escolher as fontes de informação sobre os filmes que me chamavam a atenção.

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A
ssim também acontece aqui, na vida real. Muitas vezes deixamos de agir ou nos omitimos por conta da opinião dos "críticos". Eles estão em toda parte. À nossa volta no trabalho, na família, na turma, no clube e onde quer que estejamos. A maioria é bem intencionada, mas continua sendo crítica. Já prestaram atenção nisso? Não? Nem sempre? Ás vezes, talvez? Mas não se preocupem, pois tudo isso faz parte de nosso modo de ser, humanos que somos. Críticos por natureza (bem, pelo menos a maioria de nós).

Com essa conversa toda quero chamar a atenção sobre nos deixarmos levar facilmente pela opinião (ou palpite) de terceiros. Principalmente quando nosso "instinto" ou intuição nos dizem o contrário.  No mundo corporativo é comum que os seus “habitantes” com funções de comando, estejam permanentemente submetidos às pressões das críticas e das incertezas. Sabe-se que quanto mais  evoluímos na carreira mais aumenta a legião dos bajuladores e dos censores à nossa volta. Saber administrar este cipoal de "assessores" é uma das habilidades mais importantes que o candidato ao sucesso deve desenvolver.

Na minha vida profissional nunca fui muito inclinado a seguir o caminho das críticas. Ouvi-las? Sim, aceitá-las? Bem... depende. Tomei muitas decisões contrariando "conselheiros" e outras tantas os ouvindo e aceitando suas ponderações. Contudo, observando meu passado em um radar, posso atestar que dificilmente terei deixado de agir ou tomar decisões - se minha intuição as indicassem como corretas e viáveis - por conta de opiniões contrárias ou críticas de terceiros. Talvez esse possa ter sido (eu disse talvez...) um dos diferenciais para que conseguisse atingir meus objetivos com êxito. 


Esta é a mensagem deste texto. Desenvolvam senhores – se pretendem evoluir em suas vidas profissionais (e pessoais também) – a competência e o talento para saber pesar e sopesar as críticas que venham a receber. Alerto logo, não é fácil ouvir críticas. E nem é agradável. As pessoas que se propõem ao sucesso têm, por comum elevada autoconfiança associada a uma não menos irradiante autoestima; e por conta dessas características não convivem bem com censuras, recriminações ou desaprovações. Todavia são elas as maiores responsáveis pelo feedback que recebemos de nossos desempenhos, acertos e erros. E quem quer que queira subir na vida tem que estar aberto e até provocar avaliações, juízos, julgamentos e opiniões sobre suas decisões, objetivos e planos. O que não se recomenda é que estes parâmetros não se sobreponham à experiência, à intuição e ao discernimento.

Este post foi originalmente publicado em 2012, quase na data de origem do blog. Modéstia à parte, considero que é um dos melhores artigos que escrevi e foi muito visitado à época. Confesso que o havia esquecido. Passeando pelos arquivos da Oficina de Gerência o vi e lembrei dele. Na releitura confirmei sua atualidade e resolvi republicá-lo hoje. Espero que estejam de acordo comigo.