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sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Você tem um "Ditador Interno"? Claro que tem! Mantenha-o calado.



Gostei do conceito de "ditador interno". Não tinha pensado nisso antes de ler o artigo abaixo, que conheci no Estadão e transcrevi aqui no blog.

O "ditador interno" existe em cada um de nós; em alguns, mais intenso e em outros, mais enrustido, mas que ele está lá, dentro de nossas mentes, não há dúvidas. Ninguém está imune.

E não é fácil silenciá-lo. Ele é resistente, resiliente, teimoso, vaidoso, arrogante e incansável. Ou seja, reflete parte de nossas formas de ver a vida com defeitos e virtudes. Temos contínua convivência com esse tirano que pretende nos dominar; e de vez em quando consegue.

Os métodos para que lhe impeça de agir com serenidade e sabedoria passam por muito treinamento, diria melhor, autotreinamento.

As situações em que esse déspota se apresenta podem ser quaisquer; nos mais diversos contextos, cenários ou ambientes. No trabalho, em família ou socialmente. Não há limites para esse personagem nos atrapalhar. Ele é abusivo, arbitrário, implacável, intolerante, prepotente e repressor. Já fui - e confesso que ainda sou, por vezes - sua vítima.

Não o despreze. Pode ser fatal para sua carreira profissional ou seus relacionamentos pessoais.

  • O primeiro passo para conseguir conviver com o seu perfil de ditador interno, é reconhecer que ele existe e quais suas características. 
  • O segundo passo é saber sob quais circunstâncias e cenários ele aparece na sua vida. 
  • O terceiro passo é identificar como segurar e conter suas, digamos, aparições, quase sempre intempestivas e predadoras.

Não pense que seja uma tarefa fácil. Não é! Se você se decidir a dominá-lo verá que vai ser necessária dedicação e atenção com o seu ser interior. O seu tirano íntimo é matreiro e escorregadio. Quando você pensa que ele está sob controle, relaxa e vai ser surpreendido com um rompante incontrolável.

O artigo abaixo, longo como deve ser, para abordar um tema como esse, é pródigo em exemplos e dicas sobre como "domesticar" essa criatura que existe dentro de você e insiste em ser dominante na sua personalidade.

Vale a pena lê-lo, mas, se for preguiçoso para leituras mais extensas nem comece agora. Deixe para outra oportunidade. Não recomendo, mas terá pouca eficácia se quebrar a leitura ou cansar no meio, por falta de hábito ao se concentrar em conteúdos extensos.

O autor do artigo é um expert, Ricardo Basaglia, headhunter com 17 anos de atuação destacada no mercado e hoje CEO da Michael Page, uma das mais importantes empresas de recrutamento do mundo (clique aqui também). Só para provocar sua curiosidade transcrevo abaixo um pequeno trecho do depoimento dele:

  • "Hoje, como CEO da Michael Page, maior empresa de recrutamento de executivos da América Latina, quando sou questionado sobre dicas para obter sucesso na carreira, esta é uma das respostas que mais costumo dar: saiba ouvir, cresça em silêncio."
E chega de papo. Boa leitura.



 

Em um mundo repleto de vozes, conversas e ruídos que competem pela nossa atenção, se torna difícil manter o foco. E a desatenção que resulta disso prejudica diretamente a sua evolução de carreira. Para se reorientar, quem serve de bússola é o silêncio.

Essa percepção não é um mero palpite; ela é apoiada por 17 anos de experiência como headhunter na Michael Page, em que conversei com mais de 10 mil profissionais, entre cafés, entrevistas e reuniões.

Hoje, como CEO da Michael Page, maior empresa de recrutamento de executivos da América Latina, quando sou questionado sobre dicas para obter sucesso na carreira, esta é uma das respostas que mais costumo dar: saiba ouvir, cresça em silêncio. A importância disso antecede até mesmo o hiperestímulo provocado pelo avanço tecnológico e o predomínio das notificações e das mídias em nossas vidas. Vamos dar um passo atrás e considerar a evolução da humanidade.

O sucesso depende, sim, da comunicação eficaz. E a habilidade de se comunicar pressupõe a capacidade de ouvir. Imagine nossos ancestrais, nômades, cuja sobrevivência dependia majoritariamente da escuta ativa. Se falhassem em escutar o som enunciado e identificar a aproximação de um predador, suas chances de sobrevivência seriam mínimas.

A escuta nunca foi um luxo; era uma necessidade existencial. E, embora os riscos atuais sejam diferentes hoje, o valor intrínseco da escuta permanece, tanto para a sobrevivência biológica quanto para a prosperidade social e profissional.

De acordo com a teoria da evolução, as características que conferem vantagens adaptativas tendem a se tornar mais comuns em uma população ao longo das gerações, porque os indivíduos com essas características têm maior probabilidade de sobreviver e reproduzir.

Costumo dizer que as empresas são organismos vivos que refletem as transformações da sociedade. Se replicarmos essa evolução no meio corporativo, teremos organizações mais adaptáveis e aptas a superar as adversidades impostas pela disrupção exponencial que experienciamos hoje. Quantas vezes, no ímpeto de mostrar proatividade, você assumiu um papel que, durante a execução, se viu incapaz de dominar? Já se pegou interrompendo alguém antes de a pessoa terminar de falar, simplesmente por achar que não era relevante?

Na ânsia de avançar na carreira, você pode estar sendo eloquente demais, falando em excesso e atrasando o seu crescimento.

O Comandante McRaven, das Forças Especiais dos Estados Unidos, também ressaltou a importância desta habilidade. Em uma entrevista (clique no link para conhecer que vale a pena) para o U.S. Naval Institute, McRaven afirmou que uma das principais habilidades de um líder é saber ouvir — caso contrário, ele não entenderá corretamente a missão a ser executada, muito menos será capaz de apoiar seus subordinados na execução.

Um dos grandes desafios da escuta é aprender a silenciar nosso diálogo interno, repleto de julgamentos e conclusões precipitadas. Foto: Albert Shakirov

Ok, sei que você deve encarar várias trincheiras e desafios no seu dia a dia, mas nenhum equivale a literalmente conduzir um exército em uma guerra — assim espero… Porém a essência é a mesma.

Um dos grandes desafios da escuta é aprender a silenciar nosso diálogo interno, repleto de julgamentos e conclusões precipitadas, para entender o que realmente está sendo dito e, sobretudo, enxergar valor nisso. Afinal, a “ideia ridícula” que você estava tão ansioso para descartar poderia muito bem ser a resposta pela qual estava procurando. Mas como silenciar o nosso pequeno ditador interno, que acredita saber mais do que os outros e anseia por se sobressair? Aqui vão algumas dicas para colocar em prática durante as conversas no seu dia a dia: 

  1. Mantenha contato visual: Isso demonstra que você está totalmente engajado na conversa.
  2. Não interrompa: Permita que seu interlocutor expresse ideias e pensamentos com tranquilidade.
  3. Faça perguntas esclarecedoras: Isso não só demonstra que você está prestando atenção, mas também ajuda a entender melhor o ponto de vista do outro.
  4. Repita o que foi dito: Em suas próprias palavras, resuma o que você entendeu. Isso assegura que ambos estão na mesma página.
  5. Elimine distrações: Desligue o telefone, feche as abas do navegador e dedique sua atenção total ao seu interlocutor.
No artigo “The Focused Leader” (O Líder Focado), publicado pela Harvard Business Review, Daniel Goleman aponta uma forte correlação entre habilidades de escuta ativa e a eficácia na liderança. Afinal, para ser estratégico, é preciso ter foco.

Na próxima vez em que você se encontrar em uma sala repleta de vozes competindo por atenção, lembre-se: quanto mais souber ouvir, mais cedo irá comemorar seu crescimento profissional.

Richard Branson, fundador do Virgin Group, um dos conglomerados mais bem-sucedidos do mundo, falou em entrevista que ouvir é uma das habilidades mais importantes que alguém pode ter. A escuta é uma disciplina que requer prática e paciência. E também uma habilidade que pode diferenciá-lo em um mundo cada vez mais ruidoso e distraído.

Em meio a tanto barulho, você está pronto para evoluir — e ouvir — junto com a sua empresa?

Se tiver interesse em ler o artigo no site original clique aqui


 Para complementar o tema do post, transcrevi um vídeo que encontrei, muito interessante também, sobre o  mesmo assunto. Recomendo assisti-lo.



Um comentário:

  1. Partirei da premissa da Função de Liderança, representada pela equação L = f (s, g, l), "s"(situação ou circunstância que cerca o líder), “g" (pessoas) e l (próprio líder). Esse conceito já foi brilhantemente ensinado, aqui mesmo, no Oficina de Gerência. Dito isso, creio que devemos sintonizar nosso “Ditador Interno”, com a Função de Liderança e, igualmente, devemos ajustar nosso perfil “Ditador” de acordo com a situação e equipe envolvida.
    Mas para isso, o autoconhecimento é fundamental, especialmente para entender nosso estilo e atitude de liderança. Ademais, devemos aprender a aprender, começando pela singela ação de ouvir e focar no próximo. Nem sempre é simples, pois gostamos de “escutar nossa voz”, mas algumas ferramentas estão disponíveis para quebrar a Autocracia e transformá-la em liderança focada, comunicativa, inspiradora e assertiva.
    Mas quais seriam tais ferramentas? A primeira seria o próprio Oficina de Gerência, que gera valor ao leitor, pois está repleto de ensinamentos gratuitos e de alto impacto. Segunda dica, exercite as pequenas ações do artigo e as adote como um “mantra”: mantenha contato visual, não interrompa, faça perguntas esclarecedoras, repita o que foi dito e elimine distrações. Terceira ferramenta: procure um mentor(a) de confiança, que vai instruir novos caminhos, compartilhar a experiência, orientar no desenvolvimento assertivo e inspirar no propósito da liderança.

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Convido você, caro leitor, a se manifestar sobre os assuntos postados na Oficina de Gerência. Sua participação me incentiva e provoca. Obrigado.