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segunda-feira, 2 de maio de 2022

Aprenda a jogar no tabuleiro do "Xadrez Corporativo"




Para quem tem uma vivência direta com a complexa trama de situações e circunstâncias que cercam os ambientes dos bastidores das empresas regidas pelas hierarquias dos organogramas tradicionais é fácil perceber quem fala o que sabe ou quem apenas teoriza. 

É preciso saber sobreviver para não ser subjugado pelo jogo dos organogramas. Coloco-me na posição de quem tem experiência e vivência nesse xadrez para atestar que o autor do texto abaixo - Pablo Aversa - não é um teórico. O tema que ele aborda no artigo abaixo é dos mais interessantes porquanto pouco explorado pelos consultores e palestrantes conhecidos em suas falas e escritos. 

Quais as melhores posturas, atitudes e comportamentos que subordinados devem adotar para conseguir a empatia com seus chefes sejam eles supervisores, gerentes, diretores ou presidentes? 

Essa questão pode ser direcionada para todos os patamares dos níveis das
hierarquias e relações de poder. Ou vocês imaginam que só porque alguém é um diretor ele não se sente inseguro quando é convocado pelo presidente da corporação? Ou um gerente pelo seu diretor? Ou ainda que seja um Secretário de Estado pelo seu Governador e até um Ministro de Estado pelo Presidente da República? 

As histórias sobre os estilos gerenciais de determinados CEOs de corporações famosos são conhecidas pelo "tremor nas pernas" que seus diretores e auxiliares experimentam quando eles os convocam para prestar explicações.

Costumo dizer que quando alguém se lança na busca do sucesso ele entra numa disputa que pode ser  - como metáfora - comparada a uma corrida de alta velocidade. Seja de Fórmula Indy ou Fórmula Um, a corrida do sucesso tem suas derrotas e vitórias, curvas perigosas e golpes baixos dos adversários.

Entre as muitas curvas perigosas estão as relações com os chefes. Não tenho dúvida em afirmar que uma carreira de sucesso está diretamente ligada não só à competência do player, mas à maneira de relacionamento com quem o chefia.

O artigo abaixo, "Como se posicionar adequadamente no xadrez corporativo", aborda essas questões indicando alguns "truques" que serão extremamente úteis para quem esteja disputando essa corrida para ser um vencedor.

Reproduzo abaixo um pequeno trecho do artigo que poderá lhes dar uma ideia do conjunto:
  • [...] "Pode ser até que você conclua  que quanto mais alto eles (os chefes) chegam, menos tempo passam pensando ou se esforçando  em fazer com que os outros se sintam à vontade na presença deles. Posso garantir  que todos eles cometeram erros quando estavam na sua posição. Talvez tenham  aprendido duras lições em épocas difíceis. E não deixaram de pisar na bola uma  ou outra vez." [...]                                                                                          
Não perca tempo. Passe à leitura e adote, até o nível que lhe for possível, as recomendações sugeridas. Certamente algumas delas você já as pratica, mas é sempre bom passá-las em revista e aprender novos "procedimentos de campo". Bom proveito!



Como se posicionar adequadamente no xadrez corporativo


Há um tempo publiquei o post Como fazer o seu chefe concordar, no qual destacava que o  problema podia não estar naquilo que você solicitou, mas em como você  pediu o que queria, e, então, oferecia algumas dicas, caso quisesse aumentar  suas chances de obter um “sim” do seu chefe em suas futuras abordagens.

Posteriormente, compartilhei o artigo Como  fazer com que seu chefe preste atenção em você, para aprimorar a necessária  competência de fazer com que o chefe o ouça.

Agora é a vez de checar como andam suas  habilidades de se relacionar com os níveis mais altos na organização em  que trabalha. Trago à tona essa questão, porque muitos clientes admitem que ela  de fato aconteça, por uma ou várias das razões abaixo:
  • Mostram falta de autoconfiança na presença dos superiores;
  • Aparentam estar tensos e nervosos ou aquém de sua capacidade;
  • Perdem a compostura ou ficam agitados quando interpelados;
  • Não sabem como influenciar nem impressionar os superiores;
  • Não compreendem o que os executivos de níveis mais altos querem;
  • Acabam por dizer e fazer coisas que não se encaixam na situação.
Também aparecem as seguintes razões, ainda que em menor incidência:
  • Gerenciam excessivamente “para cima”;
  • Acabam rotulados como excessivamente políticos e ambiciosos;
  • Passam muito tempo com os superiores, para imitar suas opiniões, e  superestimam o significado e a utilidade dos relacionamentos;
  • Suas carreiras dependem demais de seus protetores;
  • São indiscretos demais com informações confidenciais.
Não é fácil atuar diante de um ou diversos  diretores em uma organização altamente hierárquica. Afinal, todos eles são muito  habilidosos em alguma coisa para justificar onde estão e não costumam ter muito  tempo. Portanto, quando fazem perguntas, são complexas e eles querem respostas  rápidas, muitas vezes sem se importar com seus eventuais melindres.

Muitos de nós, numa situação dessas, não saímos  ilesos. Em vários momentos, os diretores o testarão para ver do que você é  capaz, fazendo perguntas difíceis, para ver se você consegue agir sobre pressão.  Ou mesmo irão provocá-lo intencionalmente, para checar como você “se vira nos  30”. 

Pois é, nem sempre serão bonzinhos com você. Pode ser até que você conclua  que quanto mais alto eles chegam, menos tempo passam pensando ou se esforçando  em fazer com que os outros se sintam à vontade na presença deles. Posso garantir  que todos eles cometeram erros quando estavam na sua posição. Talvez tenham  aprendido duras lições em épocas difíceis. E não deixaram de pisar na bola uma  ou outra vez. Pesquisas indicam que superiores bem-sucedidos cometeram mais  erros até chegar onde estão do que aqueles que ainda não chegaram lá. É algo  para pensar…

Tendo em vista esse cenário, seguem algumas  dicas de como aprimorar sua habilidade de posicionar-se no tabuleiro corporativo  adequadamente:

1.      Respire calmamente. Sempre.  Ficar nervoso, ansioso ou mesmo incomodado diante dos superiores em uma  estrutura fortemente hierárquica é bastante normal. O importante é não deixar  que isso o impeça de ser o melhor que puder ser. Eventualmente, não ficar à  vontade causa reações físicas, como suar, hesitar, gaguejar, pronunciar palavras  de maneira errada, ficar vermelho, com dor de barriga, sem ar enquanto fala etc.  Quando isso acontecer, pare por um ou dois segundos, respire fundo,  recomponha-se e continue fazendo o que estava fazendo. Todos nós já passamos por  isso, portanto, lembre-se: faça o melhor que puder fazer. Afinal, você  provavelmente sabe mais sobre esse assunto do que eles. Não deixe que a  ansiedade o impeça de demonstrar sua condição de especialista. Foi para isso que  você se preparou!

2.      Antecipe alternativas. Sempre. Faça uma lista dos seus maiores medos. Quais são as piores coisas que  poderiam acontecer? Visualize-se em cada um desses momentos. Pratique  mentalmente como você se recuperaria. Por exemplo: 1) não consegue pensar nas  palavras certas? Faça uma pausa, mas não preencha o silêncio com “ahn”. Consulte  as suas anotações; 2) está na defensiva? Faça perguntas; 3) o tempo está  acabando? Vá direto à conclusão. Pratique as situações mais realísticas na  frente do espelho ou, se possível, com um colega para representar seu  público.

http://cdn.mundodastribos.com/396383-chefe-paternalista-preferencia-nacional-37-469.jpg3.      Pratique. Sempre. Treine o  que for fazer várias vezes. Assim, parecerá o mais natural possível; isso lhe  dará tempo para ficar à vontade e lidar com perguntas e mesmo com reações  imprevistas. Grave-se em vídeo. Você falou, no máximo, durante dez minutos sobre  cada assunto principal? Falou demais sobre alguma coisa, o que lhe fez parecer  uma enciclopédia ambulante? O tom ou o volume da sua voz variou ou foi monótono?  Eles se lembrarão dos tópicos principais da sua apresentação 15 minutos depois  que a reunião terminar?

4.      Reconheça o terreno.  Sempre. Se for uma apresentação para diversas pessoas da alta  administração, visite o local do evento antes da data marcada, para se sentir  mais à vontade e, se puder, pratique seu discurso ali mesmo. Durante a visita,  pense nos assentos. Todos conseguirão ouvi-lo facilmente ou você precisará  levantar a voz? Existe algum lugar no palco onde a visão da plateia fica  obstruída? Certifique-se de não ficar nesse ponto. Quem está no fundo da sala  vai conseguir ver seus slides? Se não, use menos itens por slide e aumente a  fonte.

5.      Administre o tempo. Sempre.  Planeje o que precisa fazer e explore tudo cuidadosamente. Demore o mínimo  necessário. Leve mais material do que precisa ou vai usar. Se levar, por  exemplo, 60 slides, mostre apenas 40 e esteja preparado para mostrar 30. Slides  de resumo podem ajudá-lo com isso. A alta administração é muito ocupada. Todos  gostam daqueles que levam menos tempo que o planejado ou indicado na pauta.  Deixe que eles peçam mais detalhes. A intenção não é sobrecarregar os  participantes.

6.      Prepare-se para a sabatina.  Sempre. Muitas pessoas se atrapalham durante a sabatina. Não invente  respostas. A maioria dos superiores aceitará um “não sei, mas posso pesquisar e  lhe dizer depois”. Pense em todas as perguntas com antecedência: peça para  alguém dar uma olhada no que você vai apresentar e listar perguntas que poderão  surgir. Ensaie as respostas para esses possíveis questionamentos. Outra ocasião  em que as pessoas se atrapalham diante de um desafio é quando citam fatos; os  executivos geralmente estão querendo ver o seu raciocínio e a sua análise do  problema, portanto, em vez de repetir a mesma coisa que você já disse, explore  seu argumento com outras palavras. É claro que o pior que pode acontecer é um  executivo rejeitar seu ponto de vista. Se isso acontecer, verifique se você foi  interpretado mal e esclareça sua ideia. Se não for esse o caso, deixe  polidamente a divergência de lado. Poucos executivos respeitam quem muda de  ideia assim que é confrontado. Você precisa ouvir cuidadosamente e responder de  maneira lógica. Não repita o argumento inteiro. Respostas longas costumam ser um  tiro que sai pela culatra, pois todos já ouviram o que você disse e algumas  pessoas podem acabar concordando com quem fez a pergunta. Ao tentar ser  abrangente, você pode acabar mostrando que está na defensiva. E não queremos  entrar nesse território, certo?

7.      Seja humilde. Sempre. Pergunte para um integrante da alta administração (que conheça bem) o  que ele sugere que você poderia fazer para se sentir mais confiante e ter um  desempenho mais eficiente, quando interagir com ele e os demais executivos  seniores. Dê crédito ao que ele disser. Fale também das suas ansiedades com um  colega de confiança e peça dicas e conselhos. Encontre alguém que pareça se  sentir à vontade no ambiente que você considera difícil e pergunte como ele faz  para se apresentar daquela maneira.

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8.      Olhe-se no espelho. Sempre.  Se apenas algumas pessoas na hierarquia mais alta o incomodam e outras, não,  anote em um papel os diferentes estilos dos dois grupos ou indivíduos. Reflita:  quais são as semelhanças? Por que um estilo me perturba e o outro, não? Como  poderia me sentir mais confortável ou ter uma reação mais eficiente? Seria  possível utilizar algumas das técnicas que uso com o grupo que me deixa mais à  vontade? Posso me concentrar em não levar nada para o lado pessoal, aconteça o  que acontecer, para voltar a discutir objetivamente o problema?

9.      Aproxime-se. Sempre. Tente  conhecer e interagir com quem está na hierarquia mais alta durante ocasiões  informais, como recepções, encontros sociais ou esportivos, eventos beneficentes  e fora do local de trabalho. Você provavelmente vai acabar percebendo que os  superiores são pessoas comuns, talvez mais velhas, e, consequentemente, ocupam  um cargo acima do seu. Talvez assim você se sinta mais à vontade diante deles em  um ambiente profissional.

10.   Descubra como o outro pensa. Sempre. Michael  M. Lombardo, do Center for Creative Leadership, sugere: leia a biografia de  cinco grandes personagens. Veja o que os autores dizem dos biografados e o que  esses personagens pensam de pessoas como você. Leia também cinco autobiografias  e veja o que os autores dizem sobre si próprios e como veem as pessoas na sua  posição. Finalmente, escreva cinco coisas que você pode fazer diferente ou  melhorar, considerando o conhecimento adquirido.

 
* Pablo Aversa - Formado em Administração de Empresas pela UERJ, com MBA Executivo pela BSP, acumula mais de 20 anos de experiência como líder-coach e responsável direto pela construção e liderança de operações estratégicas em multinacionais dos segmentos de Alimentos e Varejo. Sólidas qualificações permitiram que alcançasse aos 39 anos a posição de Vice-Presidente de Marketing em uma das maiores empresas multinacionais do varejo. Obteve Certificação Internacional em Coaching Integrado Nível Senior pelo ICI (Integrated Coaching Institute) para atuar como Coach Executivo e Pessoal.


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