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domingo, 15 de março de 2009

Fissão Nuclear. O Brasil entra no clube com a Usina Angra 1 (1982)

15 de março de 1982 — Angra 1 começa a funcionar

Jornal do Brasil: Angra 1
A primeira fissão nuclear na Usina de Angra 1 ocorreu em 1982, mas a produção de energia em escala comercial só foi iniciada em 1985, com 657 MW de potência. Desde então a produção de energia foi equivalente ao consumo de uma cidade com um milhão de habitantes. Ao longo dos anos as operações da usina sofreram interrupções frequentes devido a uma série de problemas técnicos e administrativos.

A primeira usina nuclear brasileira opera com um reator do tipo PWR (reator a água leve pressurizada), desenvolvido pela empresa norte-americana Westinghouse. A construção de Angra 1 foi iniciada em 1972. Em 2000, entrou em operação a Usina de Angra 2, fruto do acordo nuclear Brasil-Alemanha. A usina opera com um reator alemão Siemens/KWU, com potência de 1.350 MW e poderia atender sozinha o consumo de uma cidade com 2 milhões de habitantes.

Esses dois reatores estão instaladas na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis, um dos pontos mais bonitos do litoral do país. Os técnicos optaram por um local próximo ao mar porque, embora o combustível seja o urânio, é a água que, através de diferentes circuitos, movimenta o calor gerado e refrigera a usina. Outra vantagem da instalação da CNAAA em Angra dos Reis é a proximidade do município com grandes centros consumidores, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, o que evita as perdas de energia características das longas linhas de transmissão. O governo investe ainda na construção de Angra 3, que deve ficar pronta em 2013 e custará 3,7 bilhões de dólares.

O polêmico lixo atômico
O grande inconveniente do processo de fissão nuclear é o lixo atômico produzido no funcionamento da usina. Atualmente esses rejeitos são acondicionados em embalagens metálicas e transferidos, provisoriamente, para um depósito construído na própria central nuclear.

Já os elementos combustíveis usados, mais fortemente radioativos, são também embalados e colocados dentro de uma piscina no interior das usinas, enquanto esperam para serem exportados para reprocessamento. Segundo dados da CNAAA, Angra 1 produziu desde que entrou em operação 2.228 metros cúbicos de rejeitos de baixa e média atividades e Angra 2, 41,2 metros cúbicos do mesmo tipo de lixo atômico. O governo estuda a implantação de um sítio permanente para estocar lixo radioativo em algum ponto do território nacional.

  

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