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quinta-feira, 5 de março de 2009

Aprenda Economia com Stephen Kanitz no sei blog "O Brasil Que Dá Certo"

Desnecessário dizer que o blog de Stephen Kanitz é um sucesso na blogosfera e na internet. Foi uma ótima ideia, a minha, de iniciar desde o primeiro momento a sua postagem na Oficina de Gerencia.
Neste post estou aproveitando apenas uma das tags que ele apresenta no seu blog. Tem o título de "Aprenda Economia" e eu aproveitei para repassar aos leitores da Oficina . É um autentico curso de economia ministrado por um dos mais conceituados professores do mundo universitário brasileiro.
Os posts abaixo, em número de tres, são os primeiros que o professor Kanitz publicou no seu blog:
  • Entenda a Crise
  • Definição de Recessão
  • Vamos definir crise corretamente
Eles estão reproduzidos na íntegra e constituem um primor de textos conjugados para mostrar a nós, leigos, que economia não se traduz apenas falando (ou escrevendo) o economês. Os textos são imperdíveis para aqueles que como eu não gostam de ser "enrolados" pelos tecnicismos acadêmicos. Mãos à obra!

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Aprenda Economia com Stephen Kanitz

Aprenda Economia: Entenda Esta Crise (março 05, 2009)

Quem não entender contabilidade não vai entender muita coisa que acontece no mundo. Faça um curso simples, para melhorar suas finanças e compreensão do que acontece em economia.

Infelizmente, muitos economistas, jornalistas, advogados e sociólogos têm muita dificuldade nesta área e fazem enormes confusões.

Os grandes prejuízos dos bancos significam que, do outro lado, alguém teve lucro. Não há um debito sem um crédito correspondente.

O sistema continua com o mesmo volume de grana, só que mudou de mão. Está havendo muita chamada de margem e ajuste diário, que é simplesmente "troca de mão".

As perdas da Bolsa não são perdas de fato, porque os valores de bolsa NÃO SÃO contábeis, são avaliações momentâneas de mercado. Só serão Contábeis se você vender ou comprar. E, mesmo assim, o que você pagou outro recebeu.

Quem conhece contabilidade vai dizer que eu estou simplificando. De fato, mas só para dizer o seguinte:

Na realidade, o que está acontecendo é que uma enorme massa de dinheiro está simplesmente trocando de mão. Os investidores estão se tornando conservadores, trocando renda variável por renda fixa. O governo está simplesmente financiando esta troca. Não há um prejuízo inerente, somente um desequilíbrio entre esses dois grupos.

O dinheiro está sumindo dos investidores e indo para os conservadores -- às vezes as mesmas pessoas, que mudaram de opinião. De especuladores muitas vezes alavancados (com dinheiro dos conservadores), para a turma do "não queremos risco" e que só aplica em renda fixa e títulos do tesouro.

Exagerando um pouco, o dinheiro está indo da mão dos que acreditam e arriscam no futuro para os alarmados e covardes que não acreditam em nada a não ser o juro que irão receber.

Quanto mais pânico for disseminado, mais os que acreditam no futuro se retraem -- e os conservadores se tornam ainda mais conservadores. Por isso, esta crise não termina e vai piorando cada vez mais. Criou-se um sistema de auto-alimentação para o conservadorismo, o pânico e a covardia.

A crise americana e européia somente terminará se for restabelecida a confiança no futuro, transformando-se a turma da renda fixa em aplicadores de renda variável. Uma queda de -1,4% no PIB não deveria ter feito as bolsas caírem 50%. Só que mais de 50% dos americanos não acreditam mais no futuro e, lamento dizer, isso pode facilmente contagiar o Brasil, mesmo sem estarmos sem problema algum.

Aprenda Economia: Definição de Recessão (fevereiro 24, 2009)

A palavra recessão, como um bicho papão, assusta a todas as pessoas leigas em economia. Ela vem associada a desemprego em massa, falência de bancos, 1929 etc. Portanto, o termo precisa ser usado com muita responsabilidade para não gerar pânico desnecessariamente.

Recessão é definida nos manuais como sendo dois trimestres seguidos de queda no PIB (ver aqui). Não é uma definição muito científica, porque não há nada de mágico no número 2 nem no período de um trimestre. Por que não 97 dias, ou 3.1614 trimestres?

Nem a magnitude da recessão entra para defini-la: quedas de -1,5% ou -20% são consideradas igualmente recessivas.

Uma economia pode iniciar o ano com -1%, mais -1%, terminar o terceiro trimestre com +2% e o quarto trimestre com +4%. Com isso, o ano será considerado um ano de Recessão.

Mas numa economia "bem" administrada, em que através de políticas públicas as pessoas são incentivadas a poupar 15 a 18% do que ganham, uma recessão de 2% por dois trimestres não chegaria a ser uma crise -- nem problema. A queda nos salários poderia ser de até 15% a 18% NO ANO, e o consumo das famílias ficaria EXATAMENTE igual, as empresas venderiam EXATAMENTE o que vendiam. Não haveria necessidade de demissões, a não ser num setor.

O que iria para o espaço seriam as poupanças adicionais. Mas por que poupar numa recessão? E, com a falta de poupança por um ano, haveria falta de investimento, o que comprometeria a economia NO FUTURO -- mas não no presente. O setor de equipamentos seria o único de sofreria.

Mulheres sobrecarregadas deixam de ir ao cabeleireiro, ou postergam para o sábado e domingo. Homens sobrecarregados deixam de fazer os seus exercícios matinais, comprometendo a saúde futura. Mas isso sempre dá para corrigir quando a crise terminar.

Portanto, uma recessão de até 16% por ano pode não ser uma crise, nem deveria ser associada a todos os malefícios que normalmente a ela estão associados. Em 1929, não havia este nível de poupança: as empresas e o governo não eram bem administrados, não havia sistemas gerenciais e contábeis computadorizados que davam a posição de tudo quase instantaneamente.

Usem, portanto, o termo Recessão com cuidado: observem primeiro a taxa de poupança do país, e jamais digam "apertem os cintos" numa recessão, porque o que precisa ser estimulado é justamente o contrário: os gastos.

Artigo: Vamos Definir Crise Corretamente (fevereiro 15, 2009)

O termo "Crise" é definido como um acúmulo de problemas simultâneos que nos impede de raciocinar. Por exemplo, quando passamos por uma crise de nervos e surgem tantos problemas que mal conseguimos parar para pensar: damos voltas como baratas tontas. Normalmente, diante de um quadro desses se pede calma e sangue frio para poder identificar os problemas e estabelecer prioridades.

Crises globais ocorrem, por sua vez, quando países têm tantos problemas que não conseguem administrá-los. É o que ocorre hoje nos Estados Unidos, onde os dirigentes, economistas e banqueiros estão dando voltas como baratas tontas. Definitivamente, isso não é o que ocorre no Brasil. Muito pelo contrário: identificamos nossos problemas a tempo, implementamos soluções imediatas. Por exemplo, o caso da indústria de automóveis quando identificamos a queda nas vendas, fizemos a isenção do IPI e a produção em janeiro aumentou 92%: fim de crise no setor.

Muitos criticaram minha declaração na Globo News de que a crise acabou no Brasil. Os dados, no entanto, estão aí: não temos subprime, bancos falindo, cartões de crédito estourando, CDOS e CDS despencando.

Por isso, eu acredito que usar o termo "crise", no Brasil, é uma irresponsabilidade social muito séria. Temos sim, alguns problemas localizados em exportação e habitação, em parte causados por nós mesmos. E estes, ainda por cima, estão sob controle, o que não ocorre nos Estados Unidos.

Daqui para frente, quem usar a expressão "crise global" comete outro erro. Não é global, justamente porque o Brasil não está em crise.

Lula estava certo quando disse que tudo não passaria de uma marola e que tiraríamos de letra. Tanto é que a Bolsa já subiu 40% depois da chegada da “crise”. Já estamos a caminho de uma rápida recuperação. Pena que você se deixou levar pelo pânico.

O governo Obama é que já das sinais de andar feito barata tonta, sem saber o que fazer. E Ben Bernanke, mais ainda...

Nosso governo está fazendo tudo com rapidez, transmitindo confiança, ajudando pontualmente quem precisa. Isso porque não temos uma crise generalizada que nos impeça de raciocinar e priorizar as ações necessárias. Aguardem minha análise de fim de mês, intitulada: Brasil 9 X 0 Estados Unidos e Europa.



Brazil: The Emerging Economic Boom 1995-2005


Stephen C Kanitz: O Brasil que dá certo: O novo ciclo de crescimento, 1994-2005

Stephen Kanitz: Brazil: The Emerging Economic Boom 1995-2005

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