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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Aposentadoria: prêmio ou castigo?

Há um enorme erro de avaliação no mundo corporativo, entre os profissionais que já atingiram sua maturidade, mas não se mostram preocupados com a aposentadoria.
Digo que a partir dos 40 anos - no máximo - qualquer um, que trabalhe sob regime assalariado, tem o dever de se preocupar com sua aposentadoria. São raríssimos os casos em que isso ocorre.
Há uma resistência - acho que natural - entre as pessoas nas faixas etárias em volta dos quarenta, quarenta e cinco e até cinqüenta anos em se falar sobre aposentadoria. É um assunto "tabu", como diriam os antigos. Um sentimento semelhante ao dos adolescentes e jovens que se recusam a reconhecer os perigos das aventuras e se sentem imortais e invencíveis. Os homens e mulheres - profissionais do mundo corporativo - se negam a pensar em aposentadoria. Acham que estão imunes e que "esse dia nunca chegará". Ledo engano.
O artigo, que copiei do site da Catho, escrito pela articulista Letícia Fagundes, aborda com muita propriedade esta matéria. Destaco um trecho do artigo: "Assim, um dos grandes dilemas da aposentadoria, que é o medo de se sentir infeliz e isolado de tudo e de todos, foi por água abaixo. "Quando eu estava trabalhando, embora eu tenha o maior respeito pela Kodak, eu era infeliz e não sabia. Eu tinha impressão do contrário. Pelos sinais: posição, dinheiro, status, poder. Tudo isso traz uma falsa impressão de felicidade."
Não deixem de ler. Mesmo os mais jovens. Por experiência própria posso afirmar que nunca é tarde para se começar - pelo menos - a se pensar nessa importante etapa da vida de cada um de nós, habitantes do mundo corporativo.
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Aposentadoria: prêmio ou castigo?

(por Letícia Fagundes)

(clique sobre cada imagem para saber sua origem)
"Aos 32 anos de carreira e 54 de idade, Milton Maretti resolveu se aposentar. O então ocupadíssimo presidente e diretor-geral para a América Latina da Kodak se transformou de novo em "apenas" Milton, pai de família.
"Foi uma decisão conjunta. Quatro anos atrás, sofri um acidente: caí de uma escada de seis metros de altura e quebrei os dois calcanhares. Foi neste momento que percebi que a vida é bem curta e pode terminar a qualquer instante. Tive a oportunidade de completar um trabalho bastante grande na companhia. Eu achei por bem que devia concluir meu ciclo."
Desde janeiro de 2008, ele está parado. Ou melhor... não exatamente parado. "A gente vive num ritmo acelerado e de adrenalina alta. Uma parada muito brusca pode implicar uma conseqüência grande, do ponto de vista fisiológico e psicológico", observa. Consciente, o ex-executivo de sucesso está quase tão agitado quanto antes. "Eu já me envolvi com algumas associações, tenho dado algumas palestras - afinal, transmitir conhecimento é muito prazeroso. E já abri minha empresa de consultoria."
Mesmo assim, ele deixa claro que a maior parte da agenda é dedicada à família e ao lazer de forma geral. "O convívio com a minha família aumentou e melhorou muito. Como trabalhei demais, não tive muito tempo nem para gastar tudo o que eu ganhava. Então, isso me dá condições de não ter desespero ou ansiedade por dinheiro."
Assim, um dos grandes dilemas da aposentadoria, que é o medo de se sentir infeliz e isolado de tudo e de todos, foi por água abaixo. "Quando eu estava trabalhando, embora eu tenha o maior respeito pela Kodak, eu era infeliz e não sabia. Eu tinha impressão do contrário. Pelos sinais: posição, dinheiro, status, poder. Tudo isso traz uma falsa impressão de felicidade. E a felicidade que eu tenho hoje é muito maior. Minha vida é mais simples, mas muito mais rica. Rica de emoções, contato com as pessoas, etc.", analisa.
Para comemorar os 25 anos de casado, já está de viagem marcada para a Grécia com a mulher - sem data para voltar! Na foto, a transparência da felicidade. E na camiseta, o que ele considera o seu lema: "First things first" (que pode ser traduzido livremente como "as coisas mais importantes em primeiro lugar").
Mais experiente nesta "função" de aposentado, Gil Horta Pina concorda que o importante é manter a mente ativa. "A minha meta é não enferrujar", diz ele.
Há mais de 15 anos afastado das escolas, o professor de Química continua de alguma forma prestando ajuda a estudantes. Como voluntário, faz uma leitura, uma vez por semana, por cerca de três horas para um deficiente visual, aluno da Universidade de São Paulo. "Ele é muito inteligente. Isso me dá uma satisfação enorme!"
E também está em dois corais. "Um é o Tom Jobim, no Conservatório Tom Jobim, e o outro é da APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo." Estuda inglês, faz diversos tipos de voluntariado e, claro, como Maretti, curte muito a família. Acabou de voltar de uma viagem de mais de mês pelo Nordeste brasileiro e já planeja para outubro uma temporada no Rio de Janeiro.
Dúvidas sobre a plena felicidade do aposentado? "Aposentadoria deve ser vivida. Tem de lutar! A vida está aí! Cada dia é uma graça que a gente recebe. A felicidade está ao alcance de qualquer um e eu estou muito feliz!"

Síndrome da Aposentadoria ?
Nossos dois exemplos mostram que é muito possível - e extremamente merecido - ter uma vida feliz depois da aposentadoria. Porém, como já mostrado em recente reportagem do Jornal Carreira & Sucesso, é preciso muito preparo para este momento, ou corre-se o sério risco de enfrentar frustrações (para acessar esta reportagem, clique aqui).
"Eu senti a síndrome da aposentadoria porque a gente se sente rejeitado pela sociedade, um zero à esquerda. Precisei fazer um curso de valorização da auto-estima, que me ajudou muito!", conta Pina. Com Maretti não foi diferente: "Eu tive um pouco de ansiedade no começo do que fazer com o meu tempo. Então, eu fiz alguns investimentos pessoais: comprei uma fazenda de frutas no Nordeste e também investi em um alguns cavalos de raça. Logo de cara eu já fiz isso. O objetivo era me manter ocupado e também ajudar algumas pessoas. A produção de frutas, por exemplo, emprega muitas famílias."
Para a consultora Cecília Shibuya, a coisa mais importante é ter percepção de si mesmo. Diretora da Shibuya Prática Consultoria Empresarial, empresa que trabalha com preparação para a aposentadoria e pós-carreira, entre outros focos, ela considera que a fase deve ser, sim, muito bem trabalhada. "Se você não se preparou, deve procurar uma ajuda profissional para auxiliar. Tenha a sabedoria de buscar uma consultoria, por exemplo, que vai redirecionar os seus caminhos."
Ela sugere que ter uma rotina, uma agenda – ainda que flexível – é uma idéia interessante. "Não são férias eternas. As pessoas precisam entender que é uma nova fase, não pode se iludir. No pós-carreira, tudo tem de valer a pena. Você tem de aliar o que você gosta com as pessoas que você gosta, tendo realização pessoal e social. Esse é o caminho", conta a especialista, que enumera algumas atitudes fundamentais para que todos tenham uma aposentadoria feliz:

1º - Entender que ficar sem fazer nada o tempo todo não vai trazer felicidade;
2º - Resgatar laços afetivos;
3º - Saber o quanto você tem de potencial e não ficar na postura de vítima;
4º - Ter alimentação saudável e fazer exercícios físicos;
5º - Procurar fazer parte de alguma associação;
6º - Fazer uma programação das atividades (alguns horários e certas rotinas são importantes).
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E ela conclui: "Aposentadoria é um prêmio ou um castigo, dependendo daquilo que eu faço." Faça da sua futura (ou já atual) parada realmente um prêmio!

PS - Clique aqui para ler o artigo no contexto do site original.

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