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sábado, 27 de novembro de 2010

O mundo do aluguel


Bati o olho nessa reportagem da revista Época e não tive duvidas em publicá-la na Oficina de Gerencia.  Acho incrível a criatividade humana para inventar e adaptar-se às mudanças do mundo.
Imagine alguém pagar trinta e cinco mil dolares por semana para alugar a mansão de Mike Jagger no Caribe. O que se falar do aluguel de cães farejadores para encontrar drogas na sua própria casa porque você está desconfiado de que seu filho as usa. Não é bizarro?
Os  serviços, todavia existem e estão disponíveis para quem queira deles fazer uso.  E existem inúmeros outros em oferta  e outros mais que ainda vão ser inventados. O aluguel de roupas para festas, por exemplo,  já é um hábito na classe média principalmente, mas alugar "marido" é uma alternativa nova. Por enquanto para consertos domésticos...
Outras ofertas já estão se tornando comuns no cotidiano das pessoas, mas algumas novas modalidades são surpreendentes. E o que está por vir? Dá para prever?
Você, meu caro leitor do blog, seria capaz de imaginar algo que ainda não está no cadastro dos “disponíveis para alugar”? Confira porque é muito provável que alguém já tenha pensado a mesma coisa e colocado em prática. Faça o teste...

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Aluga-se (quase) tudo
Você pode ter o brinquedo mais caro da loja ou passar uns dias na casa de Mick Jagger, por um certo preço... Edição: Luciana Vicária
Ilustração:Orlandeli

O mundo dos milionários está mais acessível. Imagine-se calçando legítimos sapatos franceses Louboutin e levando, a tiracolo, uma bolsa Louis Vuitton. Isso já pode ser alugado – assim como várias outras coisas, de cachorros a brinquedos. É mais barato que comprar, ajuda a preservar o meio ambiente e desenvolve, em quem pratica, certo desapego. Nas próximas páginas, o guia da felicidade temporária. 

Viver como uma Cinderela por algumas horas é apenas uma das opções que os novos aluguéis estão permitindo. Quem quiser, e tiver meios, pode transformar a casa em um verdadeiro palácio: lustres de cristal, mobiliário do século XIX e quadros valiosos de artistas na parede. O único detalhe é que o cenário deve ser desfeito após algumas horas, quando vence o prazo e tudo tem de ser devolvido. Só no Brasil há mais de uma centena de lojas e clubes on-line especializados na locação de artigos de luxo. 

Até as celebridades decidiram praticar o tal empréstimo remunerado. Elas não apenas experimentam a casa de outro artista como alugam suas propriedades para pessoas comuns. É o caso do cantor Mick Jagger, dono de uma mansão no Caribe (R$ 35 mil a semana). “O aluguel dos próprios bens é uma estratégia de autopromoção”, afirma o corretor americano Richard Klug, especialista em imóveis de alto padrão e responsável pela propriedade do roqueiro. Mas é também, segundo ele, uma forma de manter a propriedade ativa e conservada, com recursos gerados por ela própria. Mick Jagger, graduado pela Escola de Economia de Londres, sempre foi tido como um bom homem de negócios. 

Tão difícil quanto pagar as estadas milionárias desse tipo de mansão é ser aceito para pagá-las. Os candidatos a hóspede são entrevistados mais de uma vez pelos agentes das celebridades proprietárias. Os eleitos recebem um contrato cheio de cláusulas que começam com um enfático “é proibido”. Não se pode tocar em vários objetos nem entrar em alguns cômodos das casas. Mesmo assim, há uma fila extensa de fãs disputando vagas. A propriedade com mais pedidos é a da cantora e atriz Miley Cyrus, a Hannah Montana.
Seu agente diz receber mais de 1.000 e-mails por dia com propostas. “A cantora não vem junto”, esclarece Martin Gómez, um dos assistentes. Ele diz que boa parte dos pedidos vem de crianças. 

Há um serviço de aluguel bem mais acessível aos pequenos e seus pais: o de brinquedos importados. É uma forma de se render às tentações das lojas sem ter de pagar tão caro. Algumas mesinhas eletrônicas para bebês chegam a custar R$ 700. “As crianças podem enjoar antes de os pais pagarem a última prestação”, diz Wagner Heilman, que criou o Clube do Brinquedo. Ele entrega os brinquedos limpos e em ótimo estado. Há pacotes de R$ 99 a R$ 175, de acordo com o número de brinquedos alugados. 

A moda mais recente, porém, é alugar cães farejadores. A demanda não vem da polícia, e sim de famílias com filhos adolescentes. Os cachorros são alugados para encontrar maconha ou outros tipos de drogas em casa. A investigação animal dura cerca de uma semana (R$ 250) e custa bem menos que um detetive particular. Alguns canis especializados alugam cães para guarda e companhia. Os animais são treinados para vigiar propriedades ou ajudar a espantar a solidão: o chamado amigo cão. 

Amizade, aliás, também tem de aluguel. O “amigo local” é um serviço disponível em mais de 25 capitais do Brasil e do mundo. Paga-se pelas dicas e pela companhia de alguém que more na cidade a ser visitada. Bárbara Fonseca, de 29 anos, guardou dinheiro por três anos para viajar para a Índia. Ela não queria apenas visitar os pontos turísticos. “Eu desejava ter contato com a cultura local e conhecer lugares a que um guia jamais me levaria”, diz. Pela internet, localizou mais de dez indianos cadastrados no serviço. Encontrou uma antropóloga que estuda a cultura indiana. “Ela me levou para assistir a casamentos, vi cerimônias familiares e entrei em lugares em que jamais entraria sozinha”, afirma. 

O preço varia conforme a capital visitada. Em São Paulo custa R$ 200 por um período de até quatro horas. O amigo local também pode dar dicas sobre a vida noturna, mas só acompanha as pessoas durante o dia. É uma estratégia para evitar que o serviço seja confundido com o de acompanhante e que ganhe conotação sexual. Mesmo assim, há quem confunda as coisas. 

O encanador cearense José Freitas, de 32 anos, já perdeu a conta das cantadas que levou desde que decidiu ser marido de aluguel. Sua especialidade? Atender a chamados de emergência doméstica: “Conserto canos, limpo a caixa-d’água e até furo paredes e troco lâmpadas”, diz. Seus serviços custam cerca de R$ 60 por hora. As empresas que oferecem o serviço dão garantia e atendem até de madrugada. 

 O mundo do aluguel
De cães farejadores a amigos em cidades estranhas, tudo pode ser arranjado – por um preço e temporariamente


Ilustração: Orlandeli
  Brinquedo de criança
Como funciona: paga-se pelo número de brinquedos alugados. Um portador retorna para buscá-los ou trocá-los após 30 dias. O site clube do brinquedo (clubedobrinquedo.com.br) oferece pacotes de um a sete brinquedos com valores entre R$ 99 e R$ 175.
Vantagens: os brinquedos custam para os pais até dez vezes menos que custariam na loja. Não há estoque ou bagunça em casa e o consumo é consciente, já que os mesmos brinquedos são compartilhados por várias crianças.
Riscos: cobra-se por peças danificadas ou perdidas.
Ilustração: Orlandeli
 Casa de celebridades
Como funciona: a cobrança é feita por diária, e os hóspedes são entrevistados antes de ser aceitos. Os mais concorridos são o refúgio ecológico de Mick Jagger, no caribe (R$ 35 mil por semana), e a fazenda da estrela Mirim Miley cyrus, no interior do texas (R$ 19 mil a diária). O contato é feito pelo site oficial.
Vantagens: a rara oportunidade de conhecer a intimidade do artista e compartilhar os empregados e até a mesma cama. A celebridade deixa uma lembrança personalizada para o hóspede.
Riscos: ser abordado por um paparazzi na porta da propriedade e não poder entrar em alguns cômodos – os contratos de locação são cheios de cláusulas de privacidade.
Ilustração: Orlandeli
 Cão farejador
Como funciona: canis especializados alugam animais treinados para detectar a presença de drogas na casa e nos pertences de adolescentes. Os sites sacratafloresta.com e sniffdogs.com oferecem o serviço. Há também raças para companhia e cães para vigiar a casa na ausência do dono.
Vantagens: os cães farejadores ajudam a provar suspeitas. Já os cães de guarda são mais baratos que sistemas de segurança e custam apenas o tempo que estiverem em serviço.
Riscos: como são animais, podem falhar em suas tarefas.
Ilustração:Orlandeli
 Objetos de luxo
Como funciona: paga-se por hora ou diária. Bolsas da grife Chanel saem por até R$ 500 em sites como bobags.com.br. Sapatos Louboutin chegam a custar R$ 400. Dá até para decorar a casa com tapetes persas e lustres baccarat.
Vantagens: experimentar objetos do desejo ou viver como um milionário por algumas horas.
Riscos: qualquer dano ao objeto custará mais caro que o próprio aluguel. Há empresas que oferecem seguros para a locação.
Ilustração: Orlandeli
 Marido de aluguel
Como funciona: uma central telefônica atende 24 horas aos chamados e escala o funcionário mais habilitado para resolver o problema. O atendimento é feito por um profissional com noções gerais de sistemas hidráulicos, elétricos e reparos em geral. Cobram-se cerca de R$ 50 por hora (maridoservice.com).
Vantagens: agilidade no atendimento (chegam em até meia hora), versatilidade (o profissional aceita consertar o cano, furar a parede e até trocar a lâmpada) e segurança (a garantia mínima é de 30 dias).
Riscos: muitos equipamentos perdem a garantia quando submetidos à vistoria de profissionais que não representam a marca.
Ilustração: Orlandeli
 Amigo local
Como funciona: o turista "aluga" um morador local para lhe apresentar a cidade. O viajante paga por período de estada com o amigo (R$ 200 por quatro horas em são paulo). O serviço rentafriend.com está disponível em 27 capitais do planeta.
Vantagens: conhecer a cidade pelo olhar de alguém que mora na região e não ser extorquido por estranhos. O amigo local tem interesses parecidos com os do viajante.
Riscos: gastar mais do que estava planejado. Quem contrata o serviço terá de arcar com as horas de companhia e todos os gastos do amigo local, como entrada em passeios e refeições.


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