E m
julho de 2008 publiquei um dos posts que considero estar entre os
melhores que já produzidos aqui na Oficina de Gerência. Dei-lhe o título
de
"O Choro do Tenente" .
O tema versava sobre o julgamento de um jovem tenente do Exercito
Brasileiro que apoiava ações da polícia militar nas favelas do Rio de
Janeiro. Ele prendeu três rapazes em uma batida na favela e os entregou
a um grupo de traficantes que incontinenti os assassinou. Disse que
queria apenas "dar um susto" nos rapazes. Durante o julgamento o tenente
chorou copiosamente arrependido do seu erro. Leiam o texto que - sem
falsa modéstia - é dos bons que já escrevi.
L embrei-me
desse artigo por conta dos fatos recentes que conduziram ao desastre
com o transatlântico Costa Concórdia na Ilha de Giglio na Itália e que
ainda repercutem na mídia internacional. Lá como cá prevaleceu a velha
arrogância de que está exercendo o poder. Instalou-se a Marcha da
Insensatez e os resultados - como sempre acontece - foram patéticos e
dramáticos.
A lém da monumental
irresponsabilidade profissional do capitão do navio - já comprovada - o
que está vindo à tona com o avanço das investigações são as revelações
sobre o comportamento e a atitude do comandante Schettino logo após o
navio começar a naufragar e os passageiros e tripulantes iniciarem o
abandono.
O s fatos. O Concórdia foi "ferido"
(70 metros de rasgão) pelos rochedos às 21h42 e já condenado fez uma
manobra desesperada para se aproximar da costa e facilitar a evacuação
dos passageiros. A ordem para abandonar o navio só foi dada as 22h58.
Comandante De Falco
P áginas e páginas estão sendo
escritas pelos especialistas para buscar interpretar o que aconteceu com
a cabeça do capitão que falhou no momento decisivo. Ele não é um
principiante e nem poderia ser. A companhia dona do Costa Concórdia não
iria entregar o seu principal navio a um comandante inexperiente. O que
houve com o comandante Schettino?
A s
especulações serão infinitas. Covarde, fanfarrão, irresponsável,
arrogante, medroso... E mais quantos adjetivos de mesmo teor se possa
assacar contra ele. Provavelmente merece-os todos, mas... É preciso
haver um julgamento.
S obre o erro de ter
jogado o navio sobre as pedras não há duvidas e ele mesmo já confessou,
todavia o seu comportamento como comandante ainda está sob análise.
Todos os indícios indicam que ele realmente foi indigno de sua função.
Basta ouvir o diálogo dele com o comandante De Falco da Guarda Costeira
italiana. A voz de Schettino o trai. Ela é balbuciante e ele fala baixo a
ponto de De Falco dar-lhe um "esporro" monumental para que falasse mais
alto. Ouçam o diálogo logo abaixo em vídeo do YouTube.
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