12 DE DEZEMBRO DE 2024 | 5ª FEIRA | DIA INTERNACIONAL DA CRIANÇA, NA RÁDIO E TELEVISÃO


Criada em 1991 pela UNICEF, a data tem como objetivo chamar a atenção dos programadores para a qualidade dos programas infantis na televisão e na rádio, assim como incentivar a participação e a transmissão de programas sobre e para as crianças. Em 2011, pelo vigésimo aniversário da data, a UNICEF deixou de coordenar este dia, sem conferir mais um tema anual para a data ou atribuir um prémio às emissoras com melhores programas para crianças sobre esse mesmo tema. Porém, a UNICEF encorajou a continuação da efeméride, já enraizada em dezenas de países do mundo e adotada por milhares de emissoras que chegam mesmo a passar maratonas de programas para crianças. Neste dia é assim habitual dar voz e tempo de antena às crianças que têm uma oportunidade única para se expressarem e para falarem sobre os seus sonhos para o futuro, conferindo-se mais esperança no mundo.

Bem vindo

Bem vindo

PENSAMENTO E AUTOR

PENSAMENTO E AUTOR

 




sábado, 25 de julho de 2009

As corporações também precisam usar óculos (Tom Coelho)

Tom Coelho é um craque. Seus artigos são sempre certeiros e atuais. Este mesmo "Miopia e Astigmatismo Corporativos" foi escrito em 2005 e mantém ao toque de oportunidade ainda hoje.
O texto versa sobre os grandes erros cometidos por empresas e seus profissionais quando não conseguem desvencilhar-se dos maus hábitos corporativos e param no tempo e no espaço ou tomam decisões desatinadas despropositadas, inconvenientes, e inoportunas (Ufa!).
  • [...]"Há empresas, por outro lado, que no embalo de modismos e recomendações de gurus, charlatões e aproveitadores de toda ordem, resolvem promover reformas, reestruturações, reengenharias e que tais. Neste processo, “descobrem” que certos colaboradores com idade superior a 40 anos estão velhos e ultrapassados"[...]"Decidem, então, aposentá-los, convidando-os a “enfrentar novos desafios para promover seu desenvolvimento pessoal”[...] "O que não se percebe é que o executivo demitido conhecia não apenas a empresa, mas seu mercado com maestria. Perfil dos consumidores, armadilhas da concorrência. Vivência, experiência, maturidade. Tudo jogado ao vento que, talvez, venha a polinizar os campos de seu maior rival."[...]

Este é um trecho do artigo que lhe dá o tom (desculpem o trocadilho com o nome do autor), mas o objetivo é aguçar a curiosidade do leitor - que presumo um interessado nas coisas do mundo corporativo.

Conheci muitos casos assim. Um deles, que destaco agora, se transformou em um marco para mim. Eu era diretor de uma empresa pública e na minha área tínhamos uma famosa empresa de consultoria contratada e desenvolvendo um grande e novo projeto. Por falta de orçamento o projeto foi suspenso e o contrato distratado. Esta empresa - em uma reformulação para contenção de gastos - demitiu exatamente alguns do profissionais da equipe que elaborava o tal projeto. O líder do grupo ao sair fundou sua própria empresa e dois anos após, quando o projeto foi novamente licitado ele (a sua nova empresa) ganhou a concorrência pois possuiam os atestados e documentos que lhe permitiram participar do certame e vencer. Detalhe, o segundo lugar na licitação ficou para a sua antiga empresa. Não preciso dizer que o contrato prosperou e hoje aquela pequena empresa é uma das grandes grifes da consultoria de projetos no Brasil. Permitam-me não declinar nomes porque os personagens continuam atuantes no mercado.

Vale a pena ler o texto do Tom Coelho e quem sabe alguns dos leitores não estejam vivenciando situações semelhantes em suas empresas e possam contribuir para que erros assim não lhes atinjam. Bom proveito!




Miopia e Astigmatismo Corporativos (por Tom Coelho)
“Há flores por todo canto. Para quem quiser enxergá-las”. (Henri Matisse)


............... Profissionais e corporações necessitam visitar urgentemente um oftalmologista. Explico.
............... Há empresas que promovem campanhas nos meios universitários para recrutamento de estagiários e trainees. Mas impõem-lhes tantos pré-requisitos que acabam por não preencherem as vagas. Formação “sólida” e em instituição de ensino de “primeira linha”; fluência em, no mínimo, dois idiomas; domínio de microinformática, o que abrange processador de texto, planilha eletrônica, banco de dados, software de gestão, entre outros; e, a pior das exigências, experiência anterior “desejável”.
............... Estas mesmas empresas não observam no seio de seus próprios quadros a existência de uma legião de jovens que, relegados a cargos de auxiliar ou assistente, apresentam grande potencial, seja pelo espírito de liderança, pelo senso de iniciativa, pelas atitudes empreendedoras ou mesmo pela necessidade. Porém, permanecem como pedras brutas que precisam ser lapidadas – mas talvez nunca o sejam.
............... Estas companhias, por força de sua incapacidade de enxergar em seus jovens colaboradores um futuro promissor, sofrem de miopia.
............... Há empresas, por outro lado, que no embalo de modismos e recomendações de gurus, charlatões e aproveitadores de toda ordem, resolvem promover reformas, reestruturações, reengenharias e que tais. Neste processo, “descobrem” que certos colaboradores com idade superior a 40 anos estão velhos e ultrapassados, contribuindo para aquele estado de morbidez que assola os negócios – e que motivou a tal reformulação. Mais ainda, custam caro aos cofres, pois recebem remuneração equivalente à de dois ou três executivos em condições de tecnicamente exercer igual função. Decidem, então, aposentá-los, convidando-os a “enfrentar novos desafios para promover seu desenvolvimento pessoal”. Um bilhete azul, uma indenização, uns meses adicionais de seguro-saúde. E livram-se do que se lhes apresenta como um problema.
............... O que não se percebe é que o executivo demitido conhecia não apenas a empresa, mas seu mercado com maestria. Perfil dos consumidores, armadilhas da concorrência. Vivência, experiência, maturidade. Tudo jogado ao vento que, talvez, venha a polinizar os campos de seu maior rival.
............... Estas empresas, por força de seu pragmatismo inconseqüente ao esfacelar sua equipe, sofrem de astigmatismo.

http://www.minutodesabedoria.com.br/uploads/cartoes/o-pior-cego.gif

............... Analogamente, há os profissionais que não se conscientizam da necessidade de investirem em suas carreiras, ampliando seus conhecimentos, repertório e rede de contatos. Apostam na manutenção do status quo e acreditam que não correm riscos de qualquer ordem. Sistemáticos, automatizados, fazem tudo do mesmo jeito há anos e continuam dando as mesmas velhas respostas mesmo para as novas perguntas. Velhas soluções para novos problemas. Por não terem visão de futuro, mas apenas visão de passado, sofrem de miopia.
............... Mas há também aqueles que nunca estão satisfeitos com seu ambiente de trabalho. Vivem em transição, buscando recorrentemente novas corporações não por conta de um desafio que irrompa triunfante, possibilitando-lhes colocar à prova toda expertise e habilidade acumuladas, mas tão somente por um punhado de moedas a mais. Não se comprometem, não se envolvem, não apostam na viabilidade do empreendimento que gerenciam. Não desenham trilhas, não deixam marcas, não registram um legado. Por conta disso, sofrem de astigmatismo.
............... Há, ainda, outras versões de miopia e astigmatismo corporativo. Afinal, o que dizer de empresas que continuam a ofertar produtos e serviços para os quais simplesmente não há mais mercado? Calcados em um passado de glórias, recusam-se a aceitar a ocorrência de novas tendências, novos hábitos de consumo, novos padrões de comportamento. São companhias demissionárias, posto que demitidas por seus próprios consumidores, que optaram por produtos substitutos, tecnologicamente mais avançados, ostentando maior praticidade, menor custo e eficiência superior. Derrotadas, buscam incansavelmente justificativas para seu retrocesso sem visualizar o elefante sentado na sala de reuniões. Derrotadas e vencidas.

Ficheiro:Conhecimento-Diagrama.png

............... O mesmo aplica-se a profissionais sem profissão, cujas atividades são objeto de estudo epistemológico de tão superadas pelo tempo. Kevin Kline, protagonizando o arquiteto George Monroe em “Tempo de Recomeçar”, retrata bem o estereótipo. Um exímio construtor de maquetes, edificando-as manualmente há vinte anos, vê sua atribuição sucumbir diante da agilidade tridimensional do computador. Perde o emprego e, com ele, seu único pilar de sustentação.
............... Empresas que não valorizam profissionais, sejam eles jovens ou maduros. Profissionais que não buscam o autodesenvolvimento ou que menosprezam os locais por onde passam. Companhias que não enxergam sua posição relativa no mercado, ignorando o ambiente, a demanda e demais aspectos. Pessoas que não vislumbram oportunidades ou ameaças ao seu ofício.
............... E, assim, a cegueira se instala no mundo corporativo.



Tom Coelho encontra-se entre os conferencistas mais requisitados da atualidade em razão de sua formação eclética, experiência profissional e abrangência dos temas de suas palestras que apresentam conteúdo prático e motivacional. Tem sido escolhido para a abertura e encerramento de Congressos, Convenções, Encontros e SIPATs. http://www.tomcoelho.com.br/profissional.asp

porto.gif (13189 bytes)

Um comentário:

  1. Boa tarde,Tom.

    sou sua fã incondicional, adoro a forma como expressa suas convições, deixando em quem ler a sensação de conhecimento adquirido de forma simples e original.

    PARABÉNS! E muito obrigada pelos artigos maravilhosos que escreve.

    ResponderExcluir

Convido você, caro leitor, a se manifestar sobre os assuntos postados na Oficina de Gerência. Sua participação me incentiva e provoca. Obrigado.