Todos nós temos alguns exageros na vida. Um dos meus exageros é a admiração (prefiro não dizer idolatria) pelo Ayrton Senna. E me conforta saber que faço parte de uma legião de milhões de "idólatras" ao redor do globo (desconfio que até em outros planetas...).
Dia 1º de maio é sempre um dia de lembranças. Já foram mais tristes. Agora, com o tempo, curador de todas as feridas, a dor é fininha, pontiaguda, mas suportável. Afinal são 15 anos... Somos assim. Os idólatras. Vamos, com o tempo descartando as coisas ruins dos ídolos e fazendo prevalecer as boas. Acho que é meio maniqueísta. Mas o que fazer?
Meu Deus! 15 anos e parece que foi hoje. Assisti, ainda a pouco, uma reportagem em homenagem ao Senna no Jornal Hoje da Rede Globo e voltei a me emocionar (como acontece todas as vezes que assisto vídeos e reportagens sobre ele). Não consigo (e talvez não queira) explicar este “fenômeno” que me envolve. Uma emoção inevitável, acima da minha vontade. Já pensei até que fosse um “TOC”, mas conheci muitos amigos que também eram (e são) do mesmo jeito.
Sobre isto conto uma historinha: cinco anos após a morte de Senna resolvi que não mais me deixaria emocionar quando a memória dele fosse evocada. Na primeira oportunidade fiz aquele esforço, inaudito, que nós humanos fazemos quando queremos conter uma emoção tipo avalanche não consegui. Os olhos ficaram logo marejados e o coração se encheu de saudades e diminuiu de tamanho.
Desisti de não me emocionar. Agora deixo “correr solto”. Nem fico mais constrangido. Meus filhos, quando estão presentes, já não se espantam. Respeitam. No início – ainda pequenos – não entendiam ao ver o pai deles encher os olhos de lágrimas quando relembrava o Ayrton Senna, principalmente nos dias 1 de maio.
Ainda hoje já me emocionei, como disse e ainda falta ver o Jornal Nacional e todos os noticiários da noite. Hajam lágrimas nestes olhos cansados e neste não menos “velho” coração.
No ano passado, quando produzi o primeiro post do blog em homenagem ao Senna, fiquei mais de uma hora e meia pesquisando imagens e vídeos para colocar aqui. Depois de meia hora percebi que não estava mais pesquisando coisíssima nenhuma. Estava era curtindo mesmo! Navegava, gostosamente, no meu acervo pessoal (respeitável) e na Internet que é infinita nessas coisas.
Selecionei deste acervo alguns arquivos para publicar neste post. É pouco, mas acho que dá para marcar a data. Não pela tragédia da malsinada curva de "Tamburello", mas pelo que Senna representou e ainda representa, neste país tão carente de ídolos. Certamente os blogs e sites do mundo inteiro estarão fazendo posts e homenagens para o NOSSO Ayrton Senna da Silva, o "Ayrton Brasileiro" da Silva.
Enfim, vamos curtir a saudade, vamos relembrar, vamos chorar a ausência do último de nossos grandes ídolos populares. Sim, porque antes de tudo e de qualquer coisa, Ayrton Senna era um ídolo do povão, do rico, do pobre, do miserável, dos homens, mulheres e principalmente crianças. Não há Senna sem emoção. Quando ele estava vivo era assim e depois que se foi deste plano, continua nos emocionando.
Vejam abaixo tres vídeos que copiei hoje, na Globo Vídeos
Senna é relembrado por sua irmã, Vivianne
Galvão Bueno e Barrichelo lembram historias com Ayrton
Vídeo-Show, Rede Globo, faz homenagem a Senna
Eu estava trabalhando, em pleno domingo, atendendo a um cliente que desejava resolver com os filhos e a esposa alguns problemas típicos de uma empresa familiar. A família Silva. Cosas da vida de consultor. Em pleno domingo trabalhando! A reunião foi realizada na própria oficina mecânica do cliente. Alguns funcionários, também aparentados, ajudavam a engrossar o grupo. Não me lembro ao certo, mas devíamos ser umas vinte pessoas. Iniciados os trabalhos bem cedo, todos participavam e colaboravam para que as coisas fossem bem até o intervalo. Sim, o intervalo daquele dia era sagrado. Na televisão, bem no meio da sala, todos desejavam assistir a corrida do Senna. Sim, a corrida do Senna, posto que na época as pessoas tinham uma paixão: Ayrton Senna da Silva!
ResponderExcluirParamos nosso encontro e fomos assistir aquilo que se tornou numa das piores tragédias que eu já assisti ao vivo. Guerra do Iraque? Onze de setembro..., torres gêmeas?
Não sei qual foi pior de ver. O que eu sei é que a morte de Senna me fez entender a diferença entre o que é ser uma organização e ser uma instituição.
Conforme os minutos passavam, e as notícias confirmavam o que ninguém queria ouvir, as pessoas inciaram um movimento catártico, deixando aflorar o sentimento mais profundo de perda.
Naquele dia a consultoria terminou de forma triste. Peguei meu carro e para retornar para minha casa e vi nas ruas algo como nunca eu havia visto. As pessoas choravam, andavam com olhares perdidos e indisfarçável luto. Pensei com meus botões: o Ayrton, como é querido pelo povo de Brasília. Chegando em casa, minha mulher e a empregada choravam, os vizinhos choravam e, alguns já tomavam de seus carros com a bandeira brasileira tarjada de preto. Na televisão o noticiário chagava com as últimas informações. Os brasileiros choravam..., o mundo todo chorou!
Foi assim que eu me dei conta do que é o desenvolvimento organizacional comparado ao desenvolvimento institucional. Gerencialmente, algumas pessoas não conseguem estabelecer a diferença. Senna havia chegado ao máximo na escala de desenvolvimento humano, segundo a percepção dos demais mortais. Ele foi mais do que um grande atleta, que um grande competidor, que um grande piloto, organizacionalmente bem estruturado e desenvolvido. Ayrton Senna da Silva, para todos nós, era uma instituição. Como ele, são poucos os que chegam a tal desenvolvimento. Esta é portanto a razão que motiva as pessoas, como Drummond, a reverenciar a memória e a continuar a alimentar o culto ao grande ídolo-institucional.
Ontem meu filho estava fazendo um trabalho escolar que consistia em entrevistar pessoas mais velhas. Uma das perguntas que ele me fez foi: Cite um acontecimento histórico marcante que tenha visto. me lembrei de dois: Diretas Já e o velório de Ayrton. Eu estava lá. Saí da escola á noite e fui como muitas outras pessoas direto para o local onde o corpo seria velado. Dormi na rua, como tantos que aguardavam. E participei do dia mais triste do esporte no Brasil, um espetáculo glorioso e digno do ícone que Senna havia se tornado, mas um espetáculo que ninguém queria que fosse real. Desde então não assisto mais corridas (era um fã), pois o orgulho nacional não corre mais.
ResponderExcluirAqui vai o link com a música:
ResponderExcluirhttp://www.mp3tube.net/musics/TV-Rede-Globo-Tema-Da-Vitoria-De-Ayrton-Senna/81711/
Puxa, Herbert! Nisso eu não vou poder te ajudar muito não, desculpe! No meu post comemorativo de 10.000 eu coloquei um widget com som (veja em http://qualiblog.wordpress.com/2008/01/05/10000/), mas não toca automaticamente. Acredito que a Jackie (SuperDicasss) poderá te ajudar bem mais, ela é ótima em programação, não é?
ResponderExcluirOh sogrinho, muito obrigada pela homenagem....como não poderia deixar de ser, estou escrevendo com os olhos embaçados pelas lágrimas que insistem em correr descontroladamente.
ResponderExcluirO "Tema da Vitória" é muita covardia.
Ao ouvi-lo as emoções se misturam, a tristeza da perda com as lembranças das vitórias, das ultrapassagens - e que ultrapassagens -, dos churrascos aos domingos em que ninguém ousava tirar os olhos da televisão enquanto não ouvisse o Galvão gritar: "Ayrton, Ayrton...Ayrton Senna do Brasil".
Minha fascinação por Senna não se perde ao longo doas anos, apenas amadurece. Tento aplicar à minha realidade seu exemplo de determinação e sucesso.
E como ele bem dizia:
"No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz."
Parabéns pela postagem, gostei muito se acreditasse em imortalidade com certeza Senna seria imortal. Lembro-me que na época meu marido gravava a corrida porque pela manhã íamos a igreja e assistíamos quando voltávamos Foi terrível a ver aquele vídeo gravado muito triste mesmo ate hoje tenho a copia não sei se ainda presta pois não tive coragem de reve-lo. Obrigada pela visita em meu blog ,paz seja contigo
ResponderExcluirCinthia,
ResponderExcluirDefinistes bem a paixão que todos os fãs (nós entre eles) têm pelo Senna. Ele nos fascina (essa a palavra certa) até hoje - e será sempre assim - porque podemos seguir o seu exemplo sem nos afetarmos por uma pretensa idolatria.
Ayrton mostrou aos brasileiros e aos aficionados do mundo inteiro que fazer bem o que se sabe fazer é meramente procurar o ir ao limite máximo que cada um pode atingir. Era o que ele fazia e o que cada um de nós pode fazer também.
Parabéns encontrastes a expressão correta.
Um beijo do sogrão que te ama muito.
Ismaelita,
ResponderExcluirÉs muito gentil em vires ao meu blog para deixar este comentario e ainda dares uma força ao blogueiro.
Gratíssimo por ambos: visita e apoio.
Retribuo os teus desejos de paz, a ti e à tua família.
Sucesso sempre!
Até breve.
Ronaldo
ResponderExcluirDesta vez aproveitei o "Tema da Vitoria" a partir do site que me indicastes.