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A cena mostra Polônio (camareiro-mor da corte do Rei Cláudio da Dinamarca, tio e padrasto do príncipe Hamlet) aconselhando seu filho Laertes quando ele está voltando para Paris de onde veio para assistir a coroação do rei Cláudio.
Laertes já está atrasado despedindo-se de sua irmã Ofélia; o navio já espera por ele no cais quando entra em cena Polônio, seu pai. Ele apressa o filho e enquanto o acompanha rumo ao porto passa a ele os conselhos de um pai amoroso para um filho querido. Poucas vezes leremos algo tão sábio, tão lúdico e verdadeiro em tão poucas palavras.
Este texto, desde quando o li, tornou-se um lema na minha vida e na relação com meus filhos e colaboradores no mundo corporativo. Li e comentei para meus filhos em todas as ocasiões e oportunidades que tive. Com o advento do blog já o havia compartilhado no passado (2007) com os amigos e leitores e após alguns melhoramentos de edição faço-o agora, novamente.
Espero que além de provocar a curiosidade sobre a magia
da obra de William Shakespeare os conselhos de Polônio a Laertes possam servir
para orientar muitos jovens que não conhecem, ainda, as coisas dos mundos
social e corporativo quando iniciam as suas vidas e carreiras longe dos mantos
protetores de seus pais e mestres.
Logo abaixo, antes do texto de Shakespeare, postei um
vídeo com a famosa cena de Polônio e Laertes. O áudio está em inglês,
mas vai propiciar o clima ideal para a leitura. Espero que gostem.

Laertes encerra sua despedida da irmã Ofélia...
LAERTES: Não se preocupe comigo.
Mas já me demorei muito. E aí vem meu pai, (Entra Polônio.)
Uma dupla bênção é uma dupla graça.
Feliz por despedir-me duas vezes.
POLÔNIO: Ainda aqui, Laertes! Já devia estar no navio, que diabo!
O vento já sopra na proa de teu barco;
Só esperam por ti. Vai, com a minha bênção, vai!
(Põe a mão na cabeça de Laertes.)
E trata de guardar estes poucos preceitos:
Não dá voz ao que pensares, nem transforma em ação um pensamento tolo.
Sejas amistoso, sim, jamais vulgar.
Os amigos que tenhas, já postos à prova,
Prende-os na tua alma com grampos de aço;
Mas não caleja a mão festejando qualquer galinho implume
Mal saído do ovo.
Procura não entrar em nenhuma briga;
Mas, entrando, encurrala o medo no inimigo,
Presta ouvido a muitos, tua voz a poucos.
Acolhe a opinião de todos – mas você decide.
Usa roupas tão caras quanto tua bolsa permitir,
Mas nada de extravagâncias – ricas, mas não pomposas.
O hábito revela o homem,
E, na França, as pessoas de poder ou posição
Se mostram distintas e generosas pelas roupas que vestem.
Não empreste nem peça emprestado:
Quem empresta perde o amigo e o dinheiro;
Quem pede emprestado já perdeu o controle de sua economia.
E, sobretudo, isto: sê fiel a ti mesmo.
Jamais serás falso pra ninguém
Adeus. Que minha bênção faça estes conselhos frutificarem em ti.
LAERTES: Com toda a humildade, eu me despeço, pai.
POLÔNIO: Vai – que o tempo foge. Teus criados esperam.



Esses conselhos são de valor incalculável. São verdades eternas que devem sempre estar em nosso dia dia
ResponderExcluirUm imenso golpe de sabedoria.
ResponderExcluirencontrei a frase que espero há muito tempo para tatuar em meu corpo.
ResponderExcluirencontrei a frase que espero há muito tempo para tatuar em meu corpo.
ResponderExcluirSe queres ser sábio, guarde estes conselhos no fundo de sua alma e, deles, não se aparte jamais.
ResponderExcluirexcelente post!
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