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uito se escreve e se fala sobre os principais estilos de liderança no mundo corporativo. Qualidades e defeitos são pesquisados e apresentados em centenas de livros, vídeos, apresentações e palestras. O fato é que essa busca incessante faz parte da inquietação que nós humanos carregamos em nossos DNAs quando buscamos nos conhecer melhor para melhor conhecer aqueles que estão próximos de nós.
Para mim não existe uma lista definitiva. Ninguém chegará a apresentá-la porque o ser humano é infinito na sua capacidade de como comportar-se. Quando se pensa haver catalogado todos os tipos de atitudes, condutas, estilos, e desempenhos eis que surge algo novo como conceito e lá vamos nós de novo...
O que se tem de novidade atualmente é uma pesquisa apresentada pelo jornal inglês Financial Times, conduzida por sua conceituada colunista Lucy Kellaway onde foram ouvidos dezenas de executivos das mais variadas organizações. O que ela queria saber eram quais os pontos fracos desses homens poderosos - os CEOs - para poder listá-los e ter uma visão panorâmica sobre o tema.
É interessante o resultado da pesquisa cujo resultado foi chamado de "Os Sete Pecados Capitais de Um CEO" porque apresentou de forma sistematizada sete grandes deficiências que grande parte dos executivos desenvolve ao longo de suas carreiras. O detalhe é que foram os próprios executivos quem os indicou.
Após meus muitos anos desempenhando funções de direção posso afiançar que a lista é verdadeira, porém não terminativa. Muitos outros "pecados" poderiam ser listados no mesmo nível de importância que aqueles apresentados pelo jornal inglês. Para cada "pecado" fiz um breve comentário segundo minha experiência.
Coloquei o texto do site da BBC-Brasil ao final do post apenas para marcar o assunto, mas passo a apresentar o elenco dos "Pecados Capitais" com um ligeiro comentário sobre cada um.
1. Controle exagerado

2. Vaidade

A vaidade vem naturalmente com o sucesso rápido e reconhecido pela corporação. Excessivas doses de autoconfiança e culto à própria imagem levam as pessoas bem sucedidas a cair numa espiral de autoemulação.
Todavia o veneno que está contido nesse frasco é insidioso e no mais das vezes mortal para as carreiras de quem o consome. Consegui me livrar dele, mas não sem antes pagar um preço altíssimo. Tive a sorte de ter uma segunda oportunidade e pude me corrigir.
A vaidade e a arrogância andam juntas. É preciso muita força mental e espiritual para não deixá-las comandar nossas atitudes.
3.Hesitação

Já tive oportunidade de trabalhar com líderes hesitantes. É desesperador. O adiamento da decisão é ainda pior que a decisão errada porque normalmente uma deliberação tem seu timing certo e hesitar em assumi-la é deixá-la apodrecer igual uma fruta não colhida no tempo certo. Passa do ponto e já não serve mais ao seu objetivo.
4. Não sabe ouvir
Esse é um "pecado" terrível! Um gerente que não tem ouvidos para escutar seus colaboradores e até seus superiores é um "meio-gerente". Suas decisões por melhores que possam ser carecem do tempero da equipe e não são tratadas com o envolvimento emocional e a participação que são necessárias por parte do seu time.
Não ouvir sugestões, idéias e opiniões é uma regressão ao regime autocrático; uma espécie de despotismo por parte de quem comanda. Normalmente o "não saber ouvir" complementa as personalidades vaidosas e arrogantes. Fuja delas.São os chamados falsos líderes. Em algum momento cairão de seus pedestais. O pior é que normalmente essas pessoas sempre colocam a culpa pelos seus insucessos em seus subordinados e superiores.
5. Ser agressivo
A agressividade de uma liderança deve ser entendida de modo relativo. Como aqui colocada, numa lista de "pecados" é percebida como parte de um comportamento, estúpido, ríspido e rude. Neste caso é um grande defeito para um líder e um gerente ser identificado por ele. Não confundir essa característica negativa com a combatividade e o aguerrimento que os bons líderes devem cultivar na defesa dos seus pontos de vista e das suas idéias.

Pessoalmente não acredito na aspereza como qualidade de comando. Não vejo necessidade de um gerente ser rude ou ofensivo com as pessoas à sua volta para demonstrar seu poder. Acho até que tudo não passa de uma capa, um escudo que estas pessoas criam para proteger suas fraquezas contra a percepção de seus liderados. Escondem-se atrás do poder que desfrutam utilizando-se de comportamento hostil, irritante e provocador.
6. Medo de Conflito
Esse "pecado" confunde-se um pouco com o da hesitação. Todavia pode ser mais aprofundado. O chefe que foge dos conflitos não será jamais respeitado pelo seu time. Ele é exatamente o contrário daquele que citei no parágrafo anterior, o combativo. Quem foge do conflito é aquele líder que está sempre querendo estar de bem com todo mundo. Contenta-se com as sobras da mesa e curva-se às personalidades dos seus pares mais agressivos.
Quem tem medo do confronto é aquele que teme a crise, a tensão, o choque de idéias. Foge da luta, da oposição, e da rivalidade. Quem quer um chefe assim?
Quem tem medo do confronto é aquele que teme a crise, a tensão, o choque de idéias. Foge da luta, da oposição, e da rivalidade. Quem quer um chefe assim?
É impossível exercer liderança ou gerência sem conflitos, sem contendas, desavenças, ou discussão. Esse é também um "pecado" mortal . O cara que é assim não pode exercer cargo de liderança.
7. Não ser sociável.
Este último "pecado" da lista que a pesquisa de Lucy Kellaway para o Financial Times apresenta é um dos menores que um CEO pode admitir. Não ser sociável significa não apreciar a companhia de terceiros; não gostar de reuniões em sociedade ou de participar de eventos ou festas. É não se considerar agradável, atencioso, deferente, gentil, suave...

Se não for assim considero que essa característica da não sociabilidade não é tão negativa.
Partindo do principio aceito por todo o mundo corporativo de que "o poder é solitário" como condenar um líder que não gosta muito de participar de festas de confraternização, reuniões sociais, assembleias e congregações?
Partindo do principio aceito por todo o mundo corporativo de que "o poder é solitário" como condenar um líder que não gosta muito de participar de festas de confraternização, reuniões sociais, assembleias e congregações?
Estarei errado ao conceituar esse item da forma como o fiz? Dou a mão à palmatória ao informar que essa é uma das minhas características como líder. Confesso que não sou um ser muito sociável. Isso não quer dizer que seja um antissocial. Quando necessário vou a todos os eventos considerados importantes para divulgar a empresa em que esteja trabalhando e que envolvam o exercício da função de executivo, mas confesso queessa função social nunca foi muito do meu agrado.
Ai está! Certamente existem muitos outros "pecados" e defeitos nas características dos executivos de forma geral. Só para não deixar no ar cito algumas delas: incapacidade para se auto gerenciar; incompetência na escolha de seus subordinados e menosprezo pelo trabalho em equipe; aceitar desempenho medíocre de si próprio e da equipe; . subestimar a importância da cultura e a necessidade de manter-se atualizado e bem informado; e finalmente justificar seus erros com base nos erros dos outros.
Leia o artigo da BBC-Brasil abaixo e preste atenção ao ultimo parágrafo...
Pesquisa aponta os 'sete pecados capitais' de um CEO

1. Controle exagerado;
2. Vaidade;
3. Hesitação;
4. Não sabe ouvir;
5. Ser agressivo;
6. Medo de conflito;
7. Não ser sociável.
Kellaway ressalta que os resultados mostram que não há diferença entre executivos homens, mulheres, europeus ou americanos.
Medo de errar
Kellaway diz que muitos dos CEOs não reconhecem em si mesmos vários pontos fracos. “E eu suspeito que o problema é pior: eles não sabem quais são suas falhas”, disse ela.
Segundo a pesquisadora, apenas dois dos 60 altos executivos que responderam à enquete admitiram cometer erros graves.
“Essa negação dos próprios erros é uma pena. Nós gostamos mais das pessoas quando elas falam abertamente de seus defeitos. Isso as torna mais humanas”, diz.
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